quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

ESQUERDAS ARTICULAM BLOCO PARA RIVALIZAR COM PT
.
Bloco de 77 deputados reuniria PSB, PC do B, PV e PDT. Se constituído, poderá ficar com a vice-presidência da Câmara.
.
PSB e PC do B articulam com PDT e PV a formação de um bloco parlamentar de esquerda com 77 deputados, que, se concretizado, será a terceira maior bancada da Câmara. Os partidos buscam se proteger contra o que consideram "hegemonismo" do
PT na base do governo.O objetivo é garantir para esses partidos uma posição importante na mesa diretora da Casa e o controle de três comissões permanentes. O movimento abala a posição do PT na coalizão de governo e pode favorecer a reeleição de Aldo Rebelo (PCdo-B-SP) na disputa contra o petista Arlindo Chinaglia (SP).Juntos, os quatro partidos terão 77 deputados na próxima legislatura. O PMDB elegeu a maior bancada para a Câmara (89 deputados), seguido pelo PT (83) e pelo PSDB (66). São estes os números que contam para a distribuição dos cargos, independentemente de adesões ou baixas nos partidos.Pelo critério da proporcionalidade, o bloco poderia indicar, por exemplo, o candidato a vice-presidente da mesa diretora, cargo que, nas atuais circunstâncias, caberia ao PSDB. Isoladamente, apenas o PSB tem direito a um cargo na mesa, uma simples suplência. Separados, os partidos também não indicam presidentes e relatores das estratégicas comissões permanentes.
"O bloco fortalece a autonomia dos partidos de esquerda no Legislativo e, mesmo sem estar vinculado à disputa pela presidência, favorece Aldo", disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral.
Amaral informou que foi incumbido de fazer as negociações com o presidente do PDT, Carlos Lupi, com quem conversaria ainda esta semana. Para negociar com a direção do PV, ficou escalado o futuro líder do PSB, Márcio França (SP). PDT e PV ainda não decidiram quem vão apoiar para a presidência da Câmara.
A criação de um bloco da esquerda, incluindo também o PV, é um antigo projeto do PSB e do PC do B. Dirigentes socialistas e comunistas avaliaram que o acordo entre PT e PMDB para apoiar Chinaglia criou, finalmente, a ocasião propícia para formar o bloco.
"O PT optou por um acordo com o PMDB", disse o deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES).
Trata-se de um movimento "de sobrevivência" dos partidos minoritários da esquerda, que apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda não têm um projeto político comum para o futuro, depois do governo Lula.
.
G1

Nenhum comentário: