segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Apostila de História de Santa Catarina

HISTÓRIA DE SC
Cartas geográficas de navegadores de várias nacionalidades, escritas desde o início do século XVI, mencionam pontos que correspondem ao litoral catarinense. O mapa de Juan de la Cosa, piloto da expedição de Alonso de Ojeda assinala "Sant´Ana", uma parte que corresponde ao nosso litoral.

Pela sua importância, registra-se a expedição de João Dias Solis, em 1515, quando um único ponto da costa mereceu ser assinalado: a baía dos "perdidos", que se refere às águas interiores entre a Ilha de Santa Catarina e o continente fronteiro (designação dada em virtude do naufrágio de uma embarcação da mesma esquadra).

A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de 1526 e, ao publicar seus mapas referentes àquela expedição, denominava a Ilha de Santa Catarina de "porto dos Patos". Mas o nome de Santa Catarina - dado à ilha - aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529.

Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a Sebastião Caboto, que fizera a denominação em homenagem à esposa Catarina Medrano; outros querem que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja em 25 de novembro. É, portanto, assunto que merece novas reflexões.

Em 1541, aporta, ao continente fronteiro à ilha, a expedição de D. Alvar Nunes Cabeza de Vaca, comandante que intitula-se "Governador de Santa Catarina", dada a sua nomeação, pelo rei da Espanha, para tomar posse das terras da Coroa.

Entretanto, a Ilha de Santa Catarina não foi o único ponto do litoral mencionado pelos primeiros navegadores que aqui aportaram. Em 1527, no planisfério anônimo de Weimar, apareceu a designação de Rio de São Francisco, correspondente à baía de Babitonga, que banha a península da atual São Francisco do Sul.

Os primeiro povoadores: desterrados, náufragos e sacerdotes

O povoamento do território catarinense está intimamente ligado, nos seus primórdios, aos interesses de navegações portuguesas e espanholas, que tiveram o litoral de Santa Catarina como ponto de apoio para atingir, principalmente, a região do Rio do Prata (sem mencionar as expedições de outras nacionalidades).

Pelo fato de o litoral catarinense servir como ponto de apoio, constatou-se que os primeiros povoadores foram náufragos, como, por exemplo, os sobreviventes de uma embarcação da expedição de João Dias Solis, os quais integraram-se à comunidade indígena.

Outros aparecem, como os desertores, elementos que abandonaram a embarcação "San Gabriel" comandada por D. Rodrigo de Acuña, a qual fazia parte de uma expedição espanhola. Da mesma forma, da expedição de Caboto, em 1526, também apareceram desertores.

Portugal utilizou-se, largamente, do princípio jurídico do "uti possidetis", o direito do primeiro possuidor, tendo em vista a política de ampliação de seu território e a constância das expedições espanholas no litoral catarinense e sul do Brasil no século XVI.

Após a "União Ibérica", isto é, o fim dos laços que uniam Portugal e Espanha (1580-1640), os bandeirantes, cada vez mais, alargaram as fronteiras das terras portuguesas. São as bandeiras vicentistas (provenientes da Capitania de São Vicente), de caça ao índio, que atingem o Brasil meridional.

Desta forma, o litoral catarinense passou a ser percorrido e conhecido, crescendo o interesse pela posse, com conseqüente ocupação.

As fundações vicentistas

São Francisco

O povoamento efetivo do litoral catarinense tem início com a fundação de São Francisco, sob a responsabilidade de Manoel Lourenço de Andrade, que recebeu, de um herdeiro de Pero Lopes de Souza, procuração para estabelecer, mais ao sul, uma povoação que denominou de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, em 1658, cuja data tem sido alvo de discussão.

Desterro

Na marcha da ocupação do Sul, segue-se a fundação da povoa de Nossa Senhora do Desterro pelo bandeirante Francisco Dias Velho, que partiu de São Paulo, em 1672, acompanhado de familiares e índios domesticados, com interesses agropastoris. Com a morte de Dias Velho e a conseqüente retirada de seus filhos, a povoa do Desterro quase desapareceu.

A partir de 1715, com a concessão de sesmarias a portugueses, como Manoel Manso de Avelar, passa-se a sentir a necessidade de povoamento da Ilha, como forma de se defender do assédio constante por parte de navios estrangeiros; isso é demonstrado pelos próprios moradores, através de uma petição ao governo português.

Laguna

A fundação da vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, como o povoamento do litoral do Rio Grande do Sul, ocorrem em virtude da necessidade de apoio à Colônia do Sacramento e de estabelecer ligação entre a costa e as estâncias do interior.

Deve-se a Domingos de Britto Peixoto a fundação de Laguna, por volta de 1684, após a pacificação de indígenas ali existentes. É a partir desta povoação que os portugueses se lançam à conquista dos territórios mais ao sul, como é o caso dos Campos de Viamão.

A Capital de Santa Catarina foi criada quando a Coroa Portuguesa através da Provisão Régia de 11 de agosto de 1738, desincorporou os territórios da Ilha de Santa Catarina e o Continente do Rio Grande de São Pedro da jurisdição de São Paulo, passando-os para o Rio de Janeiro.

Desta forma, Santa Catarina ficou subordinada diretamente aos Vice-Reis do Brasil. Eram esses que concentravam em suas mãos a grande autoridade administrativa e judiciária aos quais se subordinavam os capitães-generais. Santa Catarina constituiu-se no posto avançado da soberania portuguesa na América do Sul.

As razões são principalmente de ordem política. Tendo-se em vista a recente fundação da Colônia de Sacramento e a conseqüente necessidade de dar-lhe cobertura estratégico-militar, foi implantado um sistema defensivo para o litoral, onde se incluía a Ilha de Santa Catarina e a barra do Rio Grande.



A fundação das povoações "vicentistas" no litoral catarinense não fortaleceu o surto demográfico em toda sua extensão, mas tão somente criou três núcleos isolados, vivendo de sua subsistência como foi o caso de São Francisco, Desterro e Laguna. Posteriormente, ocorreu o quase total abandono da povoa de Nossa Senhora do Desterro, com a morte brutal de seu fundador e a fuga dos seus parentes e acompanhantes.

As ilhas do Arquipélago dos Açores, sofrendo abalos sísmicos terrestres ou submarinos, estimularam a saída de parte de sua população. Aliado a este fator estaria o precário desenvolvimento econômico da região, o desejo de lançar-se ao mar, mas principalmente o excesso populacional que em decorrência, provocava a escassez de alimentos em determinadas ocasiões.

O açoriano, embora desenvolva outras atividades de subsistência, mantém a continuidade da tradição pesqueira. Sua chegada coincide com a implantação e o desenvolvimento das "armações" de baleia. Assim, passa a desempenhar aquela atividade em alto-mar e, por conseqüência, surge a construção naval.

Como resultantes culturais, o elenco de manifestações da cultural popular inclui a tecelagem manual, técnicas de pesca, o folguedo "boi-na-vara", os "pão-por-Deus", danças (geralmente denominadas como fandangos), as festividades do ciclo do Divino Espírito Santo, além do substrato lingüístico.




A conquista do sul pelos paulistas foi efetuada inicialmente pelo litoral, através da ocupação desde São Vicente até Laguna, no século XVII.

Em 1720, Bartolomeu Paes de Abreu, sertanista, sugeriu ao Rei de Portugal, a abertura de um caminho que ligasse São Paulo ao atual Rio Grande do Sul. Referia-se às regiões de campos favoráveis à criação de gado, do qual o índio das missões foi o primeiro vaqueiro.

Na ocasião, muitos habitantes da região de Laguna, por determinação do Governador de São Paulo e atraídos pela criação de gado, dirigiram-se para as terras rio-grandenses, passando assim a povoar os "pampas".

A necessidade de um caminho terrestre que interligasse o extremo sul até São Paulo ou Rio de Janeiro prendia-se ao interesse econômico de abastecer as regiões de mineração com alimento e animal de transporte e também como meio de defesa da Colônia do Sacramento, aquele reduto português na região platina.

A iniciativa da construção de uma via de comunicação pelo interior provocou desagrado aos comerciantes tanto de Laguna como da Ilha de Santa Catarina pelo prejuízo que tal caminho poderia causar-lhes já que a atividade comercial era exercida exclusivamente através dos portos.

A fundação de Lages

Entre os tropeiros que, constantemente, através do "caminho do sul", demandavam aos campos de Viamão, em terras rio-grandenses, encontrava-se Antônio Correa Pinto, encarregado em 1766 de fundar uma povoação no sertão de Curitiba, num local que servia de paragem, chamada Lages. A determinação era de que a futura Vila deveria chamar-se Vila Nova dos Prazeres. Como argumento, dizia que havia a necessidade de proteção dos habitantes da região, mas também previa o desenvolvimento da agricultura e pecuária local e também como elemento estratégico, contra as investidas dos espanhóis.

Logo após a fundação de Lages, a Câmara da Vila de Laguna determinou a abertura de uma estrada ligando-a ao planalto, acompanhando o curso do rio Tubarão. Esta estrada, com melhorias no seus traçado é a que, hoje, se denomina "estrada do rio do Rastro".
Em meados do século XVIII, após a anulação do Tratado de Madri, agravaram-se os conflitos entre as duas nações ibéricas, Portugal e Espanha, com a Guerra dos Sete Anos, na qual combateram Inglaterra e Portugal contra França e Espanha.

Os reflexos dessa guerra fizeram-se sentir na América, imediatamente.
Tropas espanholas sob o comando de Cevallos, Governador de Bueno Aires, em 1762, invadiram a Colônia de Sacramento e regiões do atual Rio Grande do Sul.

Quando foi assinado o acordo de paz (Tratado de Paris) entra Portugal e Espanha foi devolvida a Colônia do Sacramento mas os espanhóis permaneceram no Rio Grande.

Diante dessa situação, o governo português, na pessoa do Marquês de Pombal, ministro do rei de D. José I, organizou um plano de expulsão dos espanhóis do Rio Grande, tendo como ponto de apoio a Ilha de Santa Catarina.

Com base nisso, inicia-se em 1774, o preparo da Capitania de Santa Catarina para as eventualidades de uma guerra no sul.

Para enfrentar as forças luso-brasileiras a Espanha organizou uma grande expedição cuja esquadra transportava um expressivo contingente (cerca de 9.000 soldados, além de mais de 6.000 elementos da marinha).

O governo português, além das fortificações já existentes na Ilha de Santa Catarina, preocupou-se em completar o sistema de defesa, através de instruções, recursos humanos, material bélico e embarcações. O forte da Ilha constituía uma força composta de 143 canhões.

2. A ocupação da Ilha de Santa Catarina

Em fevereiro de 1777 a força naval espanhola chega à enseada de Canasvieiras e dali invade com sucesso a ilha, provocando a retirada das autoridades e parte das tropas para o lado do continente.

Diante disso, alguns dias depois, é assinado o termo de capitulação e a entrega da Ilha de Santa Catarina a D. Pedro Cevalles, comandante da expedição.

A capitulação das tropas portuguesas fez-se de forma humilhante, com a fuga de uns e o embarque de outros em direção ao Rio de Janeiro.

O objetivo de dominar a Ilha evidenciou-se com a presença de inúmeros sacerdotes que, acompanhando a expedição, distribuíram-se pelas freguesias da Ilha.

3. O Tratado de Santo Ildefonso

As negociações de um tratado tiveram início após a morte de D. José I e a ascenção de D, Maria I.

Pelas cláusulas do contrato, assinado ainda em 1777, Portugal recebeu de volta a Ilha de Santa Catarina e ficou com quase todo o atual Estado do Rio Grande do Sul. Com respeito à Ilha o Governo português se comprometia a não utilizá-la como base naval nem por embarcações de guerra ou de comércio estrangeiros.

A Colonização Alemã

A primeira colônia européia em Santa Catarina foi instalada, por iniciativa do governo, em São Pedro de Alcântara, em 1829. Eram 523 colonos católicos vindos de Bremem (Alemanha).

Em 1829, a Sociedade Colonizadora de Hamburgo adquiriu 8 léguas quadradas de terra, correspondentes ao dote da princesa Dona Francisca, que casa com o príncipe, fundando a colônia Dona Francisca. Apesar das dificuldades do clima, do solo e do relevo, a colônia prosperou, expandindo-se pelos vales e planaltos e dando origem, em 1870, à colônia de São Bento do Sul. O núcleo dessa colônia deu origem à cidade de Joinville.
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A colônia de Blumenau (atual Blumenau), no vale do rio Itajaí-Açú, fundada, em 1850, por um particular, Dr. Hermann Blumenau, foi vendida, dez anos após, ao Governo Imperial.

Em 1893, a Sociedade Colonizadora Hanseática fundava o vale do Itajaí do Norte, a colônia de Hamônia (hoje Ibirama).

No vale do Itajaí-Mirim, a partir de 1860, começaram a chegar as primeiras levas de imigrantes, principalmente alemães e italianos, que dinamizaram a colônia de Itajaí, posteriormente denominada Brusque.

Na parte sul da bacia do rio Tijucas, apesar dos insucessos da colônia pioneira de São Pedro de Alcântara, novos intentos colonizadores foram alcançados por alemães, com a criação das colônias de Santa Tereza e Angelina.

A colonização italiana

O elemento de cultura italiana insere-se no contexto populacional catarinense em seis momentos:

Fundação da colônia Nova Itália (atual São João Batista) em 1836, no vale do rio Tijucas, com imigrantes da Ilha da Sardenha.

Em decorrência do contrato firmado, em 1874, entre o governo imperial brasileiro e Joaquim Caetano Pinto Júnior, foram fundadas, a partir de 1875, Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna, em torno da colônia Blumenau; Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, em torno da colônia Brusque. Em 1877, funda-se a colônia Luís Alves no vale do rio Itajaí-Açú e implantou-se, no vale do rio Tubarão, os núcleos de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio: no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Acioli de Vasconcelos (atual Cocal) e Criciúma.

Fundação da colônia Grão Pará (atuais municípios de Orleans, Grão Pará, São Ludgero e Braço do Norte), por Conde D'Eu e Joaquim Caetano Pinto Júnior.

Efetivação do contrato da Companhia Fiorita com o governo brasileiro em 1891; fundação, em 1893, da colônia Nova Veneza (atuais Nova Veneza e Siderópolis), estendendo-se do vale do rio Mãe Luzia até o vale do rio Araranguá.

Expansão das antigas colônias do médio vale do Itajaí-Mirim em direção ao interior, no encontro de novas terras no alto vale do Itajaí (Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste, assim como as do perímetro do Rio Tubarão).

Ocupação - a partir de 1910, com a vinda dos ítalo-brasileiros do Rio Grande do Sul - das áreas marginais dos vales dos rios do Peixe e do Uruguai e, paulatinamente, do Médio e do Extremo Oeste catarinense.

A colonização eslava

A partir de 1871, chegou a Brusque o primeiro grupo de poloneses, que mais tarde se transferiu para o Paraná. Em função do contrato com o governo imperial, já ocorria o ingresso de poloneses na então província de Santa Catarina, em 1882.

A partir de 1889, novas levas de imigrantes poloneses e russos chegavam ao Sul de Santa Catarina - nos vales dos rios Urussanga, Tubarão, Mãe Luzia e Araranguá - e outras levas se localizaram nos vales dos rios Itajaí e Itapocu e em São Bento do Sul e adjacências.

Nessa mesma época, os imigrantes que chegavam ao porto de Paranaguá0 foram encaminhados pelo Governo do Paraná para a vila de Rio Negro e daí para a colônia Lucena (atual Itaiópolis).

Em 1900, vão ingressar nas localidades de Linha Antunes Braga, em São Camilo e Braço do Norte, nas terras da antiga colônia Grão Pará, e nas localidades de Estrada das Areias, Ribeirão das Pedras, Pedras Warnow Alto e Vargem Grande, nas terras do então município de Blumenau.

Após a Primeira Guerra Mundial, tem-se novos ingressos na região do vale do rio do Peixe, Médio-Oeste Catarinense, em rio das Antas e Ipoméia (1926); no vale do rio Uruguai, nos tributários do Uruguai, em Descanso (1934); no vale do Itajaí do Oeste (1937); em Faxinal dos Guedes (1938) e alto vale do Itajaí do Norte (1939) entre alguns outros poucos lugares.

Com a Segunda Guerra Mundial, imigrantes poloneses dirigiram-se, em 1940, através do vale do rio Uruguai para Mondaí e, em 1948, do alto vale do Itajaí para Pouso Redondo.

A partir de 1870, o império passou a enfrentar dificuldades crescentes, motivadas pelas mudanças de ordem econômica, tais como: a expansão cafeeira, a substituição da mão-de-obra escrava pela assalariada, a expansão das atividades industriais, comerciais e dos transportes; alterações sociais como o crescimento da população urbana, aumento da classe média urbana, maior escolarização etc.

Além disso, a crescente oposição dos que defendiam a república, organizou um novo partido - o republicano. A campanha em defesa do regime republicano correspondia às aspirações políticas dos novos grupos sociais e dos seus interesses econômicos.

Os vários segmentos da sociedade - como os produtores de café, os militares, os funcionários públicos e os profissionais liberais - reagiram contra a monarquia, cujas críticas concentraram-se no Manifesto Republicano divulgado em 1870, um pouco antes da criação do partido republicano. Essas críticas referiam-se, dentre outros motivos: à estagnação da vida política causada pelos partidos existentes (liberal e conservador); à excessiva centralização política e administrativa, que impedia a autonomia das províncias; à manutenção do trabalho escravo.

Participação de Santa Catarina no movimento republicano

O Partido Republicano consolidou-se inicialmente em algumas províncias, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Assim como o restante do país, Santa Catarina não participou do Manifesto de 1870 e da fundação do Partido Republicano, porém, não ficou à margem dos dois grandes temas da época, abolição da escravatura e idéias republicanas, manifestando-se em âmbito regional, com propagandas e movimentos sendo feitos através de clubes e jornais.

Foram fundados o Clube de Camboriú, em 1887, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira, o "Clube Republicano Federalista" de Joinville e o "Clube Republicano Esteves Jr.", no Desterro, sob a presidência do farmacêutico Raulino Júlio Adolfo Oto Hom, no mesmo ano, e tendo como vice-presidente Gustavo Richard.

Dentre os jornais que divulgaram as idéias republicanas, surgiu, no Desterro, a "Voz do Povo" que, inclusive, se considerava "órgão do partido Republicano". Em 1886 surge outro, "O Independente", em Tijucas e também "A Folha Livre", que foi o jornal republicano de Joinville. Ainda apareceram "A Evolução" na capital e o "Blumenauer-Zeitung", em Blumenau.

A proclamação e a adesão à República

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, à frente de um grupo militar apoiado por outros grupos republicanos, proclamou a República no Rio de Janeiro. No mesmo dia, foi organizado o governo provisório, chefiado pelo próprio Marechal.

Logo após o recebimento da notícia da proclamação, os associados do Clube Republicano do Desterro e os oficiais da Guarnição Militar aclamam um triunvirato destinado a assumir o governo catarinense. Essa Junta Governativa foi composta por Raulino Hom, pelo Coronel João Batista do Rego Barros (comandante da guarnição militar) e pelo Dr. Alexandre Marcelino Bayma, médico da referida guarnição.

A substituição do Presidente da Província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pelo novo governo, foi feita de forma pacífica, com a adesão dos deputados monarquistas presentes. Ao proclamar-se a República, já existia, em território catarinense, uma Câmara Municipal totalmente republicana: a de São Bento do Sul.

Um a um, os demais municípios catarinenses vão aderir ao novo regime, que fortalece as lideranças regionais e Santa Catarina passará a ser governada por seus filhos, com a condução dos negócios públicos de acordo com os anseios da comunidade catarinense.

O primeiro governo republicano

Para o governo de Santa Catarina, foi escolhido o Tenente Lauro Severiano Müller, que chegou ao Desterro em 1889.

Suas primeiras atitudes foram no sentido de fazer o congraçamento da população catarinense através de visitas aos vários municípios. Após a dissolução das Câmaras Municipais, criou as Intendências Municipais.

O novo governo federal convocou, de imediato, uma Assembléia Constituinte e, em 1890, foram realizadas as eleições. Desta maneira, com a saída de Lauro Müller, o governo do Estado ficou sob a responsabilidade de Gustavo Richard, que era o 2o vice-governador.

Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a Constituição Federal que estabeleceu, no Brasil, a República Federativa, correspondente à união dos estados autônomos.

Alterou bastante a organização do Estado, como por exemplo, o Presidente da República seria eleito pelo povo: senadores e deputados também seriam eleitos pelo povo, cujo direito de voto caberia aos cidadãos homens, maiores de 21 anos e alfabetizados; as províncias passariam a ser Estados, com maior autonomia política e administrativa etc.

Em seguida, estabeleceram-se as eleições para a Assembléia Constituinte Estadual. A Constituinte de Santa Catarina foi instalada a 28 de abril de 1891 e, no mês seguinte, elegia para governador o mesmo Lauro Müller e, para primeiro e segundo vices, Raulino Hom e Gustavo Richard, respectivamente. Em junho, os constituintes davam, ao Estado, a sua primeira Constituição.

A partir daí, foi efetiva a participação política de Lauro Müller, galgando os mais altos postos, como: governador do Estado, senador, ministro da viação e obras públicas e ministro das relações exteriores.

O período regencial caracterizou-se por uma série de agitações de ordem social e política. Ocorrência de revoltas em vários pontos do país, muitas das quais colocaram em perigo a unidade nacional, motivadas pelas dificuldades econômicas e pelo descontentamento político.

A república foi proclamada em 1836, na Câmara Municipal de Piratini e a pretensão de estendê-la a outras províncias fez com que chegasse até Santa Catarina.

As idéias liberais em Santa Catarina

O desenvolvimento das idéias liberais em Santa Catarina pôde ser visto através das publicações de Jerônimo Francisco Coelho e das atividades da "Sociedade Patriótica". Ao romper a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, desenvolveu-se ainda mais o espírito liberal nas terras catarinenses.

A eclosão daquele movimento encontrou na Presidência da Província de Santa Catarina, Feliciano Nunes Pires. Logo, em seguida, foi substituído pelo Presidente José Mariano de Albuquerque Cavalcanti. Ao tomar conhecimento das manifestações surgidas na laguna em favor dos farroupilhas, tentou abafá-las.

Em Lages, encontrou-se outro grande defensor da causa farroupilha, na pessoa do seu pároco, o Padre João Vicente Fernandes. É interessante destacar a intensa pregação liberal praticada pelo clero naquele período.
As tendências liberais propagadas pela província catarinense provocaram a constante substituição dos seus presidentes.

Tendo assumido a presidência, o Coronel José Joaquim Machado de Oliveira realizou uma política de conciliação, pois, não lhe era estranha à adesão dos catarinenses aos ideais farroupilhas. Isto provocou sua substituição em outubro de 1837, pelo português Brigadeiro João Carlos Pardal.

O Brigadeiro Pardal exerceu suas funções com despotismo e muita arbitrariedade, o que provocou ainda o descontentamento dos catarinenses. Quando de sua administração deu-se à tomada de Laguna pelos farroupilhas aumentando o foco liberal no litoral da Santa Catarina. Entre os principais defensores das idéias liberais pode-se destacar, na Capital da Província, João Antônio Rodrigues Pereira, Francisco Duarte Silva, João Francisco de Souza Coutinho, Joaquim Cardoso e João José de Castro.
Além da receptividade quanto aos ideais liberais, a investida dos farroupilhas à Laguna, levou em consideração o seu valor como centro abastecedor das tropas e por ser um porto de mar à disposição, no momento em que estavam sem saída para o mar, no Rio Grande do Sul. Daí o interesse de incorporá-la à República de Piratini.

A tomada de Laguna foi feita pela ação conjugada das forças farroupilhas, as de mar sob comando de Giuseppe Garibaldi e as de terra tendo à frente Davi Canabarro.

Assim, a 22 de julho de 1839, estava Laguna em poder dos farroupilhas. Deram-lhe o nome de "Cidade Juliana de Laguna" e instalaram o Governo Provisório da "República Catarinense", sob a presidência de Davi Canabarro. Propôs o mesmo, que se organizasse de forma democrática, a nova república e, para tal, ordenou que a Câmara Municipal procedesse à eleição provisória do Presidente da "República Catarinense".

A extensão das forças liberais no litoral catarinense exigiu, por sua vez, que o Governo Central colocasse na Presidência da Província um elemento com larga experiência; tratava-se do Marechal Francisco José de Souza Soares Andréa, militar de relevantes serviços à causa legalista. Imediatamente foi organizada a repressão, ocasionando a derrota farroupilha.

A derrota naval dos farroupilhas ocorreu no final de 1839 e a eles, só restou, como alternativa, marchar por terra em direção ao planalto sob o comando do Coronel Joaquim Teixeira Nunes e de Garibaldi.

É nesse trajeto que muitos deles são aprisionados, entre eles Ana de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi) que consegue fugir e reunir-se a Garibaldi em Lages, para seguirem logo após para o Rio Grande do Sul.

Em março de 1840 desaparece a efêmera república em Santa Catarina. Entretanto, apenas em 1845 finaliza a Revolução Farroupilha quando o Governo Imperial aceita muitas das reinvindicações dos gaúchos.

Anita Garibaldi

A catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro tornou-se legendária nas lutas liberais dos dois lados do Oceano Atlântico -- quer nas terras brasileiras, quer nas da península italiana -- e, por isso, foi denominada de "Heroína dos Dois Mundos", com o nome de Anita Garibaldi.

A presença de Garibaldi na Laguna fez com que Anita se envolvesse com a causa farroupilha participando da reação contra as forças imperiais e acompanhando os revolucionários na retirada da Laguna em direção ao planalto.

Em janeiro de 1840, Anita foi feita prisioneira quando os farroupilhas são atacados de surpresa, em local próximo ao rio Marombas. Entretanto, consegue fugir e, embora grávida, vai reunir-se a Garibaldi em Lages e dai seguem para o Rio Grande do Sul. A partir daí, sofreu todos os contratempos que uma revolução possa trazer, sempre acompanhando o seu Garibaldi.

Em 1841 partem para o Uruguai onde lutam em favor da preservação da república uruguaia, com a "Legião Italiana de Montevideo", onde Anita continua como enfermeira dedicada aos companheiros do marido.

Acompanha Garibaldi, em 1848, quando este retorna à terra natal para prosseguir na luta pela unificação da Itália. Neste mesmo ano Anita veio a falecer em território italiano.
A disputa travada entre as províncias do Paraná e Santa Catarina, pela área localizada no planalto meridional entre os rios do Peixe e Peperiguaçu, estendendo-se aos territórios de Curitibanos e Campos Novos era antiga, originada antes mesmo da criação da província do Paraná, em 1853, permanecendo em litígio até o período republicano.

Em 1855, o governo da província do Paraná desenvolvia tese de que a sua jurisdição se estendia por todo o planalto meridional. Daí em diante, uma luta incessante vai ter lugar no Parlamento do Império, onde os representantes de ambas as províncias propunham soluções, sem chegar a fórmulas conciliatórias.

Depois de vários acontecimentos que protelaram as decisões - como a abertura da "Estrada da Serra" e também a disputa entre Brasil e Argentina pelos "Campos de Palmas" ou "Misiones" - o Estado de Santa Catarina, em 1904, teve ganho de causa, embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença.

Houve novo recurso e, em 1909, nova decisão favorável a Santa Catarina, quando, mais uma vez, o Paraná contesta. Em 1910, o Supremo Tribunal dá ganho de causa a Santa Catarina.


A Guerra do Contestado e as operações militares

A região contestada era povoada por "posseiros" que, sem oportunidade de ascensão social ou econômica, como peões ou agregados das grandes fazendas, tomavam, como alternativa, a procura de paragens para tentar nova vida.

Ao lado desses elementos sem maior cultura - mas fundamentalmente religiosos, subordinados a um cristianismo ortodoxo - vão se congregar outros elementos como os operários da construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, ao longo do vale do rio do Peixe.

Junto a esta população marginalizada, destaca-se a atuação dos chamados "monges", dentre os quais o primeiro identificado chamava-se João Maria de Agostoni, de nacionalidade italiana, que transitou pelas regiões do Rio Negro e Lages, desaparecendo após a Proclamação da República.

Após 1893, consta o aparecimento de um segundo João Maria, entre os rios Iguaçu e Uruguai. Em 1987, surge outro monge, no município de Lages. Em 1912, em Campos Novos, surge o monge José Maria, ex-soldado do Exército, Miguel Lucena de Boaventura, que não aceitava os problemas sociais que atingiam a população sertaneja do planalto.

O agrupamento que começou a se formar em torno do monge, composto principalmente de caboclos saídos de Curitibanos, se instala nos Campos do Irani. Esta área, sob o controle do Paraná, teme os "invasores catarinenses" e mobiliza o seu Regimento de Segurança, pois esta invasão ocorre, justamente, naquele momento de litígio entre os dois Estados.

Em novembro de 1912, o acampamento de Irani é atacado pela força policial paranaense e trava-se sangrento combate, com a perda de muitos homens e de grande quantidade de material bélico do Paraná, o que fez desencadear novos confrontos, além do agravamento das relações entre Paraná e Santa Catarina.

Os caboclos vão formar, pela segunda vez, em dezembro de 1913, uma concentração em Taquaruçu, que se tornou a "Cidade Santa", com grande religiosidade e, na qual, os caboclos tratavam-se como "irmãos". Neste mesmo ano, tropas do Exército e da Força Policial de Santa Catarina atacam Taquaruçu, mas são expulsas, deixando, ali, grande parte do armamento.

Após a morte de outro líder, Praxedes Gomes Damasceno, antigo seguidor do monge José Maria, os caboclos se encontram enfraquecidos. No segundo ataque, Taquaruçu era um reduto com grande predomínio de mulheres e crianças, sendo a povoação arrasada.

Outros povoados, ainda, como Perdizes Grandes, seriam formados e diversos outros combates, principalmente sob a forma de guerrilhas, se travariam até que o conflito na região realmente terminasse.

O primeiro município a ser criado na Capitania de Santa Catarina foi o de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco do Sul, hoje São Francisco do Sul, no ano de 1660; em 1714, era criado o segundo município, Santo Antônio dos Anjos da Laguna, atual Laguna.

Em 1726, desmembrava-se de Laguna o município de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis.

Pelos caminhos de Lages foram se fixando povoações em direção ao Rio Grande do Sul e, em 1770, Lages emancipava-se da Capitania de São Paulo, anexando-se à Capitania de Santa Catarina.

Por volta de 1832, emancipavam-se de Florianópolis: Porto Belo, São Miguel (hoje Biguaçú) e São José. Após 27 anos, Porto Belo perdia sua autonomia, retornando-a em 1925. Em 1859 foi a vez da emancipação de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas, atual Tijucas.

Em 1839, o Governo da República Farroupilha decretava a cidade de Laguna como a capital de Santa Catarina, com o nome de Juliana, época movimentada que terminou em março de 1845.




A vinda de imigrantes europeus para colonizar terras de Santa Catarina contribui para a expansão dos povoados e consequente aumento da população.

O mapa de 1907 mostra os contornos imprecisos do Estado, devido a questões de limites com os Estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Em 1917, foi estabelecido o "Acordo de Limites" entre Paraná e Santa Catarina, passando o limite desses Estados pelo divisor de águas entre as bacias hidrográficas dos rios Iguaçu e Uruguai, incorporando-se definitivamente a Santa Catarina todo o oeste e os municípios de Mafra e Porto União, ao norte.



No ano de 1930, ficou resolvido o problema divisório entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, anexando-se ao território catarinense o trecho da nascente do rio Mampituba, entre o arroio Josafá e a encosta da Serra Geral. Nessa época Santa Catarina, contava com 34 municípios.



Em 1934, desmembrava-se de Blumenau: Timbó, Indaial, Ibirama e Gaspar; de Joaçaba: Concórdia; de Campos Novos e Joaçaba: Caçador; e de Joinville: Jaraguá do Sul.

Em 1934, o Estado de Santa catarina sofreu uma redução com a criação do Território de Iguaçú, porém por pouco tempo, pois em 1946 Santa Catarina retomava este território.



No ano de 1953, 8 municípios conseguiam sua autonomia: Dionísio Cerqueira, Itapiranga, Mondaí, Palmitos, São Carlos, São Miguel d'Oeste, Xanxerê e Xaxim, fragmentando, pela primeira vez, o município de Chapecó.



Em 1958, mais de 30 municípios foram criados; e de 1961 a 1967 foram criados mais 91.
Após um intervalo de 15 anos, em 1982, emanciparam-se de Lages, os municípios de Otacílio Costa e de Correia Pinto.

O maior número de desmembramento ocorreu nas zonas coloniais de maior densidade populacional, como nos vales dos rios Itajaí, do Peixe, Tubarão e Chapecó.

Lauro Severiano Müller – 1889 a 1891

1º Vice – Raulino Júlio Adolfo Horn
2º Vice – Gustavo Richard

Foi o primeiro governador republicano de Santa Catarina, nomeado em 02 de dezembro de 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca, para o período de 1889 a 1890. Foi eleito, ainda, pela Assembléia, para um segundo período, governado até 1891.

Em 07 de janeiro de 1890, Müller dissolve as câmaras municipais e cria conselhos, constituídos por intendentes municipais. Em 24 de agosto do mesmo ano, deixa o governo e toma posse na Câmara Federal.

No dia 16 de setembro de 1890, são realizadas as primeiras eleições indiretas para governador e vices. São eleitos os republicanos Lauro Müller como governador, Raulino Horn como primeiro-vice e Gustavo Richard como segundo-vice.

Em 29 de setembro, um mês após ter tomado posse na Câmara Federal, Lauro Müller reassume o governo do Estado, pois Deodoro da Fonseca havia dissolvido o Congresso.

Müller fica no poder até o dia 05 de outubro, quando passa o cargo ao seu primeiro vice, Raulino Horn, e retorna ao Rio de Janeiro para assumir como deputado, já que a Câmara havia sido reconvocada por Floriano Peixoto, que substituiu Deodoro. Raulino governa por apenas cinco dias, passa o governo ao segundo-vice Gustavo Richard e segue para o Rio de Janeiro, onde assume como senador.

Em novembro de 1891, Lauro retorna e reassume o governo. Em 28 de dezembro, renuncia ao cargo e volta para a Câmara. Como representante do Estado a nível nacional, faz o plano viário para Santa Catarina. Em 1890, é inaugurada, ainda, a estrada entre Nova Trento e Tijucas e também de Tijucas a Porto Belo.

Em 29 de dezembro de 1891, Lauro Müller renuncia ao governo, por pressão dos federalistas catarinenses, que haviam enviado um grupo para agredir fisicamente Müller, intimidando-o a deixar o governo. Ainda assim, o governador resiste para evitar derramamento de sangue. Assim, Müller volta para o Rio de Janeiro, assume seu cargo de deputado federal e continua defendendo a queda do federalismo.




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Manoel Joaquim Machado – 1892 a 1894

Vice Eliseu Guilherme da Silva

Foi nomeado interventor de Santa Catarina, por decreto de Floriano Peixoto. Assumiu o governo em 1º de março de 1892. Em 15 de setembro do mesmo ano, foi eleito, pelo Congresso Representativo do Estado, para o cargo de governador, administrando até 08 de setembro de 1893. Em 1893, criou a Junta Comercial do Estado.

Denunciado e processado, pela prisão de um funcionário federal, Manoel Joaquim Machado teve que se afastar em junho de 1893, assumindo o poder Eliseu Guilherme, o vice.

Com o estabelecimento do Governo Provisório e Revolucionário da República, em Desterro, voltou a governar no período de 24 de fevereiro a 15 de abril de 1894, quando foi deposto pelas tropas legalistas chefiadas pelo coronel Antônio Moreira César.

Durante a administração de Joaquim Machado, foi criada a Escola Normal, que deu origem ao Instituto Estadual de Educação.




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Hercílio Pedro da Luz – 1894 a 1898

Vice Polidoro Olavo Santiago

Primeiro governador republicano eleito pelo povo de Santa Catarina, assumiu em 28 de setembro de 1894.

Três dias depois de sua posse, sancionou o projeto de lei do legislativo que propôs a alteração do nome de Desterro para Florianópolis.

Tentou criar o primeiro sistema de iluminação pública de Florianópolis e, para tanto, foi criada uma sociedade - entre Joaquim Manuel da Silva, Francisco José Ramos e Paul Darché - que recebeu a concessão municipal de luz elétrica em 8 de setembro de 1897. Mas a sociedade não conseguiu levar a bom termo o projeto inicial e, desta forma, a luz foi inaugurada somente em 25 de setembro de 1910, tanto na capital como em Blumenau e Joinville.

Sob seu governo, em 1986, é instalada e inaugurada, na região do Contestado, a linha telegráfica entre Joinville e São Bento. Fez várias intervenções no sistema viário estadual e adotou medidas para melhorar o transporte marítimo e fluvial. Elegeu-se vereador em 13 de dezembro de 1898.




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Felipe Schmidt – 1898 a 1902

Vice Coronel Firmino Lopes do Rego

Assumiu em 28 de setembro de 1898 e permaneceu no cargo até 28 de setembro de 1902.

Esta primeira administração de Felipe Schmidt foi marcada pela preocupação com o ensino médio e pela dedicação ao ensino agrícola. Em seus dois governos, a questão predominante era o Acordo de Limites entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Durante esse seu primeiro governo, houve uma forte cisão no PRC (Partido Republicano Catarinense) que prejudicou o desenvolvimento do Estado, já castigado anteriormente pela guerra civil. Esta foi a maior crise em seu governo, que ocorreu em 1900. Todo o desacordo dentro do partido aconteceu em virtude da lista de deputados estaduais elaborada por Felipe Schmidt, com 22 nomes. Os membros da Comissão Diretora acusaram o então governador de favorecer, em sua chapa, empregados públicos e pessoas sem nenhuma expressão eleitoral. Felipe Schmidt foi pressionado, de um lado pelo governo de seu primo Lauro Müller e, de outro pela maior parte de seu partido.




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Lauro Severiano Müller – 1902 a 1906

Vice Vidal Ramos

Assumiu em 28 de setembro de 1902, porém permaneceu no cargo apenas 44 dias por preferir o cargo de Ministro de Viação e Obras Públicas de Rodrigues Alves. Assumiu o Vice, que permaneceu até 28 de setembro de 1906.

Vidal Ramos, assumindo o governo, tinha como meta reformar o ensino e, em 1904, o Estado de Santa Catarina almejava seguir o exemplo paulista, o que veio a acontecer em 1911, durante seu segundo governo.




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Gustavo Richard – 1906 a 1910

Vice Abdon Batista

O vice doutor Batista assume, em 28 de setembro de 1906, por impedimento ocasional do governador Richard. Em 21 de dezembro do mesmo ano, Gustavo Richard assume o cargo.

Durante sua administração, foram implantados, na Capital, o sistema telefônico, o serviço de abastecimento público de água e o de iluminação elétrica. Foram, ainda, construídas pontes metálicas sobre alguns rios importantes do Estado. Foi inaugurada a primeira sede da Assembléia Legislativa, incendiada em 1956.

Outros benefícios vieram, como a construção do Palácio do Congresso, a Biblioteca Pública, a Diretoria de Higiene, o Liceu de Artes e Ofícios, o calçamento da Praça XV de Novembro e a reforma do Jardim Oliveira Belo.

Sua administração teve forte oposição de Hercílio Luz e, em 27 de fevereiro de 1908, os dois políticos romperam as relações.




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Vidal José de Oliveira Ramos – 1910 a 1914

Vice Eugênio Luis Müller

Tomou posse em 29 de setembro de 1910, permanecendo até 28 de setembro de 1914. Foi responsável pela primeira reforma do ensino catarinense. Para o governador, a mudança proposta deveria caracterizar-se por: “ fundar um novo tipo de escola, dar à mocidade um professorado cheio de emulação e estabelecer uma fiscalização técnica e administrativa real e constante”.

A reorganização do ensino deflagrada em seu governo – e considerada uma das mais decisivas do setor em Santa Catarina – seguiu as linhas básicas da escola pública do Estado de São Paulo e desenvolveu-se sob a orientação do professor paulista Orestes Guimarães, especialmente contratado para este fim.

A Escola Normal foi a primeira unidade de ensino atingida pela ação desse educador. O programa de admissão foi reorganizado e ela recebeu novo regulamento. Sofreu reforma física, ampliação, passou a ter mais horas de atividade escolar, a ensinar Pedagogia e Psicologia e um terço de suas aulas deviam ter caráter prático.

Durante o governo de Vidal Ramos, ocorreu, ainda, a Guerra do Contestado, que iniciou em 1912 e desenvolveu-se até 1915 por motivo da abertura da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. A guerra teve como espaço o meio-oeste cararinense e como centro o Rio do Peixe, que era uma região constestada pelos estados do Paraná e Santa Catarina.




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Felipe Schmidt – 1914 a 1918

Vice Lauro Müller

Assumiu em 28 de outubro e permaneceu até 28 de outubro de 1918.
Em 20 de outubro de 1916, Felipe Schmidt e Affonso Alves de Camargo (governador do Paraná) assinaram Acordo de Limites entre os dois estados, por imposição do presidente da república, Brás Pereira Gomes.

Dedicou-se, neste seu segundo governo, a questões como a ligação viária entre diferentes regiões do Estado e às despesas públicas, na tentativa de levantar a situação financeira do Estado.

Preocupou-se com o sanemento básico, instalando a rede de esgoto.




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Hercílio Pedro da Luz – 1918 a 1922

O governador eleito foi Lauro Müller e o vice, Hercílio Luz (em 04-08-1918), mas quem tomou posse foi Hercílio Luz (em 28-09-1918). Fez-se constar em Ata que o Lauro Müller não assumiu porque deixou de prestar juramento ao cargo de governador, por não haver comparecido.

Durante seu primeiro governo, já havia uma preocupação com o problema do saneamento básico e, neste seu segundo governo, imprimiu nova conceituação ao plano de saneamento no arroio da Bulha. Com esta empreendimento, criou uma avenida, que mais tarde se chamaria Avenida Hercílio Luz. Esta se estendia até a Baía Norte, onde fica hoje a Heitor Luz. Posteriormente, a parte norte lhe foi retirada. Combinada então à nova formulação da rua José Veiga, resultou na Avenida Mauro Ramos.




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Hercílio Pedro da Luz – 1922 a 1926

Vice Antônio Pereira Oliveira

Assumiu em 28 de setembro, faleceu após dois anos de administração, em 20 de outubro de 1924.

Não chega a exercer o poder integralmente nesse período, sendo substituído durante longos meses pelo vice Antônio Pereira Oliveira.

Assumiu o governo o vice, que governou até 23 de março de 1926, quando assumiu o governo Antônio Vicente Bulcão Vianna, Presidente do Congresso Estadual, que permaneceu até 28 de setembro de 1926.




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Adolpho Konder – 1926 a 1930

Vice Valmor Argemiro Ribeiro Branco

Assumiu o governo em 28 de setembro. Governou até 19 de fevereiro de 1929, quando candidatou-se ao Congresso Nacional e passou o governo para o Presidente do Congresso Estadual, Antônio Vicente Bulcão Vianna.

Ao abrir a sessão legislativa de 1927, o governador Adolpho Konder já tinha, em 22 de julho do mesmo ano, vontade de reformar a Constituição Estadual. Ele propunha que a Carta fosse realizada como “medida justa e imprescindível”. Em 1928, quando abriu a sessão legislativa, o assunto era a reforma constitucional.

Em 02 de julho de 1929 foi nomeada a Comissão encarregada de dar parecer sobre a Reforma Constitucional, composta pelo deputados Artur Ferreira da Costa, Carlos Gomes de Oliveira, Álvaro Catão, Manoel da Nóbrega, Dorval Malchiades de Sousam Luiz Gallotti e Marcos Konder (irmão de Adolpho). Esta Constituição foi promulgada em 27 de julho de 1929.

Konder, em 1929, realizou viagem histórica ao ponto final do território catarinense, encontrando-se com Getúlio Vargas, então governador do Rio Grande do Sul. Viajou em lombo de cavalo e foi o primeiro governador a chegar ao Oeste catarinense. Ao chegar a Dionísio Cerqueira, fundou um escola, sediou um destacamento da Polícia Militar e nomeou um exator para a arrecadação de tributos.

Suas obras foram muitas e, dentre elas, destacam-se a campanha em prol do cultivo de trigo, a transformação e adaptação do edifício do jornal oficial A República em sede do Poder Judiciário, a construção da Penitenciária do Estado, na capital, e o apoio às obras da maternidade local, depois denominada Carlos Corrêa.




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Fulvio Aducci – 1930

Último governador da República Velha, assumiu em 29 de setembro.
Foi o governador que por menos tempo ocupou o governo do Estado. Em 25 de outubro de 1930, em virtude da Revolução de 30, viu-se obrigado a renunciar, entregando o cargo a uma junta de militares que, no dia seguinte, passou ao interventor revolucionário gaúcho General Ptolomeu de Assis Brasil.

A Revolução de 1930 teve muitos reflexos, dividindo a classe política catarinense. De um lado, ficou o PRC (Partido Republicano Catarinense), liderado pelos herdeiros políticos do “laurismo” – Lauro Müller – e do “hercilismo” – Hercílio Luz – representado pelos irmãos Konder (Adolpho, Vitor e Marcos) e por Fúlvio Aducci (último governador da Primeira República). De outro, a AL (Aliança Liberal) de Nereu Ramos, Francisco Barreiros Filho Oswaldo Melo e Gustavo Neves, que apoiava a Revolução.

Com a Revolução de 1930 e a conseqüente saída de Aducci do poder, iniciou-se um novo período na vida política brasileira e catarinense: a Segunda República, que se estende de 1930 até 1945.




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INTERVENTORES DE 1930

A Intervenção de 1930 a 1947

Junta Governativa

No dia 25 de outubro de 1930, em decorrência da Revolução de 30, o governador republicano Aducci se viu obrigado a renunciar ao seu cargo, assumindo o governo uma Junta Governativa.




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Ptolomeu de Assis Brasil – 1930 a 1932

No dia seguinte, 26 de outubro de 1930, quando as tropas militares cruzaram a ponte Hercílio Luz, comandadas pelo gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil, a Junta passou-lhe o governo do Estado, tendo o general sido nomeado interventor militar em Santa Catarina.

Dias depois ter sido nomeado interventor, Ptolomeu foi efetivado no governo e instalou o Governo Provisório de Santa Catarina. Em 1932, renunciou ao governo, alegando problemas de saúde, motivos particulares e de foro íntimo.



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Rui Zobaran – 1932 a 1933
O interventor que sucedeu Assis Brasil foi o também gaúcho Major Rui Zobaran (posse em 26 de outubro de 1932). Os catarinenses sentiram-se marginalizados diante da escolha de mais um gaúcho.



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Aristiliano Laureno Ramos

Em 19 de outubro de 1933, Aristiliano Ramos (catarinense) foi nomeado interventor federal de Santa Catarina, em substituição ao gaúcho Rui Zobaran. Recebeu o governo de Marechal Pedro da Silveira, interventor interino e administrador do Estado.

Durante este período assumiram interinamente secretários de Estado, como: Cândido Ramos, Manoel Pedro da Silveira, Luís Carlos de Morais, Plácido Olímpio de Oliveira.
Aristiliano foi candidato na eleição ao governo do Estado (março de 1934) e derrotado por seu primo Nereu Ramos. Para não entregar o governo ao primo e inimigo político, renunciou à interventoria, passando a Fontoura Borges do Amaral Mello.



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Nereu Ramos – 1935 a 1945

Assumiu em 1º de maio de 1935, eleito por voto indireto, e, durante seu governo, o Estado foi dotado de uma das melhores redes de estradas do país, tanto pela extensão quanto pela conservação. Distribui dezenas de postos de saúde, creches, maternidades e escolas por todo o território catarinense. A medida política que mais notabilizou sua administração foi a nacionalização do ensino. A atitude provocou profundos conflitos com as populações de origens estrangeiras, principalmente alemãs e italianas, simpatizantes, na época, do nazismo, integralismo e fascismo. As escolas que ensinavam língua estrangeira foram fechadas mas acabaram não sendo substiruídas, provocando a redução da escolaridade em Santa Catarina após a guerra.

Além disso, instituiu a obrigatoriedade da educação primária para crianças de oito a quatorze anos e proibiu a adoção de nomes estrangeiros por núcleos populacionais e escolas.

Em 1937, foi nomeado interventor federal do Estado pelo Presidente Getúlio Vargas. Exerceu esta função até 1945, quando foi deposto em 29 de outubro de 1945.




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Luiz Gallotti – 1945 a 1946
Foi nomeado para o cargo, assumindo em 08 de novembro de 1945. Deixou o cargo em 05 de fevereiro de 1946.



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Udo Deeke – 1946 a 1947
Foi nomeado para o cargo, assumindo em 05 de fevereiro de 1946. Permaneceu até 26 de março de 1947.



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GOVERNOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PARTIR DE 1947 E TRANSMISSÃO DE CARGOS




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Aderbal Ramos da Silva – 1947 a 1951

Assumiu em 23 de março de 1947 e permaneceu no cargo até 31 de janeiro de 1951. Nos períodos de afastamento por saúde, foi substituído por José Boabaid, presidente da Assembléia Legislativa.

Durante seu governo, houve grande preocupação com o desenvolvimento da produção rural. Nesse período, foi criado o Serviço Florestal do Estado, bem como construída a adutora de Pilões e as torres que passaram a transmitir a energia gerada pela Usina Hiderelétrica de Capivari e Florianópolis. As duas últimas obras objetivavam resolver um problema que afligia a vida dos florianopolitanos na década de 40: a falta de água e de luz.



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Irineu Bornhausen - 1951 a 1956

Assumiu em 31 de janeiro de 1951 e governou até 31 de janeiro de 1956. No governo Irineu Bornhausen, criou-se a Secretaria de Estado da Agricultura e o Tribunal de Contas do Estado.

Algumas das mais importantes ações do seu governo foram: o pagamento de todas as dívidas do governo anterior, remodelamento de duas importantes rodovias, construção de estradas, início da obra de abertura da rodovia da Serra do Rio do Rastro.

Bornhausen tinha, também, grande preocupação com a agricultura e a pecuária do Estado.

No governo Irineu Bornhausen,assim como no governo de Aderbal Ramos da Silva, não houve vce-governador. De acordo com a Constituição de 1947, não havia o cargo de vice. Posteriormente, em 1955, foi criado o cargo através da Emenda Constitucional 3. Caso fosse necessário substituição, assumiria o Presidente da Assembléia, que, no governo Irineu Bornhausen, foram os seguintes parlamentares:

1951 – Deputado Volney Colaço de Oliveira
1952 – Deputado Protógenes Vieira
1953 – Deputado Volney Colaço de Oliveira
1954 – Deputado Oswaldo Rodrigues Cabral



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Jorge Lacerda – 1956 a 1958

Vice Heriberto Hülse

Em 31 de janeiro de 1956, Irineu Bornhausen assume o cargo de governador do Estado e falece, em acidente aéreo com Nereu Ramos, em 16 de junho de 1958.
Seu governo, embora breve, foi marcado por duas grandes obras fundamentais: a primeira rodovia asfaltada feita com recursos estaduais, ligando Itajaí a Blumenau e a constituição da Sociedade Termo-Elétrica de Capivari, mais tarde incorporada à ELETROSUL.



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Heriberto Hülse – 1958 a 1961

Hülse assume o cargo no dia 16 de junho de 1958, em substituição a Jorge Lacerda, que faleceu no mesmo dia, em acidente aéreo.

Em 21 de janeiro de 1959, Heriberto Hülse viaja para a capital da República, assumindo o presidente da Assembléia Legislativa, Dr. José de Miranda Ramos, até o dia 30 de janeiro de 1959.

Em 31 de dezembro de 1960, Heriberto Hülse interrompe, por alguns dias, o exercício de suas funções, assumindo, até o dia 10 de janeiro de 1961, o deputado Rury Hülse, presidente da Assembléia Legislativa.

Em sua administração, o Estado deu a grande arrancada desenvolvimentista que Celso Ramos, a partir de 1961, se encarregou de consolidar. Um dos fundadores da UDN (União Democrática Nacional) em Santa Catarina, Hülse instalou o partido em Criciúma, onde, desde muito cedo, começou a aparecer como importante liderança política regional.

Dentre suas obras, está a construção do hospital de Lages e dos fóruns de Criciúma e Tubarão.




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Celso Ramos – 1961 a 1966

Vice: Francisco Xavier Fontana

Assume em 31 de janeiro de 1961. Em 30 de junho de 1963, Celso Ramos viaja para fora do país, assumindo, até o dia 01 de agosto de 1963, Ivo Silveira, presidente da Assembléia Legislativa.

O fato de o PSD contar com maioria de votos (metade mais um), na Assembléia Legislativa, permitiu que seu governo realizasse todas as obras planejadas.

Sendo assim, inaugurou toda a estrutura que faltava ao desenvolvimento catarinense: um banco estatal (BESC), uma universidade (UDESC), uma concessionária de energia (CELESC) e um fundo de desenvolvimento (o FUNDEC). Elaborou, ainda, o primeiro orçamento plurianual de um estado brasileiro; foram construídas milhares de escolas e dezenas de ginásios; e foram criadas a ERUSC (Empresa de Eletrificação Rural de Santa Catarina) e a Secretaria dos Negócios do Oeste.

Santa Catarina, durante seu governo, foi escolhida como sede do encontro regional dos três estados do Sul, com os governadores Leonel Brizola (Rio Grande do Sul) e Ney Braga (Paraná) e a reunião aconteceu no Palácio Rosado, hoje Palácio Cruz e Sousa.



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Ivo Silveira – 1966 a 1971

Vice: Francisco Dall´Igna/ Jorge Konder Bornhausen

Em 31 de janeiro de 1966, Ivo Silveira, presidente da Assembléia Legislativa, assume o cargo de governador do Estado.

Em 10 de março de 1967, o vice Francisco Dall´Igna teve seu cargo cassado por ser do PTB, partido do presidente da república João Goulart, que havia sido deposto em 31 de março de 1964. Assim, Jorge Konder Bornhausen assume a vice-governança, permanecendo no cargo até 15 de março de 1971.

Em seu governo, Silveira implantou uma ação, que serviu de exemplo para o país, para resolver o problema de perda de dinheiro dos produtores, que não tinham armazéns para estocar sua produção, vendendo-a na oportunidade certa. Ivo Silveira determinou à Secretaria do PLAMEG que abrisse uma linha de crédito especial, com juros baixos e prazos longos, para financiar cooperativas agropecuárias que quisessem construir seus armazéns. A atitude motivou o governo federal a modificar as normas de crédito bancário.

O governo de Ivo Silveira serviu mais uma vez de exemplo ao país na reforma na rede de distribuição de energia elétrica, que passou de 134 localidades em 1966 para 715 em 1968.



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GOVERNADORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA ELEITOS POR VOTO INDIRETO


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Colombo Machado Salles – 1971 a 1975

Atílio Francisco Xavier Fontana

Em 15 de março de 1971, o engenheiro Colombo Machado Salles assume o cargo de governador do Estado.

Seu governo fundamentou-se no Projeto Catarinense de Desenvolvimento, depois transformado em Ação Catarinense de Desenvolvimento. A estratégia do projeto era a dinamização dos centros urbanos já relativamente desenvolvidos, que concentrassem parcelas de renda e estas permitissem um reimpulsionamento econômico com repercussões sociais.

Em seu governo, a mais cara de suas obras foi a implantação de 85 mil telefones. Além disso, foi construída a Ponte Colombo Salles.



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Antônio Carlos Konder Reis – 1975 a 1979

Vice: Marcos Henrique Büechler

Em 15 de março de 1975, Antônio Carlos Konder Reis assume o cargo de governador do Estado.

Na administração de Konder Reis, algumas obras e serviços como a construção de rodovias federais tiveram o apoio do governo federal, através do presidente Geisel.
O lema do governo de Konder Reis era “Governar é encurtar distâncias”. O lema se referia a encurtar distâncias sociais e econômicas e a prioridade no plano de governo era a construção de estradas.

Outras ações importantes: criação do BADESC (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina); eletrificação rural, através da ERUSC (Eletrificação Rural de Santa Catarina); construção de novos hospitais; instalação do CNPSA (Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves), na área agrícola; construção de vários campus universitários etc.




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Jorge Konder Bornhausen – 1979 a 1982

Vice Henrique Córdova

Em 15 de março de 1979, Jorge Konder Bornhausen assume o cargo de governador do Estado.

Em 05 de maio de 1980, Jorge Bornhausen viaja para o exterior, assumindo, até o dia 12 de maio de 1980, o governo o Presidente da Assembléia Legislativa Deputado Moacir Bértoli.

Na administração de Bornhausen, pavimentou mil quilômetros de rodovia em três anos; foi construído o Terminal Rita Maria; instalou 15 quilômetros de linhas de eletrificação rural; construiu o CIC (Centro Integrado de Cultura) e a FCEE (Fundação Catarinense de Educação Especial).

Bornhausen não terminou seu mandato em virtude de ter se candidatado e eleito senador.




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Henrique Helion Velho de Córdova – 1982 a 1983

Em 14 de maio de 1982, Jorge Bornhausen transmite o cargo de governador ao Vice Henrique Córdova, em virtude da renúncia advinda da eleição para seu novo cargo.

Em 05 de janeiro de 1983, Henrique Córdova viaja para o exterior em caráter particular, assumindo, até o dia 10 de janeiro de 1983, o Desembargador Francisco May Filho, Presidente do Tribunal de Justiça.

Em 10 de janeiro de 1983, é transmitido o cargo de governador, de Francisco May Filho, Presidente do Tribunal de Justiça, ao Presidente da Assembléia Legislativa Deputado Epitácio Bittencourt, até 27 de janeiro de 1983.

As metas de seu governo eram o salário e as obras municipais, sendo o primeiro governador a dar uma reposição salarial fora dos padrões que existiam na época. Por isso, foi a Brasília explicar porque havia dado aumento acima dos limites: é que Santa Catarina tinha condições para fazer isso, mas os outros estados não.




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GOVERNADORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PARTIR DE 1983,
ELEITOS POR VOTO DIRETO



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Esperidião Amin Helou Filho – 1983 a 1987

Vice Victor Fontana

Em 15 de março de 1983, Esperidião Amin Helou Filho assume o cargo de governador do Estado.

Em 24 de junho de 1986, viaja para o exterior e o Desembargador Geraldo Gama Salles, Presidente do Tribunal de Justiça, assume o governo até o dia 01 de julho de 1986.

Amin criou, em sua administração, a Secretaria da Reconstrução, extinta após o fim de seu governo, que objetivava restaurar as perdas decorrentes das enchentes de 1983 e 1984 e da seca de 1985.

O destaque de seu governo foi para os transportes: foram construídos mais de mil quilômetros de rodovias pavimentadas.

O apoio aos pequenos empresários rurais e urbanos também foi algo positivo em seu governo: chegou a criar uma linha de crédito no BESC, denominada Pequenos Negócios.



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Pedro Ivo Figueiredo de Campos – 1987 a 1990

Vice Casildo João Maldaner

Em 15 de março de 1987, Pedro Ivo Campos assume o governo do Estado.
Em 27 de fevereiro de 1990, morre, de câncer, o governador do Estado, Pedro Ivo Campos.

Houve um esforço do governo para a recuperação financeira do Estado; além do BADESC, a principal instituição financeira, o BESC era o grande desafio. Para sanear o banco, a administração tomou várias decisões como: redução no número de diretorias, de infra-estrutura e de empregados, entre outras.

Destaca-se, neste governo, a reforma ou ampliação de uma unidade de saúde por semana; a quadruplicação da capacidade de processamento do CIASC.



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Casildo Maldaner – 1990 a 1991

Em 28 de fevereiro de 1990, em decorrência da morte de Pedro Ivo Campos, Casildo Maldaner assume o governo do Estado.

Em 02 de janeiro de 1991, Casildo Maldaner viaja para o exterior, assumindo o governo, até o dia 10 de janeiro de 1991, o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Heitor Sché.

Dentre as preocupações administrativas, destacou-se a proteção com o meio ambiente, com a criação da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental.
Tornou-se popular pelo uso de frases e trocadilhos.



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Vilson Pedro Kleinübing – 1991 a 1995

Vice Antônio Carlos Konder Reis

Em 15 de março de 1991, Vilson Pedro Kleinübing assume o governo do Estado.
Em 25 de maio de 1992, Vilson Kleinübing viaja para o exterior (Washington), assumindo o governo, até 01 de junho de 1992, o Deputado Otávio Gilson dos Santos, Presidente da Assembléia Legislativa. Obs: O Vice-governador Antônio Carlos Konder Reis viajou nesta mesma época para a Antártida.

Em 02 de abril de 1994, Konder Reis assume o governo, em virtude da renúncia do Senhor Vilson Kleinübing, pelo imperativo da Legislação Eleitoral.

O SIM (Saúde, Instrução e Moradia) era o tripé no qual apoiou o seu programa de governo. Porém, os investimentos feitos atingem muitas outras áreas, como as de tecnologia, transportes, turismo e agricultura. A recuperação do patrimônio público, em escolas e redes hospitalares, também foi um passo importante para o Estado.



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Paulo Afonso Evangelista Vieira – 1995 a 1999

Vice José Augusto Hülse

Em 01 de janeiro de 1995, Paulo Afonso Evangelista Vieira assume o cargo de governador do Estado, elegendo como diretrizes a “construção de um Estado de Qualidade”, com diversos projetos em áreas prioritárias.

Em 29 de janeiro de 1997, Paulo Afonso transmite o cargo de governador ao Presidente da Assembléia Legislativa Deputado Pedro Bittencourt Neto, que permanece até 06 de fevereiro de 1997. Paulo Afonso realizou viagem a Suíça, para participar da Reunião Anual do World Economie Fórum, bem como outros países europeus para contatos com empresários estrangeiros e encontros com representantes de instituições internacionais.

Em 22 de maio de 1998, Paulo Afonso transmite o exercício do cargo de governador ao Exmo. Sr. Desembargador João Martins, Presidente do Tribunal de Justiça, que permanece até o dia 01 de junho de 1998.

Em 30 de julho de 1998, Paulo Afonso viaja ao exterior, transmitindo o cargo de governador do Estado ao Exmo. Sr. Desembargador João Martins, Presidente da Assembléia Legislativa, que permanece até 31 de julho de 1998.



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Governo Esperidião Amin Helou Filho - 1999 a 2003

Vice Paulo Roberto Bauer

Em 01 de janeiro de 1999, o Exmo. Sr. Esperidião Amin Helou Filho assume o governo do Estado.

Nessa sua segunda gestão, fixou cinco postulados para seu planejamento governamental, a saber: “Incluir, Crescer, Preservar, Parceria e Bom Exemplo”.
Em 10 de janeiro de 2001, Esperidião Amin Helou Filho viaja aos Estados Unidos da América, passando o cargo de governador do Estado ao Deputado Gilmar Knaesel, tendo em vista que o vice-governador está em período de licença. O deputado permanece no cargo até 14 de janeiro de 2001.

Em 10 de maio de 2002, Esperidião Amin Helou Filho viaja ao exterior, passando o cargo de governador ao Desembargador Antônio Fernando do Amaral e Silva, Presidente do Tribunal de Justiça, que permanece até o dia 21 de maio de 2002.
Em 13 de agosto de 2002, Esperidião Amin Helou Filho viaja ao exterior, passando o cargo de governador ao Desembargador Antônio Fernando do Amaral e Silva, Presidente do Tribunal de Justiça, que permanece até o dia 16-08-2002.




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Governo Luiz Henrique da Silveira – 2003 a 2007

Vice Eduardo Pinho Moreira

Em 01 de janeiro de 2003, o Exmo. Sr. Luiz Henrique da Silveira assume o governo do Estado.

O ponto chave de seu governo é a descentralização, para que o governo esteja efetivamente presente em todo o território catarinense. Para tanto, está sendo realizada uma reengenharia da estrutura governamental, que promove a redistribuição de funções, substituindo funções centralizadas por regionalizadas. Essa regionalização fundamenta-se nas secretarias e nos conselhos de desenvolvimento regional.

Além desta característica da gestão, estão presentes a municipalização, a prioridade social e a modernização tecnológica.


Bibliografia sobre história de SC:

Agradecimentos ao Arquivo Público de Santa Catarina e ao Instituto Geográfico e Histórico de Santa Catarina.

Fontes consultadas:

Piazza, Walter Fernando. Santa Catarina: história da gente. Ed. Lunardelli, 1989.

Atlas Geográfico de Santa Catarina. Governo do Estado de Santa Catarina. 1986.



Bibliografia sobre governadores

Livro de atas do governo

Diário Catarinense - Caderno Governadores de Santa Catarina, 25 de novembro de 1993

Cabral, Oswaldo Rodrigues - História de Santa Catarina 3. ed.

Florianópolis Lunardelli, 1987. p. 386-388.

4 comentários:

Anônimo disse...

Texo muito bom! Esta me ajudando muito a estudar!
Se não for pedir muito, sera que o Sr. poderia me mandar algum material para o vestibular da ufsc, sobre historia de Santa Catarina.
Obrigado
Sara Raithz
e-mail
Sararaithz@gmail.com ou
sara_raithz@hotmail.com

Unknown disse...

Olá, seu texto está muito bom e completo!!!
Estou estudando para os vestibulares de SC (UFSC E UDESC) gostaria de saber se vc pode me enviar algum material de história!!!
Desde já agradeço....

marsella.souza@gmail.com

Anônimo disse...

olá,
estou estudando para os vestibulares de Santa Catarina ( UFSC E UDESC ) se o sr. possuir algum material que possa me auxiliar nos estudos sobre a história do estado poria me enviá-los ?

Grata, Fernanda Michereff Hess

e-mail : nandamhess@yahoo.com.br

Unknown disse...

olá, gostei muito do texto. Estou estudando para o vestibular da UFSC e UDESC, se o senhor possuir mais materias sobre a história de SC poderia me mandar? Obrigada

manoellafduarte@hotmail.com