quinta-feira, 29 de julho de 2010

O choro presidencial

Nos últimos dias o presidente deu a chorar em comícios e entrevista. Que choro será esse, seria realmente uma angústia pelo futuro? Talvez nosso governante maior tenha dificuldade em viver não sendo ou presidente ou candidato ao cargo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O programa de Dilma

Luiz Carlos Azedo, Correio Braziliense
Há muito disse me disse sobre o programa da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, mas o que pesa mesmo na eleição, para o bem ou para o mal, é o que está sendo feito no governo Lula. E os projetos anunciados neste fim de segundo mandato. O resto é papelada.
O recado é de um integrante do estado-maior do presidente Lula, que considera pura perda de tempo aceitar uma polêmica com a oposição sobre o programa da candidata do PT registrado na Justiça Eleitoral. No caso, não vale o que está escrito. Vale o que a população pensa sobre o atual governo. É o que decidirá a eleição.
Resumo da ópera: o programa de Dilma é a continuidade do governo Lula, o que ela chama de “continuar a mudança”. Segundo os estrategistas de Dilma, isso é o que todo mundo entende, do grande empresário ao peão. O resto — controle social dos meios de comunicação, taxação das grandes fortunas e redução da jornada de trabalho de 40 horas — é especulação

Luiz Carlos Prates (Carona e falta de educação)

domingo, 25 de julho de 2010

Caso Wallace no Fantástico

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Analfabetos no Brasil

Primeiro Jornal - Governador do Paraná realiza manobras para deixar pare...

Primeiro Jornal - Analfabetismo no Brasil por Fernando Mitre

Deu na Folha de S. Paulo

Deu na Folha de S. Paulo
Manter distância
Renata Lo Prete
Grades de ferro foram dispostas no saguão do hotel por onde Dilma Rousseff (PT) passou anteontem, em Uberlândia, separando-a dos jornalistas e do público. A assessoria informou que o objetivo era organizar a entrevista que, no final, acabou se resumindo a uma rápida declaração.
Na mesma ocasião, a campanha de Dilma pediu aos jornalistas credenciamento prévio para acompanhá-la na caminhada de rua. Assessores argumentaram que a intenção era facilitar o acesso a ela

Guerra total

Globo Repórter CIGS SELVA!

Gregorian - Join me

Como mudar a realidade

DEF TV - Programa - 40 - Brasil ¿Nueva potencia militar? - Parte 2

DEF TV - Programa - 40 - Brasil ¿Nueva potencia militar? - Parte 1

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Forum Democracia e Liberdade de Expressão com: : DEMÉTRIO MAGNOLI parte 1

Luiz Carlos Prates (25/09/2007) - Os Amigos de nossos filhos

Mayck e Lyan e Rio Negro e Solimoes - Frio da Madrugada

Cuba, o prazo da revolução venceu

Lembra-se do "cheguei até aqui", a frase com que o último comunista entre os notáveis, o Nobel José Saramago, despediu-se do apoio incondicional a Cuba, faz sete anos?

Naquele momento, Saramago protestava contra o fuzilamento de dissidentes e escrevia, para o jornal espanhol "El País": "Cuba não ganhou nenhuma batalha heroica fuzilando esses três homens, mas perdeu minha confiança, quebrou minhas esperanças, traiu meus sonhos. Cheguei até aqui".

Não muito depois, o escritor português amenizou algo o seu amargor, ao afirmar não ter rompido com Cuba, para acrescentar: "Continuo sendo um amigo de Cuba, mas me reservo do direito de dizer o que penso, e de dizê-lo quando achar que devo dizê-lo".

Pois bem: agora, é a vez de outro amigo famoso da revolução cubana dizer o mesmo que Saramago. Chama-se Silvio Rodríguez, uma espécie de Chico Buarque de Hollanda cubano, uma das principais vozes da revolução. Na sexta-feira, o "cantautor" propôs derrubar a letra "r" da palavra "revolução", para deixar apenas o que sobra, ou seja, "evolução".

Bela e elegante maneira de fazer o seu "cheguei até aqui" e de dizer que, agora, é hora de "revisar montões de coisas, montões de conceitos, até instituições".

Silvio Rodríguez tocou até no grande tabu da revolução --e de toda a esquerda--, ao dizer que é "mentira" culpar o embargo norte-americano por tudo o de ruim que aconteceu e acontece a Cuba. "Nós sabemos que temos culpa também e creio que vamos ser melhores e vamos ser maiores se o reconhecermos".

Como se vê, trata-se da crítica de um revolucionário, que não renega a revolução, mas é capaz de ver defeitos nela, como é natural que existam em toda obra humana. Afinal, como disse recentemente o outro grande músico cubano, Pablo Milanés, é necessária "outra revolução" porque "o sol enorme que nasceu em 1959 [o ano do triunfo de Fidel Castro e os seus guerrilheiros] se encheu de manchas, ao ficar velho".

Pois é. O prazo de validade da revolução venceu, na visão até de seus amigos, cubanos ou não. Quando será que os amigos brasileiros de Cuba terão a decência e a coragem de apontar as manchas no seu "sol enorme"?


Clóvis Rossi

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PT, Farc, meia verdade e ambiguidade

O candidato José Serra não deixa de ter alguma razão em sua afirmação de que o PT tem, sim, laços com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

O laço, que Serra não especificou, chama-se Foro de São Paulo, conglomerado de partidos de esquerda criado em 1990 por iniciativa do PT. As Farc fazem parte do Foro. Logo, o laço existe e é facilmente encontrável em documentos oficiais tanto do PT como do Foro.

O que Serra não explicitou é que o PT cortou tais laços depois que chegou ao poder. Ou, pelo menos, a parte mais importante do partido. Devem ter sobrado alguns nostálgicos do tempo em que o PT era de esquerda que ainda acham que as Farc são revolucionárias e não um grupo narco-terrorista.

Já em 2005, a Folha informava que o PT vetara a participação do grupo colombiano na reunião que marcaria o 15º aniversário do Foro, realizado em São Paulo --e com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Eis o que dizia então a Folha: "A tentativa frustrada [de participação no encontro de São Paulo] está registrada em e-mail atribuído a Raúl Reyes, obtido pela Folha, e foi confirmada pelo advogado colombiano Pietro Lora Alarcón. Professor da PUC-SP. Lora disse que foi procurado pelo padre Olivério Medina, então embaixador das Farc no Brasil. Porém, o pedido de Medina foi rejeitado pela secretaria executiva do Foro, que era dominada pelo PT".

Entre parêntesis: Raúl Reyes foi um dos principais líderes das Farc, morto há dois anos em ataque do Exército colombiano a seu acampamento no Equador, junto à fronteira com a Colômbia. Os militares colombianos ficaram com os computadores de Reyes e dele extraíram uma coleção de informações preciosas.

Fecha parêntesis, voltemos ao futuro.

Dois anos depois do veto, as Farc voltaram a ser marginalizadas no encontro realizado em San Salvador.

Declararam à época: "Cremos ser oportuno manifestar nossa inquietação e desagrado pela posição de alguns companheiros que, em forma e sob responsabilidade pessoal, publicamente dizem que as Farc não podem participar no Foro, por ser uma organização alçada em armas. A luta armada não se criou por decreto e tampouco se acaba por decisão similar; é a expressão de um povo que sofreu a devastação de sua população em mais de um milhão de pessoas que, nestes 60 anos, foram assassinadas, é a expressão dos milhares de militantes que foram assassinados do Partido Comunista e da União Patriótica, é a expressão de milhares de sindicalistas que foram assassinados nestes últimos anos".

A manifestação serve de demonstração cabal de como o poder transforma os partidos e os políticos. Quando o Foro de São Paulo foi criado, em 1990, só um dos partidos nele representados estava no poder (o Partido Comunista Cubano, que, aliás, continua até hoje). No encontro de San Salvador, já eram oito os países governados por partidos do Foro: além de Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Brasil, Uruguai e Argentina.

Ou seja, em vez de o poder abrir portas para um sócio como as Farc, elas se fecharam.

O problema é que se fecharam dessa forma indireta. Ninguém teve a coragem de propor a expulsão das Farc, por, como elas próprias dizem, ser "uma organização alçada em armas".

É essa ambiguidade que o PT tem agora a obrigação de esclarecer de uma boa vez. As Farc são ou não um companheiro de viagem aceitável?

Se precisarem de ajuda para se definir, sugiro a leitura de "As Farc, uma guerrilha sem fins?", de Daniel Pécaut, diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Acaba de sair pela "Paz e Terra".

Trata-se de um relato tão objetivo quanto possível, cuja conclusão adianto: "A impopularidade da guerrilha tornara-se [nos últimos anos] quase unânime, mais ainda depois que perderam a oportunidade política oferecida pelas negociações [iniciadas no governo Andrés Pastrana, antecessor de Álvaro Uribe]. Definitivamente, o fracasso de sua estratégia é militar apenas em parte; o fracasso é, acima de tudo, político".


Clóvis Rossi

Filosofia: corporações e fascismo

Deus e o Jardim das Delícias

Já que a comparação que fiz entre missas e comportamentos histéricos em minha coluna da semana passada irritou bastante gente, proponho hoje desenvolver um pouco mais o tema.

Convenhamos que religião e nosso conhecimento do mundo não andam exatamente de braços dados. De um modo geral, virgens não costumam dar à luz (especialmente não antes do desenvolvimento de técnicas como a fertilização "in vitro") e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar pão em bife sempre que dá uma espécie de passe seria prudentemente internado numa instituição psiquiátrica. E não me venham dizer que a transubstanciação é apenas um simbolismo. Por afirmar algo parecido --a "impanatio"--, o teólogo cristão Berengar de Tours (c. 999-1088) foi preso a mando da Igreja e provavelmente torturado até abjurar sua teoria. Ele ainda teve mais sorte que o clérigo John Frith, que foi queimado vivo em 1533 por recusar-se a acatar a literalidade da transformação.

Quando se trata de religião, aceitamos como normais essas e muitas outras violações à ordem natural do planeta e à lógica. A pergunta que não quer calar é: por quê?

Ou bem Deus existe e espera de nós atitudes exóticas como comer o corpo de seu filho unigênito ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas estranhas quando operam no modo religioso. Fico com a segunda hipótese. Antes de desenvolvê-la, porém, acho oportuno lembrar que a própria pluralidade de tabus ritualísticos depõe contra a noção de Verdade religiosa.

Se existe mesmo um Deus monoteísta, o que ele quer de nós? Que guardemos o sábado, como asseguram judeus e adventistas; que amemos ao próximo, como asseveram alguns cristãos; que nos abstenhamos da carne de porco, como garantem os muçulmanos e de novo os judeus; ou que não façamos nada de especial e apenas aguardemos o Juízo Final para saber quem são os predestinados, como propõe outra porção dos cristãos?

Talvez devamos eliminar os intermediários e extrair a Verdade diretamente nos livros sagrados. Bem, o Deuteronômio 13:7-11 nos manda assassinar qualquer parente que adore outro deus que não Iahweh; já 2 Reis 2:23-24 ensina que a punição justa a quem zomba de carecas é a morte. Mesmo o doce Jesus, fundador de uma religião supostamente amorosa, em João 15:6, promete o fogo para quem não "permanecer em mim".

E tudo isso em troca do quê? A Bíblia é relativamente econômica na descrição do Paraíso, mas o nobre Corão traz os detalhes. Lá já não precisamos perder tempo com orações e preces, poderemos beber o vinho que era proibido na terra (Suras 83:25 e 47:15), fartar-nos com a carne de porco (52:22) e deliciar-nos com virgens (44:54 e 55:70) e "mancebos eternamente jovens" (56:17). O Jardim das Delícias parece oferecer distrações para todos os gostos, mas, se banquetes, prostíbulos e saunas gays já existem na terra, por que esperar tanto... --poderia perguntar-se um hedonista empedernido.

Volumes e mais volumes podem ser escritos para apontar as incoerências e desatinos dos chamados textos sagrados. Se acreditamos que um Deus pessoal chancelou ou ditou cada uma dessas obras, temos, na melhor das hipóteses, um Ser Supremo com transtorno dissociativo de identidade, também conhecido como personalidade múltipla. Espero que, no fim dos tempos Ele esteja judeu de novo. Tenho um primo que faria bom uso do Paraíso...

Voltando às coisas sérias, uma possibilidade mais plausível é que o chamado cérebro espiritual, os módulos neuronais que criam e processam ideias religiosas, seja menos permeável aos circuitos lógicos. Quem faz uma interessante análise do problema é o médico e geneticista americano David Comings em seu monumental "Did man create God?", uma ampla revisão de quase 700 páginas em que o autor esmiúça o caso de Deus sob todas as vertentes da ciência, em especial a neurologia.

Para ele, ao contrário do mais provocativo Richard Dawkins, a religião dá prazer, foi fundamental na evolução de nossa espécie e só será extinta quando o último homem morrer. Mais importante, Comings acredita que os cérebros racional e espiritual, embora funcionem de modo independente um do outro, podem de algum modo ser conciliados no que o autor chama de "espiritualidade racional". Cuidado aqui, o espiritual é uma esfera que abarca a religião, mas é mais ampla do que ela. Inclui outras tentativas de tocar a transcendência.

Num resumo algo grosseiro da mensagem central de Comings, só o que precisaríamos fazer é admitir que foi o homem que criou a ideia de Deus e escreveu os livros supostamente sagrados. Assim, nenhuma religião é verdadeiramente "a Verdadeira" ou intrinsecamente superior às concorrentes. Já não é necessário que guerreemos para descobrir se é o Deus cristão ou muçulmano que está certo. No limite, entregamos Deus para conservar uma espiritualidade menos belicosa, que nos permita a experimentar a transcendência a baixo custo.

É uma proposta engenhosa, mas, receio, muito difícil, quase impraticável. O monoteísmo já traz em germe a ideia de que existe um único caminho para a salvação e todo os que não o seguem estão condenados. Embora a maioria das pessoas consiga enxergar e valorizar as semelhanças entre os Deuses das várias religiões, sempre emergirão grupos mais intolerantes que exigirão o exclusivismo. Por paradoxal que pareça, não se os pode acusar de irracionais. Eles apenas levam realmente a sério o que está escrito. Numa abordagem puramente lógica, o Deus dos católicos e o de Calvino, por exemplo, não podem estar certos ao mesmo tempo. O conflito é uma decorrência do cérebro racional processando uma ideia espiritual.

É claro que podemos e devemos incentivar posições pró-tolerância como a de Comings. Os níveis de guerras religiosas variaram ao longo das épocas, num processo que certamente tem algo a ver com o modo mais ou menos pluralista utilizado pelos clérigos em suas prédicas. Não devemos, contudo, ser ingênuos a ponto de imaginar que o conflito possa ser extinto. O mundo é um lugar cheio de problemas.

De minha parte, embora ímpio contumaz, também acredito em transcendência. Para mim, ela está em atividades biologicamente inúteis às quais nos dedicamos e atribuímos valor, como literatura, música, pintura, filosofia e, por que não?, teologia. Elas podem ser extremamente prazerosas e, no limite, preencher nossas vidas com um significado que a natureza apenas não lhes dá. Mas não é porque a literatura nos leva à transcendência que devemos achar que Aquiles ou Brás Cubas existem.


Hélio Schwartsman

Charge

Olavo de Carvalho no programa "Frente a Frente" - Parte II

Painel: Lula envia sinais de que não irá participar da campanha de Paim e Delcídio

DE SÃO PAULO
A cúpula petista já recebeu sinais de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem intenção de aparecer na propaganda de TV ao lado de ao menos dois candidatos do partido ao Senado: Paulo Paim (RS), autor de benesses a aposentados que azucrinaram o Planalto, e Delcídio Amaral (MS), que presidiu uma das CPIs do escândalo do mensalão.
Segundo o "Painel" da Folha, editado interinamente por Ranier Bragon (íntegra somente para assinantes do jornal e do UOL), o presidente também enviou emissários ao Rio de Janeiro para tentar evitar que a disputa pelas duas vagas ao Senado atrapalhe a vida de Sérgio Cabral (PMDB) ou de Dilma Rousseff.
Lula tem dito que ficará longe da campanha de Jorge Picciani (PMDB), mas que ajudará Lindberg Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB).
Leia a coluna na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.

Nobreza de araque e ladrões engravatados

Nobreza de araque e ladrões engravatados

Um dos artifícios de proteção dos mais ricos e influentes é o de chamar furtos, apropriações indébitas e coerções de crimes de ‘colarinho branco’, isto é, os que são cometidos pelas autoridades de Estado e pelos burgueses engravatados.

Luís Carlos Lopes

Há quem ache estranho a dificuldade brasileira de se tratar pessoas que ocupam cargos públicos mais elevados ou dispõem de grandes recursos financeiros como se fossem cidadãos comuns. Estes últimos, isto é, a maioria, quando cometem crimes são processados, presos e tem que responder pelos seus atos. Se forem mais pobres ou mais negros são logo enviados para presídios e outros depósitos de gente, sob as penas da lei. Não raro, são executados nas ruas, antes de viverem seus infernos judiciais e prisionais. Os valores e as propriedades das elites, bem como a cor da pele e o pertencimento a famílias ou grupos políticos e sociais influentes garantem maior impunidade.

O mesmo crime tem respostas estatais diversas. Um dos artifícios de proteção dos mais ricos e influentes é o de chamar furtos, apropriações indébitas e coerções de crimes de ‘colarinho branco’, isto é, os que são cometidos pelas autoridades de Estado e pelos burgueses engravatados. Diferenciando-os por meio de um nome pomposo, tem-se pronta uma estratégia para encobri-los. Os mecanismos reais existentes, usados pela velha máquina de Estado, estão muito distantes do edifício das leis e normas processuais. Vários procuradores e juízes democratas e defensores da virtual cidadania brasileira fazem sua parte. Tentam conseguir que a lei seja cumprida com equidade e que as elites sejam punidas. Há, felizmente, juízes que decidem respeitando a lei e o consenso crítico da população. Outros agem em sentido contrário, derrubando decisões, usando as tecnicalidades jurídicas para ofender o senso básico da racionalidade e da moralidade etc. Em suma, ajustando-se as situações encontradas aos interesses políticos e sociais que se escondem nas sombras do mesmo Estado.

Quando ocorre o recolhimento à prisão de um banqueiro que roubou milhões e a condenação de autoridades que participavam na mesma quadrilha, isto ganha as manchetes da grande imprensa. O espanto é porque tal fato consiste em algo inusual no Brasil. Os pequenos progressos dos direitos de cidadania são comemorados pelos democratas do país e odiados pelas elites. Estas gostariam de jamais serem condenadas por nada. Afinal, prisão é para pobre, preto e para quem mora longe. Por isso, eles usam dos seus privilégios para não irem para cadeia, mesmo condenados ou pegos em fragrante delito. Quando isto ocorre, a explicação está, por exemplo, na existência de um confronto entre o Estado e o criminoso ou um clamor social latente que chega de algum modo às grandes e pequenas mídias, pressionando nesta direção.

Na letra da lei, todos são iguais. Na prática da mesma, alguns são menos iguais do que outros. Nada disto é novo. Repete-se melancolicamente há muito tempo, remontando às origens do Estado e da Sociedade no Brasil. Todos sabem que é assim e muitos acreditam que assim sempre será. Isto se relaciona ao fato de que os compromissos assumidos nas mudanças históricas do país jamais foram rasgados. Mudar sem que as estruturas de poder sejam alteradas em profundidade é um mandamento do devir brasileiro. A impunidade das elites é coisa antiga que vem se renovando e se readaptando às novas circunstâncias que se colocam em cada contexto.

Ainda existem traços nobiliárquicos na formação social brasileira. A ocupação de altos postos de Estado é entendida como uma bruta ascensão social, política e ideológica. Estar neles por ter sido eleito ou por pertencer a uma das complexas clientelas do poder é compreendido por alguns como um salvo-conduto. Isto inclui fazer o que se bem entende, inclusive furtar o erário público ou intermediar a ação de empresários ladrões, lucrando por fora. Essas pessoas acham que a lei é para os outros e não se aplica ao comportamento daqueles que são um simulacro de nobreza togada. Esses pseudonobres, mesmo que sejam simples ladrões, contam com a pompa e a circunstância de seus cargos, suas relações de influência e os privilégios dados a eles pela própria legislação. São nobres de araque. Todavia, eles têm poder de fato e incontáveis meios de se proteger.

O Império e a ordem nobiliárquica da época foram derrubados, em 1889. O governo de Pedro II, apesar de esforços dos seus entusiastas, jamais poderá ser apartado do passado escravista brasileiro. Mesmo tendo mandado sua filha assinar o decreto da Abolição, a velha monarquia não poderá apagar sua forte ligação com a velha instituição escravista, em crise no mundo da época, muito antes de chegar ao fim no Brasil, em 1888. O golpe de Estado militar que inauguraria a república viria um ano e meio após. Os velhos barões imperiais transformaram-se na classe de proprietários de terra, agora sem escravos no velho sentido. Contudo o poder da terra conferiu a eles algo similar ao antigo poder nobiliárquico. As coisas mudaram, mas não muito. A terra não foi repartida e dada aos escravos, bem como lhes foi negada a instrução básica.

Foi no governo de Pedro II que as bases do Estado brasileiro foram assentadas, bem como alguns aspectos da vida social, política e cultural do Brasil, de alguma forma ainda presentes. A partir daí, todas as reformas que ocorreram nos últimos cento e cinqüenta anos se desenvolveram nos limites deste quadro, nunca inteiramente superado. Por aqui, como em toda parte, o passado dá um jeito de se manter no presente e influir no modo que a história segue seu curso. A luta pelos direitos coletivos e individuais de cidadania continua, como nunca, bastante atual.

Luís Carlos Lopes é professor e autor do livro "Tv, poder e substância: a espiral da intriga", dentre outros

terça-feira, 20 de julho de 2010

Jogo do inimigo

Diante dos hediondos crimes praticados pelo stalinismo, os que faziam a denúncia eram acusados de fazer o jogo do inimigo. Presumia-se que o stalinismo, mesmo com suas distorções e crimes, representava o socialismo e quem se opusesse às suas distorções deveria ser afastado do caminho, fosse pela execução física, fosse pelo confinamento, fosse pelo linchamento moral feito por via de campanhas caluniosas. Ora, não eram os que denunciavam o stalinismo que faziam o jogo do inimigo. Pelo contrário, quem fazia tão pernicioso papel eram os que contribuíam, mesmo que de boa fé para tão sinistro jogo contra os interesses dos trabalhadores.
O PT foi criado com a intenção de representar os interesses históricos dessa classe social, porém, a burguesia de início tentou impedir a consolidação de tal proposta, mas mudou de tática. Ao invés do enfrentamento e da negação, buscou o caminho da cooptação dos seus quadros mais representativos. E nesse empenho a burguesia logrou êxito total. A cada concessão que fazia o PT, a burguesia apressava-se em elogiar e dizer que o partido estava em processo de amadurecimento. Entretanto, a bem da verdade, é necessário saber que a burguesia, quando dizia que o PT estava se tornando maduro, é por que ele está em processo de apodrecimento. Isso aconteceu com o PT inglês e, também, com os partidos operários social-democratas de toda a Europa ocidental. Agora, vem de acontecer com o PT, no Brasil, capitaneado por Luis Inácio Lula da Silva e uma corja de trânsfugas, destacando-se figuras como Zé Dirceu, Genoíno, Luiz Dulci, Luiz Guchiquem, Paulo Rocha, João Paulo Cunha, quadrilha essa intimamente ligada ao que existe de pior na política brasileira, tal como Zé Sarney, Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho e outros.
Denunciando as entranhas apodrecidas do PT, foi lançado um livro de Ivo Patarra, sob o título “O Chefe”, que demonstra o grau de despudor e cumplicidade dessa camarilha que se transformou em verdadeiros inimigos dos trabalhadores. Vale a pena ler. Vale a pena denunciar. Calar é fazer o jogo dos inimigos da causa socialista.
Gilvan Rocha

PSOL


O PSOL deseja que a grande imprensa conceda espaço para o seu candidato, Plinio de Arruda Sampaio. O partido denuncia o pacto para manter as eleições restritas a apenas dois candidatos.

Arnaldo Antunes no Programa Provocações - PARTE 2

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Especialistas analisam sociedade diante do caso Bruno

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1605790-17665-312,00.html

Vice de Serra acusa PT de ligação com Farc e narcotráfico

O candidato à vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB), Indio da Costa, criticou o PT e a presidenciável Dilma Rousseff na noite de sexta-feira (16), quando respondia a internautas e jornalistas em entrevista organizada pelo site mobilizapsdb. Ele acusou o Partido dos Trabalhadores de estar ligado às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao crime organizado: "Todos sabem que o PT é ligado as Farcs, ao narcotráfico, a tudo o que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso".

Após atraso de mais de três horas, Indio apareceu para a conversa e pediu que mandassem perguntas "picantes". O candidato a vice afirmou que o PT estava usando recursos da máquina pública para fazer campanha. "O Ministério Público deveria ficar atento porque não falta material para poder enquadrar essa gente abusando do dinheiro público, fazendo campanha pra se beneficiar com o dinheiro dos impostos". Dilma Rousseff fazia campanha no Rio ao lado de Lula no momento em que Índio respondia as perguntas para o site.
Indio evitou criticar Lula e questionou como seria o governo de Dilma sem o atual presidente. "No dia primeiro de janeiro, se a Dilma é eleita, Lula volta pra casa, mas o PT fica. Fica com todos aqueles mensaleiros". E acrescentou: "O Lula tem poder sobre eles, mas eles têm muito poder sobre a Dilma".

Depois da conversa com o site, o vice de Serra ironizou no Twitter a declaração de Dilma, que disse que seu vice "não caiu do céu". Indio respondeu: "candidata do PT diz que eu caí do céu na chapa do @joseserra_ Para uma ateia, deve ser duro ter um adversário que cai do céu...".


Redação Terra

El Colapso Unión Soviética (1/6) Ep (1/2) URSS Golpe de Estado Agosto 1991

Promessas viáveis

Candidato José Serra prometeu acabar com a força do poder econômico nas eleições. Não existe promessa mais realista. Falta agora prometer fazer chover e também parar de chover.

O Vice de Serra e suas opiniões

Jornal do SBT: A Influência da Maçonaria

domingo, 18 de julho de 2010

Nossas maravilhosas rodovias


Charge


Charge


GREGORIAN-MIRACLE OF LOVE

Leilão social

A persistir até outubro o empate entre Dilma e Serra nas pesquisas de opinião, vai ganhar as eleições quem pagar o Bolsa Família melhor.
Tutty vasques

Dilma pediu para que facilitasse as investigações

A ex-secretária da receita no governo Lula a senhora Lina vieira, continua afirmando de pé junto que a senhora Dilma pediu para que ela facilitasse as investigações contra o filho de Sarney, o famoso Fernandinho Sarney.

Votos e Planos

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Popul
Dizer que os planos de governo são pouco mais que peças decorativas em uma campanha pode soar como heresia. Pior, como uma afirmativa que renega tudo que as campanhas deveriam ser.
Existe, no centro de nossa cultura política, um modelo idealizado do processo eleitoral, em função do qual estabelecemos o certo e o errado nas eleições e no comportamento dos candidatos. Nele, os planos de governo são a parte nobre da disputa, a razão para que o eleitor opte por um candidato e descarte outros.
Nessa visão abstrata, qualquer voto que não se baseie nas propostas dos candidatos é inferior. Se o eleitor deixar que suas paixões o dominem, se permitir que alguém o influencie, se pensar com seu bolso ao invés de com sua mente, comete um pecado contra a cidadania. Bom é aquele que olha apenas os planos de governo.
Se as coisas fossem assim, o eleitor teria uma árdua tarefa pela frente, procurando se informar sobre os projetos dos vários candidatos para cada área. Depois, os analisaria, quem sabe usando critérios como exequibilidade e relevância, para chegar a uma conclusão a respeito de cada um. E ai do candidato que não tivesse propostas para todas as políticas: com uma nota zero, por exemplo, na parte dedicada à energia, precisaria de um dez quando suas metas de política monetária fossem escrutinadas.
É evidente que isso não existe, nem do lado dos eleitores, nem dos candidatos. E não é por que somos uma sociedade pobre e temos uma cultura política imatura. As eleições não são assim em lugar nenhum do mundo.
Eleições não são exames escolares, em que os eleitores-julgadores avaliam racionalmente os candidatos, dando a uns notas baixas e ao “melhor” o diploma de honra ao mérito. Elas envolvem paixões, interesses, lealdades, emoções, identidades formadas ao longo da vida, torcidas. Na imensa maioria das vezes, as pessoas primeiro escolhem em quem vão votar e só depois ficam sabendo o que “seu” candidato propõe. Por isso, elas sempre preferem seus projetos e acham piores os dos adversários (mesmo quando são bons).
No Brasil contemporâneo, não houve uma só eleição presidencial em que as propostas dos candidatos, literalmente falando, tivessem sido relevantes. Ninguém votou Collor pelo “plano de governo”, mas por que queria juventude e mudança. Fernando Henrique ganhou e se reelegeu com um plano de uma palavra só: real. Lula chegou e permaneceu no poder por que a população se convenceu de que a hora dele tinha chegado, pois estava cansada da elite que governava.
Os candidatos não gostam de perder tempo com esforços inúteis. Para que fazer detalhados e minuciosos planos de governo, se a eleição é sempre incerta? Apenas para satisfazer uma formalidade, dado que os eleitores pouco vão vê-los?
Na disputa, o máximo que as candidaturas apresentam são “planos de campanha”, não “de governo”. Na essência, são ideias pensadas para se transformar em peças de propaganda, que nem precisam ser inteiramente realistas. Como se destinam à televisão, têm que ser simples e curtas, sem fundamentações e cálculos de viabilidade. Seu objetivo é fixar, através do conteúdo, a imagem que se pretende projetar para o candidato: “conhece as pessoas carentes”, “sabe o que fazer para resolver os problemas do povo” e atributos semelhantes. Não são formuladas para governar, mas para ganhar a eleição.
Por isso, os verdadeiros planos só são elaborados depois que o candidato vence, quando seus assessores recebem os dados de dentro do governo e se dedicam seriamente a eles. É nas equipes de transição que se fazem planos de governo, não nas de campanha.
Quem reclama da falta de “planos de governo” nestas eleições talvez não se dê conta, mas, para a maioria das pessoas, eles são claros: Dilma quer manter e Serra mudar o que Lula está fazendo. Essa informação basta para elas.

Os Grandes Oradores da Humanidade. Como se tornar eficiente? Assista out...

Caida de Salvador Allende (2)

Caida de Salvador Allende (1)

sábado, 17 de julho de 2010

Pesquisa revela pensamento do eleitor sobre principais candidatos à Presidência

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1598218-17665-311,00.html

GREGORIAN - Moment Of Peace

Musicas Gregorianas

Petistas do Maranhão

Petistas do Maranhão até agora estão tentando engolir a aliança com Roseana Sarney. O PT indicou o vice de Roseana. Os petistas ameçaram greve de fome, denunciaram compra de votos, mas estarão abraçados com Roseana.

Luiz Carlos Prates (25/06/2007) - Vagabundos da Classe Media

Semana em Pânico - Datena e Kajuru

Eu Caminhava - Nenhum De Nós

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Onde estará ele?

E o Ciro depois de ser fritado pelo governo, pelo PT, e pelo seu partido, o PSB. O que andará fazendo?
ATUALIZAÇÃO:
O Homem reapareceu no Ceará e diz que não vai pedir votos para ninguém só para o seu irmão, Cid Gomes candidato a reeleição.

Olavo de Carvalho Jose Serra é Cumplice dos Crimes da Dilma Rousseff

Escolha do vice de Serra gera desconforto no cenário político brasileiro

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1603917-17665-309,00.html

A Conspiração Nazista - Parte 2/7

A Conspiração Nazista - Parte 1/7

Eleições 2010 - Plínio do PSOL comenta relação de Lula e Dilma com MST

Interditar, como método (14/07)

É preciso combater entre nós um certo “princípio da interdição”, que procura matar os debates na preliminar. Que as flores desabrochem. Não deve haver assuntos proibidos a priori

É obrigatório voltar ao assunto das representações à Justiça Eleitoral por causa de “propaganda antecipada”. Ainda que o tema esteja caduco, pois as candidaturas agora são oficiais. Ontem o TSE negou procedência ao recurso do PT contra o vice da chapa tucana, Índio da Costa (DEM). Ele havia postado no Twitter antes do prazo regulamentar um pedido de voto em José Serra. Realmente gravíssimo.

Conte o episódio para alguém de países mais civilizados e ele vai rolar de rir. Sem contar que o arquivamento da ação se deu por causa de uma filigrana. Não houve julgamento do mérito no TSE. O tribunal desvencilhou-se tomando um atalho jurídico. É procedimento clássico dos nossos tribunais quando querem julgar sem ter que decidir.

Outra coisa interessantíssima que inventaram no Brasil é o registro dos programas de governo na Justiça Eleitoral. O candidato promete diminuir o deficit público. E se o país for arrastado para uma guerra, e os gastos públicos explodirem?

Se acontecer, alguém certamente irá aos tribunais pedir a cassação do presidente, por ter descumprido o programa de governo.

Nossa compulsão crônica por “controles”, nossa profunda convicção — de raízes ibéricas — de que tudo pode e deve ser regulamentado e controlado vai promovendo um desfile de absurdos. Ontem a Procuradoria-Geral Eleitoral pediu mais uma punição a Dilma Rousseff, pela tal “campanha antecipada” e por “campanha negativa” contra o adversário.

Talvez a Justiça devesse então produzir um manual infalível de regras mostrando como criticar os adversários sem fazer “campanha negativa”. Atenção: isso foi uma piada, com todo o respeito.

Mas voltemos à questão do registro do programa no TSE. Dos candidatos, quem mais se enrolou no quesito foi Dilma. Mandou primeiro o programa do PT, depois teve que trocá-lo por um mais centrista. E anuncia-se que ainda não é definitivo.

Talvez seja barulho excessivo por pouca coisa. O PT, se tiver força para tanto, implementará no governo medidas como as da primeira versão. O partido gostaria de ver instalados novos mecanismos de controle sobre a atividade dos veículos de comunicação. Desejaria também medidas adicionais para garantir a função social da propriedade, urbana e rural.

Não há segredo nisso. O PT acredita que medidas assim melhorariam o Brasil. Seria então mais útil iluminar o debate sobre o mérito dos assuntos. A sociedade sairia ganhando. Talvez o PT devesse detalhar como imagina as novas formas de controle sobre a Comunicação. Quem seria encarregado de controlar? E como faria? Uma vez claras as propostas, que o eleitor decidisse. Idem para a limitação do direito de propriedade.

Os que se sentissem atingidos poderiam pressionar o Congresso contra a aprovação dos projetos. Ou mesmo recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

É preciso combater entre nós um certo “princípio da interdição”, que procura matar os debates na preliminar. Vem de acontecer na comissão da Câmara dos Deputados que discutiu a reforma do Código Florestal. Certas entidades ambientalistas pouco afeitas à discussão democrática e habituadas a promover campanhas de linchamento moral acharam que conseguiriam barrar a coisa no grito. Deram-se mal.

Que as flores desabrochem. Não deve haver assuntos proibidos a priori.

No caso da morte de Eliza Samudio, por exemplo, qual é a razão para o rapaz de 17 anos (o primeiro a agredir fisicamente a moça, segundo o depoimento dele próprio) não pegar uma pena equivalente aos demais? É possível que o jovem seja beneficiado por colaborar com a Justiça, mas fora esse detalhe seria justo que sua condenação equivalesse à dos outros. Se forem considerados culpados, claro.

Mas meta-se a querer debater a menoridade penal para ver o que acontece. O mundo desabará sobre a cabeça do infeliz, que será automaticamente acusado de comportamento monstruoso e de desejar o mal aos jovens, especialmente aos mais pobres. Enquanto isso o crime organizado continuará usando como arma a inimputabilidade dos garotos e garotas com menos de 18 anos.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada nesta quarta (14) no Correio Braziliense.

Alon Feuerwerker

Na TV, Ciro Gomes chama PMDB de ajuntamento de assaltantes

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Prates: a palmadinha pedagógica nunca fez mal a ninguém

Jogo do Poder com Aldo Rebelo 3 (4 de 4)

A charge da discórdia

Dirigentes petistas ficaram indignadas com esta charge. Pois, pois está ela aí, de mau gosto ou não ela está circulando.

Bela


Pacto de exclusão e fim de ciclo

Escrito por Leo Lince
02-Jul-2010

O cidadão comum, que se julga bem informado por ler os jornalões de circulação nacional ou acompanhar o noticiário da televisão ou do rádio pode até pensar que só existem duas candidaturas disputando as eleições presidenciais que se avizinham.

Ou, talvez, duas e meia. Afinal, além da Dilma e do Serra, também a candidata dos verdes, Marina, de uns tempos para cá passou a ser contemplada pelos grandes meios. Prestou vassalagem aos dogmas do ideário dominante (independência do Banco Central, política social focada e saída legitimadora para o agronegócio) e ganhou a condição de coadjuvante no jogral do sistema.

Mas, no fundamental, os espaços da mídia grande estão voltados para a tarefa maior: imprimir um verniz de veracidade numa polarização que é falsa. A opção entre Dilma e Serra, apresentada como única alternativa real, é só do que se fala, propaga e alardeia na mídia grande. Feições distintas de um mesmo modelo, a candidata oficial e o candidato oficioso, na realidade, disputam apenas qual será o melhor gerente do continuísmo.

A mecânica da exclusão de qualquer alternativa crítica pode ser observada, igualmente, em outras dimensões da engrenagem política. Exemplos? São tantos. Alguns deles, nem todos, é claro, estão ao alcance de quem faz a leitura atenta dos jornais. Anotar as informações fragmentadas do dia-a-dia e, depois, agrupar tais fragmentos em um mosaico que possa desvendar o sentido geral do processo.

Já dá para saber, por exemplo, que a próxima campanha presidencial será a mais cara da história do Brasil. O tesoureiro do PT já fez previsão para os gastos da Dilma: acima dos R$ 500 milhões. A campanha do Serra não deve ficar atrás. Ou seja, os gastos legais, declarados, dos dois principais candidatos da ordem podem ultrapassar a marca do bilhão de reais. O financiamento privado de campanha, além de fator incontrolável de corrupção, termina por se constituir como poderosa cláusula de exclusão.

Já dá para saber também que pelo menos alguns dos institutos de pesquisa de opinião estão trabalhando com uma metodologia estranhíssima. Ao perguntar a preferência do cidadão consultado, primeiro se apresenta uma cartela só com os nomes de Dilma, Serra e Marina, depois outra cartela com os demais candidatos. O resultado é distorcido na certa. Um absurdo total, no entanto praticado abertamente. A última pesquisa do Ibope, deu até no jornal que a patrocinou, foi feita assim.

O uso escancarado da máquina pública por tucanos e petistas, as violações flagrantes da legislação eleitoral, deixando claro que o rigor da lei está reservado para os "outros", são elementos nos quais se revelam os termos do acordo tácito entre as forças dominantes. O nome disto é pacto de exclusão, uma aberração política que define o cenário da disputa eleitoral de 2010 como um fim de ciclo.

Léo Lince é sociólogo.

A solução da madrugada

Cidades imensas como São Paulo tornaram-se intransitáveis, irrespiráveis. Desde a volta às aulas deste ano, o morador do principal centro econômico do país se sente prisioneiro da entropia — mais crescimento, mais confusão, mais velocidade, mais paralisia.

Ofereço uma sugestão gratuita: descobrir a madrugada!

O dia tem quatro períodos de 6 horas. Das 6h às 12h, a cidade trabalha. Das 12h às 18h, faz compras, busca filhos na escola, corre para casa. Das 18h às 24h, freqüenta escolas, faculdades ou cursos livres, namora, diverte-se. Sem falar naqueles que, em casa, continuam trabalhando...

Mas o que fazer da meia-noite em diante? Por que não dormir em horários alternativos, como já fazem trabalhadores noturnos de fábricas, postos de saúde?

Criar vida coletiva madrugadeira. Faculdade pela madrugada. Cinema na madrugada. Esporte de madrugada. Novos horários para serviços ‘madruguistas’. Em locais que não perturbem o justo sono dos outros. Redistribuição espontânea/induzida dos turnos existenciais.

Acordarei às 23h. Tomarei meu café madrugal. Irei trabalhar. Ou estudar. Ou pagarei as contas nos bancos (abertos). Cuidarei de assuntos burocráticos. Às 6 da manhã, almoçarei. Ao meio-dia, fim do dia. Em casa, jantar... Descanso, família, amigos. Às 16h, cama, longe do rush.

Muitos notívagos se sentem inúteis nas chamadas horas mortas. Salvam-nos a internet, a tela da TV, a leitura. Insones, passarão a movimentar a madrugada urbana cheia de vida.

Se metade da população tiver opções madrugadeiras, todos respiraremos melhor. Madrugada, palavra proveniente do latim vulgar maturicare, madurar, amadurecer mais cedo, antecipar-se ao caos.

Em plena madrugada, haverá mais luzes acesas, mais transporte coletivo, o metrô circulará 24 horas, restaurantes, lanchonetes e lojas em geral de portas abertas. Haverá clientes sempre, em toda parte.

"Deus ajuda a quem cedo madruga", profetizaram os antigos. Essa idéia mesmo, aliás, fiquei mentando (a mente trabalha depois da meia-noite) às 4 da matina.

Que a energia acumulada e perdida na madrugada venha à tona nos escritórios, academias de ginástica, serviço público, consultórios médicos, lugares de diversão.

Quantos já não fazem da madrugada espaço e tempo vitais?

Mais do que rodízio de automóveis, rodízio de gente. Digamos que 50% da população passe a acordar às 23h, depois de uma boa tarde-noite de sono. A outra metade estará colocando o pijama e sonhará com os anjos, sem ter vivido o pesadelo das ruas apertadas, das filas enervantes, da correria que mata.

Gabriel Perissé é doutor em educação pela USP e escritor.

Website: http://www.perisse.com.br/

Entre a política e o dogma


Entre a política e o dogma


Escrito por Wladimir Pomar
29-Jun-2010

Todo projeto tático é um projeto "rebaixado". Os projetos estratégicos, de reformas profundas, só se tornam projetos táticos em situações revolucionárias. E situações revolucionárias só ocorrem quando a grande massa do povo não quer mais viver como antes, e a burguesia não tem mais condições de fazer concessões ou impor seu domínio.

Em vista disso, no momento atual, o grande desafio da esquerda brasileira consiste em reconhecer que a grande maioria de seu povo pretende fazer a experiência dos avanços e conquistas paulatinas, pela via eleitoral e pela pressão social limitada. Essa maioria popular somente se dará conta da impossibilidade do sucesso de tal experiência se a burguesia pretender dar um basta a ela; e, mesmo, assim por outras vias, que não a eleitoral.

Se a burguesia obtiver um "retrocesso" pela via eleitoral, isto será uma derrota profunda para a maioria popular, mas terá poucas implicações numa possível escolha por outra via de reformas estruturais. Uma derrota eleitoral do governo Lula e de seu projeto "rebaixado" será, em primeiro lugar, um retrocesso no tratamento dos movimentos sociais como interlocutores legítimos. O MST e outras organizações populares podem passar à categoria de movimentos criminosos, como sugerem os setores mais reacionários do DEM e do PSDB.

Paralelamente a isso, o freio imposto às privatizações pode ser desativado e o programa de transformação das empresas públicas e estatais em empresas privadas retomará o curso imprimido anteriormente pelo governo FHC. Os programas de redistribuição de renda, redirecionamento de maiores recursos para as economias familiares e solidárias, construção de moradias populares e assentamento de lavradores sem-terra talvez não sejam liquidados abertamente, mas sofrerão o esvaziamento proposto pelos que acham que tais programas são despesas injustificadas do dinheiro público.

A política externa, em especial aquela relacionada com a América do Sul, deverá sofrer uma completa reversão. Os ataques irresponsáveis ao governo boliviano, acusando-o pela propagação do narcotráfico, deverão pautar as ações externas demotucanas, se o candidato Serra conseguir emplacar o "retrocesso".

Só pelos exemplos acima, que não abrangem tudo, pode-se ter uma idéia dos danos que uma eventual derrota da candidata Dilma poderão causar ao que alguns consideram "pequenos avanços e conquistas". Porém, tão ou pior que tais danos, será a repercussão negativa que uma derrota do governo Lula exercerá sobre o ânimo de luta das grandes massas da população brasileira.

Tal repercussão negativa será ainda mais profunda se ficar evidente que tal derrota se deveu a divisões e erros da esquerda diante do adversário principal. É quase certo, como ocorreu em outros momentos históricos, que ressurja entre as grandes massas o sentimento de que elas são incapazes de garantir e manter suas conquistas. Nessas condições, a suposição de que uma vitória eleitoral do "retrocesso" não terá efeitos negativos duradouros sobre o ânimo popular, podendo até mesmo fazê-lo avançar no rumo revolucionário, é uma idéia perniciosa que desdenha a experiência histórica de luta do povo brasileiro.

Portanto, nesse plebiscito que parte da esquerda chama de disputa entre um "projeto rebaixado" e um "retrocesso", a omissão ou a oposição a tal projeto, obscurecendo o que tal retrocesso representa e desviando votos, não será apenas um erro tático. Quase certamente terá conseqüências estratégicas muito negativas e efetuará um corte profundo no processo real de aprendizado das grandes massas do povo.

A desculpa daqueles que, durante a campanha eleitoral, pretendem combater as candidaturas que expressam o projeto neoliberal e o imperialismo, como a candidatura Serra, através da propaganda e da agitação das chamadas "questões programáticas", parece a posição dos soldados que, em plena batalha, resolvem não atirar no inimigo por acharem que seu comandante não merece apoio.

Podem até supor que, com isso, conseguirão organizar os demais soldados, dar-lhes consciência política e incentivar suas lutas futuras. Na verdade, porém, correm o risco de morrerem com os demais, em especial se o inimigo for vitorioso. É evidente que, no caso do plebiscito atual, esses setores da esquerda talvez não arrisquem sua vida, e poderão pelo menos reclamar que o povo não lhes deu a atenção devida, como aliás já faz o PSOL.

Seria mais simples e mais fácil reconhecer que, em 2002, grande parte das camadas populares do povo brasileiro soube distinguir entre um programa democrático e popular, mesmo taticamente "rebaixado", e um retrocesso. E que isso representou um grande avanço do movimento social e político, avanço que foi ainda mais significativo, em 2006, porque o programa taticamente "rebaixado" foi elevado vários degraus e contou com um apoio popular mais amplo.

Nas eleições de 2010, as forças de esquerda têm a oportunidade de aplicar uma política de aprofundamento dessa compreensão popular. Mas terão que fazê-la a partir do nível alcançado pelas camadas populares, e não a partir das suas supostas propostas "avançadas". Ou seja, há uma oportunidade de ouro para elevar em alguns degraus mais o programa "rebaixado", e combinar a vitória para os governos com uma ampla vitória para os legislativos, tanto o federal quanto os estaduais.

Com isso, pode surgir uma nova correlação institucional de forças e um ambiente de mobilização mais propício para forçar os governos de coalizão a realizarem uma maior inflexão à esquerda. Jogar no lixo essa oportunidade, por não achá-la "revolucionária" ou "programática", é o mesmo que descartar a política ou torná-la um dogma.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A balela dos supostos limites

Na era lula tornou-se lugar comum justificar o não feito pelo governo com a balela dos supostos limites. Que o governo nem se preocupou em transpor.

Alianças imponderáveis

Os petistas para não perder o hábito continuam apostando tudo nas alianças digamos imponderáveis, belo termo alianças imponderáveis.

Luiz Carlos Prates (23/05/2007) - Sites educativos, pra que?

O Indíce da Maldade - Charles Manson - Parte 1/7

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Corrupção

O Líder do grupo contrário a uma aliança do PT com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), o deputado federal petista Domingos Dutra afirma que parte do partido adotou a corrupção e a fraude no processo eleitoral.

Jogo do Poder com Murillo de Aragão 2 (4 de 4)

Fernando Sarney

A Policia Federal tenta repatriar 13 milhões de dólares mandados ilegalmente para o exterior por Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República e atual presidente o Senado, José Sarney

Os comunistas em outros tempos

O PC do B, por meio do deputado Aldo Rebelo, tem esboçado uma estranha aliança com o chamado agronegócio. Logo os comunistas que tanto condenavam os fazendeiros. Mas isso era em outros tempos.

domingo, 11 de julho de 2010

Unidade territorial

Chega a ser surpreendente que no Brasil apesar de todos os desmandos que vivemos, tenhamos conseguido manter a nossa unidade territorial.
Não obstante a sorte ainda atuam em nosso território esparsos movimentos separatistas que não encontram maior audiência, no entanto um agravamento da crise social pode conduzir muitos brasileiros a acreditar que o fracionamento do território nacional seja uma boa alternativa.
Recentemente a Bolívia, nossa vizinha com um território modesto, está em vias de se fracionar tudo porque se instalou um feroz luta política entre o governo central e uma oposição que controla províncias importantes do território boliviano.

Biografía de Joseph Stalin - Parte 2 de 5

O presidente está nos devendo

O presidente está nos devendo ainda a resposta sobre quem seriam os Judas aos quais se aliou no exercício do governo?

O PMDB não gostou

O PMDB não gostou do PT ter entregado um programa de governo, no qual os peemedebistas não tinha dado o OK. Pois a tendência do futuro é que os peemedebista se considerem cada vez mais imprescindíveis, a candidata do governo.

O jornalista Reinaldo de Azevedo

O jornalista Reinaldo de Azevedo é um daqueles Serristas que batem dia e noite no PT, o que o glorioso jornalista não consegue deixar claro é a sua idéia da diferença entre PT e o PSDB.

Arnaldo Jabor sobre Lula, Judas, Jesus Cristo e Fariseus

sábado, 10 de julho de 2010

Charge


O CANTO DOS CANÁRIOS

TRINCA FERRO "NERO"

Colonização dos movimentos sociais

O governo lula vai galvanizando amplas simpatias de vários movimentos sociais, que teriam todos os motivos para se afastar do governo.

Importantes setores do governo lula fizeram de tudo nos últimos meses para recompor o apoio que o PT havia perdido entre os movimentos sociais.

O que vemos hoje é uma completa colonização dos movimentos sociais por parte do governo, que mediante variadas estratégias acabou cooptando toda e qualquer manifestação independente da sociedade.

Querendo ou não o governo lula adotou um procedimento de estar presente em toda sociedade, para limitar ao máximo a possibilidade de qualquer oposição com credibilidade para criticar.

Diante desse quadro não surpreende que a candidata do governo cresça e a oposição encolha, digo a oposição de direita.

Quanto a oposição de esquerda liderada pelo psol, está tenta acertar o passo, mas por ora é minúscula, e sobre ela também o governo faz de tudo para afastar inúmeros lutadores sociais que poderiam lhe ampliar a musculatura.

Descartados

Em 2002 o PT reuniu uma série de técnicos para montar um plano de governo. Acabou a eleição e aqueles que montaram o plano foram dispensados, e nunca mais foram aproveitadas. Foram utilizados apenas para buscar votos. Hoje vemos alguns vozes petistas falando em se aproximar novamente dos intelectuais é meio como chamar os mesmos de idiotas.

O Astronauta de Mármore-Nenhum De Nós

quarta-feira, 7 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Visitas interativas

Visitas interativas

Tenho um sonho de educador e escritor: Sempre quis visitar diferentes escolas e participar um pouco do cotidiano de cada uma delas, presenciar diferentes realidades e costumes, conhecer novos alunos e professores, enfim, interagir com o mundo escolar que sempre será eclético e muito rico artística e culturalmente. Penso que a escola seja o berço das grandes personalidades e é lá que está o meu mundo, em sala de aula, cara a cara com o aluno, sem máscaras nem joguinhos de interesse. Um único compromisso: Lutar por uma educação pública cada vez melhor...

Finalmente, este sonho está sendo realizado... Em 2006, já fazia um ano que escrevia semanalmente, fui convidado para palestrar para alunos da Escola Paulo Schieffler, onde, orgulhosamente concluí o curso de magistério em 1999... Depois disso, visitei a escola Tabajara, O Irmão Leo e Domingos da Costa Franco, sempre a convite das professoras de Língua Portuguesa.

Nas últimas semanas, por conta das olimpíadas da Língua Portuguesa, tenho feito muitas visitas para alunos de oitava série de ensino fundamental e primeiro ano de ensino médio, cujo gênero abordado pelo concurso é Crônica, para realizarmos uma conversa sobre a importância da leitura, análise e produção de texto na vida cotidiana do ser humano.

Primeiramente, a convite da professora Suely, visitei a escola Alcides Tombini, no bairro onde vivi por trinta e cinco longos e felizes anos, conversei com a garotada de oitava série sobre alguns escritos meus e de tantos outros escritores por este Brasil afora. Em seguida, atendendo ao pedido da professora Marlise, pela primeira vez, realizei uma palestra no Wandão do meu coração, fato que me deixou muito emocionado, pois derrubou aquele dito de que “Santo de casa não faz milagres”. Da mesma forma, trocamos figurinhas sobre a prática da leitura e produção dentro e fora de sala...

Por fim, fiz duas visitas à escola João Santo Damo, uma no matutino e outra no vespertino que incluiu a sétima série na equipe, a convite da professora Maristela que fez um trabalho maravilhoso com seus pupilos a partir dos meus textos... Ao chegar, já fui abraçado por alguns alunos que, receberam um abraço de quebrar os ossos como retribuição, diante de um pequeno mural dando-me as boas-vindas e um recorte do texto que fiz em homenagem ao meu amigo fiel, Bilú... Conversamos, interagimos, trocamos experiências, cantamos, respondi muitas perguntas que revelaram a leitura crítica dos meus escritos e tive a imensa satisfação de autografar alguns cadernos e receber palavras edificantes por parte daqueles adolescentes que se revelaram dinâmicos, críticos, leitores e escritores em potencial...

Mas a minha surpresa maior foi a tarde, quando falava do meu primeiro texto publicado há cinco anos: “O grande condutor”... Ao perguntar se alguém o tinha lido, uma mão se levantou na pequena multidão daquela sala que transbordava juventude: Era a Bianca, uma aluna que estudava na escola Tabajara visitada por mim, quatro anos atrás. Contou-me detalhes do texto que nem eu lembrava e me encheu de palavras edificantes e emocionantes. É pela Bianca e por tantos outros jovens leitores que continuo escrevendo, pois se as palavras escritas por este utópico professor, permanecem na memória de uma jovem estudante por tanto tempo, é porque de alguma forma tocaram e revelaram alguma emoção... Enquanto isso acontecer, continuarei escrevendo... Enquanto escrever, continuarei vivendo, enquanto viver, continuarei presenciando cenas como esta que me dão o combustível necessário para continuar escrevendo...

Márcio Roberto Goes
www.marciogoes.com.br

domingo, 4 de julho de 2010

sábado, 3 de julho de 2010

Senado, para quê?, por Lucio Barcelos*

Em 2010, de acordo com fontes governamentais, o Senado da República vai custar ao bolso dos contribuintes a bagatela de R$ 3 bilhões.

São 81 senadores, rodeados por uma corte de 6 mil funcionários. Em números absolutos, significa dizer que cada senador, anualmente, custa uma média de R$ 37 milhões aos cidadãos que pagam impostos. E, neste momento, depois de o governo ameaçar não aprovar os 7,7% para os aposentados, utilizando o mais do que desgastado argumento de uma possível quebradeira na Previdência, o Senado aprova um aumento de 25% no salário de seus funcionários. É uma atitude que dá uma medida da distância que separa a “Câmara Alta” da sociedade que ele deveria representar.

Do meu ponto de vista, já há muito tempo, o Senado passou a ser uma instituição ilegítima. O termo mais adequado seria “espúria”, mas, para não passar a ideia de intransigente e radical, fico com o “ilegítima”. Na verdade, creio que deveríamos ter uma representação unicameral, com candidatos eleitos para uma única legislatura, com mandados revogáveis a qualquer momento e com voto facultativo. Não creio que fosse resolver o problema da farsa parlamentar, mas, certamente, reduziria o nível de dissociação esquizofrênica e corrupção, hoje instalados na representação parlamentar.

O mais importante disso tudo é que poderíamos utilizar esses R$ 3 bilhões e mais os 25% de aumento, para melhorar nosso sistema público de saúde. Que, como é de conhecimento geral, continua em crise, com um modelo equivocado e sem um financiamento adequado.

Com esse dinheiro todo, poderíamos ampliar a rede básica de saúde, fator primordial na sustentação do sistema de saúde. Estimando que o custeio de uma Equipe de Saúde da Família gire em torno de R$ 360 mil/ano, seria plenamente possível manter mais 8.334 equipes/ano. Só para ter uma ideia, no Rio Grande do Sul existem 1,2 mil Equipes de Saúde da Família em atividade, correspondendo a 39% da cobertura necessária. Com esses valores, conseguiríamos alocar mais 1.876 equipes para uma cobertura ideal, e ainda sobrariam recursos para implantar mais 6.458 equipes em outros Estados. Ou ficaríamos com mais um naco desse dinheiro e colocaríamos em funcionamento o Laboratório Farmacêutico do Estado (Lafergs), que está, de uma forma criminosa, parado há mais de 20 anos, ali na Avenida Ipiranga.



*Médico sanitarista, ex-secretário de Saúde de Porto Alegre

Igreja desembarca do PT

Na origem do PT, no início da década dos 80 do século passado, há a convergência inédita de três segmentos da sociedade: sindicalistas da indústria automobilística, esquerda acadêmica e comunidades eclesiais de base, representando a ala progressista da Igreja Católica.

A articulação entre eles permitiu que o partido, mais que qualquer outro, antes ou depois, se enraizasse na sociedade, expandisse seus tentáculos e produzisse uma militância ativa e disciplinada, que nenhum outro até hoje logrou constituir.

O projeto de cada um desses segmentos era – e é – distinto. A uni-los, havia a luta comum contra a ditadura. Associaram-se à frente democrática, então comandada pelo PMDB de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, sem se permitir grande proximidade.

Derrubada a ditadura, mantiveram distância dos sucessivos governos, tornando-os alvo de críticas sistemáticas.

Passou a uni-los a questão social, cada qual focando-a a seu modo, sem conflitos que ameaçassem a convergência. Os sindicalistas tinham – e têm – visão utilitária, pragmática. Lutam por conquistas trabalhistas concretas, nos termos do sindicalismo de resultados, inicialmente criticado por Lula – e hoje marca das três centrais que dominam o setor.

Já a esquerda acadêmica e o clero progressista conferem tom ideológico à questão social, que compatibilizaram sem dificuldades com o discurso sindical. Lula mesmo já disse mais de uma vez que “nunca fui de esquerda; fui torneiro-mecânico”. Mas tem ciência de que a aliança de seu partido é pela esquerda.

Essa aliança manteve-se até aqui sem maiores conflitos. Eis, porém, que o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) promove a primeira cisão grave – aparentemente incontornável – nesse pacto partidário. A Igreja Católica está desembarcando dele. Caminhou lado a lado com a esquerda acadêmica até que a agenda de ambos – humanismo x religião - entrou em conflito.

Enquanto os uniam causas institucionais (fim da ditadura) e questões sociais (capitalismo x socialismo), foi possível conciliá-las.
Quando, porém, a agenda da esquerda passa a incluir questões comportamentais de vanguarda, que põem em xeque a moral cristã – aborto, casamento e adoção de crianças por casais gays, proibição de símbolos religiosos em locais públicos -, o convívio chegou ao limite.

O enunciado da ruptura foi dado na 48ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esta semana, em Brasília. Os bispos deixaram de lado suas diferenças ideológicas – os progressistas, que compatibilizam cristianismo e marxismo, e os ortodoxos, que consideram os dois credos incompatíveis – e desancaram em uníssono o PNDH 3.

O governo já recuou em diversos pontos da questão: suprimiu a liberação do aborto, a proibição de símbolos religiosos, mas não as cláusulas que se referem aos gays, cujas conquistas foram alvo de foram condenação veemente por parte dos bispos, que reiteraram proibição a que ingressem na Igreja.

Como coroamento desse processo, a Assembléia produziu um manifesto em que recomenda aos fiéis que votem em "pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Embora o manifesto não faça menção explícita ao PNDH 3, o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer cuidou de fazê-lo, ao declarar que, naquele decreto, "além da descriminalização do aborto, há outras distorções inaceitáveis, como a união, dita casamento, de pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças por pessoas unidas por relação homoafetiva e a proibição de símbolos religiosos”.

Será possível desfazer o impasse e conciliar as agendas? Pior: será possível dissociar Dilma Roussef do PNDH? Na quarta-feira, em Porto Alegre, ela declarou que "estive presente em cada programa do governo". De fato, o PNDH foi concebido e executado na Casa Civil da Presidência da República.

15/05/10

Ruy Fabiano é jornalista