quarta-feira, 28 de junho de 2006

Para pensarmos

Vivian Estrowispy
Se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder!
Hoje mesmo presenciei uma colega de faculdade, pedindo à professora, quando seria o exame, já que ela imaginava ter ficado "pendurada". No que a professora lhe respondeu: "Você não vai pegar exame, vai reprovar direto, têm 26 faltas." (não podemos ter mais de 12). Fiquei estática... Meu Deus, 26 faltas? Têm-se 15 encontros, calculados 4 horas/aula cada um, são mais de 40% de faltas... De 15, ela veio em 8 noites e meia...
É como o nosso novo Diretor Presidente falou, no dia em que chamou-nos para sugerirmos as necessidades da UnC: "Pagamos pelo ensino, mas não o retiramos... Compramos um computador na loja, mas pedimos que não nos entreguem, só queremos pagar por ele..." O pior: Fazemos isso todos os dias: "O Presidente da República é um incompetente, e nunca sabe de nada", mas a culpa não é nossa! Oras, então é de quem? Há tempos atrás, estávamos com as caras pintadas, derrubando o Collor! Chego a pensar que não era esse o propósito, mas sim, apenas gazear aula... Agora, pra Copa? Nossa... Aí sim, vemos carreatas assim que acabam os jogos... Apesar da nossa Seleção apresentar-se "mal e porcamente". Nem quero entrar no mérito da questão, pois não vale à pena... Acho que temos que seguir o que a propaganda diz... Mudar o que está ao nosso redor...
Se eu não estou feliz com a situação do povo brasileiro, paremos de ser demagogos, reclamando do presidente, que, se não me engano, foi eleito por nós, 52 milhões em ação... Mas, pra quem eu votei pra Deputado Federal, mesmo? E pra vereador? Quando fomos a uma sessão na Câmara? Estamos atentos ao que o nosso Prefeito está fazendo? E, na nossa rua? Na nossa casa? As vezes, deixamos de viver para sermos apenas coadjuvantes. "Do trabalho pra casa, da casa pra escola..." E ainda dizemos isso de "boca cheia", nos desculpando por não termos tempo de ser mais, de viver mais.
Mas, reclamar, nós sabemos. Nem mesmo com a nossa família somos capazes de tomarmos atitudes... Deixamos como está, pra ver como é que fica, pois... "não quero me incomodar..." No trabalho, muitos agüentam humilhações pela bagatela de "trezentos pila"... Por favor! Vamos chutar o pau da barraca, vamos virar a mesa, vamos fazer hoje mesmo aquilo que planejamos, mas, "hoje está muito frio para sair de casa" ou "eu chego em casa, assisto a novela, tomo meu banho e... cama!". E, os dias passam, a vida passa, e, cada dia mais cedo nos tornamos rabugentos e egoístas. Mas, quando nos damos conta, é tarde... o tumor está nos comendo o fígado, o pulmão ou qualquer outro canto do nosso corpo, que, na verdade, está tomado pelo rancor. E então? O que deixamos para os nossos filhos? O que vão falar de nós? Qual a história que deixaremos? Já que não podemos fazer tudo, façamos apenas o que podemos...

Bom recado!

domingo, 25 de junho de 2006

Para pensarmos!

Futebol, educação e política

Gabriel Perissé
Ensinou-me um amigo que, segundo a sabedoria judaica, só conhecemos realmente uma pessoa em três circunstâncias: quando se trata de dinheiro, quando sentimos raiva e quando bebemos um pouco mais, correspondendo ao jogo de palavras em hebraico “kis, kas, kos”.Na hora em que o bolso (kis, algibeira) de alguém é atingido, sabemos com quem estamos lidando. O dinheiro é o “abridor de latas” do coração humano. Quem se mantém senhor de si quando negocia errado? Quem continua defendendo a solidariedade quando alguém de carne e osso lhe pede dinheiro real? Quem não perde a cabeça quando recebe a proposta de ganhar muito, muito dinheiro?Na hora da raiva (kas, no sentido mesmo de profunda animosidade entre pessoas e países), podemos descobrir o verdadeiro “eu” por trás daquela máscara de tranqüilidade. O insulto gratuito, quando alguém nos humilha...
Nesses momentos, abrem-se as portas da alma e de lá sai o monstro tão bem guardado. A raiva nada tem a ver com a justa indignação. A indignação não nos faz perder dignidade. A raiva é irracional e sempre exagerada.Na hora do copo (kos), da bebida, quando passamos um pouco do limite, as inibições desaparecem, as defesas caem, choramos as lágrimas reprimidas, vêm à tona os pensamentos inconfessáveis, desabafamos.
Indo um pouco mais além, também podemos conhecer as pessoas, não só na hora do copo, mas na hora da Copa. Futebol, no Brasil, é ocasião para externarmos a garra, a convicção e o envolvimento que, quando o assunto é política, dão lugar muitas vezes ao comodismo, à desinformação, à indiferença.
Um aluno comentou-me recentemente que, neste final de semestre, já estava “sem cabeça” para estudar. Minutos depois eu o vi de novo, na lanchonete da faculdade, discutindo sobre a seleção, a vida dos jogadores, as partidas de outras Copas, os principais jogadores dos outros times, o clima da Alemanha, o horário exato dos jogos, em suma... se houvesse provas sobre o esporte bretão ninguém tiraria zero.Terminada a Copa do Mundo, campeões ou não, virá o momento das eleições.
Em campo, nossos políticos, vários driblando o povo há décadas. E, no jogo da construção de ilusões, prometerão qualificar e remunerar melhor os professores, salvar a universidade pública, completar a informatização das escolas, melhorar a gestão escolar, enfim, fazer todos os gols possíveis e imaginários.Perderemos de goleada?
Gabriel Perissé é doutor em educação pela USP e escritor.Web Site:
www.perisse.com.br

sábado, 24 de junho de 2006

Que coisa

Amigas de Balada

Duas amigas passaram a noite toda bebendo! Quando voltavam para casa, resolveram urinar num cemitério, próximo a uma tumba. A primeira se abaixou, urinou, tirou a calcinha, se secou e jogou-a fora. A outra urinou e quando acabou pensou: "eu não vou jogar a minha calcinha nova fora".
Agiu rápido e puxou a fita de uma coroa que estava sobre o túmulo e se secou. Na manhã seguinte, o marido de uma ligou para o marido da outra e disse:— A coisa está feia. A minha mulher chegou ontem com a cara cheia de cachaça e sem calcinha. Aí o outro respondeu:— Pior foi a minha, que chegou com uma fita presa na calcinha com os dizeres: "Jamais te esqueceremos: Fabrício, Tiago e Bruno".

Para pensarmos!

ANALFABETO POLÍTICO
pior analfabeto é o analfabeto político .Ele não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos .
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas .
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política .
Não sabe o Imbecil que de sua ignorância política nasce prostituta, o menor abandonado, o assaltante, o corrupto das empresas nacionais e multinacionais e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista e pilantra .
( Bertold Brecht )

Professor mal humorado!

Discurso de 1º dia de aula

Meu nome é Prof. Domingos e estou aqui para ensinar você a viver nesse mundo cruel e cheio de vagabundos!
Eu não tenho preconceitos,para mim todas as pessoas são iguais !
Pretos, brancos, índios, latinos nojentos são todos a mesma merda!
Fui treinado para ensinar diversas disciplinas e é para isso que eu existo nesse mundo ordinário!
Para mim você é um lixo e eu estou aqui para reciclar você!
Com o tempo você vai passar a me odiar, mas isso será muito bom, pois quanto mais me odiar,mais vai aprender!
O lugar em que você vive pode ser uma porcaria, mas fica bem pior se você não faz nada para mudar!
No mundo em que vivemos todas as pessoas nascem retardadas e somente o estudo e a dedicação aos cálculos e a leitura podem tornar você um homo sapiens sapiens legítimo!
Se você não gostou de mim, problema seu, torne -se mais um ignorante na face da Terra a clamar lamúrias, e a professar injúrias a respeito daquele que só vive para lhe ajudar,torne-se mais um pérfido ingrato!
Nossa missão é estudar!
Nossa profissão é o estudo!
Se você não se dedicar aos estudos você terá se tornado o mais vil de todos os covardes!
Se você não estuda vc é um fraco,vai ser pisado pelos fortes!
Se você não aprender você deverá se esforçar mais, pois os fortes farão sua raça sucumbir!
Se seu professor não ensina direito ele merece morte lenta e dolorosa, assim como aquele que não ajudar os próprios companheiros de estudo!
Espero ver todos vocês um dia formados, diplomados, orgulhosos e vencedores, mas por enquanto você é um reles mísero filho de raça hipócrita, um pedaço de merda boiando num oceano de caos e imperfeições. Estude, aprenda, seja forte e perseverante, pois caso contrário você fará parte da escória que polui esse belo lugar em que vivemos!
Autor: Domingos Raymundo de Abreu Neto
RETIREI ESSA PÉROLA DO ORKUT

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Pergunta?

Cadê o novo Paulo Schieffler ?

Filmes sobre a Segunda Guerra Mundial

Lista dos melhores filmes

O resgate do soldado Ryan
A Lista de Shindler
Códigos de Guerra
Ponte do rio Kwei
O Pianista
Irmãos da guerra
Uma ponte longe demais
A lista de Schindler
Cinzas da Guerra
irmaos da guerra
holocausto
A Queda
Stalingrado a batalha final
Operação Valkiria
Circulo de Fogo
Band of Brothers
Afudem o Bismarck
Comando 10 de navarone

Animando a torcida VI

Animando a torcida V

Animando a torcida IV

Animando a torcida III

Animando a torcida II

Animando a torcida

domingo, 18 de junho de 2006

QUEM VAI LEVAR A COPA?

UM DELES VAI LEVAR O GRANDE TÍTULO
CLIK E CONHEÇA MAIS O PAÍS
Alemanha
Argentina
Holanda
Itália
Brasil
França
Espanha

Quem vai ganhar a Copa?

Vamos apostar?

Opinião

17/06/2006
TSE aumentará rigor com Lula
Em conversas reservadas, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) avaliam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem agido no limite da lei.
Um deles reconhece que Lula foi bem orientado, sempre ressalvando nas solenidades de óbvio caráter eleitoral que ainda não é candidato.Por ora, dizem, há muito pouco a fazer. A reeleição é legal. Não foi inventada por Lula, mas pelo PSDB e PFL que hoje se queixam do jogo sem condições de igualdade entre um presidente-candidato e um postulante normal ao Palácio do Planalto.Ciente da disposição do TSE de ser vigilante em relação a ele, Lula adiou ao máximo o anúncio da candidatura a presidente.
Uma vez candidato, sabe que terá de ser mais cuidadoso nas viagens pelo país e eventos no Palácio do Planalto.Exemplo: o aumento concedido ao funcionalismo público recentemente não poderia ser dado se Lula já fosse assumidamente candidato. Poderia dar margem a uma interpretação rigorosa do tribunal, o que poderia complicar o presidente. Dificilmente redundaria em cassação de candidatura, mas talvez resultasse numa advertência do tribunal, o que ajudaria a oposição a dar credibilidade ao discurso de uso da máquina.Até mesmo a indicação de cargos para aliados terá de ser feita com cautela.
A ala governista do PMDB, que enterrou a candidatura própria do partido em aliança com setores oposicionistas, já está pressionando fortemente por ministérios e cargos em estatais. Lula deseja deixar boa parte dessa conta para depois das eleições, acreditando que será reeleito.Ou seja, Lula passará a caminhar no fio da navalha quando assumir a candidatura. Ministros do TSE recomendam que não dê sopa e que escolha bem o seu tesoureiro. A decisão de sexta de proibir campanhas institucionais do governo foi só um aperitivo.
*A grosseria e leviandade de José Jorge
Nas palavras do candidato a vice do tucano Geraldo Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE), "temos um presidente que não trabalha, só viaja, que bebe muito, como dizem por aí".Ora, "dizem por aí"? Um senador da República, candidato a vice, acha que vai ganhar credenciais políticas com tanta irresponsabilidade? Suas acusações foram injustas e infelizes. Partir para ataques pessoais levianos e grosseiros só diminui Jorge e, por tabela, Alckmin.No caso, o presidente teve toda razão ao dizer que a oposição fez jogo "rasteiro".
*Mais sugestões
Lula não quer nomear Paulo Lustosa, presidente da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), para o comando da pasta da Saúde. Disse a dirigentes do PMDB que lhe apresentem outros nomes. Aí pode rolar.*Temer e GoldmanFavorito nas pesquisas sobre a sucessão paulista, o ex-prefeito José Serra, candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, tem preferência por dois políticos que aparecem cotados para a vaga de vice em sua chapa: o presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), e o deputado federal do PSDB Alberto Goldman.
*Metas de inflação e de crescimento
Quando sugeriu mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal, para incluir metas de inflação e crescimento, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, pensou em patamares entre 4% e 5% ao ano para ambas.*Status quoDe acordo com o ministro Tarso Genro, a autonomia formal do Banco Central "não é tema do governo". Ou seja, num eventual segundo mandato de Lula, o BC ficaria como hoje. Autonomia prática, mas não legal.*Bom senso"Apesar da dureza dos discursos, natural numa disputa eleitoral, há uma série de questões do país que só serão resolvidas se as principais forças políticas estiverem de acordo, qualquer que seja o futuro presidente. E, hoje, essas forças são PT e PSDB", diz Tarso, ao propor uma "agenda comum" pós-eleitoral à oposição.Na agenda, chamada por ele de "contencioso democrático", a reforma política, com fidelidade partidária, figura em primeiro lugar.
*Lance decisivo
Antes de escolher o companheiro de chapa à reeleição, Lula quer conversar com Ciro Gomes (PSB). O presidente sabe das dificuldades dos socialistas para aliança, mas ainda fará um último esforço. Se Ciro pular fora, José Alencar repetirá a dobradinha de quatro anos atrás.
Kennedy Alencar
Colunista da Folha Online

sábado, 17 de junho de 2006

Lembram!

Reunião do secretário regional, Valdir Cobalchini, com pais e professores da Escola Estadual Paulo Schieffler em Caçador, resultou na decisão em demolir o atual prédio da instituição e construir uma nova escola no mesmo local Caçador
Data Publicação: 20/12/2005 15:47:38

TODO MUNDO LEMBRA DA REUNIÃO NA ESCOLA E DAS NOTÍCIAS ATÉ AGORA NÃO SE SABE NADA, POR ENQUANTO É MAIS UM PROMESSA, HAJA PACIÊNCIA!

Política

14/06/2006
Um novo eleitor, uma nova campanha
Murillo de Aragão
A derrota da campanha do desarmamento em 2005 e a elevada popularidade de Lula revelam uma nova realidade eleitoral. Até então, as elites intermediárias exerciam grande influência sobre o eleitorado menos esclarecido. Agora, o eleitorado menos esclarecido parece se guiar por sua própria agenda, diferentemente do que ocorria até 2002.

A partir do apoio de jornalistas, profissionais liberais, acadêmicos e outros estratos da classe média que o apoiavam, Lula conseguiu vencer o preconceito que os pobres tinham de um presidente sem instrução. O “produto” Lula foi diligentemente vendido para a sociedade por formadores de opinião durante anos. Estrelas da Rede Globo, como Paloma Duarte, e muitas outras, transmitiram ao público menos esclarecido que Lula era a esperança de transformação, mas sem a sanção e o apoio dos formadores de opinião ele não teria chegado lá.

Na eleição de outubro, teremos uma nova realidade cujos contornos apareceram na surpreendente derrota da campanha do desarmamento, em outubro do ano passado. De forma equivocada, acreditei que os artistas da Rede Globo e demais formadores de opinião conseguiriam convencer a população a votar “sim”. Engano.

O povo votou maciçamente contra o desarmamento por desconfiar da capacidade da Polícia de protegê-los. Foi o grito de independência do eleitorado inculto e pobre do país. O resultado foi surpreendente: 63,94% dos votos a favor da venda de armas e apenas 36,06% contra. Não houve um estado sequer onde a proibição de vendas de armas tenha vencido.

O mesmo se passou no episódio do “mensalão”. Lula deveria ter sua popularidade demolida por conta da perda de apoios junto aos formadores de opinião. Não aconteceu. Até agora, o povo está julgando eleitoralmente Lula pelo seu desempenho econômico e pelo aumento da renda da população mais pobre. A opinião dos esclarecidos está tendo pouco peso.

De acordo com última pesquisa realizada pelo Datafolha (23 e 24 de maio), Lula tem 60% das intenções de voto na região Nordeste, 48% das intenções de voto entre os eleitores que têm apenas o ensino fundamental e 49% dos votos entre aqueles que ganham até dois salários mínimos. Já Geraldo Alckmin (PSDB), vence Lula entre os eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos (35% a 27%) e está tecnicamente empatado junto aos eleitores que têm curso superior (30% X 32%).

É uma situação eleitoral nova. Tanto para Lula, que fará a campanha sem o apoio camarada da visão torta de muitos jornalistas quanto para Alckmin, que não consegue emplacar o discurso da ética e da moralidade. Tal situação não é explicada apenas pelo comportamento independente das classes menos favorecidas. Lula teve certa proteção da mídia eletrônica, que não se empenhou em “desinstitucionalizá-lo”. Ao contrário da mídia impressa, que o atacou fortemente.

Evidentemente, a eleição de um presidente desprovido de apoio nas elites é algo ainda improvável no Brasil. Mesmo perdendo o respaldo de muitos, indignados com os episódios do mensalão, Lula tem o apoio dos sindicatos, de segmentos expressivos do empresariado e não encontra hostilidade de setores organizados.

Assim, o presidente preserva apoios importantes. Porém, sem nenhuma dúvida, ele entrará na campanha desfalcada de apoios importantes em setores da esquerda liberal espalhados entre professores, jornalistas, profissionais liberais, funcionários médios do setor privado e até mesmo no funcionalismo público. Para eles, os pecados do mensalão são imperdoáveis.

Murillo de Aragão é cientista político e analista sênior da Arko Advice (
www.arkoadvice.com.br)

Para pensarmos

16/06/2006
Craques da educação
Cristovam Buarque
O presidente Lula afirmou várias vezes, nas últimas semanas, ter iniciado uma revolução na educação do Brasil. Essa declaração vem com quase quatro anos de atraso e, pior, depois de o próprio presidente ter paralisado o trabalho começado no primeiro ano do seu governo. Porque em 2003, todos os pontos o programa de governo da campanha de Lula foram adotados pelo Ministério da Educação, transformados em programas e projetos de lei, e levados à Casa Civil. Mas as reformas não chegaram, ficaram parados no núcleo do Poder.

Mais grave ainda foi o fato de o MEC ter lançado, com recursos próprios, projetos essenciais, como a erradicação do analfabetismo em quatro anos – que superou sua meta no primeiro ano –, a certificação federal de professores municipais – garantindo-lhes um salário pago pela União, desde que fossem aprovados por um concurso federal –, e a Escola Ideal – que iniciaria uma revolução educacional em grupos de cidades, com a adoção do horário escolar integral e a contratação de professores bem remunerados, com escolas funcionando em edifícios bonitos e bem equipados. Tudo isso foi paralisado.

Três anos depois, vem o Presidente falar de educação. Mas fala de uma educação restrita às universidades e escolas técnicas, como há décadas têm feito os governos, porque interessa à minoria privilegiada do país. Interessa ao sistema econômico a formação de técnicos, e interessam aos ricos as vagas para seus filhos nas universidades federais. E a isso ele chama de revolução.
Não haverá reforma universitária completa sem uma revolução na educação básica. Um país que desperdiça dois terços dos seus jovens, que não terminam o Ensino Médio, nunca terá uma boa universidade.

O Brasil tem cinco dos dez maiores craques de futebol do mundo, mas nunca recebeu um Prêmio Nobel. Porque poucos adquiriram capacidade científica para concorrer a ele. Temos tantos craques porque todos os meninos do Brasil jogam bola desde os quatro anos de idade, nos mesmos campos de pelada, com bolas similares. Mas escola eles não têm; livros eles não têm. Entram na escola aos sete anos, e saem aos nove ou dez.

A formação e o futuro das nossas crianças dependem da sorte: de ter uma família rica, ou de nascer em uma cidade rica, com um prefeito que invista em educação. Isso precisa mudar. Criança precisa se desenvolver, e ter a chance de vencer, graças ao mérito, ao talento e à persistência. Como os nossos ronaldinhos da vida.

Mas vem o Presidente comemorar como grandes feitos a criação de novas universidades; a instalação de algumas escolas técnicas; o acesso ao ProUni de 160 mil jovens estudantes, quando são três milhões os que dele necessitam; os investimentos do Fundeb, antes mesmo de sua aprovação pelo Congresso, mesmo que o projeto tenha estado nas gavetas do Planalto desde dezembro de 2003.. Às vésperas da eleição, defende a educação, depois de ter passado três anos sem dar a ela a importância devida, tendo até interrompido projetos iniciados. Seu governo abandonou a educação básica porque, segundo a nossa lei, educação básica e criança são coisa de prefeito, mas educação superior é coisa de presidente.

É preciso dar um basta nisso. A educação básica tem de ser prioridade nacional, responsabilidade do Governo Federal. As escolas do Brasil precisam ser iguais, e garantir um futuro a todas as crianças. É possível dar chances de estudar iguais às oportunidades de jogar bola. Permitir que todas as nossas crianças brilhem, com a bola no pé e com livros na mão.

Cristovam Buarque é Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF.

César Benjamin candidato a vice da Senadora Heloisa Helena

Carrinho de pipoca

Carrinho de pipoca
Léo Lince
Houve um tempo não faz muito, embora pareça tão distante - quando o Partido dos Trabalhadores jogava um papel totalmente distinto do que joga hoje. Era um partido de perfil forte. Afirmava idéias e se firmava com base nos valores imateriais da nitidez de programa e no compromisso ativo com sua base social. Emulava os demais partidos e chacoalhava o sistema partidário no sentido da renovação da nossa cultura política. Fazia gosto ver.
Naquele tempo, entre as músicas que animavam os militantes petistas nos embates eleitorais, havia um jingle que dizia mais ou menos o seguinte: “não é que a gente seja diferente/os outros é que são tão iguais...”. Envolta em melodia suave, a afirmação forte estava respaldada na realidade. Era uma maneira delicada de dizer que partidos de verdade, capazes de expressar na política o dinamismo do movimento social, são indispensáveis para a consolidação da democracia.
Sem partido sério, o voto popular se esteriliza como instrumento de mudança. Bons tempos aqueles. Durou pouco, mas foi uma experiência positiva. Um episódio daquele período voltou à baila nos jornais da semana passada na forma de suíte de contraponto ao namoro paulista Lula/Quércia. Falo da referência ao debate, que se tornou célebre, onde o velho Orestes procurou desqualificar o postulante Lula. Ao alegar que ele não tinha experiência, pois nunca administrara sequer um carrinho de pipoca, tomou pela proa a resposta fulminante: “também nunca roubei pipoca”. Uma frase apenas, mas suficiente para demarcar, no contexto da época, dois mundos que não se misturavam.Hoje o quadro é outro. O PT não é mais o PT. Deixou de ser novidade renovadora da cultura política e se dissolveu na geléia geral. Quem viveu aquele período custa a acreditar, mas a constatação é inevitável. O partido se desfez da sua identidade tão duramente construída com uma rapidez vertiginosa.
Era um partido da sociedade, agora está acoitado na máquina do Estado. Buscava mobilizar os movimentos sociais, agora os desmobiliza no conformismo com o modelo dominante. Enterrou as bandeiras da ética e agora chafurda na pequena política. Não é mais nem sombra do que foi. Se alguém cantar aquele jingle numa roda de filiados certamente será tomado como um provocador.
O retrato em branco e preto estampado nos jornais é um documento contundente do que está em curso em São Paulo, berço e túmulo do PT como novidade política. O velho Orestes estava à vontade no palácio do Lula. Não são mais expressões de mundos que não se misturam. Pelo contrário. Falam a mesma língua, expressam o mesmo tipo de política. As farpas daquele antigo debate estão enterradas no passado. Reconciliados no cultivo dos mesmos valores, onde a política se materializa no puro interesse, estão perfeitamente afinados. Um dos dois mudou muito. Agora trabalham juntos no mesmo carrinho de pipoca.

Léo Lince é sociólogo.

domingo, 11 de junho de 2006

Volta tio Marico, Volta tio Rigo



Alunos protestam contra transferência de vigias
10/06/2006 00:14 - Caçador Online
Cerca de 500 alunos da escola Paulo Schiffler saíram das salas de aula e foram para a rua na manhã desta sexta-feira (9). Munidos de cartazes, faixas, cadeiras de aula e palavras de ordem, eles protestavam contra a transferência dos vigias Marco Burigo e Laurindo Rigo, que no dia anterior foram deslocados para a escola Estadual Wanda Krieger.

Segundo o diretor da escola, Dante Matias, a solicitação da transferência dos vigias veio da empresa de vigilância contratada para fazer a segurança da escola e pegou a todos de surpresa. A idéia de fazer a manifestação partiu dos próprios professores, mas quando os alunos souberam do fato assumiram a responsabilidade de defender também a posição.
"Não é um piquete de campanha, é a nossa forma de mostrar que somos contrários a retirada desses vigias. Eles monitoravam a entrada e saída de pessoas na escola, auxiliavam também nos serviços gerais, zelavam pelas crianças ao atravessarem a rua e entrarem em seus ônibus para ir para casa. São pessoas de nossa confiança e precisamos deles aqui na escola. Queremos proteção", argumenta Adélio de Souza Carvalho, presidente do Grêmio Estudantil e aluno do 3º ano do ensino médio do Paulo Schieffler.
No momento do manifesto, o ex-secretário de Desenvolvimento Regional, Valdir Cobalchini, entrou em contato por telefone com a direção da escola e disse que iria interceder perante a SDR para a volta dos vigias e/ou a contratação de outros profissionais para o cargo. "Tínhamos o interesse de manter a manifestação no período vespertino e noturno, mas já falamos com o atual secretário Regional ele nos disse que irá estudar a situação e nos dar uma posição o mais breve possível", conclui Dante Matias.

Alunos Visitam a Câmara de Vereadores



No dia 25 de maio de 2006 a 3ª série 01 matutina da professora Terezinha Anciutti, da escola Municipal Irmão Venâncio José, visitou a nova Câmara Municipal, situada a Rua Fernando Machado. Na ocasião o presidente da Câmara Municipal, vereador Marcos Criminácio recepcionou-os e proporcionou um passeio pelo interior do local. Depois que todos conheceram os ambientes, foram encaminhados ao Plenário, no qual os alunos puderam compreender na forma prática os pressuspostos estudados em sala de aula sobre o Poder Legislativo. “A visita extraclasse complementa as atividades e conteúdos trabalhados em sala de aula”, destaca a professora Terezinha Anciutti.
A próxima visita será ao Poder Executivo, onde os alunos pretendem conhecer o gabinete do Prefeito Municipal e também poder estar realizando entrevistas aos senhores Saulo Sperotto e Lucir Christi.
Fonte site Caçador Online

sábado, 10 de junho de 2006

Professores no Orkut

Professores no Orkut
Gabriel Perissé
O Orkut, site de relacionamentos criado pelo Google em 2004, tornou-se ponto de encontro virtual para milhares de pessoas. E o mais curioso é que a maioria dos seus visitantes é brasileira. Quase 70%, segundo dados do próprio Orkut. E a maioria dessas pessoas tem entre 18 e 30 anos.O Orkut é a cara do brasileiro. Dispersão temática, ludicidade, desabafos, amizade fácil e superficial, humor beirando o deboche, rasgadas declarações de amor e admiração, pontos de exclamação aos montes, discussões infindáveis, mas depois tudo bem, acessos de raiva que a pessoa jamais se permitira ter na realidade real do dia-a-dia, enfim, um extravasar de palavras e emoções.Professores há no Orkut. E não são poucos. Uma fonte inesgotável de pesquisa os seus dizeres, as suas queixas, as suas perguntas e respostas.Uma professora paulista escreve: “Achei um show de horrores lecionar no magistério na rede estadual... Por sorte passei quase todo o primeiro semestre em licença-gestante. Dei aulas realmente de agosto a dezembro e posso dizer que ali passei os piores momentos da minha vida. Consegui a remoção para uma escola menos longe, mas me senti trocando seis por meia dúzia... Tomei coragem e me exonerei!!!! Tô com medo da falta de $$$$? Estou sim, admito. Mas também estou muito feliz por ter tido coragem de abrir mão daquilo em busca de algo melhor...”.Uma comunidade chamada “Professores sofredores” tem 5.800 membros (nada menos!). Tópicos interessantes, mas alguns que denunciam insensibilidade, mesmo que em tom de brincadeira. Por exemplo: “Eu tenho um aluno idiota!!!” já recebeu mais de 200 comentários. Alguns sensatos, mas outros inaceitáveis no teclado de um educador: “Alunos idiotas todos temos ou já tivemos um dia. Como já fomos alunos, sabemos diferenciar bem o idiota dos outros tipos de alunos. Geralmente aqueles que acham um crime chamar alunos de idiotas é porque foram idiotas no seu tempo de alunos”.Dor, ressentimento, ironia, zombaria, esperança, coragem, raiva e alegria vêm à tona no Orkut dos professores. Professores talvez pacatos e silenciosos nos corredores das escolas, que expressam no ambiente virtual (ou estão apenas se divertindo um pouco, altas horas da noite...) pensamentos nascidos durante o trabalho em sala de aula.Fica a sugestão de pesquisa. Analisar esses testemunhos, em que os internautas docentes chegam a fingir que é verdade aquilo que deveras sentem.
Gabriel Perissé é doutor em educação pela USP e escritor.Web Site: www.perisse.com.br