quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Se lembra em quem votou para Deputado Estadual?

Em quem os Caçadorenses votaram em 2002 para Deputado Estadual
Votos Nome
15.522 - RENO LUIZ CARAMORI
4.868 - VALDIR VITAL COBALCHINI
2.442 - HELIO PIRES
1.614 - LIZEU MAZZIONI
823 - CELESTINO ROQUE SECCO *
405 - ODETE DE JESUS PRESTES DO NASCIMENTO *
371 - NARCIZO LUIZ PARISOTTO *
340 - DIRCEU LUIZ DRESCH
233 - NEIDE TEREZINHA FURLAN
232 - ANTONIO CARLOS VIEIRA *
220 - CÍRIO VANDRESEN
179 - ANTONIO CERON *
149 - ROMILDO LUIZ TITON *
112 - JOSÉ EMÍLIO BOGONI
98 - IVAN ROBERTO MARTINS
94 - JOARES CARLOS PONTICELLI *
90 - FRANCISCO DE ASSIS KÜSTER
85 - GUI PEREIRA DOS SANTOS
85 - ALBA TEREZINHA SCHLICHTING
72 - RENATO LUIZ HINNIG
70 - LÍCIO MAURO FERREIRA DA SILVEIRA *
69 - CESAR ANTONIO DE SOUZA *
61 - JOÃO PAULO KARAM KLEINUBING *
56 - MAURO MARIANI *
56 - JORGINHO DOS SANTOS MELLO *
47 - JAIME ALDO MANTELLI
44 - SERGIO DE SOUZA SILVA
42 - LOURIVAL DE SOUZA
42 - FRANCISCO DE ASSIS NUNES *
39 - HERNEUS JOÃO DE NADAL *
38 - MAURICIO JOSÉ ESKUDLARK
34 - GELSON LUIZ MERÍSIO
33 - PLINIO AUGUSTO FREITAS SILVEIRA
32 - ALCIDES ALONÇO LEONEL
32 - GETULIO FERREIRA
30 - LILIANE ZUCHI
25 - MOACIR SOPELSA *
24 - NORIVAL RAULINO DA SILVA
24 - AFRÂNIO TADEU BOPPRÉ *
23 - MÁRCIO JOSÉ PEREIRA DE SOUZA
22 - AFONSO SPANIOL
22 - SERGIO ROBERTO LYRA
21 - LEDSON LUIZ ALBINO
19 - JOSÉ FRANCISCO DA ROSA
18 - LUIZ EDUARDO CHEREM *
17 - MARCOS ANTONIO VIEIRA
A lista contêm algumas imprecisões, mas é só para refrescar a nossa memória.
Fonte TRE SC

O Bixo ta pegando

Adversários decidem atacar Lula no horário eleitoral
Agencia Estado
O resultado das últimas pesquisas eleitorais provocou uma reação coletiva dos principais candidatos da oposição nos programas desta tarde no horário obrigatório de propaganda eleitoral na televisão. O tema da corrupção no PT e no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se a linha condutora das campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB), da senadora Heloísa Helena (PSOL), do senador Cristovam Buarque (PDT) e de José Maria Eymael (PSDC).O tom dos discursos seguiu a linha do pronunciamento feito ontem no Senado pelo candidato a vice na chapa de Cristovam, senador Jefferson Péres (PDT-AM). Depois de anunciar que abandonará a vida pública daqui a quatro anos, desencantado com o mundo político e com a tolerância dos eleitores com a corrupção, Péres criticou a opinião pública por manifestar, nas pesquisas, apoio majoritário a Lula, mesmo ciente do que se passou no campo da ética no seu governo.
Numa rápida aparição no horário de Cristovam, Péres reforçou o apelo à consciência do telespectador: "Ética é ter vergonha na cara", disse ele. "É isso que falta à maioria dos políticos e aos eleitores que votam nesses políticos." A ex-petista Heloisa Helena foi direta na questão. Ela ressaltou, contudo, não acreditar que os brasileiros possam reeleger Lula sabendo das suas relações com o que chamou de "banditismo político".
Helena acusou o presidente de liderar uma campanha eleitoral milionária e de querer "corromper o Brasil".
Alckmin também partiu para o ataque, mas com a ressalva, feita por uma apresentadora, de que os brasileiros "têm raiva da corrupção". Pela primeira vez, um "comercial" da sua campanha relacionou os membros do comando do PT e ex-ministros do governo Lula - José Dirceu, José Genoino, Luiz Gushiken, Sílvio Pereira, Delúbio Soares e Humberto Costa - à figura do presidente da República. Ao final, uma apresentadora sugere que Lula não poderia ignorar a corrupção que foi comprovada à sua volta.
Com base na mudança de clima na campanha na televisão registrada hoje, pode-se dizer que a oposição encontrou um foco do discurso com que pretende "desconstruir" a imagem do presidente Lula.
A linha de Alckmin parece se resumir na frase "Lula não merece seu voto", dita por uma apresentadora no final do programa e estampada em letras garrafais nos comerciais de 15 segundos inseridos na grade de programação das emissoras. A senadora do PSOL adotou a linha "Não se deixe corromper", e a de Cristovam, dada por Jefferson Péres, procura desafiar o eleitor com um apelo do tipo "não seja corrupto como eles".
A probabilidade da vitória de Lula no primeiro turno, por larga maioria de votos, como indicado pelas pesquisas Sensus e Datafolha, forneceu aos marqueteiros o pretexto para redirecionar as campanhas oposicionistas. E, curiosamente, a linha adotada por todos eles - uma altamente provável coincidência, pois todos concorrem entre si - é a de considerar inacreditável a tendência de consagração do presidente petista e de sugerir ao eleitor que se detenha e pense sobre as conseqüências do seu voto.
Segundo fontes da campanha de Alckmin, a estratégica de confronto direto com o projeto de reeleição foi antecipada e deverá aumentar de tom no programa desta noite. A fonte disse que o marketing de Alckmin avalia, com base em suas pesquisas qualitativas, que o candidato já foi devidamente apresentado ao telespectador e está "politicamente credenciado" a atacar os pontos vulneráveis da campanha do presidente Lula.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Artigo

30/08/2006
A oposição estudou, mas só as matérias que não caem na prova
Alon Feuerwerker

Nunca vou me esquecer daquele primeiro turno na eleição presidencial de 1989. Já de noite, passei pelo colega que redigia o texto para o jornal (Folha de S.Paulo) cravar a passagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao segundo turno, em lugar do até então provável Leonel Brizola (PDT). O experiente repórter parecia bem preocupado, olhando alternadamente para o seu terminal e para os lados.

A pesquisa do Datafolha permitia dizer que Lula acabaria a apuração na frente de Brizola. Mas o jornalista estava -compreensivelmente- alarmado com a possibilidade de protagonizar uma "barriga". Sabe como é, as pesquisas têm o chamado "intervalo de confiança", para o qual quase ninguém liga.

Vai que bem daquela vez o levantamento caísse nos 5% dos casos em que o resultado estoura a margem de erro. O sujeito e o jornal iam passar o resto da vida se explicando.

A História conta que o jornal cravou (sozinho) e acertou. Saberia-se depois que havia sido um episódio fundador da moderna democracia brasileira. O punhado de votos que levou Lula a ultrapassar Brizola e ir ao segundo turno contra Fernando Collor acabaria definindo o cenário das disputas político-eleitorais nas duas décadas seguintes. Às vezes a gente se esquece, mas, mantidas as regras do jogo, 2010 será a primeira eleição presidencial sem Lula.

Aliás, as sucessões presidenciais brasileiras desde a redemocratização só tiveram dois candidatos realmente competitivos: Lula e o anti-Lula. O segundo personagem foi interpretado por mais de um ator, enquanto o primeiro ator interpretou mais de um personagem. Começou como um radical, que recusou o apoio de Ulysses Guimarães no segundo turno de 1989, e chegou a 2002 como um moderado, da Carta aos Brasileiros e das alianças sem limites definidos.

O Lula de 2002 e dos anos seguintes (quando ficou claro que a Carta aos Brasileiros era para valer) exorcizou e liquidou o personagem anti-Lula. Acho que a oposição nunca compreendeu isso, ainda que todos os elementos a partir de 2003 tenham reforçado essa nova realidade. Diferentemente daquelas peças teatrais que ficam décadas em cartaz com o mesmo enredo e vários atores revezando-se nos papéis, agora era o enredo que tinha mudado.

Um dos problemas do PSDB e do PFL é se oferecerem como candidatos a um papel que já foi excluído do enredo da peça. Se no passado o anti-Lula era embalado e nutrido por medo do radicalismo (real ou imaginário, tanto faz) do PT e de seu principal líder, hoje o antilulismo acabou se reduzindo a uma caricatura de si mesmo. O que se apresentava antes como resistência a uma possível ditadura de esquerda, hoje não consegue escapar da armadilha de ser visto apenas como expressão de elitismo.

Caro leitor, não não se zangue nem perca o seu precioso tempo discutindo a materialidade dessas idéias, sua conexão com a realidade estrita. Não é dela que trata este texto, mas do plano imaginário -que numa eleição é o que vale. A oposição brasileira está na situação do estudante que se preparou erradamente para o vestibular. Empenhou-se ao máximo, estudou bastante, mas estudou as matérias erradas. Sabe muito, mas sobre assuntos que não vão cair na prova.

A oposição achou que voltaria ao poder surfando na rejeição a um Lula ferido pelos sucessivos escândalos da crise política. Descuidou de construir um programa alternativo para o país e uma aliança política verdadeiramente nacional. No Brasil, quando se usa a palavra "nacional", ela necessariamente precisa incluir duas categorias: os pobres e o Nordeste. A oposição apostou num messianismo às avessas, com base nas classes médias do sul e do sudeste. Nem aritmeticamente faz sentido.

Fonte Blog do Noblat

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Apesar das tristezas seguimos em frente

Eleição

Fracasso nas urnas ronda ex-ministros
Terça-feira, 22 de agosto de 2006
Petistas e integrantes de PMDB, PSB e PC do B vão mal nas pesquisas

Ter na biografia o título de ex-ministro do governo Lula não tem ajudado o desempenho eleitoral de 11 ex-integrantes do primeiro escalão que se candidataram a cargos majoritários. As dificuldades não atingem só petistas, mas também filiados do PSB, do PMDB e do PC do B que passaram pela Esplanada dos Ministérios, todos agora candidatos a tomar uma dura surra nas urnas. Têm desempenho eleitoral ruim os candidatos petistas aos governos da Bahia, Jaques Wagner (Relações Institucionais); de Minas, Nilmário Miranda (Direitos Humanos); de Santa Catarina, José Fritsch (Pesca); do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (Cidades); e de Pernambuco, Humberto Costa (Saúde).
De outros partidos, vão mal os peemedebistas Amir Lando e Romero Jucá, que comandaram a Previdência e lutam, respectivamente, pelos governos de Rondônia e Roraima; e Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), que também é candidato ao governo de Pernambuco.
Até o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, que saiu do PT e disputa a Presidência pelo PDT, enfrenta o problema. Ele tem o dobro do tempo da senadora Heloísa Helena (PSOL) na TV e no rádio, mas continua com 1% da preferência dos eleitores, enquanto a candidata tem perto de 12%.
Dois ex-ministros de Lula tentam o Senado e nenhum têm chances de vitória hoje. Agnelo Queiroz (Esportes), do PC do B, perderia para Joaquim Roriz (PMDB) no Distrito Federal. E Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), do PT, seria vencido por Pedro Simon (PMDB) no Rio Grande do Sul.
Aloizio Mercadante (PT), ex-líder do governo no Senado, parece ter herdado a maldição. Senador mais votado do País em 2002, seria derrotado já no primeiro turno na eleição ao governo de São Paulo pelo tucano José Serra, segundo as pesquisas. O curioso é que os ex-ministros vão mal apesar do favoritismo de Lula nas pesquisas. Aparentemente o presidente escapou ao bombardeio de denúncias que marcou a segunda metade de seu governo, mas atingiu em cheio o PT e aliados.
O próprio presidente tem se empenhado em desvincular sua imagem da do partido. Para o secretário-geral do PT, Raul Pont, os ex-ministros não enfrentam só uma maldição, mas a "má vontade" dos meios de comunicação. "Veja o Rio Grande do Sul. As pesquisas dizem que 70% não têm candidato ao Senado. Aí, os jornais divulgam que o favorito é Simon.
Não levam em consideração os indecisos que podem virar seu voto e eleger Rossetto." Pont acha que nenhuma vitória está consolidada, nem a de Lula. "A campanha começou de fato há uma semana. Há um forte desalento no eleitor. O desenrolar do processo pode mudar a situação." Para ele, a situação do PT poderia estar até pior. "Houve um ano de massacre da mídia em cima do PT. Qualquer partido que tivesse sofrido o massacre que sofremos não sobreviveria. Sobrevivemos e estamos caminhando."
Fonte O Estado de S. Paulo - João Domingos

Entrevista com o candidato Jussim

27/08/2006 Fonte - Caçador Online
Antônio Carlos Jussim de Souza, 45 anos, natural de Serra, Espírito Santo, mora em Caçador há 11 anos. Formado em ciências contábeis e administração, pós-graduado em administração tributária, atualmente é auditor fiscal da receita federal licenciado para concorrer a uma vaga no Congresso Federal.
Este é Jussim, candidato do PDT a deputado federal que recebeu em seu gabinete esta semana a reportagem do Portal Caçador Online para uma entrevista. Concorrendo a um cargo político pela primeira vez, Jussim se define como uma pessoa de coragem, personalidade e que gosta de grande desafios.
Segundo o candidato, ele é um dos únicos da região com chances reais de se eleger deputado federal. Para concretizar seu objetivo, Jussim aposta em uma proposta que ele define como inovadora e essencial, a luta contra o preconceito.
“Portadores de necessidades especiais, negros, índios, mulheres, homossexuais, idosos e qualquer pessoa que sofra na pele algum tipo de preconceito podem contar com o apoio e com o meu trabalho”, afirma o candidato que espera contar também com votos de pessoas simpatizantes desta causa.
Além de suas propostas, como por exemplo, criar uma organização a nível mundial que defenda o interesse das vítimas de preconceito, Jussim falou também da campanha, comentou sobre sua participação em ações sociais ligadas ao jovem e ao esporte, disse ter em Brizola e Heloisa Helena exemplos de bons políticos e abriu o jogo sobre suas intenções de voto.
Confira a entrevista completa a seguir:
Entrevista Antônio Carlos Jussim (PDT), candidato a deputado federal
Caçador Online: Como foi que você decidiu entrar pra carreira política?
Jussim: Eu vejo que nossos deputados federais são muito fracos. Eles geralmente defendem interesses de terceiros, que não tem personalidade própria na maioria dos casos, eu vejo que são pessoas sem qualificação. E nesse contexto de pessoas desqualificadas eu vi que posso ser diferente e ser útil no Congresso Federal.
C.O: Quem é o Jussim, como você se define?
J: Eu digo que sou uma pessoa de coragem muito grande, que gosta de enfrentar desafios e sempre procurando buscar coisas novas. Essas são as três características que eu julgo mais marcantes em mim.
C.O: Como está a campanha?
J: Nós estamos acreditamos plenamente que vamos chegar ao nosso objetivo. Entendemos que nosso partido vai eleger de 1 a 2 deputados federais e com 30 a 40 mil votos nós temos boas chances de se eleger. E como a nossa proposta é uma coisa nova, diferente, nós temos conquistado pessoas que nunca nos viram. Sem contar que na nossa região tem poucos candidatos a deputado federal com chance de ganhar e isso pra nós é um fator bastante positivo.
C.O: Quantas pessoas estão envolvidas na campanha?
J: Nós estamos trabalhando intensamente, temos mais de mil pessoas envolvidas na campanha, a maioria voluntários, em todas as regiões, temos gente em Videira, Jaraguá do Sul, Florianópolis, Itajaí, Indaial, Balneário Camboriu, Joaçaba, entre outras.
C.O: A sua principal bandeira, que você citou como proposta inovadora, é a luta contra o preconceito, como surgiu isso?
J: É um conjunto de fatores. A coisa que mais me marcou em Caçador foi a criação do futsal feminino que hoje é campeão brasileiro e campeão mundial. Quando nós colocamos este projeto houve muito preconceito, diziam que futebol não é pra mulher, que lugar de mulher era na cozinha, e muitas coisas parecidas com isso. Outra coisa que me marca muito é o preconceito racial contra os negros que a gente vê seguidamente no dia-a-dia. Então isso me sensibiliza, me revolta e por isso eu direcionei a campanha para este lado.
Jussim com as atletas do futsal feminino de Caçador, equipe que ele ajudou a fundar.
C.O: A que tipo de preconceito você se refere, quais os grupos irão poder contar com o seu trabalho na Câmara Federal?
J: Pessoas portadoras de necessidades especiais, negros, homossexuais, mulheres, idosos e qualquer outra pessoa que de uma forma ou outra sente na pele o preconceito.
“Mulher, se você não quer ser submissa e objeto, o problema é seu. Agora, se você não quer, o problema é nosso” (mensagem da campanha do candidato)
C.O: Qual seria na pratica suas propostas para esta questão?
J: Uma das nossas propostas é paralelamente a candidatura é fundar uma associação de caráter mundial de preferência, de combate ao preconceito. Essa associação iria pressionar muito os parlamentares na aprovação de projetos que visem atender os interesses dessa associação. Por exemplo, colocar o preconceito como crime com a definição de penas rigorosas para quem tiver esse procedimento.
Jussim acompanhado da secretária de gabinete em Florianópolis, Geisa Carla.
C.O: Qual sua opinião em relação às cotas para negros e índios nas universidades?
J: Eu acho que essas cotas é uma forma de preconceito com os próprios negros e índios. Acho que deveríamos pensar em outra forma pra resolver isso.
C.O: Além do preconceito qual o seu argumento pra convencer os outros públicos?
J: Na realidade existe três tipos de público, aquele que se beneficia com o sistema, que certamente não vai nos apoiar, aquele que é prejudicado com o sistema que sofre preconceito, e aqueles que simpatizam com a idéia. Eu acredito inclusive que os simpatizantes aderem mais a nossa proposta do que os que sofrem preconceito.
C.O: Você saiu no jornal com um turbante na cabeça em solidariedade ao povo árabe que estava em guerra no Oriente Médio, de onde vem essa criatividade?
J: Veja bem. Eu sou pouco conhecido, nunca fui candidato a nada. Eu vou concorrer com pessoas que foram prefeito, que foram secretários de estado, que já beneficiaram muita gente e que já tem um eleitorado. Então pra concorrer com eles eu só tenho uma alternativa, a criatividade e mostrar que nós acreditamos realmente na proposta. Mesmo porque eles têm poder aquisitivo pra campanha e eu não.
“Somos solidários ao povo árabe, na sua luta insólita, pela construção de uma sociedade mais justa” (mensagem da campanha do candidato)
C.O: Qual é o político que você mais admira?
J: Existem dois políticos, em primeiro lugar que eu acho ser o melhor político do Brasil de todos os tempos chama-se Heloisa Helena. Em segundo lugar o Brizola que era um homem forte, não tinha medo dos poderosos. Ele combatia e queria fazer um país melhor apontando para o socialismo que eu acho que é a melhor alternativa que se tem pro mundo. A Heloisa Helena além dessas virtudes do Brizola ela é mulher, nordestina, o partido dela é pequeno, e ela se candidatou à presidência da república. Essa determinação e personalidade fazem dela a pessoa que eu mais admiro na política brasileira.
C.O: Em quem você vai votar?
J: Eu vou votar em mim pra deputado federal, pra deputado estadual Kismar Brustolin (PDT), pra senador Bispo Flori (PDT), pra governador Manoel Dias (PDT) e pra presidente ainda estou em dúvida entre Heloisa Helena e Cristóvão Buarque.
C.O: Como você vê a onda de corrupção pela qual passa o Brasil?
J: Nossas propostas visam inibir a corrupção. Na realidade se bobear a corrupção vai existir e nós temos que fazer com que a possibilidade disso existir seja menor. Por exemplo, uma de nossas propostas é fazer com que fiscais, juizes, policiais, promotores fiquem em uma cidade no máximo dois anos. Não é que essas pessoas sejam corruptas, mas agindo dessa forma é uma medida para dificultar a corrupção.
C.O: Como você pretende manter sua relação com Caçador se for eleito?
J: Nós vamos ter um relacionamento que vai depender da própria região. Vai ser como um filho que vai ganhar presentes ou castigos. Se uma entidade qualquer quer um benefício ela vai ganhar se tiver concurso público, por exemplo, e não apadrinhada. Pra receber o benefício tem dizer o porquê que merece.
C.O: Alguma mensagem final que você queira deixar para os leitores e eleitores?
J: “O segredo do sucesso não é prometer, e sim ser diferente em agir”.Peço o voto de todos que querem um deputado federal para lutar pela região e por todos aqueles que aprovam nossas propostas.
Mais informações sobre o candidato no site www.jussim1224.can.br

Caçador Online

06/08/2006 Fonte - Caçador Online
Entrevista Valdir Cobalchini, candidato a deputado estadual
Dono de um carisma que conquista desde crianças até os mais experientes, Valdir Vital Cobalchini, ou simplesmente Cobalchini, é um dos candidatos a deputado estadual por Caçador nas eleições de outubro. Com 42 anos de idade, ele concorre pela terceira vez ao cargo e desta vez acredita ser “o melhor momento de todos”.
Como todo bom trabalhador, ele começou sua carreira política desde cedo, com 19 anos. Peemedebista de carteirinha, Cobalchini já foi assessor dos governadores Casildo Maldaner e Paulo Afonso, mas seu grande momento foi nos últimos três anos como Secretário de Desenvolvimento Regional de Caçador.
Em entrevista ao Portal Caçador Online, Cobalchini contou sua trajetória, falou da campanha, dos apoios, dos projetos que irá trabalhar caso chegue à Assembléia Legislativa e revelou como pretende conquistar 35 mil votos para garantir a eleição. O candidato que concorre com o número 15200 comentou também sobre a atuação do Governo Estadual que ele considera “o melhor da história de Santa Catarina”.
Ele ainda falou sobre a coligação e quais os candidatos que irá votar. Em relação à onda de corrupção que assola o Brasil, Cobalchini lamentou e disse ainda acreditar na política como “a melhor maneira para melhorar a vida das pessoas”. Finalmente ele falou sobre suas pretensões para um futuro mais distante e deixou uma mensagem aos eleitores Confira a entrevista na íntegra.

Caçador Online: Como foi o início da sua carreira política? Quais os mandatos que já exerceu até aqui?
Cobalchini: Iniciei a minha carreira política em 1983, como assessor do Deputado Federal Casildo Maldaner (PMDB). Tinha apenas 19 anos na época. Após isto, coordenei a campanha do Deputado Estadual Gasparino Raimondi (PMDB) em 1986 e me tornei seu chefe de gabinete. Com a morte do governador Pedro Ivo e com Casildo assumindo em seu lugar, fui assessorar o governador. Após, assumi a Diretoria Geral da Secretaria de Negócios do Oeste. Após deixar o governo do estado, fui assessor do deputado federal Valdir Colatto (PMDB), na Câmara dos Deputados. Em 1994 fui um dos coordenadores da eleição do governador Paulo Afonso (PMDB) e me tornei seu chefe de gabinete. Em 1998 disputei minha primeira eleição como deputado estadual. Fiquei na primeira suplência, chegando a assumir o mandato em 1999. Em 2001, tornei-me chefe de gabinete do prefeito de Caçador, Onélio Menta (PMDB). Em 2002, não havia me preparado para disputar a eleição, mas devido a grande insistência do então candidato ao Governo do Estado, o hoje governador Luiz Henrique (PMDB), acabei me candidatando mais uma vez, no intuito de contribuir com sua eleição. Após a eleição de Luiz Henrique, tornei-me o primeiro Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional de Caçador, cargo que ocupei até o início deste ano, quando descompatibilizei-me para mais esta eleição.

C.O.: Você já foi candidato a deputado estadual em eleições passadas, como está a expectativa pra esse ano. Considera que agora é seu grande momento?
Acredito que este é, sim, meu grande momento. Foram quatro anos de muito trabalho diante da Secretaria Regional. Foram mais de R$ 185 milhões investidos em toda a região. Consolidamos nosso trabalho não apenas na região, mas em todo o Estado. Acredito que, com o apoio da região pela qual trabalhamos tanto durante estes quatro anos, desta vez conquistaremos o mandato na Assembléia Legislativa.

C.O.: Como está a campanha?
Está indo muito bem. Organizamos a campanha da melhor maneira possível, contando com um escritório central em Caçador, que coordena a campanha para todo o Estado e várias coordenações regionais nas demais regiões. Temos coordenações para a região do Planalto Norte, situada em Porto União, em Videira, em Joaçaba, em Chapecó, no Extremo Oeste e em Florianópolis.

C.O.: Comenta-se que o eleitorado de Caçador divide votos entre você e o deputado Reno Caramori (PP) que é novamente candidato, onde você está buscando mais votos e quantos votos você considera necessário pra se eleger?
Como explicava anteriormente, nossa campanha está organizada em todo o estado. Temos coordenações regionais espalhadas em todos os quadrantes de Santa Catarina, além de coordenações municipais. Acredito que este é o nosso grande momento e o mandato na Assembléia será conquistado em benefício de todos os moradores da região, que vão encontrar no deputado o mesmo estilo que tiveram no secretário: muito trabalho.

C.O.: Você tem recebido bastante apoio de lideranças políticas da região, quais os mais importantes?
É difícil destacar os apoios mais importantes. Temos recebido diversos apoios e todos eles vem igualmente somar para o êxito de nosso projeto. Temos o apoio dos sete prefeitos que compõe a Secretaria Regional. Temos o apoio de presidentes de Câmaras de Vereadores. Recebemos o apoio de diversos empresários. Estes apoios nos fazem sentir que o trabalho a frente da Secretaria foi bem sucedido e dão uma boa perspectiva para a nossa eleição.

C.O.: Se for eleito, o que você vai defender, quais são seus projetos pra Assembléia Legislativa?
Geração de Empregos para jovens, através do programa “Portas Abertas”. Através deste programa, pretendemos dar incentivos para que os empresários contratem os jovens em seu primeiro emprego. Aumento dos investimentos na Saúde e na Educação. A educação foi a principal área de nossa atuação frente a Secretaria e pretendemos aumentar ainda mais os investimentos nesta área. Quanto à Saúde, todos sabem que esta é uma das principais carências do interior do Estado. Descentralização da Política Industrial, promovendo ainda mais o desenvolvimento por toda a Santa Catarina. Através da descentralização da Política Industrial, pretendemos compensar as vantagens que produtores do litoral do estado tem, como portos, aeroportos e outras estruturas a sua disposição, com incentivos fiscais a quem produz e gera empregos no interior. Mudanças na Legislação Ambiental, adequando a Legislação existente a nossa realidade. Não podemos continuar reféns de uma legislação que criminaliza o produtor, legislação esta que está completamente fora de nossa realidade. Apoio a atividades agroflorestais, que formam a principal base da economia de nossa região. Investimentos em Cultura, Lazer e Turismo. Já fizemos isto durante nossa gestão na Secretaria Regional, através de eventos como a Fúria Cabocla. Maciços investimentos em Infra-Estrutura rodoviária e energética, garantindo o desenvolvimento econômico gerador de empregos. Saneamento básico, apostando na saúde preventiva. Construção de moradias populares através de um grande programa habitacional no Estado. Pretendemos fazer este programa em parceria com o governador Luiz Henrique, que quer desenvolver estas moradias através da madeira produzida em nosso Estado. Segurança pública, garantindo o direito de nossos cidadãos de levarem uma vida dentro da lei e da ordem. E a construção de uma Universidade pública regional, garantindo o ensino público, universal e de qualidade para todos.

C.O.: Um dos principais problemas em Caçador atualmente é a agricultura, você tem algum projeto nessa área?
Pretendemos apresentar proposição na Assembléia destinando um significativo percentual do Fundo Social para incentivar Programa de Apoio na área agroflorestal. Acreditamos que isto pode ajudar muito nossos agricultores, melhorando a sua renda.

C.O.: Qual a sua avaliação do atual Governo do Estado de Santa Catarina e uma breve análise das próximas eleições pra governador?
Como participante ativo do processo da descentralização, acredito que este é o melhor governo da história de Santa Catarina. A descentralização levou o desenvolvimento a todas as regiões do estado, sem discriminação de qualquer natureza.
Esta eleição ao Governo do Estado na minha opinião, irá ser um plebiscito entre dois modelos de governar: um democrático, participativo, sem discriminação, por toda a Santa Catarina e outro autocrático, centralizador, discriminatório e concentrador do desenvolvimento.
Não tenho a menor dúvida que Santa Catarina irá optar pelo diálogo, pela participação, pelo desenvolvimento em todo o Estado, reelegendo o governador Luiz Henrique (PMDB) para mais um mandato.
Na inauguração da Escola Wanda Krieger,Prefeito de Caçador Saulo Sperotto, Luiz Henrique e Cobalchini

C.O.: Está apoiando a candidatura de algum deputado federal e senador?
Nossa coligação apóia a candidatura do prefeito Raimundo Colombo (PFL) ao Senado Federal. Acreditamos que como grande prefeito que foi em Lages, reeleito com mais de 75% dos votos e com toda sua trajetória política, Colombo tem excelentes condições de fazer um grande mandato no Senado Federal. Para Deputado Federal estamos fazendo uma “dobradinha” com o deputado Mauro Mariani (PMDB). Mariani foi o mais votado deputado estadual eleito pelo PMDB na última eleição e tem aberto muitas portas para a nossa candidatura, em especial na região do Planalto Norte. Mauro foi ainda Secretário de Infra-Estrutura no governo Luiz Henrique e foi um forte parceiro em nossa atuação na regional. Tem ainda uma grande ligação com o setor madeireiro, que é a base da economia da nossa região. Por isto tudo, estamos apoiando a sua eleição, acreditando que com isso, poderemos melhorar o nível da representação no Congresso Federal.

C.O.: Analisando o cenário nacional, você é da ala do PMDB que apóia uma coalizão governista com o presidente Lula ou não?
Não. O PMDB de Santa Catarina está fechado com a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a Presidência da República. Acreditamos que é um momento importante pelo qual o Brasil passa e precisamos de mudanças.

C.O.: Como você reage a toda essa corrupção que está se revelando na política nacional?
Tenho uma carreira absolutamente limpa. Nunca foi feita contra mim qualquer denúncia de corrupção. Sinto uma tristeza muito grande com este quadro, que acaba jogando os políticos todos na mesma vala. Mesmo com todas as decepções diante de um quadro como este, ainda acredito na política como a melhor maneira para melhorar a vida das pessoas e é por isto que continuo atuando nela, procurando mostrar através do trabalho, que não são todos iguais.

C.O.: Supondo que você se eleja, quais suas pretenções para seu futuro político após este mandato? Pretende um dia voltar a atuar em Caçador?
Mesmo eleito, manterei uma forte atuação no município. Pretendo montar um escritório na cidade para atender os interesses da nossa comunidade. Estarei ainda freqüentemente atuando aqui, já que Caçador foi a casa que eu escolhi e que prontamente me acolheu.

C.O.: Qual mensagem você deixa para os eleitores?
Gostaria de dizer a todos que lerem esta entrevista, que pensem bem na hora de eleger o seu deputado. Analisem seu histórico de trabalho. Vejam o que ele já realizou e o que ainda pode realizar pela cidade e pela região. Analisem seu compromisso com a ética. É um momento muito importante na vida do nosso país. Precisamos de deputados comprometidos com a ética na política e com uma visão que apresente resultados concretos para a nossa população. Acredito que tenho este perfil e por isto estou me colocando como uma das opções para os que desejam construir um estado e um país melhores.

: A Política na sala de aula

A Política na sala de aula
A Política na sala de aula
Professor fala sobre a importância de discutir política em tempos de crise.
Francisco Bicudo e Elisa Marconi

As denúncias de corrupção, a crise que se traduz em propinas, mensalão e sanguessugas e a apatia da sociedade com a atual disputa eleitoral não impedem que o professor Edson Gabriel Garcia fale de política com entusiasmo e empolgação. “Discutir esse tema quando as coisas vão bem é fácil. Difícil, mas necessário, é enfrentar o assunto e incentivar o debate quando estamos atolados na crise. Faz parte, explica o educador, formado em Pedagogia e Letras. Guiado por esse espírito e coerente com seu discurso, ele acaba de lançar De Olhos Bem Abertos, livro que se propõe a contribuir com reflexões sobre temas como democracia, cidadania, representação institucional, participação e esferas de poder – todos eles, portanto, intimamente associados à idéia da política, entendida pelo autor como “a arte da discussão e da negociação em busca do bem-estar comum”.
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Garcia conta que a intenção de colocar a obra à disposição da sociedade surgiu a partir de duas motivações. De um lado, havia o desejo de aproveitar a própria experiência profissional, já que o autor é também assessor do vereador Carlos Gianazi. “Vejo a política por dentro, onde ela acontece, fato que me ofereceu o privilégio de poder escrever de dentro do furacão”.

Dicas de Filmes

Dicas de Filmes:
"1492 - A Conquista do Paraíso
O filme de Ridley Scott que tem Gerard Depardieu no papel principal, focaliza o principal momento da expansão marítima espanhola, quando em 1492 Cristóvão Colombo tentou atingir o Oriente navegando para o Ocidente.


1900 (Novecento)
O filme faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra Mundial, com base na vida de Olmo, filho bastardo de camponeses, e Alfredo, herdeiro de uma rica fam&ia


a Familia
O filme focaliza a história da Itália no século XX, através da vida da abastada família do intelectual Carlo, caracterizando a bipolarização ideológica entre fascismo e comunismo que marcou o mundo d


A Lista de Schindler
Aproveitando a recente decisão do governo e de empresas alemãs em indenizar as vitimas do Holocausto, conheça o principal filme sobre o trabalho escravo de judeus durante a Segunda Guerra.


A MISSÃO
O filme retrata a 'Guerra Guaranítica' na região de Sete Povos das Missões, no final do século XVIII, época dos tratados de fronteiras assinaados entre Portugal e Espanha.



A Odisséia
As aventuras de Odisseu com os mitos e lendas característicos da Grécia Homérica, numa megaprodução de Francis Ford Coppola.



A Rainha Margot
O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a 'noite de São Bartolomeu'.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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Um perda para o Brasil

"28/08/2006 - 09h12
Corpo de dom Luciano Mendes de Almeida é velado em SP

Folha Online

O corpo de dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, 75, que morreu domingo (27) por falência múltipla dos órgãos, está sendo velado na Catedral da Sé, em São Paulo. Ainda hoje o corpo será conduzido de avião a Belo Horizonte e, de lá, irá para Mariana, onde será sepultado.

Dom Luciano estava internado no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, desde o dia 17 de julho, para tratar de um câncer no fígado. Ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu em estado grave, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos.

Juca Varella/Folha Imagem

Dom Luciano Mendes de Almeida
No Hospital das Clínicas, Dom Luciano tratava de um tumor provocado por uma recidiva do câncer desenvolvido há dois anos. Em 2004, submeteu-se a uma cirurgia no fígado para retirada do tecido doente. Ele havia contraído hepatite C há cerca de cinco anos, devido a uma transfusão. Em alguns casos, o câncer de fígado aparece como uma das complicações da hepatite C.

Presidiu a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) de 1987 a 1994, tendo sido também secretário-geral de 1979 a 1987. Foi vice-presidente do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano)de 1995 a 1998.

Dom Luciano escrevia uma coluna publicada aos sábados na Folha de S.Paulo. Natural do Rio de Janeiro, entrou para a ordem religiosa de Santo Inácio (dos jesuítas) e doutorou-se em Filosofia em 1965. Foi sagrado bispo "

domingo, 27 de agosto de 2006

Grande novidade

PT teme 'fome' do PMDB por cargos em eventual 2º mandato de Lula

No Planalto e no PT, cresce a preocupação de que, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sair vitorioso nas eleições de outubro, ele fique refém do PMDB no segundo mandato, pela perspectiva de uma base parlamentar ainda mais frágil que a atual. É o que informa hoje o 'Painel' da Folha de S.Paulo, editado por Renata Lo Prete.

Daí a proposta de um pacto de conciliação política, feita por Lula na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social --o presidente acena acena para a oposição, especialmente para os tucanos Aécio Neves e José Serra, na tentativa de estabelecer um contrapeso à voracidade de Renan Calheiros e companhia.

O grande temor é de o PT perder cargos na máquina federal para o PMDB.

Tarso Genro, ministro de Relações Institucionais, é o mais pró-pacto entre seus pares e tem manifestado os medos petistas. Luiz Dulci --da Secretaria-Geral-- e Marco Aurélio Garcia --assessor para Assuntos Internacionais-- pertencem à ala do governo que defende apenas abrir espaço ao PMDB, sem buscar entendimento com a oposição.

Nesta semana, um grupo do PMDB se reúne com Lula para discutir cargos no segundo mandato. Nelson Jobim, aposentado do Supremo e pós-quarentena, já participa oficialmente das negociações. Além de reivindicar áreas inteiras do governo, o PMDB também fala em disputar a presidência da Câmara mantendo a do Senado."

Boa previsão

Eleição deve renovar mais de 60% da Câmara, dizem especialistas
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ANDREZA MATAIS
da Folha Online

O índice de renovação da Câmara dos Deputados após as eleições deve chegar a 62%, segundo estimativa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Historicamente os índices de renovação da Câmara oscilam entre 40% e 60%. Em 2002, o índice de renovação foi de 46%.

O percentual deve aumentar porque os técnicos do Diap acreditam que os eleitores devem rechaçar nas urnas os candidatos suspeitos de envolvimento com denúncias, como a máfia das ambulâncias e o mensalão.

A expectativa é que o eleitorado opte por nomes novos para tentar 'limpar' a Câmara. Seria uma reação à decisão do plenário da Câmara, que negou o pedido de cassação de 11 mensaleiros, por exemplo.

O Diap, a consultoria Arko Advice e o cientista político David Fleischer fazem esse trabalho de futurologia há anos. Os três concluíram que o PT será o partido mais punido nas urnas e o PMDB deverá eleger a maior bancada.

Os votos dos petistas deverão migrar para partidos de esquerda como PSB, PDT e PPS. Já o crescimento do PMDB, PFL e PSDB será decorrente da perda de vagas no parlamento do PTB, PP e PL, os partidos do 'mensalão'.

'Este Congresso vai pagar um preço alto em função da paralisação nas votações, da eleição de Severino Cavalcanti [para a presidê"

Visite vale a pena

:: Programa Ambiental "A Última Arca de Noé"

Vereadores mirins recebem instrutores

24/08/2006 20:07 - Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Caçador
A sessão ordinária da Câmara Mirim teve a participação de dois instrutores do Programa Educacional de Prevenção às Drogas ontem. Os policiais militares Deon e Bortolini, explicaram para os representantes das escolas, os tipos mais comuns de drogas, solicitando que cada um reforce a campanha dentro de cada unidade educacional, como se fosse uma seqüência do trabalho desenvolvido por eles. Os instrutores também comunicaram que começarão a trabalhar também com alunos de 6ª. Série e não apenas de 4ª. Série como ocorre hoje.

A idéia de levar os policiais partiu da coordenação do projeto, que busca alternativas diferentes de trabalho para os mirins, além das sessões. Deon e Bortolini falaram que muitos adolescentes iniciam o contato com as drogas para parecer mais adulto, ou então não para tentar fazer parte de um grupo, ou ainda para não serem taxados de careta, mas que isso acaba custando um preço muito alto, depois que ficam viciados.

Os instrutores destacaram que pelo fato dos vereadores mirins terem sido eleitos pelos colegas, eles possuem uma ascendência dentro da escola, sendo vistos como exemplos e que o comportamento deles é muito importante para o projeto. “ Na verdade, a gente poderá considerar eles também como instrutores dentro de cada escola, nos auxiliando na seqüência do projeto, como uma extensão do mesmo”,disse.

A sessão de ontem também marcou a posse da vereadora mirim Maiara Aline de Souza, da Escola João santo Damo, que substituirá o al"

Quase um quinto do eleitorado pretende anular voto para deputado federal - 26/08/2006

Folha Online - Brasil - Quase um quinto do eleitorado pretende anular voto para deputado federal - 26/08/2006:
Quase um quinto do eleitorado pretende anular voto para deputado federal
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da Folha Online

Pesquisa Datafolha aponta que 18% dos eleitores ouvidos declararam ter a intenção de anular seu voto para deputado federal. Em 2002, somente 3% dos eleitores votaram nulo no momento de escolher um representante para a Câmara dos Deputados. Ou seja, confirmado o resultado da pesquisa, haveria um aumento de 500% no voto nulo.

A sondagem também revela que 57% dos eleitores não lembra dos candidatos a deputado estadual e federal em quem votaram nas eleições de 2002. Os resultados fazem parte de pesquisa do instituto Datafolha, publicada na edição deste domingo da Folha de S.Paulo.

Veja o resultado completo da pesquisa na edição impressa da Folha deste domingo, que já está nas bancas."

Entrevista FHC

20/08/2006
"Nunca se roubou tanto como hoje"
Por Gilberto Nascimento (Luludi/Agencia Luz) no Correio Braziliense:
"Aos 75 anos, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso divide seu tempo entre aulas e palestras ao redor do mundo. Acompanha com atenção a política brasileira, mesmo longe da linha de frente da campanha do tucano Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência. Nesta entrevista, o ex-presidente fez avaliações paradoxais sobre o governo Lula. Perguntado sobre o fato de a Polícia Federal prender hoje muito mais gente, disse que, em contrapartida, “nunca se roubou tanto como hoje”, mas nega que a responsabilidade seja de Lula. Diz que a ação da Polícia Federal é “um avanço do Estado brasileiro”.

Sua críticas mais duras foram para o Congresso. “Está paralisado, tem muito ladrão, não se faz nada”. Diz que a população brasileira “está com nojo e com medo” da corrupção e da crise do sistema político do país e que o próximo presidente terá de tomar a iniciativa de propor uma reforma deste sistema.

Há um ano, o senhor disse que o presidente Lula transformou os partidos numa “geléia geral”. Era uma previsão da crise?

Todo mundo viu isso. O sistema partidário ficou muito diluído com essa questão de sanguessuga e mensaleiro. Hoje, só há dois pólos: o PT, e a aliança PSDB e PFL. O PT eu não sei se vai sobreviver a tudo isso. Sai muito arranhado. Lula aparece em fotografias com antigos adversários, que ele tratava de uma maneira dura, até xingando. Vivemos um momento de crise. É a falta de identidade do eleitor com quem se elege e com os partidos. Temos de mudar o sistema de voto. Partir para o voto distrital.

O presidente falou numa Constituinte para fazer a reforma política. O Congresso pode fazê-la?

As coisas só acontecem quando a sociedade está grávida da idéia. Não se pode falar de Constituinte assim. A própria Constituição dita as regras pelas quais ela pode ser mudada. Hoje, o que comove o brasileiro são a corrupção e a violência, o medo. E o Congresso não faz nada, tem muito ladrão, não se toma medidas. Isso cria um clima de mal-estar. A sociedade está recuada em função do nojo e do medo. Está enojada com tanta podridão e com medo da insegurança gerada. A reforma deve ser feita pelo Congresso, mas ele só vai funcionar se houver pressão da sociedade. É preciso saber qual é a agenda do Brasil.

Qualquer que seja o presidente novo, ele tem de ter uma agenda.
Esse Congresso desgastado conseguirá fazer isso?

As coisas só avançam quando há lideranças com força. A responsabilidade dos líderes brasileiros é levar uma agenda de transformação ao Congresso. Se o presidente da República tivesse uma noção da sua responsabilidade histórica, estaria fazendo isso. Estaria propondo um caminho para o Brasil, em vez de dizer: “Eu já fiz, eu sou o maior, eu comecei tudo”. O desafio depois das eleições é saber quem vai ter a capacidade de despertar essa sociedade.

Qual o reflexo do ação do PCC em São Paulo? Não prejudica o PSDB?

Pode prejudicar. Mas todos sofrem prejuízos. A população não é boba. Percebe que há uma reação do PCC ao fato de que o governo prendeu muita gente e fez um regime disciplinar mais duro. As manifestações do PCC são contra o PSDB. Mas não se deve partidarizar isso. O assunto é grave demais. Também acho que não se deve colocar o Exército na rua. O Exército tem que ajudar na inteligência, na infra-estrutura. O governo de São Paulo pode dizer que os crimes de sua alçada, como homicídio e latrocínio, caíram enormemente. O que não caiu foram armas e droga. Isso é crime federal. Tucanos têm falado em envolvimento do PT com o PCC... Não é que o PT esteja envolvido. Como quem está no governo é o PSDB, ataca-se o PSDB. Não é que haja uma relação PT-PCC. Não concordo com essas afirmações.

Como o senhor analisa a queda de Alckmin nas pesquisas?

Houve uma exposição grande do Geraldo na mídia com o acesso ao horário da TV. Ele subiu nove pontos. Depois, saiu da mídia. Numa sociedade como a nossa, com pouca informação e interesse pela política, a formação da opinião se dá pela exposição na TV e no rádio. É importante saber o que vai acontecer daqui a 15 dias.

O senhor considerou o Serra melhor candidato que Alckmin...

É a pessoa mais preparada para governar o Brasil. Mas entre ser bem preparado e o melhor candidato, vai uma diferença.

E por que o PSDB não lançou então o mais bem preparado?

Porque achou que era mais fácil somar forças através do Geraldo. O Geraldo tem uma comunicação na TV bem diferente da dos políticos. Fala direto, fala as coisas de maneira clara e passa uma boa imagem. O Geraldo é bem preparado também. O Serra foi líder do Congresso, ministro duas vezes, candidato a presidente da República, prefeito. Estou dizendo que o Serra é o mais bem preparado, mas não que ele vai ser presidente.

A afirmação do senhor causou mal estar no PSDB...

Minha opinião é conhecida. Também meu apoio ao Geraldo é conhecido. É simplesmente um grau de experiência maior ou menor. Se achasse o contrário, teria insistido para o Serra ser candidato.

Para o senhor, a roubalheira começou nesse governo?

Ela vem desde Pedro Álvares Cabral. Mas quando você organiza um sistema com a implicação direta de pessoas do governo ou de líderes políticos ligados ao governo, isso é novo. É institucional. É diferente da patifaria tradicional. É diferente do caixa dois, que é uma fonte privada.

Como será a governabilidade de quem for eleito?

O governo perdeu a iniciativa política no Congresso. Duvido que o presidente Lula saiba o nome de todos os ministros. Falta governo. Governabilidade depende não só do sistema eleitoral, mas do governo também. Se o governo tem rumo, ele consegue. Nós vamos na direção do que faz a Venezuela hoje? Achamos bom que a Petrobras seja expropriada na Bolívia? São muitos problemas que levam à falta de governabilidade e o Congresso começa a colocar as manguinhas de fora.

O Lula e o seu governo perderam a respeitabilidade?

É melhor perguntar à população. Você tem um presidente que diz que não sabe de nada, não viu nada. Tudo acontece em volta e ele não sabe. Depois vai à TV e diz que demitiu os ministros. Demitiu quem? Quem ele chama de companheiros.

Qual a avaliação que o senhor faz do Lula hoje?

Ele tem uma inteligência intuitiva muito forte. Tem um senso tático e prático. Não tem visão estratégica e nem a paciência para a administração. É muito bom comunicador. Está sempre em campanha, sempre comunicando. Ele se adapta às situações. É mais conservador do que eu imaginava.

E o governo?

Na área econômica, agiram com responsabilidade. O que foi definido em 1999 ficou: câmbio flutuante, superávit fiscal, Lei de Responsabilidade Fiscal, definição da taxa de juros em função de uma meta de inflação. No que diz respeito à abertura da economia, nós paramos. Na negociação comercial, não fizemos nada. Minha avaliação não é negativa nessa área. Na área social, o Bolsa-Família juntou o que já havia antes, mas tirou o nervo. Quando se faz um programa dessa natureza, não é só dar o dinheiro. É dar dinheiro para melhorar. Mas os requisitos diminuíram. Na saúde, não houve nenhum avanço importante. Na Previdência, o déficit é preocupante. A média de salário mínimo real do governo Lula, tirando esse último, é igual à do meu governo. Lula aumentou no último ano para ter impacto eleitoral. É uma esperteza. Não tenho uma avaliação negativa no conjunto das coisas. Acho que faltou comando, faltou rumo, mais eficiência na administração. Critico muito o aparelhismo de Estado, a nomeação indiscriminada. E esse sentimento de verdadeiro ou falso, de desorganização e de corrupção.

O senhor tem criticado o fato de o Lula perder espaço para o presidente Hugo Chávez na América Latina...

Lula não é Chávez, embora tenha sido eleito, em parte, na ilusão de que seria. Chávez simboliza o antiglobalização e o antiamericano. Lula não é antiamericano, se dá muito bem com o presidente Bush. E não é antiglobalização. Por isso, Chávez ganha espaço nessa área. Como Lula vem de um passado que passa a impressão de que era tudo isso, não tem condição de se opor a isso na política externa.

A Polícia Federal hoje prende mais gente. O Lula ressalta isso.

A essa afirmação de que nunca se prendeu tanto como hoje podemos dar outra. Nunca se roubou tanto como hoje.

Por causa desse governo?

Não acho que seja só isso. É mais complicado. A Polícia Federal foi se reaparelhando. Não havia concurso, fizemos concurso. Os primeiros banqueiros presos foram no meu período. O Jader Barbalho (senador e ex-governador do Pará) não foi algemado? Aquele processo sobre a Roseana Sarney (caso Lunus) não veio da Polícia Federal? É uma disputa que não tem sentido. É bom que haja isso. Se eu pudesse ter desbarato mais coisas que existissem, ficaria mais contente. É bom que a Polícia Federal seja cada vez mais um órgão de Estado. É a orientação que eu também imprimi. O Estado está melhorando.

Desespero Tucano

Depois de Lembo, é FHC quem joga a toalha
De Expedito Filho em O Estado de S. Paulo, hoje:

"Embora ressalve que o resultado das eleições ainda não esteja definido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se disse preocupado com a possibilidade de consolidação da candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou vendo tudo com uma certa preocupação. Lula está muito consolidado", afirmou FHC, em entrevista por telefone ao Estado.
O ex-presidente ponderou, contudo, que o crescimento da candidatura Lula ocorreu pelo uso escandaloso da máquina pública, como nunca antes teria ocorrido. FHC lembrou da antecipação do 13º salário para os servidores e da adoção de uma série de medidas que teriam desequilibrando o jogo em favor do governo. "O uso da máquina está sendo escandaloso, mas não há indignação. O Brasil parece anestesiado, perdeu a capacidade de se indignar."
Blog do Noblat

sábado, 26 de agosto de 2006

LEMBRAM!

"OURO DE TOLO"

"Eu devia estar contente

Porque tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor

Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprarUm corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito

Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isto uma grande piada
E um tanto perigosa
Eu devia estar contente

Por ter conseguido tudo que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado"

LEMBRAM DELE?

Olho Vivo!

É válido para nós eleitores ficarmos de olho vivo nos gastos dos candidatos especialmente naqueles em quem pensamos em votar. Têm candidato fazendo campanhas milionárias. No site do TRE e do TSE é possível consultar a previsão de gastos dos candidatos, de alguns é assustadora. Pessoalmente acredito que um bom critério para escolha do candidato é quanto ele pretende gastar. Um milhão para uma campanha para Deputado Estadual me parece um despropósito e tem gente programando gastar isso ou mais. Vamos ficar atentos e divulgar. Os candidatos podem dar o exemplo e divulgar o que estão gastando antes da eleição, mas é bom não não exagerar na boa fé dos mesmos.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Artigo

LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO
A falta do condão
Você pode usar uma palavra toda a vida sem ter idéia do significado. Ou inferir o que ela significa sem nunca ter ido verificar. Quem já consultou o dicionário para saber o que, afinal, quer dizer o "condão" de "varinha de condão", por exemplo? Não é uma palavra comum. Nunca a vi usada a não ser para descrever a tal varinha mágica com que as fadas transformavam gatas borralheiras em princesas, e sapos em bons partidos.
No dicionário, descobri o que já sabia, que "condão" quer dizer poder sobrenatural, o "dom" (palavra com a qual compartilha a origem etimológica) de alterar a realidade pela simples vontade. Só ficou o mistério da sua exclusiva associação com o instrumento das fadas. (Sugestão: quando for ao dicionário, procure também o significado de "borralheira").
Não vi o filme "Click" e ouvi dizer que não presta. Mas o filme é sobre um controle remoto de condão, com o qual o protagonista consegue fazer a realidade seguir os seus comandos. Pressionando o botão certo ele apaga o chato, faz com que os seios da moça balancem em slow motion dentro da blusa, dá um fast forward em cenas dispensáveis e um rewind nas que merecem repetição - enfim, dirige a vida a seu redor ao seu gosto. Para preguiçosos como eu, o controle remoto foi a segunda maior invenção do homem depois da escada rolante.
Só quem viveu antes do controle remoto dá o devido valor ao dom de mudar de canal sem sair da poltrona. Mas o controle remoto, ao mesmo tempo que nos trouxe o bendito condão do comando a distância, nos trouxe um agudo senso das limitações e do pouco alcance da nossa vontade. Pois do que nos adiantam os sinais eletrônicos que não alteram nosso destino ou mudam o mundo de acordo com nossas idéias, sem falar no balançar dos seios das moças? É como ter uma varinha mágica só para pequenos milagres domésticos, como eliminar mancha de caqui.
A falta do condão ilimitado nos transforma em reféns da realidade. Nada pode ser apressado, nada pode ser magicamente conquistado ou evitado. Não faz muito, por exemplo, em meio às revelações da corrupção no seu governo, Lula parecia ter sido definitivamente apagado do futuro político da Nação. Alguém tinha pressionado o botão certo e eliminado o PT como opção eleitoral por pelo menos 30 anos. Não funcionou. A esquerda também não tem o condão com que sonha, para mudar tudo com um gesto só. Estamos todos condenados aos processos normais e ao aborrecido andar do tempo. E a nos aturarmos.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Artigo

Somos todos libaneses
Zélia Leal Adghirni
Foi preciso uma guerra no Líbano para descobrir quanto somos libaneses. Há oito milhões de libaneses de origem, ou descendentes, no Brasil. Mais do que no próprio Líbano. As primeiras imagens do resgate dos brasileiros, via televisão, surpreenderam a opinião pública. Seriam mesmo brasileiras aquelas pessoas tão “estranhas” desembarcando nos aeroportos internacionais do país?

Mulheres envoltas em véus islâmicos, homens com sotaques carregados, jovens e crianças chorando de emoção e agradecendo por estar “de volta ao meu país”. Foram 18 vôos trazendo cerca de três mil pessoas Na última segunda feira, dia 21, chegou o ultimo avião da FAB com 102 passageiros, encerrando a missão brasileira que não se resumiu ao resgate.

Toneladas de remédios e mantimentos também foram transportados pelas asas da FAB, como doações do Ministério da Saúde e da comunidade libanesa de São Paulo. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi pessoalmente levar apoio à população desamparada pela violência do conflito que pegou desprevenidos milhares de civis.

A verdade é que o ataque israelense ao sul do Líbano revelou a proximidade de nossos povos aparentemente tão distantes pela geografia e pela cultura, mas cuja história de diáspora foi fundamental para a formação do povo brasileiro.

A trajetória das migrações nos últimos séculos, reforçadas no início do século XX com as guerras na Europa, fez de nós o povo de todos os povos. Somos libaneses, sírios, judeus, poloneses, alemães, italianos, espanhóis e sobretudo, portugueses, africanos e índios. Nosso país é um mosaico de etnias e, apesar de algumas exceções, temos convivido bem com nossas diferenças.

Todas elas de certa forma contribuíram para a riqueza e a pluralidade de nossa cultura. Os libaneses, conhecidos popularmente como turcos no Brasil (confusão criada pelo Império Otomano) estão entre os autores mais expressivos da língua portuguesa. Só para citar alguns, falo de Raduan Nassar, Antonio Houaiss e Salim Miguel.

Com que prazer li há pouco tempo o romance “Nur na Escuridão”, obra premiada do escritor libanês/catarinense, Salim Miguel, que conta a saga de sua família aqui chegada em 1927. Nur, que em árabe significa luz, foi a primeira palavra que o pai de Salim aprendeu em português. Luz é o que precisamos agora num universo conturbado por conflitos, onde a relação de forças é cada vez mais desigual.

Há quem diga que se trata de um conflito de civilização. De um lado o ocidente, civilizado, e de outro, o oriente, bárbaro, ameaça à humanidade. Confunde-se árabes com muçulmanos. O mundo árabe compreende 22 estados, cerca de 250 milhões de habitantes, divididos entre o norte da África, o Oriente Médio e o Golfo Pérsico. Nem todos os países árabes são muçulmanos como nem todos os muçulmanos são árabes. Irã, Turquia, Paquistão e Indonésia, que estão entre as maiores nações muçulmanas, não são países árabes.

Milhares de palestinos, libaneses e sírios professam a fé cristã apesar de serem árabes. E a Turquia, um país muçulmano não árabe, optou pela laicidade do Estado, mesmo que nos países islâmicos não haja separação entre os poderes religioso e político.

Ainda que o Islã tenha nascido na Arábia Saudita pela revelação de Alá ao profeta Mohamed, os árabes representam hoje uma minoria num universo de 1,3 bilhões de fiéis.

Difícil de entender estas diferenças quando se confunde árabe com muçulmano e muçulmano com terrorista. Como se a morbidez e fascinação pela morte fossem uma prerrogativa única do Hamas ou do Hezbollah. Parece que todos esqueceram os suicídios coletivos de algumas seitas americanas ou certos atos de fanatismo religioso que, em nome de Deus, lançam gás tóxico em metrôs ou ateiam fogo às próprias roupas.

Apesar do desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação que colocam a realidade de outros povos dentro de nossas casas, o mundo árabe é ainda prisioneiro de um sistema de representações enquadrado por todo um conjunto de forças culturais e políticas que exploram as diferenças como uma ameaça aos padrões ocidentais.

Segundo Edward Said, um intelectual americano de origem palestina falecido há três anos, os árabes são vistos como “libertinos montados em camelos, terroristas narigudos e venais cuja riqueza não merecida é uma afronta à verdadeira civilização”.

Esta visão estereotipada é cada vez mais reforçada pela mídia, principalmente depois que os soldados do presidente Bush mergulharam no atoleiro do Iraque, de onde parece que não sairão tão cedo.
Enquanto isso, a trégua no sul do Líbano não garante a paz. A ONU busca desesperadamente uma saída, mas a maioria dos países que compõem a organização parecem resistir à idéia de enviar soldados para a região. O Brasil teria sido consultado para integrar a missão da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), mas a idéia não seria politicamente correta diante da comunidade libanesa a quem o governo tanto apoiou durante os 34 dias de guerra e que, de certa forma, continua apoiando.

Celso Amorim recebeu em seu gabinete uma delegação do Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes que pediu o rompimento das relações do Brasil com Israel. O simples fato de ser recebida pela maior autoridade brasileira de relações exteriores deixa satisfeita a comunidade que se sente reconhecida em seu protesto.

Dificilmente o governo assumiria uma posição radical neste momento. Em período eleitoral, Lula prefere agradar gregos e troianos, aliás, árabes e judeus, duas das maiores comunidades de origem estrangeira que aqui chegaram e criaram raízes. Dentro de nossas fronteiras, somos todos iguais.
Fonte Blog do Noblat

Polêmica

JK: Morte acidental?

Duas da tarde de 22 de agosto de 1976, domingo. No quilômetro 2 da Via Dutra, São Paulo, JK se ajeita no banco traseiro do Opala placa BH 9326, da antiga Guanabara, dirigido pelo fiel motorista Geraldo Ribeiro. Destino: Rio de Janeiro. Ia de avião, mas resolvera mudar. Tira os sapatos, velho hábito, acena alegremente para o funcionário da Editora Bloch que acaba de trazê-lo de almoço com o amigo Olavo Drummond. Macarronada caseira, prato predileto.

Quatro horas depois, na curva do quilômetro 165, em Resende-RJ, o carro atravessa desgovernado o canteiro central, invade a pista oposta e é colhido por enorme carreta Scania–Vabis da cidade de Orleães, Santa Catarina, placa ZR 0938, conduzida por Ladislau Borges, de 47 anos, que vinha do Ceará com trinta toneladas de gesso. Esmagado e arrastado para fora da estrada, o Opala vira um amontoado de ferros retorcidos, vidros espatifados, assentos destruídos e ensangüentados. O Brasil perde dois filhos e ganha um mito.

Conforme a perícia, o Opala se desgovernou ao ser tocado na traseira esquerda pelo ônibus de passageiros de prefixo 3148 da Viação Cometa, de São Paulo, placa HX 2630, dirigido por Josias Nunes de Oliveira, de 33 anos, paulista de Rancharia.

Jeito de acidente comum, fatalidade. Exceto por alguns indícios e hipóteses ainda não comprovadas, questionamentos à perícia realizada e circunstâncias políticas da época. Afinal, tratava-se de um presidente idolatrado pelo povo, mas cassado, perseguido e injustiçado pela ditadura. Sombras, dúvidas. Por que optou pela viagem de carro? Estrada defeituosa? Falha humana ou mecânica? Toque do ônibus no Opala? O motorista Josias nega. Diz que o carro não fez a curva do quilômetro 165. Acusado, foi duas vezes julgado e absolvido.
Alguns suspeitam de certeiro tiro de longe na cabeça do motorista Geraldo Ribeiro, outros de explosão de bomba dentro do carro ou de sabotagem numa das rodas dianteiras durante parada em local próximo. Também de atentado da sinistra Operação Condor, organização secreta criada em 1974 pelas ditaduras do Cone Sul para afastar lideranças políticas adversárias.

Em 2000, a Câmara Federal criou comissão para verificar as causas e circunstâncias do acidente. Sete meses de trabalho, dezenas de depoimentos colhidos, discussões e debates técnicos, repericiamento, simulações de hipóteses, viagens investigativas e de pesquisa ao Chile, Paraguai e Estados Unidos. Conclusão: acidente de estrada, mas JK estaria na agenda da Operação Condor. Atuaram dois novos peritos, que ratificaram as conclusões oficiais de 1976, consideradas inaceitáveis pelos que crêem em morte planejada.

Crime premeditado ou acaso? Certeza oficial, incertezas de muitos. A guerreira Sarah Kubitschek e a filha Márcia morreram acreditando em homicídio doloso.

Anotação de JK em seu diário: “Vimos nascer 1976. Sentia-me bem. Uma sensação de inutilização e de abandono dominava-me no instante supremo da mudança. O céu carregado de estrelas atraiu os meus olhos. O que procurava eu nos mundos infinitos que piscavam para mim? O que trará 76? Até a morte pode trazer”.
Ronaldo Costa Couto, doutor em história pela Universidade de Paris-Sorbonne, é autor, entre outros, de Brasília Kubitschek de Oliveira (Ed. Record, Rio de Janeiro, 5ª edição nas livrarias), obra de referência da MINISSÉRIE JK, apresentada pela Rede Globo de Televisão de janeiro a março de 2006

24 de Agosto de 1954

Hoje faz 52 anos do suicído do Presidente Vargas, não poderia deixar passar em branco.
Getúlio Vargas
Nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul, em 19/04/1883. Iniciou carreira militar, chegando a matricular-se na Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, mas abandonou-a em 1902.
Passou então a estudar na Faculdade de Direito de Porto Alegre, onde formou-se em 1907. Era Militante do movimento castilhista. Nomeado promotor público em Porto Alegre, abandonou a função pouco tempo depois, para exercer advocacia em sua cidade natal.
Elegeu-se para a Assembléia Legislativa de Representantes do Estado nos períodos de 1909, 1913 e 1917, sucessivamente. Em 1922, foi eleito pelo Partido Republicano para a Câmara Federal, onde permaneceria até 1926. Nesse período, sua função foi a de intermediário entre o governo da União e o situacionismo gaúcho.
Em 1926, assume a pasta da Fazenda, que deixou em 1928 para se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul. Dali chegou à Presidência da República através da crise que culminou com a Revolução de 1930. Buscou apoio em setores populares, que haviam sido mantidos à margem no período anterior, Vargas inaugurou um tipo de política que ficou conhecido como populismo. Além de anistiar todos os civis e militares que haviam participado de movimentos revolucionários de 1922 até 1930.
Getúlio criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, do qual saíram medidas que garantiram o apoio popular:a lei dos dois terços, as férias remuneradas, os institutos de aposentadoria, a assistência médica, a fixação dos horários de serviço, a lei da estabilidade.
Durante os quinze anos que ficou no poder, enfrentou diversas revoltas até ser deposto em 1945.Vargas orientou-se para o nacionalismo sobretudo durante o Estado Novo. Nesse sentido, a 29/04/1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo, pelo Decreto-Lei nº 395, que preparava o caminho para a futura implantação da Petrobrás.
Após sua deposição, em 1945, Getúlio retirou-se para São Borja, de onde orientou a criação de dois grandes partidos do período, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrático (PSD). Concorreu a uma cadeira no Senado, sendo eleito com 1,3 milhoões de votos, o que atestava sua popularidade.
Em 1950, candidatou-se novamente à Presidência pelo PTB, obtendo 3.849 votos, e venceu facilmente seus opositores. EDuardo Gomes (UDN) e Cristiano Machado (PSD).
Em seu segundo mandato, retomou e radicalizou sua orientação nacionalista. A implantação do monopólio estatal do petróleo, criação da Petrobrás e a nacionalização da energia elétrica por meio da Eletrobrás foram suas metas prioritárias.
Tentou apoiar-se nos sindicatos, mas vivia cada vez mais isolado politicamente, sofrendo os ataques da oposição cerrada, cujo líder era o jornalista Carlos Lacerda. Esta oposição representava os interesses contrariados pela política nacionalista de Vargas, articulados em torno da UDN, que tinha o apoio de grande parte dos militares e pretendia levar o presidente à renúncia. Em 05/08/1954, um atentado contra Lacerda provocou a morte do major-aviador Rubem Florentino Vaz.
Diante disso, a Aeronáutica instaurou um inquérito policial militar, durante o qual foram proferidas acusações de envolvimento ao poder central. As Forças Armadas, então, exigiram que Vargas abandonasse a Presidência. Confrontado com a iminência da renúncia ou da deposição, Vargas suicidou-se com um tiro no peito, na manhã de 24 de agosto de 1954. Deixou uma carta-testamento, onde acusa os inimigos como responsáveis por seu suicídio.

Fonte: Fontes Trabalhistas - Autor Agenor Basso

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Artigo

23/08/2006
Eleição no Brasil é um vazio de idéias
Muitos eleitores se sentem órfãos da sucessão, insatisfeitos com os quatro principais candidatos. Consideram que, somados, o "presidenciável" Luís Geraldo Helena Buarque não daria um bom candidato.
Até hoje, nenhum dos candidatos apresentou seu programa de governo -e estamos a menos de 40 dias da eleição. O Brasil é um país estranho: as alianças políticas são estabelecidas e as pesquisas eleitorais são realizadas sem que os partidos ou os eleitores saibam o que pensam os candidatos. E todos acham isso absolutamente natural. O que foi apresentado são idéias vagas sobre alguns temas -e apenas porque os candidatos são provocados por perguntas de jornalistas.
Lula só falou generalidades. Dá um tom familiar à campanha. Em visita ao DNIT -célebre pelas denúncias de Roberto Jefferson-, disse que tapou os buracos das estradas por exigência de dona Marisa.
Geraldo Alckmin disserta sobre o nada. Apresenta-se como presidente-gerente (slogan utilizado por Adhemar de Barros na eleição de 1955). Na ausência de um programa consistente, outro dia desenterrou a proposta da adoção do parlamentarismo, que já foi derrotada em dois plebiscitos (1963 e 1993).
Heloísa Helena reforça o estilo "falta vontade política para mudar o país" (e um pouco de cara feia e palavras duras), e Cristovam Buarque sugere que as Forças Armadas eduquem 2 milhões de jovens.
O vazio de lideranças e de idéias é tão grande que já começam a aparecer candidatos para 2010. Fala-se em Aécio Neves, mas ninguém, até hoje, sabe o que ele pensa sobre os principais problemas brasileiros. Será que é justamente por isso que é considerado um bom candidato? O conservadorismo e a irresponsabilidade marcam a pior campanha desde 1989.
Ficamos uma semana discutindo a Assembléia Constituinte proposta por Lula. Por quê? Difícil responder. O próprio autor já esqueceu da proposta.
No campo econômico, os dois principais candidatos pouco ou nada diferem. Tanto um como o outro são apoiados por forças conservadoras: não há nenhum divisor de águas entre projetos nacionais distintos, simplesmente porque nenhum dos dois nem sequer apresentou um programa básico de governo.
Os candidatos repetem idéias de outras campanhas, banalizam a escolha e desmoralizam o processo eleitoral. O sentimento de enfado amplia-se: o eleitorado demonstra sua insatisfação de várias formas.
Uma delas é o crescimento dos defensores do voto nulo como forma de protesto contra "tudo o que está aí".
Levantam questões relevantes que devem ser respondidas, e não proibidas, como propugnam alguns. Entre elas, por que escolher candidatos que, no essencial, defendem as mesmas idéias? Para que serve o Parlamento se a maioria dos membros acaba se envolvendo em atividades anti-éticas e não é punida por seus pares?
Não se sabe o que fazer. Fala-se em reforma política. Mas os partidos estão tão desmoralizados quanto os políticos. Ora se identifica na reeleição a razão principal dos males. Mas ela não é o problema. O que falta é uma legislação que discipline e puna os crimes contra o erário, além de um Judiciário eficaz e rápido nas decisões.
Deve ser recordado o caso daquele governador que, para eleger o seu sucessor, disse que, se fosse preciso, "quebraria" o banco estadual. Como um homem de palavra, elegeu seu sucessor e levou o banco estadual à falência. Não havia reeleição. Mesmo assim, ocorreu um claro abuso da máquina pública.
Vivemos a crise política mais grave desde 1930. Aquela foi superada com ousadia, e dela nasceu o Brasil moderno. Se a elite política de hoje liderasse o país naquele momento, provavelmente Júlio Prestes teria tomado posse, o Brasil continuaria sendo um país essencialmente agrícola e a questão social continuaria como caso de polícia.
Em "O Ateneu", numa sessão do grêmio, dr. Cláudio, orador principal, representou o país como "um charco de 20 províncias estagnadas na modorra paludosa da mais desgraçada indiferença". É o quadro atual. O desafio é romper com essa indiferença, e nada melhor para isso do que um processo eleitoral no qual os candidatos apresentem e debatam programas de governo.
(*) Marco Antonio Villa, 50, é professor de história da Universidade Federal de São Carlos (SP) e autor, entre outros livros, de "Jango, um Perfil" (Editora Globo).
FONTE BLOG DO NOBLAT

domingo, 20 de agosto de 2006

Artigo

Os 80 anos de Fidel: confidências

O que vou publicar aqui vai irritar ou escandalizar os que não gostam de Cuba ou de Fidel Castro. Não me importo com isso. Se não vês o brilho da estrela na noite escura, a culpa não é da estrela mas de ti mesmo.
Em 1985 o então Card. Joseph Ratzinger me submeteu, por causa do livro "Igreja: carisma e poder", a um "silêncio obsequioso". Acolhi a sentença, deixando de dar aulas, de escrever e de falar publicamente. Meses após fui surpreendido com um convite do Comandante Fidel Castro, pedindo-me passar 15 dias com ele na Ilha, durante o tempo de suas férias. Aceitei imediatamente pois via a oportunidade de retomar diálogos críticos que junto com Frei Betto havímos entabulado anteriormente e por várias vezes.
Demandei a Cuba. Apresentei-me ao Comandante. Ele imediatamente, à minha frente, telefonou para o Núncio Apostólico com o qual mantinha relações cordiais e disse:"Eminência, aqui está o Fray Boff; ele será meu hóspede por 15 dias; como sou disciplinado, não permitirei que fale com ninguém nem dê entrevistas, pois assim observerá o que o Vaticano quer dele: o silêncio obsequioso. Ei vou zelar por essa observância". Pois assim aconteceu.
Durante 15 dias seja de carro, seja de avião. seja de barco me mostrou toda a Ilha. Simultaneamente durante a viagem, corria a conversa, na maior liberdade, sobre mil assuntos de política, de religião, de ciência, de marxismo, de revolução e também críticas sobre o deficit de democracia.
As noites eram dedicadas a um longo jantar seguido de conversas sérias que iam madrugada a dentro, às vezes até às 6.00 da manhã. Então se levantava, se estirava um pouco e dizia:"agora vou nadar uns 40 minutos e depois vou trabalhar". Eu ia anotar os conteúdos e depois, sonso, dormia.
Alguns pontos daquele convívio me parecem relevantes. Primeiro, a pessoa de Fidel. Ela é maior que a Ilha. Seu marxismo é antes ético que político: como fazer justiça aos pobres? Em seguida, seu bom conhecimento da teologia da libertação. Lera uma motanha de livros, todos anotados, com listas de termos e de dúvidas que tirava a limpo comigo. Cheguei a dizer: "se o Card. Ratzinger entendesse metade do que o Sr. entende de teologia da libertação, bem diferente seria meu destino pessoal e o futuro desta teologia". Foi nesse contexto que confessou: "Mais e mais estou convencido de que nenhuma revolução latino-americana será verdadeira, popular e truinfante se não incorporar o elemento religioso". Talvez por causa desta convicção que praticamente nos obrigou a mim e ao Frei Betto a darmos sucessivos cursos de religião e de cristianismo a todo o segundo escalão do Governo e, em alguns momentos, com todos os ministros presentes. Esses verdadeiros cursos foram decisivos para o Governo chegar a um diálogo e a uma certa "reconciliação" com a Igreja Católica e demais religiões em Cuba. Por fim uma confissão sua: "Fui interno dos jesuitas por vários anos; eles me deram disciplina mas não me ensinaram a pensar. Na prisão, lendo Marx, aprendi a pensar. Por causa da pressão norte-americana tive que me aproximar da União Soviética. Mas se tivesse na época uma teologia da libertação, eu seguramente a teria abraçado e aplicado em Cuba." E arrematou:"Se um dia eu voltar à fé da infância, será pelas mãos de Fray Betto e de Fray Boff que retornarei". Chegamos a momentos de tanta sintonia que só faltava rezarmos juntos o Pai-Nosso.
Eu havia escrito 4 grossos cadernos sobre nossos díálogos. Assaltaram meu carro no Rio e levaram tudo. O livro imaginado jamais poderá ser escrito. Mas guardo a memória de uma experiência iniqualável de um chefe de Estado preocupado com a dignidade e o futuro dos pobres.
Leonardo Boff

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Professor mal humorado!

Discurso de 1º dia de aula
Meu nome é Prof. Domingos e estou aqui para ensinar você a viver nesse mundo cruel e cheio de vagabundos!
Eu não tenho preconceitos,para mim todas as pessoas são iguais !
Pretos, brancos, índios, latinos nojentos são todos a mesma merda!
Fui treinado para ensinar diversas disciplinas e é para isso que eu existo nesse mundo ordinário!
Para mim você é um lixo e eu estou aqui para reciclar você!
Com o tempo você vai passar a me odiar, mas isso será muito bom, pois quanto mais me odiar,mais vai aprender!
O lugar em que você vive pode ser uma porcaria, mas fica bem pior se você não faz nada para mudar!
No mundo em que vivemos todas as pessoas nascem retardadas e somente o estudo e a dedicação aos cálculos e a leitura podem tornar você um homo sapiens sapiens legítimo!
Se você não gostou de mim, problema seu, torne -se mais um ignorante na face da Terra a clamar lamúrias, e a professar injúrias a respeito daquele que só vive para lhe ajudar, torne-se mais um pérfido ingrato!
Nossa missão é estudar!
Nossa profissão é o estudo!
Se você não se dedicar aos estudos você terá se tornado o mais vil de todos os covardes!
Se você não estuda vc é um fraco,vai ser pisado pelos fortes!
Se você não aprender você deverá se esforçar mais, pois os fortes farão sua raça sucumbir!
Se seu professor não ensina direito ele merece morte lenta e dolorosa, assim como aquele que não ajudar os próprios companheiros de estudo!
Espero ver todos vocês um dia formados, diplomados, orgulhosos e vencedores, mas por enquanto você é um reles mísero filho de raça hipócrita, um pedaço de merda boiando num oceano de caos e imperfeições. Estude, aprenda, seja forte e perseverante, pois caso contrário você fará parte da escória que polui esse belo lugar em que vivemos!
Autor: Domingos Raymundo de Abreu Neto
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quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Esse dia!


PARABÉNS AQUELA QUE ME AJUDA A ENCONTRAR O BOM CAMINHO, VIVER AO TEU LADO É UMA ALEGRIA IMENSA.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Dá-lhe Colorado!

Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Olhos onde surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil

É teu passado alvi-rubro
Motivo de festas em nossos corações
O teu presente diz tudo
Trazendo à torcida alegres emoções
Colorado de ases celeiro
Teus astros cintilam num céu sempre azul
Vibra o Brasil inteiro
Com o clube do povo do Rio Grande do Sul

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Artigo

Como a elite articulou 1964

O complexo Ipes/Ibad foi o verdadeiro partido da burguesia, segundo René Dreifuss em A conquista do Estado

A interpretação de que a derrubada do presidente João Goulart em 1964 resultou não apenas de um golpe militar deve-se em grande parte ao trabalho de um cientista político uruguaio: René Dreifuss. Em 1981, quando o ciclo militar aproximava-se do fim, o autor publicou 1964 - A conquista do Estado, em que expôs a minuciosa pesquisa documental que demonstrou a participação da sociedade civil na ação dos militares.
Até a divulgação do trabalho de Dreifuss não se tinha a dimensão exata da articulação dos civis. Sabia-se que o afastamento de Jango, um presidente considerado fraco e refém dos sindicalistas de esquerda, ia ao encontro dos interesses do grande capital. Sabia-se também que as manifestações públicas da classe média nos últimos dias do governo civil haviam dado o empurrão final no presidente. O papel dos civis, no entanto, foi muito mais importante.
Dreifuss mostrou a atuação de grande parte do empresariado brasileiro e de representantes de multinacionais reunidos no Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), fundado no final de 1961. "O Ipes não era com certeza, como freqüentemente é descrito, um movimento amador de empresários com inclinações românticas ou um mero disseminador de limitada propaganda anticomunista; era, ao contrário, um grupo de ação sofisticado, bem equipado e preparado; era o núcleo de uma elite orgânica empresarial de grande visão, uma força-tarefa estrategicamente informada, agindo como vanguarda das classes dominantes", na definição de Dreifuss.
Mais focado em estratégias, o Ipes tinha um fundamental braço de apoio no Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que agia como unidade tática, respondendo por atividades secretas. Os dois se complementavam. "No curso de sua oposição às estruturas populistas, ao Executivo nacional-reformista e às forças sociais populares, o complexo Ipes/Ibad se tornava o verdadeiro partido da burguesia e seu estado-maior para a ação ideológica, política e popular."Intelectual de esquerda, René Dreifuss (1945-2003) deixou vários estudos sobre a relação entre forças armadas e sociedade civil na América Latina. 1964 - A conquista do Estado é sua grande contribuição à historiografia brasileira. O trabalho de pesquisa foi tão extensivo que, na época de sua publicação, quando se transformou em best seller das ciências políticas, o autor chegou a ser criticado por expor intelectuais e empresários que teriam tido envolvimento marginal com os institutos.
O livro, no entanto, resistiu ao tempo, como se pode verificar em sua reedição pela Editora Vozes. Pela grande quantidade de nomes citados, a obra ganharia em utilidade se tivesse um índice remissivo. Sem contar com esse instrumento de consulta, o leitor é obrigado a enfrentar as quase 900 páginas e cruzar, ele próprio, as referências. É pena que a editora não tenha aproveitado a repaginação, que facilitou a leitura, para oferecer também esse serviço. De qualquer maneira, os historiadores agradecem por não terem mais que garimpar o livro em sebos.
OSCAR PILAGALLO é editor de História Viva

1964 - a conquista do estado - ação política, poder e golpe de classe René Armand Dreifuss; Vozes; 899 págs.;R$ 95,00

domingo, 13 de agosto de 2006

Incógnita?

Seu crescimento é sólido ou é uma balão que vai esvaziar até agora é uma incónita, mas tem dado o que falar é bom a turma que pensou em usar a sua candidatura para realizar um segundo turno repensar as coisas.

Artigo

Estudante: presente!

No dia 11 de agosto de 1827, D. Pedro I instituiu os primeiros cursos superiores de nosso país: ambos cursos jurídicos, um em São Paulo e o outro em Olinda. Cem anos depois, a data foi escolhida como propícia para homenagear os estudantes brasileiros. E estamos, hoje, comemorando mais um “dia do estudante”. Entretanto, talvez outros acontecimentos fossem mais adequados para tal homenagem.
A primeira manifestação estudantil em nosso país, registrada na história por Olavo Bilac, é de 1710. Segundo o poeta, centenas de estudantes dos conventos e colégios religiosos combateram corajosamente invasores franceses no Rio de Janeiro nesse ano. A Inconfidência Mineira teve a participação destacada do estudante José Álvares Maciel, que imprimiu um cunho ideológico ao movimento. A Conspiração dos Alfaiates, na Bahia, a Revolução Pernambucana de 1817 e, principalmente, as idéias revolucionárias de Voltaire, Rousseau e Montesquieu trazidas da Europa foram contribuições dos estudantes brasileiros mesmo antes da fundação dos primeiros cursos superiores.
Por isso, marcar a homenagem aos estudantes pela data de criação das Faculdades de Direito não parece adequado - embora seja eu estudante orgulhosa de uma delas, a Faculdade de Direito do Recife. É que o ato de D. Pedro contrasta fortemente com a histórica luta dos estudantes. Os cursos criados por ele eram destinados aos filhos da elite que vivia à época no país, o que se comprova pelas regiões beneficiadas: Olinda, reduto dos senhores de engenho. São Paulo, centro da hegemonia política dos fazendeiros. Apesar disso, registre-se a ironia, os filhos da oligarquia paulista e do latifúndio açucareiro rapidamente organizaram a imprensa acadêmica, de
caráter político, e mobilizaram lutas pela Independência e pela República.
Considerando, ainda, que o 11 de Agosto só foi escolhido em 1927, outras datas mais apropriadas para a homenagem aos estudantes poderiam ter sido lembradas. Por exemplo, a fundação da Sociedade Epicurea, em 1845, movimento literário que aglutinou Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, José de Alencar e José Bonifácio. Ou, talvez, também pudesse ser objeto da data comemorativa o marco da Campanha Abolicionista, defendida na luta e nos versos pelos então estudantes Castro Alves, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. Quem sabe um outro acontecimento para congratular os estudantes brasileiros fosse o 13 de novembro, já que, nesta data, em 1888, Euclides da Cunha liderou uma revolta na Escola Militar da Praia Vermelha, que passou a simbolizar a luta anti-imperial no Brasil.
Outra sugestão interessante seria o 3 de novembro. É nesse dia, em 1897, que se registra o primeiro manifesto estudantil do país. Tratava-se de uma formulação dos estudantes de Direito da Bahia em condenação ao massacre de Canudos. Há também opções para os que preferem datas de massacres, feito que a jornada de assassinato de estudantes começa bem antes da Ditadura Militar de 1964. Já em 22 de setembro de 1909, dois estudantes foram assassinados em passeata integrante da Campanha Civilista, episódio que passou à história como “A Primavera de Sangue”.
11 de Abril também é um bom candidato. Em 1917 foi fundada, nesta data, a “Liga Nacionalista”, movimento através do qual os estudantes promoveram campanhas de cunho cívico-social, como a alfabetização e a heróica mobilização contra a gripe “espanhola” em 1918.
Se interrompermos o retrospecto nesse ano, já não faltariam datas marcantes para que os estudantes brasileiros fossem lembrados e comemorados. Mas é em 13 de Agosto de 1937, com a fundação da União Nacional dos Estudantes, e em 25 de julho de 1948, com a criação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, que a luta estudantil se organiza com unidade nacional. A história de sonhos e resistência que se desenrolou de lá para cá tem suas fases de grandes avanços e também de retrocessos. O fato memorável, contudo, é que, em um país com as dimensões do nosso, as entidades nacionais permaneçam vivas, unitárias e alinhadas com os sentimentos que desde os tempos coloniais levantam os estudantes brasileiros: a luta incansável por um mundo melhor.
A defesa radical da democracia plena; os movimentos de produção cultural e soberana; a persistência na crença de que educação é direito de todos e que apenas através dela se faz possível o desenvolvimento igualitário; a dedicação à escola pública de qualidade, à expansão da universidade pública gratuita, à pesquisa e à extensão; o protagonismo pela exploração nacional de nossas riquezas, contra as guerras, pela
auto-determinação dos povos, pela integração latino-americana; a resistência com a vida e com a morte ao autoritarismo sanguinário das ditaduras; a reafirmação diária de esperança e bravura: são demonstrações de amor indubitáveis para que em qualquer data, em qualquer tempo, os estudantes brasileiros tenham as melhores saudações e os mais fortes abraços de toda nossa gente.
Mas, para que se justifique o todo acima defendido, é preciso esclarecer: os estudantes não são uma classe social e não têm a mesma opinião sobre tais questões. Nas bancas escolares e universitárias, como no conjunto da sociedade, há os mais diversos pensamentos e interesses. Confrontam-se, principalmente, desde os tempos coloniais até hoje, os sentimentos individualistas e os coletivistas. É justamente por isso que o 11 de Agosto não é apropriado. A celebração dos estudantes não deve ser simplesmente pelo número de matrícula, mas sim àqueles que ao exercer o restrito direito ao conhecimento tenham optado por contribuir para sua universalização. O “dia do estudante” deve servir para celebrar tantos e tantas que de mochila
nas costas, em maior ou menor grau, se organizaram coletivamente para que o sentimento de coletividade conquiste mais corações.
Cada vez que se questiona o engajamento político dos militantes estudantis, cada vez que campanhas publicitárias e programas de televisão alimentam o horror à política, os estudantes brasileiros reafirmam sua luta e têm como argumentos incontestáveis as inúmeras páginas de uma história ousada, combativa e vitoriosa.
À luta, sempre. Saudações estudantis!

*Fonte: “O Poder Jovem”, de Artur José Poerner.
Louise CarolineVice-Presidente da UNE
louiseune@gmail.com
FONTE BLOG DO NOBLAT