quarta-feira, 30 de abril de 2008

Em direção a lugar nenhum

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O presidente não se constrange em cumprir uma agenda de vereador federal, inaugurando insignificâncias e promessas

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DIAS ATRÁS , mais uma vez, o presidente Lula comparou seu PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) ao Plano de Metas, do governo Kubitschek, e ao 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), do governo Geisel. É um delírio. Esses últimos expressavam considerável esforço de pensamento sobre a economia brasileira.
Propunham-se a realizar mutações ou alterações de qualidade, separando épocas. O PAC não é nada.
O Plano de Metas produziu um salto impressionante na infra-estrutura e nas indústrias de base, associado à passagem da industrialização a um novo patamar, com a implantação do setor automobilístico, dotado de elevada capacidade de encadeamento. Somou-se a isso a construção de Brasília, chamada "metassíntese", que refez os eixos de deslocamento no interior do país e, para o bem e para o mal, alterou todo o processo de ocupação do território nacional. O 2º PND, por sua vez, completou o ciclo de industrialização por substituição de importações, conduzindo-o até os insumos básicos e a indústria de bens de capital, expandindo atividades estratégicas, como a produção de petróleo e a transmissão de grandes blocos de eletricidade, além de, igualmente, abrir setores novos, entre os quais a indústria nuclear.
Muito se pode debater sobre acertos e erros desses planos, bem como sobre os respectivos contextos, mas não lhes faltavam ousadia e implicações de longo prazo. Para ficarmos no Plano de Metas, realizado sob fortes restrições externas, ele envolveu diretamente cerca de 25% da capacidade produtiva do país. Foram estudados os pontos de germinação e de estrangulamento, a interdependência dos setores e a demanda derivada dos investimentos, definindo-se então metas ambiciosas para cinco áreas prioritárias: energia, transportes, indústrias de base, alimentação e educação. Os resultados impressionam até hoje. Em cinco anos, a malha de estradas pavimentadas cresceu 100%, a produção siderúrgica, 82%, a geração de eletricidade, 36%, o transporte ferroviário de cargas, 32%, e assim por diante.
Ao reiterar comparações entre essas experiências e o PAC, até mesmo com vantagem para este último, o presidente Lula mostra que não teme o ridículo. Pois, repito, o PAC não é nada. Ou melhor, é apenas uma catalogação de projetos preexistentes, quase sempre miúdos, concebidos isoladamente, sem visão sistêmica ou capacidade estruturante, sem perspectiva histórica, sem a vocação de produzir mutações.
Os documentos oficiais que apresentam a previsão de investimentos federais e os indicadores macroeconômicos durante a implantação do PAC mostram o tamanho da pequenez. A União deve investir 0,6% do PIB, e as estatais, 3,7%. Nem esses diminutos recursos são novos, pois estavam previstos no Orçamento ou nos planos das empresas, especialmente a Petrobras e a Eletrobrás. A gestão macroeconômica hostil ao crescimento se mantém: o superávit primário e os juros permanecerão altos, o câmbio ficará onde os especuladores desejam. Continuamos crescendo menos que a média do mundo, perdendo posições.
A rotina de governo tornou-se um permanente espetáculo. A tímida execução do Orçamento da União e os investimentos das estatais viraram PAC, e o PAC é Lula. Não há mais coisa pública. É um tremendo retrocesso político e cultural. O presidente não se constrange em cumprir uma agenda de vereador federal, inaugurando, freneticamente, insignificâncias e promessas. Comporta-se como um animador de auditórios. É ágil para discursar, mas seu governo não executa: nos últimos meses, apenas 12% dos recursos anunciados foram efetivamente desembolsados.
As claques aplaudem. O povo gosta. Políticos sôfregos pegam carona.
E o Brasil não vai a lugar nenhum.
Quem viver verá.


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CESAR BENJAMIN , 53, editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de "Bom Combate" (Contraponto, 2006).

De Olho na Capital

De Olho na Capital:
"DESCENTRALIZAÇÃO
Outro dia li uma nota muito interessante: a secretaria regional de Curitibanos entregou latas de tinta para uma delegacia de polícia da região. Tal como foi feito com algumas escolas. Lembram? Falei aqui e até mostrei uma foto das professoras, alegres e felizes, começando a pintura.

Achei que iriam colocar os policiais a pintar a delegacia. Ou os presos. Que nada, quem vai pintar é a prefeitura de Curitibanos. Mas a pintura será só externa. Como explica a nota, “a delegada Adriana Carla Tavares da Maia aproveitou a oportunidade para solicitar a pintura interna daquele órgão público”.

É inovação em cima de inovação. Isto de uma prefeitura fazer a manutenção de prédios públicos estaduais deve ser novidade. E solenidade para entregar latas de tinta, também é novidade. Reforma a prazo (pinta por fora hoje e por dentro só quando o pedido da delegada for examinado pelo conselho do desenvolvimento regional), também é novidade."

Stalin, o fantasma inquietante


Durante quase trinta anos, de 1924 a 1953, o ditador Joseph Stalin governou a ex-URSS com métodos brutais, desconhecidos mesmo para os padrões da história russa. No começo dos anos trinta, ele foi entrevistado pelo conhecido autor de biografias, o alemão Emil Ludwig, num momento em que o seu regime ainda não havia demonstrado do que era capaz. Ao invés de um líder arrogante, como Mussolini ou Hitler, o entrevistador deparou-se com um homem simples, de aparência modesta, quase tímida, que se apresentou como um mero discípulo de Lenin. Os acontecimentos posteriores mostraram, porém, que aquele modo de ser comum, quase banal, não impediu Stalin de tornar-se um homem implacável, verdadeiro dono do destino do seu povo.

Um homem modesto

"Nunca, em nenhuma circunstância os nosso trabalhadores agora tolerariam deixar o poder nas mãos de um só homem. Graças a nós, personagens que tinham grande autoridade foram reduzidas a nulidade, tornando-se meras cifras, tão logo as massas de trabalhadores perderam a confiança neles, tão logo eles perderam o contanto com as massas trabalhadoras."
Quando Emil Ludwig foi introduzido no Kremlin de Moscou no dia 13 de dezembro de 1931, observou logo os canhões de ferro que estavam bem acima dele. Todos tinha gravado a letra “ N”, de Napoleão. Afixaram-nos lá desde 1812, testemunhos mudos do que acontecia a quem tentasse invadir a Rússia. De imediato, o levaram até um pavilhão que ele entendeu ser a sede do governo soviético para o seu encontro com Stalin. Que motivo levou o ditador a conceder-lhe uma entrevista? Poderia ter sido a contida euforia dele em ter, em 1929, neutralizado ou exilado uma boa parte dos seus rivais. Ele, um filho de um servo - um joão-ninguém saído do Cáucaso - , conseguira ofuscar intelectuais como Kamenev, Zinoviev e Trótski. Biógrafo de fama, Ludwig, nascido em Breslau, então na Alemanha, dominara a cena literária dos anos vinte com seus ensaios sobre Goethe (1920), Bismarck (1922) e Napoleão (1925). Todos sucessos internacionais de venda. Stalin estaria na expectativa de vir a ser o próximo a merecer a pena do alemão?

Nada disso Ludwig percebeu. Encontrou-se com um homem solitário, duro, de “ olhar escuro”, desconfiado, com fala mansa, lenta, e absolutamente desprovido de ambição ou vaidade. Respondia pausadamente, como se fora o mais comum dos recrutas do partido comunista. A impressão dele é de que se tratava de alguém muito modesto, que detestava chamar a atenção. De fato, Stalin nos primeiros anos da revolução de 1917, tinha o apelido de “Obscuridade cinzenta”, por sua preferência - oposta a de Trótski - , de ficar bem longe dos holofotes (*)


(*) Quando jovem Stalin (codinome que significa “Homem de Aço”), teve outros apelidos, tais como Koba, David, Nijeradze, Chijikov e Ivanovitch


Entre Pedro e Stienka Razin

Ludwig, que começou comparando-o a Pedro, o Grande, o czar reformador da do século XVII-XVIII, coisa que Stalin rejeitou, terminou em tentar associá-lo aos lendários bandidos sociais russos: a Stienka Razin e a Pougachov. Nova negativa dele. Se bem que os bolcheviques enaltecessem as rebeliões camponesas do passado, feitas contra o Czarado, lembrou a Ludwig que a grande diferença que os separava deles é que os rebeldes de outrora continuavam sendo czaristas. Lutavam sim, mas a favor de um czar “ bom”, ou “ do verdadeiro czar”. Ele não. Além disso, em relação a Pedro o Grande, ele disse que o desempenho do czar era apenas uma gota perto do oceano da importância histórica de Lenin. O czar, disse ele, somente quis assegurar o bem estar dos latifundiários e da nascente classe dos mercadores. Lenin não. Ele era o emancipador de todo o povo russo.


O papel do indivíduo na história

Dizendo-se então apenas um discípulo de Lenin, um elo da grande engrenagem do socialismo internacional, sua única preocupação era fortalecer o Estado Soviético para que assim a classe operária tivesse maiores possibilidades revolucionárias em outros cantos do mundo. Ludwig então perguntou-lhe como ele explicava que justamente o marxismo - doutrina que mais indiferença mostrara para o papel do indivíduo na história - , era quem mais celebrava, pelos menos na URSS, os seus heróis. Por todos os lados de Moscou, disse-lhe o escritor, vira retratos, estátuas, pôsteres, e afixos outros dos chefes soviéticos, como se os antigos ícones dos santos ortodoxos tivessem sido substituídos em massa pelos bigodudos do partido comunista. Não era uma contradição evidente com o materialismo histórico?

Stalin, para justificar-se, invocou “A Miséria da Filosofia” de Karl Marx. Numa interpretação muito pessoal do texto de Marx, assegurou que se são os homens que fazem a história, como a cartilha dizia, nada em estranhar-se ver o povo soviético venerar os seus heróis. Quanto ao medo ao Poder Soviético, que Ludwig sentiu por toda a parte, Stalin respondeu-lhe que era um engano, que o seu regime não poderia ter sobrevivido os primeiros 14 anos apenas inspirando temor nos cidadãos. A verdade era que o Poder Soviético era apoiado pela grande parte do povo, particularmente pelos trabalhadores, tendo como oposição somente as classe moribundas, os sobreviventes das antigas classes dominantes e os culaques, os camponeses de classe média arredios à coletivização das propriedades ( determinada pelo Primeiro Plano Qüinqüenal de 1929). Não era pois o temor o que sustentava e dava estabilidade ao Poder Soviético, mas a adesão e a confiança do povo russo.



Voltaire Schilling

SOBRE MENINAS E ABUTRES



SOBRE MENINAS E ABUTRES

Celso Lungaretti (*)

Se o comissário Maigret, mestre em desvendar crimes a partir de um profundo conhecimento das motivações e fraquezas humanas, se pusesse a investigar o caso Isabella, sua conclusão provável seria de que a menina houvera sido vitimada pelo descontrole emocional da madrasta, com o pai tentando, canhestramente, acobertar a companheira.

E, com seu olhar compassivo para os seres humanos, mestre Georges Simenon decerto fecharia em clima melancólico essa novela de personagens destruídos num momento de fúria e reações insensatas. Não o primitivismo vingativo do “olho por olho, dente por dente”, mas o lamento civilizado pelo sofrimento inútil que os homens infligem a si mesmos.

Maigret cumpriria com pesar sua obrigação de entregar o imaturo casal à Justiça. Mas, decerto, seu sentimento seria bem outro em relação aos abutres que ultrapassam todos os limites da dignidade e do decoro para utilizar uma tragédia em benefício próprio.

O comportamento da imprensa neste episódio foi o de oferecer a dor extrema de algumas pessoas como espetáculo para a coletividade, sem jamais levar em consideração os efeitos que isso provocaria: desde os traumas causados em outras crianças cujos pais são separados até a possibilidade de que as turbas por ela incitadas linchassem os suspeitos ou se ferissem na tentativa. Revirou o lixo e emporcalhou-se com o sangue.

Além disso, ao persuadir maus agentes do Estado a vazarem laudos técnicos e depoimentos que estavam sob segredo de Justiça, trombeteando-os nos jornais nacionais, inviabilizou um julgamento justo, já que a opinião pública foi levada a condenar previamente os réus.

Nossa polícia sempre teve vezo autoritário, atuando mais como força repressiva e punitiva. Seus inquéritos tendem a ser peças de acusação e para a acusação, com o objetivo implícito de convencer promotores a denunciarem os suspeitos.

O espaço de atuação da defesa é a fase judicial, quando tenta desmontar a peça acusatória. Revelar prematuramente seus trunfos pode ser fatal para os advogados, que precisam contrabalançar nos tribunais a tendenciosidade com que muitas investigações policiais são realizadas.

Então, se a investigação policial é escancarada para o público, os pratos da Justiça se desequilibram, pois a defesa fica seriamente prejudicada e até (como neste episódio) praticamente inviabilizada.

A polícia substitui a promotoria, a opinião pública toma o lugar do tribunal e a malta está sempre pronta para cumprir a função do carrasco. Quando, além de tudo, esse rolo compressor leva a uma falsa conclusão, inocentes são esmagados, como no caso da Escola-Base.

Há algo de podre num país em que filmes justificam a tortura e a mídia contribui para submeter a Justiça à voz das ruas, por ela manipulada e arregimentada.

Não se sabe aonde este processo chegará, mas salta aos olhos que marcha na contramão da democracia brasileira, a tanto custo restabelecida.

· Celso Lungaretti, 57 anos, é jornalista e escritor. Mais artigos em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/

terça-feira, 29 de abril de 2008

Os petistas amigos dos tucanos

Os petistas mineiros prontos para a luta. A luta para consolidar a aliança com o PSDB em Belo Horizonte.

Dalai Lama



Jean-Paul Marat

Jean-Paul Marat
(1743 - 1793)
Médico, periodista e revolucionário franco-suíço nascido em Boudry, cantão de Neuchâtel, Suíça, conhecido historicamente como uma das figuras mais radicais dos setores populares do jacobinismo durante a revolução francesa. De origem modesta, estudou em Bordéus e em Paris e formou-se em medicina na Grã-Bretanha, onde começou a exercer a medicina e adquiriu alguma reputação como médico em Londres. Começou a escreveu textos científicos sobre física e fisiologia, ora em inglês ora em francês, mas viu frustrada a tentativa de reconhecimento de suas teorias filosóficas como a publicação A Philosophical Essay on Man (1773), um ensaio filosófico sobre o homem. Foi atacado por Voltaire por este o considerar extremamente materialista. De volta à França trabalhou como médico, em Paris (1777-1783), da guarda pessoal do Conde de Artois, irmão de Luís XVI e futuro Carlos X. Voltado inicialmente para as ciências, escreveu diversos artigos sobre eletricidade que foram bem recebidos pela Real Academia de Rouen. Porém, aos poucos seus textos foram ganhando conotações políticas até que a publicação Plan de législation criminelle (1780) foi rejeitada como subversiva. A negativa de seu ingresso na Academia de Ciências, aumentou sua hostilidade contra o Antigo Regime e acentuou suas idéias revolucionárias. Com o início da revolução francesa (1789) lançou o jornal L'Ami du Peuple, com claras incitações à ação violenta contra a aristocracia e os revolucionários moderados, tendo em vista sua revolta contra o nepotismo dos barões e o ódio aos asseclas do absenteísmo. Foi obrigado a fugir para a Inglaterra, mas durante seu período de refúgio continuou publicando seus artigos inflamatórios e enviando-os secretamente para o território francês, atacando com sucesso personalidades da aristocracia como Jacques Necker, o marquês de Lafayette, a comunidade, os emigrantes e o rei. Voltando à França, participou da formação da comuna de Paris (1792) e apoiou as execuções de nobres e religiosos contra-revolucionários. Foi eleito deputado por Paris para a Assembléia Constituinte, como membro dos montagnards, a facção radical, e contribuiu para a condenação de Luís XVI e a queda dos girondinos, facção moderada chefiado por Jacques-Pierre Brissot, e em parte contrária à execução do rei. Membro do Comitê de Vigilância da Comuna, deputado por Paris na convenção, e extremista por natureza, exigiu uma ditadura revolucionária e conclamou os patriotas parisienses a instar um motim contra os girondinos. Por isso foi assassinado por uma jovem girondina, Charlotte Corday, enquanto tomava um banho medicinal em sua casa, em Paris. Os sans-culottes, designação dada aos indivíduos das camadas populares na época da Revolução Francesa, devotaram um verdadeiro culto a sua memória e, na época, foi considerado como mártir da revolução e sepultado no Panteão. Posteriormente o Diretório, considerou seus atos revolucionários exagerados e seus restos mortais foram retirados do Panteão (1795).
“Não se engane quando ouvir dizer que as coisas estão melhores agora; mesmo que não exista pobreza, porque a pobreza foi escondida. Mesmo que você tenha mais condições e possa gastar mais dinheiro com coisas novas e sem utilidade que a indústria lhe oferece, mesmo que pareça que você nunca teve tanto como agora, este é apenas o slogan daqueles que possuem muito mais que você. Não se deixe enganar com tapinhas no ombro e dizeres do tipo que nada é mais importante que sua palavra, e que se você acredita neles é porque não há mais razão para lutar. Eles continuarão no comando, em suas mansões de mármore e bancos de granito, de onde roubam o povo e o mundo com a pretensão de trazer cultura para todos”. (Marat).

Fonte: Só Biografias

Carbono 14, um novo parceiro

Um Blog muito interessante, visitem:
http://carbonocatorze.blogspot.com/

MUSEU DE NOVIDADES !

TV pública, PDE, PAC, Reforma Política, Reforma Tributária, Territórios da Cidadania, Blá, Blá, Blá... Como dizia o saudoso Cazuza, vivemos em um museu de novidades.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Quem vai levar?

Moisés

Moisés
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( ~1250 - 1180 a. C.)
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Bíblico patriarca mor da história dos hebreus nascido no Egito, na tribo de Levi, que os guiou na migração do Egito para a Palestina (1220-1180 a. C.), segundo o livro do Êsodus e considerado o fundador tanto da nacionalidade quanto da religião de Israel. Iniciou a criação de uma organização política e a busca de uma base territorial para o povo hebreu. Elaborou os fundamentos do judaísmo, a partir da revelação dos dez mandamentos, no monte Sinai. Sua marcha à frente do povo hebreu em busca da Terra Prometida é relatada em quatro livros da Bíblia: Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, que, somados ao Gênesis, formam o Pentateuco. É indiscutível sua liderança ao longo do êxodo e o papel que desempenhou nos acontecimentos ligados ao monte Sinai, mas é improvável que se possa creditar a ele tudo o que lhe é atribuído nas instituições culturais e legais de Israel. Como guia religioso, profeta e legislador, ocupa lugar de destaque tanto no cristianismo quanto no judaísmo. Considerado pela tradição o maior profeta hebreu, sua importância no judaísmo faz com que essa religião seja muitas vezes denominada fé mosaica.
Fonte: Só Biografias

Dmitri Ivanovitch Mendel[éeff/eyev]

Dmitri Ivanovitch Mendel[éeff/eyev]
(1834 - 1907)
Professor e célebre químico russo nascido em Tobolsk, na Sibéria, famoso pelo enunciado da lei segundo a qual as propriedades físicas e químicas dos elementos são função periódica de seus pesos atômicos. Professor diplomado em Odessa (1855) ganhou uma medalha de ouro por seu desempenho acadêmico. Graduou-se em química no Instituto Pedagógico Central em São Petersburgo (1857), indo leccionar para Odessa, na Criméia. Ganhou uma bolsa do governo (1859) para estudar na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Nesse período conheceu o trabalho do italiano Stanislao Cannizaro, que insistia na distinção entre pesos atômicos e moleculares. Trabalhou no laboratório Wurtz, em Paris, e fez pesquisas sobre a origem do petróleo na Pensilvânia (EUA) e no Cáucaso. Voltou a São Petersburgo (1861) e assumiu a cátedra de química do Instituto Tecnológico de São Petersburgo (1863), onde realizou as pesquisas que resultaram na descoberta da lei periódica - um dos marcos da evolução da química e da física modernas. Ali o cientista escreveu seu tratado Osnovi Chimii (1868-1870), livro clássico em que aprofundou o estudo da relação entre as propriedades dos elementos na tentativa de criar um sistema para classificá-los. Nesse trabalho, a partir do princípio enunciado por Amedeo Avogadro, segundo o qual volumes iguais de gases diferentes, em condições idênticas de temperatura e pressão, contêm o mesmo número de moléculas, formulou a lei periódica segundo a qual, quando todos os elementos são dispostos em ordem crescente de peso atômico, a tabela resultante exibe propriedades periódicas e permite observar os vários tipos de relações químicas, até então estudadas isoladamente. Sua classificação periódica tornou-se a base da teoria da estrutura eletrônica do átomo e ele mundialmente conhecido como o criador da Tabela Periódica de Mendeleev. Sistematizou o que vários cientistas percebiam: que havia uma relação entre as propriedades de determinadas substâncias e o peso atômico dos átomos que as constituem. Classificou, então, os 64 elementos químicos conhecidos à época e organizou-os pela ordem crescente de seu peso atômico. Notando que as propriedades de determinados elementos repetiam-se periodicamente, ele usou esse critério para os reunir em famílias, formulando a lei periódica de classificação dos elementos químicos. Ao montar sua tabela periódica, percebeu algumas lacunas. Previu, então, que elas seriam preenchidas por átomos ainda desconhecidos, e descreveu suas possíveis propriedades. Mais tarde, as descobertas do gálio (1875), escândio (1879) e germânio (1886) confirmaram suas previsões. Ao montar a tabela periódica relacionando o peso atômico dos átomos com as propriedades das substâncias, descobriu uma das leis da natureza, a lei periódica: as propriedades físicas e químicas dos elementos são uma função periódica de seu peso atômico. A descoberta foi tão importante que, até hoje, a lei de Mendeleev é chamada de lei grandiosa. Ela evidencia que existe uma relação harmônica entre os diferentes elementos químicos e que essa relação reflete-se em suas propriedades. Como conselheiro científico das forças armadas russas, realizou estudos sobre nitrocelulose e contribuiu para a preparação de uma pólvora sem fumaça (1890). Foi premiado com a medalha Copley (1905) pela Royal Society de Londres e morreu em São Petersburgo.
Só Biografias

Herbert Marcuse

Herbert Marcuse
(1898 - 1979)

Pensador germânico nascido em Berlim, Alemanha, divulgador de teorias que enfatizavam a liberdade sexual como complemento indispensável da emancipação econômica e política, contribuiu para que se desencadeasse a rebelião estudantil (1968). Estudou na Universidade de Freiburg (1922), onde se tornou militante do Partido Social Democrático Alemão e estudou com Edmund Russerl e Martin Heidegger. Com Theodor Adorno e outros, fundou o Instituto de Pesquisas Sociais, conhecido como Escola de Frankfurt. Fugindo do nazixmo, mudou-se para a Suíça e, depois, para os Estados Unidos, onde se naturalizou americano (1940). Lecionou em Colúmbia, Harvard e outras universidades, e viveu seus últimos dias em Starnberg, Alemanha. Pregou uma doutrina baseada na dialética de Hegel e a filosofia de Heidegger. Condenou o marxismo soviético, denunciou o caráter repressivo da sociedade industrial e acusou a sociedade capitalista de criar necessidades de consumo artificiais e incessantemente renovadas, mediante a manipulação das consciências pelos meios de comunicação de massa. Seus principais livros foram Eros and Civilization (1955), One-Dimensional Man (1964) e Counterrevolution and Revolt (1972), onde preconizou a renovação da esquerda a partir de premissas marxistas.
Fonte: Só Biografias

Isabel I de Castela, a Católica

Isabel I de Castela, a Católica
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(1451 - 1504)
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Rainha de Castela e Leão, casada com Fernando II, o Católico nascida em Madrigal de las Altas Torres, Ávila, responsável no seu reinado por uma política que favoreceu os descobrimentos e a expansão territorial, bases da formação do império espanhol. Filha de João II de Castela e de Isabel de Portugal, quando tinha três anos, seu meio-irmão Henrique IV ascendeu ao trono e ela foi posta sob sua custódia. Reconhecida pelo rei e seu meio-irmão Henrique IV como herdeira do trono de Castela (1468) pelo pacto dos Toros de Guisando, contra as pretensões de Joana, a Beltraneja, filha do próprio Henrique IV. Assumiu o trono (1479), após uma guerra civil contra Joana, desenvolvida após a morte de Henrique (1474-1478). Com a morte de João II de Aragão (1479) Fernando II, marido da rainha, assumiu ao trono aragonês, unindo-se assim os dois reinos. A expansão territorial de Castela sob o mando dos Reis Católicos, como ficaram conhecidos Isabel e Fernando, iniciou-se com a anexação do arquipélago das Canárias e terminou (1492), com a conquista de Granada, último reino muçulmano da península ibérica. O evento mais marcante do seu reinado foi a descoberta da América por Cristóvão Colombo, no qual participou ativamente do financiamento da viagem e, depois, da evangelização e implantação da igreja nas novas terras. Seu reinado também favoreceu a pecuária ovina em Castela e o comércio de lã, centralizou e fiscalizou as operações mercantis com as Índias e saneou a moeda castelhana. Politicamente fortaleceu as instituições reais, aumentou o controle sobre as ordens militares, a fazenda real, as Cortes, a justiça etc. No campo religioso e cultural, efetuou uma extensa reforma do clero, com a ajuda do cardeal Francisco Jiménez de Cisneros, e terminou o processo de unificação religiosa, com a expulsão dos judeus não-convertidos (1492) e a imposição do cristianismo à população árabe. Para fiscalizar o cumprimento dessas medidas, fortaleceu o tribunal da Inquisição, criado (1478) pouco antes de assumir o trono. Criou também uma escola palaciana, que elaborou a primeira Gramática castelhana (1492). Morreu em Medina do Campo, Valladolid, em 26 de novembro (1504). Em seu testamento, reflexo de uma concepção patrimonial do reino, não legou os direitos sucessórios a Fernando, mas à filha Joana a Louca, mãe do futuro imperador Carlos V (I da Espanha), que deu início a uma nova dinastia espanhola, a dinastia dos Habsburgos.
Fonte: Só Biografias

Pó de Giz

Pó de Giz:
"CCJ da Câmara já pode votar piso salarial dos professores da educação básica — Agência Brasil - Radiobrás

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O projeto de lei que regulamenta o piso salarial nacional dos professores da educação básica deverá ser votado, nesta semana, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Um pedido de vista adiou a votação na última semana para que os parlamentares pudessem discutir melhor uma emenda ao projeto que estende aos professores aposentados o valor do piso.
A equiparação não estava prevista do projeto original. O piso para professores da educação básica, com formação em nível médio, é de R$ 950 reais, segundo o texto atual que tramita na CCJ. No projeto original, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o valor previsto era de R$ 800.
De acordo com o projeto, a partir de 2010, esse valor será o valor mínimo pago para as carreiras inicias do magistério público para uma jornada de 30 horas semanais. Até esta data, o valor do piso será implementado gradualmente em todo o país.
A atualização do valor será feita todo mês de janeiro, a partir de 2009, por meio de um projeto de lei enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional.'"

domingo, 27 de abril de 2008

Alexandra


Finais de semana

Vivemos uma verdadeira exaltação dos finais de semana. Não que todos seja maravilhosos, é que simplesmente fazemos um curto intervalo nas nossas preocupações entediantes e desgastantes. Se nossa sociedade não fosse tão doente, os finais de semana não seriam tão almejados por todos.

OS FILHOS DE JESUS

Andou correndo o mundo a discussão sobre a possibilidade de Jesus e Maria Madalena terem sido casados e terem tido filhos. Tudo ganhou fôlego em razão do Código Da Vinci, o filme e o livro. Pois bem o assunto está em aberto, todo mundo dá o seu palpite, o difícil mesmo é ler matérias dos grandes pesquisadores da vida de Jesus.

Chávez é um governante democrático?

Chávez é um governante democrático? Aqui no Brasil talvez seja o lugar do mundo onde mais essa pergunta tem gerado empolgados debates. Poucos são os defensores incondicionais do presidente venezuelano, mas muitos concedem a Chávez o mérito de ser um dos poucos governantes do mundo a bater firme no governo dos EUA.
A exemplo do que aconteceu com Fídel, o melhor defensor do presidente latino-americano são as ações belicistas e impopulares do governo dos EUA.

CAFAJESTADA SINDICAL.

Em um passado já não tão recente, a CUT se identificava como uma entidade de luta. Hoje, a luta, anda bastante ofuscada dentro da central, mas as contribuições dos filiados são recolhidos da mesma forma.

Em nível nacional é bastante sintomática a postura da central frente ao governo federal. Adotou o governismo deslavado, no entanto os filiados da entidade nunca foram consultados sobre que postura a central deveria adotar frente ao governo.

Visto que em todos os outros governos a CUT teve uma postura de independência, não seria absurda uma mínima discussão sobre a postura frente ao atual governo.

Mas, não, simplesmente, se fez uma adesão acrítica, e, mesmo quando, o governo claramente ataca os direitos dos trabalhadores, a CUT permanece calada como se nada tivesse acontecendo.

A essa postura em outros tempos daríamos o nome de peleguismo, hoje poderíamos simplesmente dizer cafajestada.

Um homem tem que saber fazer de tudo!

Um homem tem que saber fazer de tudo. esse é o pensamento da minha querida mãe, roseando os seus conselhos para esse coitado, que achava não sua rude ignorância que iria se formar e estaria prontinho para ser exclusivamente professor.

Bem, me valeu seus ensinamentos, sei hoje que ser professor é um misto de carcereiro, psicólogo, assistente social, recreacionista, coordenador de amigo secreto, saco de pancada, náufrago, sobrevivente, bombeiro, terrorista e suicida.

Bolívia

Bolívia « Visão Latino-Americana:
"BOLÍVIA: Igreja Católica não acredita em diálogo antes do referendo

A Igreja Católica acha pouco provável que ocorra um diálogo entre governo e oposição antes do referendo autonomista que ocorrerá em Santa Cruz no dia 4 de maio. Em entrevista concedida à agência Efe, o porta-voz do cardeal Julio Terrazas, Marcial Chupinagua, disse que “qualquer diálogo ocorrerá posterior a essa data”.
No seu entendimento, é fundamental que governo e oposição demonstrem interesse na abertura do diálogo, pois “essa disposição pacificaria e abriria caminho para uma conversa”. Há seis meses, o país vive um clima de radicalização entre governo e oposição como conseqüência da decisão dos aliados do presidente da Bolívia, Evo Morales, em reformar a Constituição.
Em reação a isso, os departamentos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando querem suas autonomias do poder central.
(Equipe Arko América Latina - americalatina@arkoadvice.com.br)"

Monica Mattos


sábado, 26 de abril de 2008

FHC entre os cem maiores intelectuais

O ex-presidente FHC foi eleito como um dos cem maiores intelectuais do mundo. Vão dizer que isso é só para provocar o nosso atual presidente.
Internamente o ex-presidente segue atuando muito sobre na vida nacional. Tem dado entrevistas, participado de reuniões entre outras atividades.

JFK: o filho de Gatsby

Por vezes na história, ficção e realidade embaraçam-se, tornando-se um novelo difícil de desatar. Tal situação aplica-se , em parte, na ascensão do presidente John Fitzgerald Kennedy e da sua bela mulher Jacqueline Bouvier Kennedy, talvez o casal mais famoso, charmoso e bem quisto da história americana do século XX. Uma dupla que parecia em tudo ter saído de uma das novelas de Scott Fitzgerald, o maior romancista dos anos da Era do Jazz, para que tudo se encerrasse com três tiros disparados contra eles em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963.

Na mansão de Gatsby

Nem em Long Island, ou mesmo em Nova York, ninguém sabia ao certo de onde saíra Jay Gatsby. O que diziam dele é que era fabulosamente rico. Dono de uma mansão gótica que imperava sobre o distrito de West Egg, tinha gosto em promover festas fantásticas. Não havia sábado em que o casarão, feérico, não estivesse lotado de gente alegre, alucinada, vinda de todas as partes para gozar das delícias oferecidas pelo anfitrião novo-rico. Além de uma boa banda de jazz, autorizada a tocar até o seu derradeiro convidado partir, garçons prestativos não deixavam de circular entre os festeiros levando-lhes taças e mais taças da melhor champanha. E isso em plena vigência da Lei Seca, quando beber álcool nos Estados Unidos era crime.

O Grande Gatsby, como o romancista Scott Fitzgerald o chamou, parecia-se ao Grande Houdini, o maior ilusionista daqueles tempos, um homem capaz de sair de qualquer embrulho que o metessem, de escapar, ainda que todo amarrado, de um saco do fundo do mar. Toda aquele festança, confessou Gatsby a um amigo, nada mais era do que uma rede que ele lançara na esperança de algum dia arrastar para as beiras da sua mansão a bela Daisy Buchanam. Tratava-se de uma socialite, uma ex-namorada sua que alguns anos antes casara com um ricaço e que vivia do outro lado da enseada onde erguia-se a sua mansão.


O poderoso Joseph Patrick

Scott Fitzgerald, o autor do O Grande Gatsby, a mais famosa novela do modernismo norte-americano, aparecida em 1925, segundo uma versão, teria se inspirado num tipo real, num milionário verdadeiro. Em alguém que enriquecera – idêntico ao personagem da ficção -, contrabandeando bebidas a partir de 1920. Este homem era ninguém menos do que Joseph Patrick Kennedy, o pai do presidente John Kennedy. Herdeiro de um importador de vinhos de Boston, estado de Massachusetts, segundo as historias que dele contavam, enquanto seus filhos (teve nove, Joseph, John, Robert e Edward eram os rapazes) freqüentavam as escolas católicas e a boa sociedade local, Joseph providenciava o desembarque clandestino de caixas e mais caixas de licores , espumantes e uísque, que deram-lhe lucros de um nababo.

A “Daisy” de Joseph chamava-se Rose Fitzgerald (o mesmo sobrenome de Scott),a filha do prefeito de Boston, o que ajudou a pavimentar-lhe a carreira política e preparou os filhos , todos talentosos, para uma impressionante ascensão no cenário nacional. Se essa versão algum dia confirmar-se, John Fitzgerald Kennedy seria pois, hipoteticamente, o filho de Gatsby, mas de um Gatsby muito bem sucedido e não o personagem da ficção que teve um fim medíocre, morto a tiros por engano, vitima de um marido traído pobretão.


John&Jacquie

Pode-se também ter-se outra leitura de tudo aquilo. Se Gatsby não conseguiu ficar com Daisy, para ele símbolo da sofisticação e do charme dos bem-nascidos, John Kennedy o conseguiu, pois casou com Jacqueline Bouvier. Nada havia naquelas paragens de Boston e no círculo fechado em que os ricaços locais se moviam, que se equiparasse a Jacqueline (que, como a Daisy da novela, também se fazia ativa em Long Island) Além da descendência francesa, chiquérrima, educara-se na elitizada Vassar, onde reforçara o seu bom gosto irrepreensível.

A chegada dos dois à Casa Branca em 1961 foi um acontecimento. Para os americanos, cujos últimos presidentes foram Franklin Roosevelt (um paralítico precocemente envelhecido), Harry Trumann (um caipira que parecia jamais ter saído detrás do balcão da sua loja ), e o general Dwight Eisenhower (o veteraníssimo ex-comandante da IIªGM), a ascensão de John Kennedy, jovem, bonitão, e ex-herói de guerra, e da sua esposa encantadora, era um anúncio dos céus.

Jacqueline de fato era um assombro. Logo a Casa Branca tornou-se uma referência nacional em elegância e fascínio. De certo modo John&Jacquie, o Casal Vinte, formaram o primeiro par monárquico da republica americana. A imprensa da época endoideceu. Cada recepção que a dupla oferecia, como Gatsby em Long Island, era um show de classe e apurado requinte.

Os costureiros da época disputavam a honra de poder vestir a primeira-dama, pois a bela. sra. Kennedy – promovida a ser o sol das americanas - fazia um contraste gritante com as suas três antecessoras. Eleanor Roosevelt (dedicada militante dos direitos humanos), Betty Trumann e “Mammy” Eisenhower, que Deus as tenha, eram medonhas. Porém, tudo aquilo foi-se no dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, no Texas. Como o Gatsby da ficção, John Kennedy foi vilmente baleado pelas costas por um joão-ninguém fazendo com que a América perdesse, talvez para sempre, sua era de sonhos.

Voltaire Shilling

Neo-Nazismo

Carlos Damião - UOL Blog

Carlos Damião - UOL Blog:
"Mudança providencial

A Brasil Telecom deve mudar de mãos nesta sexta-feira. Passa ao controle acionário da Oi, uma das grandes operadores de celular no Sudeste. Os atuais controladores da Brasil Telecom já vão tarde: que se divirtam no inferno, com essa grana toda que vão levar (uns R$ 5 bi). Nunca antes neste País um serviço público (privatizado pelos tucanos) foi tão mal administrado quanto o da Brasil Telecom.
Os consumidores esperam que a Oi trate os clientes com mais civilidade e respeito, posto que são os clientes que sustentam a ganância dessas malditas teles.Mudança providencial

A Brasil Telecom deve mudar de mãos nesta sexta-feira. Passa ao controle acionário da Oi, uma das grandes operadores de celular no Sudeste. Os atuais controladores da Brasil Telecom já vão tarde: que se divirtam no inferno, com essa grana toda que vão levar (uns R$ 5 bi). Nunca antes neste País um serviço público (privatizado pelos tucanos) foi tão mal administrado quanto o da Brasil Telecom.
Os consumidores esperam que a Oi trate os clientes com mais civilidade e respeito, posto que são os clientes que sustentam a ganância dessas malditas teles."

Charge


Eleição Paulista

Tucanos tentam se entender em São Paulo, mas não está fácil. Em breve novos capítulos do episódio. Enquanto isso a senhora Marta que ainda se assina Suplicy, vai se preparando para disputar a prefeitura. Anuncia-se que o seu ministério do Turismo ficou sem verba.

Paulo Alceu

Paulo Alceu:
"Não está na hora de acabar com esse pagamento absurdo de taxa básica? Procuram-se parlamentares compromissados com o povo..."

Saramago e o Socialismo Feudal

Saramago e o Socialismo Feudal

José Saramago no seu último romance intitulado A Caverna inspirou-se no mito platônico para criticar o desaparecimento do ofício de oleiro, uma arte cujas origens se perdem nos tempos, apontado o moderno processo industrial, tecnológico e comercial como nocivo às antigas profissões e viveres.


Uma Estranha Crítica

"Deste modo surgiu o socialismo feudalístico, metade canto lamentoso e metade pasquim, metade eco do passado e metade ameaça do futuro... sempre ridículo nos seus efeitos pela completa incapacidade de compreender o curso da história moderna."
Karl Marx - O Manifesto Comunista (III, 1, a.), 1848

Em suas andanças de exilado, desde que em dezembro de 1845 deixara a redação da Gazeta Renana, perseguido insistentemente pela polícia prussiana, Karl Marx deparou-se em Paris, em Bruxelas, e depois em Londres, com uma literatura extremamente crítica aos tempos modernos e à expansão da urbanização em geral. Em comum, fossem os autores ingleses, franceses ou escoceses, havia a denúncia da desumanidade causada pelo surgimento da maldita fábrica e um lamento choroso deles sobre o declínio de amistosas relações sociais e de estimadas profissões, submergidas na voragem do maquinismo.


Os Socialistas Feudais

Marx logo constatou que por detrás daquilo gemia o mundo medieval, uma era ferida de morte que ao momento em que entoava seus cânticos fúnebres jogava pedras na desgraçada época contemporânea, sua coveira. Chamou-os de "socialistas feudais", reservando-lhes um subcapítulo no Manifesto de 1848 (III, 1, a), marcando bem a distinção da posição dele em relação ao capitalismo da dos "feudalistas". Identificou-os como simpáticos aos aristocratas, e que, entristecidos com a crescente desimportância histórica daquela casta e odiando os burgueses, deram-se a demagógicos acenos de fraternidade e solidariedade para com os trabalhadores explorados. Olhavam para os bairros fabris, afligindo-se com a sujeira e a feiura deles, do alto das ruínas dos fortins medievais de onde simulavam viver.

Literatos românticos, acompanhando tal tendenciosa nostalgia saudosa dos brasões, chegaram ao ponto de enaltecer, como o fez Walter Scott (morto em 1832), em plena era da propulsão a vapor, cavaleiros como sir Ivanhoé, ou ainda Rob Roy, o lendário guerreiro escocês, um jacobita que empunhara a espada pela manutenção da good old rule, "a velha boa regra". Aquilo sim é que eram tempos.


Na Caverna do Consumo

Pois agora, neste final de século e abertura de um novo milênio, esse romantismo literário, saudosista e lacrimoso - ainda que não apoiado nas mesmas bases sociais -, está de volta, assumido pelo escritor José Saramago (o único prêmio Nobel da língua portuguesa e um marxista confesso). Se é certo que no seu mais recente lançamento, A Caverna, ele não edulcora nenhum espadachim do Minho ou do Douro, vitupera forte contra o presente maldizendo-o pela desaparição do oleiro, do ceramista que desde os tempos dos grêmios medievais esculpia com argila bacias e vasos com arte e diligência, vitimado que foi pela indústria do plástico.

A Aldeia contra a Globalização

Para Saramago os shopping centers (que ele chama de centros comerciais) são um enganador labirinto, uma caverna platônica, onde os homens de hoje estão presos, alienados, escravizados ao consumo. A proposta que ele sugere é radical: Cipriano, o seu personagem, um oleiro, negando-se a habitar tal mundo, refugia-se numa... aldeia. A choupanização contra a globalização!

Se de fato lastima-se a desativação de certas profissões provocadas pela difusão da tecnologia e da produção daí decorrente - a quem ele consagra o seu mais sincero desgosto - , é bom lembrar que foi ela, a modernização, quem sumiu com os traficantes negreiros, o pelourinho, a chibata, os grilhões e as mordaças, a jornada de trabalho de 14 horas, sem férias e sem aposentadoria, e tantas outras infâmias vinculadas então ao trabalho.


A Denúncia de Marx

O curioso é que justamente foram as olarias (se bem que a de tijolos) uma das atividades selecionadas por Marx como exemplo de degradação e aviltamento humano. Enxergou-as como um purgatório do trabalho braçal (O Capital, vol. I, XIII, 8, c). Como demonstração da brutalidade daquele afazer, a quem Saramago hoje derrama loas, Marx apoiou-se nos célebres relatórios dos inspetores ingleses, onde consta: "o pior de tudo é que os oleiros desesperam de si mesmo", assegurando um deles a um capelão que era mais fácil "reabilitar e emendar o diabo do que um oleiro" (Public Healt Report, III-V, 1864-6).


O Revolucionário Equivocado

Uma das situações que mais embaraçam pessoas bem intencionadas, notou Thomas Mann num ensaio, é acreditarem-se revolucionárias quando na verdade são apologistas de formas arcaicas de viver e produzir, refluindo cada vez mais para trás nesta sua rejeição ao mundo moderno. Se Karl Marx foi um contundente crítico do processo produtivo daquela época, ele o fez do ponto de vista da sua futura superação. José Saramago, ao contrário, propõe a marcha ré, à revivência do artesanato praticado embaixo do teto de palha num vilarejo qualquer. Desiludindo-se do comunismo, converteu-se ao socialismo feudal. Vendas Novas de Évora contra Nova Iorque! Aos tamancos pois....

Voltaire Shilling

Obama Girl Returns for Iowa! (Why Obama Won)

Entrevista Raúl Baduel

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Portugal

Alpes


Clik na Imagem para Ampliar

Não serei um grande escritor

Gente Deus não me deu o dom, nem a disciplina de Luis Fernando Verissímo, para ser um grande escritor.
Ano passado esperei que me baixasse uma grande inspiração, que me tornasse um escritor de verdade. Completei, eu, a idade que o grande escritor começou a escrever, 33 anos, mas nada veio.
Portanto, agora, só me resta, contentar-me com minha insignificância, e enfim ler o grande escritor gaúcho.
Mais não me bateu o desespero com esse estado sempre podemos traçar algumas linhas imprecisas que certamente encontrarão vistas para olhar.
Enfim o mundo é feito também da variedade e a também espaço para os esforçados, não apenas para os brilhantes.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

PMDB E PPS

Peemedebistas trabalham duro para fechar uma aliança com o PPS em Caçador. Diante dessa possibilidade o vereador Jorge Savi é um forte nome para ser o vice na chapa do PMDB.

Ártico derrete "muito mais rápido" que o previsto, diz WWF

Ártico derrete "muito mais rápido" que o previsto, diz WWF
da France Presse, em Montreal (Canadá)

O derretimento das geleiras no Ártico acontece "muito mais rápido" que o previsto até então e se aproxima do "ponto de não retorno", segundo um estudo publicado nesta quinta-feira pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza).

A calota glacial da Groelândia, com o volume atual estimado em 2,9 milhões de metros cúbicos, e as geleiras do Oceano Ártico, avaliadas em 4,4 milhões de metros cúbicos em setembro de 2007, estão nos níveis mais baixos jamais observados, segundo a organização.

O volume das camadas de gelo do oceano conheceu uma redução de 39% em relação ao volume médio observado de 1979 a 2000.

"As mudanças recentes constatadas no Ártico se produzem a uma taxa muito mais rápida que o previsto", pela Avaliação dos impactos da Mudança Climática no Ártico, publicada em 2005, e o relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas de 2007, conclui o WWF.

O derretimento da calota glacial da Groenlândia e da cobertura glacial do Ártico está próxima do "ponto de não retorno", além do que a situação será irreversível, estima a organização internacional.

Ponto crítico

"Quando analisamos detalhadamente as pesquisas científicas sobre as recentes mudanças no Ártico torna-se dolorosamente claro que nossa compreensão do impacto do aquecimento climático está a reboque das mudanças observadas no Ártico", declarou Martin Sommerkorn, um dos autores do relatório.

O WWF publica seu estudo por ocasião de uma reunião do Conselho do Ártico, uma organização que reúne os países nórdicos (Estados Unidos, Rússia, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia), nesta quinta-feira nas ilhas Lofoten, na Noruega.

Os cientistas da WWF alertam para o desaparecimento dos ursos polares do Canadá, onde vivem dois terços da população mundial dessa espécie.

"Estudos anteriores prevêem que o derretimento das geleiras nos mares do norte levaria à extinção de algumas populações de ursos polares por volta de 2050. Mas novos elementos destacam que a extinção em algumas regiões poderia acontecer mais rapidamente", destaca Peter Ewins, diretor da conservação das espécies da WWF-Canadá.
Folha Online

Frutas


Pausas

Dizem que as pausas possuem poderes mágicos, sem elas não seriamos nada. Seja a pausa para o almoço, seja a pausa para o recreio, a pausa entre um relacionamento e outro. Pensando bem poucas coisas são mais maravilhosas do que uma boa pausa.

E a pausa para o cafézinho, para um conversa com um amigo, e como andam raras essas pausas, pode haver coisa melhor?

Triste mesmo é a vida sem essas necessáriass, insubstituíveis e encantadoras pausas.

Agora uma pausa, e aproveitemos ao máximo todas as pausas!

Frases

"As pessoas são como o vinho, a idade azêda os maus e apura os bons"
Cícero

Fernando Lugo é o novo presidente do Paraguai




Lugo sonha com grande pátria latino-americana

O presidente eleito paraguaio, Fernando Lugo, disse nesta segunda-feira que sonha com "a grande pátria" de uma América Latina integrada e sem fronteiras, mas foi advertido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o tratado de Itaipu não será revisto.

"Continuo sonhando com a grande pátria, com uma América Latina integrada, sem fronteiras", declarou Lugo, vencedor das eleições paraguaias de domingo, que insistiu em rever o acordo de Itaipu, para que o Paraguai receba "um preço justo" pela energia vendida ao Brasil.

Lugo disse que vai explorar todos os canais de negociação com o Brasil, mas não descartou recorrer aos tribunais para defender os interesses paraguaios em relação a Itaipu.

Lula cumprimentou Lugo por sua vitória, mas advertiu que o Brasil não revisará o tratado da represa binacional, com exige o ex-bispo de esquerda.

"Em Itaipu temos um tratado e vamos mantê-lo. Um tratado não de modifica", afirmou Lula.

Na entrevista à rádio católica "Fé e Alegria", Lugo destacou que quer "continuar sonhando com os povos da América Latina", e citou vários presidentes da esquerda da região: "Com os povos de Correa, de Bachelet, de Tabaré", referindo-se aos presidentes Rafael Correa (Equador), Michelle Bachelet (Chile) e Tabaré Vázquez (Uruguai).

"Também com o de Evo (Morales, presidente da Bolívia), que entrou em contato conosco às duas da manhã para saber o resultado de domingo e se colocou à nossa disposição", contou.

"Ou mesmo com Kirchner... e com Chávez", disse, referindo-se aos presidentes Cristina Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela).

"E com a Nicarágua", acrescentou.

"Vamos tecer uma relação que será bastante positiva no futuro", adiantou. "O Paraguai não pode ser uma ilha afastada, deve se integrar ao continente".

"Minha primeira medida é uma que tenho cravada no coração: a de nossos povos indígenas", pela "dívida histórica que temos com eles, os verdadeiros donos originários desta terra", anunciou Lugo, que foi bispo de San Pedro (400 km ao norte de Assunção), região mais pobre do Paraguai.

"Chega de indígenas morrendo de fome, tuberculose ou falta de atenção", afirmou.

"A partir de agora começa uma nova era da política paraguaia", disse.

"A história muda, cai o Partido Colorado, mudam as estruturas" do Paraguai, afirmou o ex-bispo, que derrotou a governista Blanca Ovelar, pondo fim aos 61 anos de poder colorado, incluindo os 35 de ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).

"O Partido Colorado governou para um grupo seleto de paraguaios. Isso acabou, e um governo para todos os paraguaios começa", assegurou Lugo, que venceu com 40,8% dos votos contra 30,8% de Ovelar, ex-ministra da Educação do atual presidente Nicanor Duarte.

"Que acabe isso de que é preciso ser colorado para trabalhar como funcionário público", acrescentou, ressaltando que seu governo será "aberto, honesto, transparente".

"Creio que é a primeira vez no Paraguai que um governo entrega o poder a outro de tendência diferente sem derramamento de sangue", frisou.

Lugo - declarado bispo rebelde e suspenso "a divinis" por envolver-se com a política - também comentou suas relações com os dirigentes da Igreja Católica. "Cada vez que me fazem essa pergunta sinto uma pontada no coração".

"Temos relações fecundas, históricas, que não foram esporádicas". Na noite passada "conversamos com padres e membros de muitas comunidades, que também são a Igreja, que não é apenas os dignitários".

O presidente eleito pediu perdão à Igreja pela "dor" que causou com sua desobediência às leis canônicas, ao se lançar na disputa presidencial: "Se minha atitude e minha desobediência às leis canônicas causaram dor, peço, sinceramente perdão aos membros da Igreja".

Lugo revelou que sua irmã será a "primeira-dama" do Paraguai: "Mercedes sempre foi minha conselheira, porque sou o mais novo de seis irmãos. Ela é muito trabalhadora".

O presidente eleito, segundo estadista solteiro do Paraguai depois de Eligio Ayala, em 1928, afirmou que deseja continuar vivendo em sua atual casa, no bairro de Lambaré, nas cercanias de Assunção.

Fernando Lugo também disse à AFP que ainda não está em condições de prever o futuro: "Não posso ver" o Paraguai daqui a cinco anos, afirmou.

"Estou tranqüilo, embora tenha o ânimo acelerado. Tranqüilo e desejando descansar, mas ainda não posso", afirmou.

AFP

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Células -Tronco


Trabalho do Alunos da Escola Dom Orlando Dotti (Biologia)

A novidade Paraguaia

Fernando Lugo é a novidade que vem do Paraguai. Depois de 60 anos de domínio do Partido Colorado, os paraguaios deram um basta.

Não se intimidou

Senador Paulo Paim não se intimidou com as desastradas declarações de membros do governo e segue defendendo projeto que garante reajuste para os aposentados e o fim do fatot previdenciário.

terça-feira, 22 de abril de 2008

História dos Ciganos

História dos Ciganos
Introdução à história dos ciganos

Não podemos lidar com a trajetória cigana da mesma forma com que tratamos do percurso de outros povos que possuem documentos e registros escritos pelos próprios. Sua história é contada a partir do contato com outras sociedades; os interessados na reconstrução de sua história usaram, principalmente, acervos de arquivos oficiais de locais por onde eles passaram. Alguns utilizaram-se do contato no cotidiano e de história oral como Maria de Lourdes Sant’ Ana que conviveu durante dois anos em Campinas com seus habitantes Ciganos e Alexandre Mello Moraes Filho e seus colaboradores do Rio de Janeiro.
Lendas e Hipóteses sobre as origens
Para uns eles seriam indianos, outros acreditam que egípcios. Não faltaram também hipóteses de que teriam vindo de algum outro lugar da Ásia como a Tartária, Silícia, Mesopotâmia, Armênia, Cáucaso, Fenícia ou Assíria. Alguns deram crédito às hipóteses de serem europeus de regiões afastadas da Hungria, Turquia, Grécia, Alemanha, Bohemia ou Espanha (em um misto de mouros e judeus), ou mesmo de africanos de outras regiões (que não o Egito) como a Tunísia. Mas através de pesquisas estas hipóteses foram sendo descartadas e delas apenas duas continuaram sendo examinadas pelos ciganólogos: a origem egípcia e a indiana.
Ao longo de suas andanças seculares os ciganos incorporaram culturas de diversos países, o que dificulta enormemente os estudos que tentam reconstruir sua origem e dispersão pelo mundo.
Ciganos e alguns estudiosos recorreram a Bíblia para explicar suas origens; definiram-se como descendentes de Caim “Sela, de seu lado deu à luz Tubal Caim, o pai de todos aqueles que trabalham o cobre e o ferro” (Gênesis, capítulo 4,versículo 22). Aplicou se também um texto de Ezequiel (capítulo 30, versículo 23) “Dispersarei os egípcios entre as nações, eu os disseminarei em diversos países”, este último trecho foi associado, pois eles eram conhecidos como egípcios quando chegaram a Europa.
Outras versões ainda resistiram ao tempo como a descendência de Caim e por isso o castigo de vagar pelo mundo, a hipótese de terem sido os fabricantes dos pregos que crucificaram Jesus, ou que teriam roubado o quarto prego tornando assim mais dolorosa a pena dele. E ainda que eles seriam os responsáveis pela segurança de Jesus, mas não puderam impedir que o levassem pois estavam bêbados. Há também a teoria que antes da Natividade os egípcios teriam recusado hospitalidade a Santa Família e como punição seus dependentes foram condenados a levar uma vida errante.
Apenas no século XVIII começou a ser discutido o assunto com mais seriedade e lingüistas apontaram indícios mais palpáveis da origem indiana em 1753 quando se comparou o idioma romani com o sânscrito, mais precisamente o hindi que é uma de suas derivações. A partir de análises comparativas de seus costumes e linguagem com outros de diferentes povos, os estudiosos foram apontando datas aproximadas de sua presença nos locais onde passaram um tempo considerável e adquiriram parte de sua bagagem cultural. Ainda há divergência entre pesquisadores da ciganologia, mas os estudos mais recentes apontam para a origem indiana.
Ao chegarem a Europa diziam ter vindo do Egito condenados por Deus a viverem desterrados devido ao pecado de seus antepassados de se negarem a acolher a Virgem Maria e seu filho. Mais tarde se verificou que não eram originários do Egito, mas já estavam conhecidos popularmente como egípcios, apesar de não saberem informar onde ficava essa região. Também não é provado que a denominação de egípcios tenha vindo dos ciganos, pode ter sido uma definição dos europeus para explicá-los, se baseando na escritura de Ezequiel que fala da dispersão dos egípcios. Outra evidência é a falta de elementos egípcios no dialeto cigano.
Comparando se a língua, tipo físico e algumas crenças religiosas delineia-se uma trilha geográfica que permite localizar os ciganos na Índia. Mas a região exata ainda não está definida, acredita se que teriam vindo Sind, Punjab ou de outro ponto. Outro estudo foi feito a respeito de características físicas e relatos dos caracteres dos ciganos comparando com os hindus e as principais semelhanças são o rosto comprido e estreito na altura dos pômulos, cabelos e olhos negros, pele bronzeada, nariz um pouco agudo, boca pequena, estatura variando de regular a alta, corpo robusto e algo que apesar de não ser físico era notável: a agilidade.

A Dispersâo - Uma História de Perseguiçao e Sofrimento
Infelizmente pouco sabemos a respeito dos ciganos que, sempre, em grupos numerosos vem há tantos séculos penetrando em diversos territórios pelo mundo.
Alcançaram os Balcãs nos primeiros anos do século XIV e depois de um período de cem anos já estavam espalhados por toda a Europa. O surgimento desses errantes na Europa coincide com uma época de perturbações sociais e intenso movimento nas estradas.
Independente da precisão da entrada dos ciganos na Europa sabe-se que o caráter misterioso deles transformou a curiosidade inicial em hostilidade devido a seus hábitos muito diferenciados. Eram considerados inimigos da Igreja que condenava suas práticas sobrenaturais como a cartomancia e a leitura das mãos. A partir do século XV esses ciganos migraram também para a Europa Ocidental, onde quase sempre afirmavam que sua terra de origem era o Pequeno Egito, por isso foram denominados egípcios, egitano, gipsy entre outros. Alguns grupos se apresentaram como gregos e atsinganos e ficam conhecidos com grecianos na Espanha, ciganos em Portugal e Zingaros na Itália. Na Holanda a partir do século XVI se utiliza a denominação heiden, que significa pagão. Na França também foram chamados de tsi – ganes, manouches, romaniche e boémiens.
Distribuíram-se por várias zonas da Europa, mas as razões históricas que levaram ao seu nomadismo devem-se essencialmente à sua difícil integração social. Devido ao tom escuro da sua pele, eram vistos nas terras aonde chegavam pelos gadje (estrangeiros em romani) como malditos ou enviados do demônio. Também pelo fato de alimentarem práticas de quiromancia e adivinhação fez com que fossem repudiados pela Igreja Católica e pelas diferentes religiões cristãs.
Os preconceitos e a hostilidade geraram diversos tipos de perseguições. Na Europa, a perseguição aos ciganos não se fez esperar. O Estado que viu no seu nomadismo uma ameaça social, mais propriamente através da Inquisição, desencadeou os seus mecanismos de perseguição. Os ciganos foram assim proibidos de usar os seus trajes típicos, cujas cores berrantes e gosto extravagante fugiam à norma social, de falar a sua língua, de viajar, de exercer os seus ofícios tradicionais ou até mesmo de se casar com pessoas do mesmo grupo étnico. Isto fez com que os traços fisionômicos dos ciganos se alterassem, e por isso não é hoje invulgar encontrar ciganos de olhos claros e cabelo louro. Em alguns países foram mesmo reduzidos à escravidão: na Romênia, os escravos ciganos só foram libertados em meados do séc. XIX, através da apresentação de um projeto resultado de uma campanha de libertação apresentado a Assembléia e em 1855 libertaram-se os duzentos mil ciganos feitos escravos pelos senhores moldo valáquios, outros pertenciam ao Estado e ao clero. Também foram escravos na Hungria e Transilvânia sob as acusações de roubo, antropofagia e outras violações da lei. Na Boêmia os ciganos tinham a orelha esquerda cortada se aparecessem na região e lá também foram acusados de canibalismo. Em períodos mais recentes, juntamente com os judeus, prevê-se que talvez cerca de meio milhão tenha perecido no Holocausto. Os seus cavalos foram mortos a tiro, os seus nomes alterados (daí que não seja invulgar encontrar ciganos com nomes dos gadje) e as suas mulheres foram esterilizadas. Os seus filhos foram brutalmente retirados às suas famílias e entregues a famílias não-ciganas.
Na Hungria e Pensilvânia sob pretexto da antropofagia são esquartejados e enterrados vivos nos pântanos.
Na Sérvia também foram mantidos escravos até meados do século XIX e a sua caça era feita com muita crueldade. Deportações, torturas e matanças ocorreram em vários pontos desse país.
Hordas de ciganos vindos dos Pirineus chegam a Espanha banidos dos países que já tinham passado. Foi um período de paz durante o reinado de Carlos III que os utilizou nas artes, mas governos posteriores derramaram contra eles perseguições, tirando seus empregos e privilégios. Numerosos emigraram para Portugal, indo mais tarde alimentar as chamas da fogueira da Inquisição de D. João II que promulgou leis de punição. Documentos atestam que chegaram na Inglaterra por volta de 1430 e logo se espalharam pelas Ilhas Britânicas, País de Gales, Irlanda e Escócia, onde também foram perseguidos e em 1563 as autoridades ordenam que abandonem o país em três meses sob pena de morte. Acreditando que os ciganos vinham do Egito, os ingleses chamaram os de "gypsies". Trabalhavam como menestréis e mercenários, ferreiros, artistas, e damas de companhia.
Na Espanha um decreto de 1449 ordena o desterro de todos os que não tenham ofício reconhecido, nos séculos XVI e XVII são perseguidos e torturados para confessarem seus crimes. Em 1663 Felipe IV os proíbe de se reunirem, de usarem seu idioma, suas roupas e danças. O objetivo era a desculturalização e desintegração como grupo até que em 1783 sob o reinado de Carlos II fez se uma política mais favorável e foram, considerados neo castelhanos.
Depois de atravessarem a Pérsia e viverem durante séculos no Império Bizantino, foram para norte no séc. XIV. Portugal foi um dos países que deportou muitos ciganos para as suas colônias, neste caso África e Brasil.
No século XVIII os ciganos são o avesso do ideal social da época, o século das luzes honra o trabalho.
No final do séc. XIX houve uma terceira migração de ciganos do leste Europeu para os EUA. Sem pátria, num mundo onde tudo muda a uma velocidade alucinante, o destino previsto para os ciganos é, muitas vezes, sombrio.
Após a Segunda Guerra Mundial, muitos ciganos das áreas rurais da Eslováquia foram forçados pelos governos a trabalhar nas fábricas da Morávia e da Boémia, as regiões centrais, mais industrializadas, do território checo. Porém, em 1989, com a Revolução de Veludo e o fim do comunismo no país, os ciganos foram os primeiros a perder os seus empregos, até então garantidos por um regime que pregava a igualdade e homogenia social. É verdade que existe uma pequena e assimilada elite intelectual cigana, mas a maioria dos ciganos da Europa Central ainda vivem em esquálidos cortiços das grandes cidades. Junte-se a isso as perspectivas econômicas sombrias, um surto de ataques neonazistas e o fascínio que a prosperidade ocidental exerce e temos um panorama desolador da região do mundo que mais ciganos alberga. O resultado é que milhares de ciganos emigram para países ocidentais, onde trabalham ilegalmente, pedem esmola ou buscam asilo político. Estima se hoje que existam 10 milhões de ciganos, 60% vivendo na Europa Oriental. A Romênia com 2,5 milhões de ciganos abriga a maior concentração mundial. Em vários países europeus e em demais continente onde emigraram vivem populações flutuantes em que se atribui origem nômade, mas com marcas culturais bem definidas. As denominações variam conforme o lugar que estão. Mesmo possuindo uma só origem, o povo cigano, durante perseguições e injustiças ao longo dos séculos, tentam conservar sua cultura e tradição inalteradas até os dias de hoje. Uma prova disto é o romanês, o idioma universal cigano falado pelos clãs no mundo. Atualmente, dentre dezenas de grupos ciganos, os que predominam são os seguintes:
Grupo Kalon – falam o calon, são originários do Egito; durante séculos situaram-se na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e se espalharam por outros países inclusive da América do Sul deportados ou migrantes. Os Kalons, em algumas situações, tiveram que ocultar sua origem, criando um dialeto próprio, extraído da língua regional. O nomadismo é maior entre esse grupo.
Os Rom ou Roma falam a língua romani e são divididos em vários sub grupos com denominações próprias como os Matchuaia (originários da Iugoslávia), Lovara e Churara (Turquia), Moldovano (originários da Rússia), Kalderash (originários da Romênia) Marcovitch (Sérvia), .
Sinti falam a língua sintó e são mais encontrados na Alemanha, Itália e França, onde também são chamados Manouche. Fazem parte desta divisão as famílias Valshtiké, Estrekárja e Aachkane todas francesas.
Ciganos, ao contrário dos judeus, nunca demonstraram um desejo de ter o seu próprio país, assumindo-se párias. Nas palavras de Ronald Lee, escritor cigano nascido no Canadá, "a pátria dos roma é onde estão os meus pés".

Fonte: Historianet

O anônimo

Desconfio que alguns blogs normalmente sem a identificação de uma pessoa como o autor sejam usados pelos partidos para fazerem todo tipo de denúncia normalmente baixaria. Dessa forma no anônimo ninguém se responsabiliza por nada.

Com tanta coisa para postar

Com tanta coisa para postar em um Blog tem quem prefira utilizar esses espaços para fazerem baixaria. Com certeza há coisas melhores para fazer do que caluniar e difamar.

Nada como a juventude

Nada como a juventude . Quando jovens somos pretensiosos, donos da razão, da verdade, dos acertos, triste é quando vamos caindo na realidade.

A morta que goza de boa saúde

Creio que se apressaram em matar a candidatura da ministra Dilma com uma candidata morta, ela parece estar gozando de boa saúde. As denúncias contra ela aparentemente só a fortaleceram.

O caminho democrático

Não há democracia para valer com uma voz única, sem os inevitáveis protestos públicos e sem a possibilidade de contrariar as verdades das grandes mídias que hoje têm enorme influência na formação do espaço público do país.

Luís Carlos Lopes

A partir do final da década de 1970, quando começou a longa agonia da ditadura militar brasileira, foi costume dizer que o chamado ‘estado de direito’ seria o remédio para o regime de exceção. O lento e progressivo retorno dos direitos democráticos prometiam resolver o mar de arbitrariedades e outras inúmeras violências que assolaram o país por duas décadas. Por fim, a decadência da ditadura completou seu ciclo e foram convocadas as primeiras eleições diretas, em 1989.

O primeiro eleito pelo voto direto tinha muito a ver com o passado, bem como com o ‘partido’ (ARENA/PDS) oficial dos apoiadores do regime militar. Antes dele, havia governado o país um velho político das oligarquias nordestinas, que antes fora presidente do mesmo ‘partido’. Este chegou ao poder pela excrescência do voto indireto e pela tragédia do falecimento do real escolhido. Seu sucessor, eleito pelo voto popular, conseguiu em mil dias traumatizar o país, por alguns aspectos, mais do que foi obtido em igual período da ditadura. Terminou sendo, democraticamente deposto, algo impossível no regime anterior. Portanto, a transição ainda continuava, dez anos depois de começada.

A democracia formal brasileira foi sendo instalada de crise em crise, de plano econômico para outro, encontrando na atual fase, seu período de maior estabilidade. O ‘estado de direito’ está instalado, ficou para trás o período onde os desejos e as vontades dos governantes estavam acima de qualquer outra coisa ou providência. Vive-se para bem e para o mal o império da lei, sendo esta votada por um parlamento democraticamente eleito. Mesmo que nem sempre os eleitos sejam fiéis aos seus eleitores, beneficiando-se do fato que não podem ser depostos por esses, depois de empossados. É preciso esperar a próxima eleição ou uma ‘briga de branco’ entre eles. Os juízes não são mais aposentados por darem sentenças contrárias ao poder de plantão e, teoricamente, qualquer um pode ser julgado por seus crimes.

O que ainda não se sabia, por ingenuidade ou ignorância política, é que o império da lei não garantiria igual tratamento de todos frente à mesma. Não se compreendia que era possível dar substância antidemocrática ao texto legal, tanto no que se refere ao seu conteúdo e, mais ainda, à sua aplicação. Não se sabia que o sistema de privilégios aristocráticos e raciais oriundos do passado colonial escravista não seria alterado. Não se imaginava que continuariam existir os foros privilegiados e um tratamento diferenciado e incompatível com uma verdadeira democracia. O logro do formalismo pegou a todos de calças curtas. Rapidamente ficou claro que algo não havia mudado. A todo momento, esta cruel verdade continua a aparecer para quem quiser vê-la, mesmo em casos de crimes que sobrelevam o clamor público. Obviamente, existem os que se esforçam para negar o que estoura na frente das retinas dos brasileiros.

O caminho democrático escolhido pelos brasileiros, desde o histórico e imenso movimento pelas diretas, no início da década de 1980, tem ainda muita lenha a queimar. Falta ainda muito chão a ser pavimentado pelas forças democráticas e progressistas do país. É verdade que se corre o risco de um imenso retrocesso, tal como se vê, por exemplo, na Europa atual. A rota democrática pode ser atropelada de modo sutil, antes que se alcance um maior nível de justiça social e um maior controle público das instituições de Estado. Não se pode imaginar o progresso político do país com a continuação dos atuais níveis de miséria e ignorância, e sem que existam alterações que permitam o desenvolvimento real dos direitos de cidadania. A luta pela democracia vem explodindo por toda parte, como se está vendo, por exemplo, na coragem dos estudantes da UNB.

Não há democracia para valer com uma voz única, sem os inevitáveis protestos públicos e sem a possibilidade de contrariar as verdades das grandes mídias que hoje têm enorme influência na formação do espaço público do país. Em suma, não se pode falar em democracia, se pequenos grupos se apropriam do público, privatizando-o e impedindo que seus verdadeiros donos se aproximem. Isto vale para os grandes espaços, como também para o que se vive no cotidiano social e profissional. No caso da epidemia da dengue, este problema pode ser visto por várias dimensões. A política e a consciência social continuam, para a vida e para a morte, organizando a vida de todos.

Luís Carlos Lopes é professor.

Carbono 14: Entrou aqui, virou História

Carbono 14: Entrou aqui, virou História:
"Cristóvão Colombo x Américo Vespúcio
'Eu sou apenas um rapaz latino-americano
sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes e vindo do interior'...
Belchior
Se a América foi encontrada por Colombo, por que o nosso continente não se chama Columbia?
É uma grande injustiça... O fato é que os manuscrito das viagens de Colombo para no Novo Mundo não tiveram muita repercussão na Europa. Será que ele não soube fazer uma grande publicidade do seu feito? Na verdade, Colombo morreu com a convicção de que havia encontrado um novo caminho para as Índias. Jamais suspeitou que aqui fosse um continente. Então, ninguém fez questão de creditar a fantástica descoberta ao autor...

Já Américo Vespúcio alardeou as suas 4 viagens ocorridas entre 1494 e 1504 relatando-as no seu livro Quatuor Americi Vesputii Navigationes. E conta a história que Renato II, Duque de Lorena, apresentou um exemplar do livro a um grupo de intelectuais. Assim, sua obra passou a ser cada vez mais divulgada. Um desses intelectuais, Martin Waldseemüller (1470-1521), homenageou Vespúcio em um texto introdutório à Geografia de Ptolomeu (editada em 1507) dando o nome de América ao continente descoberto por Colombo. A moda pegou e todo mundo começou a utilizar este termo.
Mas, o que soa melhor: América do Sul ou Columbia do Sul?"

Reorganizar as coisas

Vez por outra somos instigados pela necessidade a reorganizar as coisas, sejam papéis, livros, uma pasta, ou a vida de maneira mais ampla e geral. Mesmo que sejam momentos difíceis, não resta dúvida que esses momentos são extremamente necessários. Que tenhamos sempre paciência para reorganizarmos as coisas.

O NOSSO LUGAR

Qual é o meu, o seu, o nosso lugar no mundo na historia. Nós que tratamos de história todos os dias não podemos nos esquecer que estamos dentro da mesma, não somos um expectador privilegiado, distante dos fatos, fazemos parte deles, ao darmos vida a certos fatos ou ao ignorarmos outros.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As duas esquerdas da América Latina

Ainda que vizinha dos Estados Unidos, a nação mais formidável e poderosa do mundo, e ocupando um tanto mais do que a metade do continente americano, o conjunto de países que formam a América Latina, território que abarca uma extensão de terras, rios e lagos, que vai do deserto do Novo México até a Terra Fogo, continua longe de compor uma área prospera. Mesmo assim Jorge Castañeda, o cientista político mexicano, vê alguns sinais positivos no presente.


Cultura relevante política ruim

Jorge Castañeda
Se bem que nela encontram-se bolsões urbanos relativamente desenvolvidos, como é o caso de Buenos Aires, Montevidéu, Santiago do Chile, São Paulo, ou Cidade do México, a pobreza, quando não a miséria, é a tônica dessa parte do mundo.

Refletindo sobre isso, o escritor mexicano Carlos Fuentes ponderou certa vez que a maior contradição da América Latina é que se sua cultura - com seus pintores, escultores, arquitetos, músicos, poetas e romancistas - não deve nada a ninguém, a política e a economia são um desastre só.

Tanto uma como a outra, conjugadas, são as maiores responsáveis pela perduração do subdesenvolvimento e demais desatinos que periodicamente a acometem, formando com isso situações "construídas com sangue, com ilusões e esperanças", como afirmou o escrito argentino Ernesto Sábato.

Se seus artistas estão entre os melhores do mundo (um Jorge Luís Borges, um Lezama Lima, um Roa Bastos, um Pablo Neruda, uma Gabriela Mistral, um Machado de Assis, um Jorge Amado, um César Vallejo, um Gabriel Garcia Marques ou ainda um Mário Vargas Llosa, para içarmos apenas os romancistas e poetas mais conhecidos), não ficando a sombra se comparados aos bons nomes da literatura internacional, infelizmente isso não impede que a América Latina sirva como abrigo da tirania, do caudilhismo, da violência institucional, do desprezo ao constitucional, e dos incontáveis golpes militares e quarteladas que se misturam com um sem fim de revoluções sangrentas. Permite assim que se mostre ao mundo como se ela fora um triste monumento erguido às devastações cometidas pelos desmandos dos poderosos e pela insanidade das massas.


Duzentos Anos de Independência

Em 1810, tiveram início tanto em Guanajunato no coração do México como na distante Buenos Aires à beira do Rio da Prata, os levantes insurrecionais que levaram a América Latina à independência.

Desaparecidos os quatro grandes vice-reinados espanhóis depois de 1825, ocuparam o seu lugar uma constelação de novas repúblicas, enquanto que o Brasil proclamou-se um império independente, rompendo assim o Reino Unido com Portugal.

Aproxima-se, pois, o ano do bicentenário do começo da emancipação latino-americana, momento em que merece se fazer uma reflexão geral pelo menos sobre seus acontecimentos mais recentes, dos últimos dez ou vinte anos para cá.

Esta é a proposta de Jorge Castañeda, o afamado cientista social mexicano, biógrafo de Che Guevara, e um dos mais conhecidos e qualificados estudiosos dos movimentos da esquerda continental, para quem hoje se deve sim comemorar, pelo menos à luz dos feitos recentes, a existência de alguns bons sinais.


Tempos melhores

Analisando o resultado das últimas pugnas eleitorais do continente, Castañeda, além de exaltar a oportunidade e a lisura da maioria delas, fato raro de ocorrer na América Latina, identificou entre os presidentes vitoriosos, eleitos entre 2005 e 2007, o fato deles pertencerem a dois tipos de esquerdos bem distintos entre si.

Só o fato de elas terem sido realizadas e os eleitos terem sido empossados sem maiores problemas ou ameaçados por golpes militares (exceção do caso mexicano no qual o candidato derrotado Lopez Obrador do Partido da Revolução Democrática, por bem pouco número de votos, 250 mil num universo de mais de cem milhões de eleitores, levantou suspeições sobre o resultado que favoreceram a Felipe Calderón do PAN), já é um sintoma positivo dos novos tempos.

Basta recordar que há trinta ou mais anos atrás, na época dos Regimes Militares, praticamente não havia eleições na América Latina, ou quando isso se dava já se sabia previamente qual era o resultado (como era o caso do México dominado então pelo PRI, o Partido Revolucionário Institucional, que não perdia uma só eleição à magistratura máxima desde 1929). Em suma, presentemente mais de 250 milhões de latino-americanos foram às urnas e aqueles que eles elegeram estão agora no exercício do poder com toda a lisura e a legitimidade possível.



Diferentes culturas políticas

Além das diferenças sociais e de classe serem muito mais acentuadas do que as dos Estados Unidos, se desconhece na América Latina o "espírito de compromisso" que faz com que os cidadãos norte-americanos ainda que divergindo profundamente entre si, se envolvidos em acaloradas divergências, encerrada a votação, saiam depois para tranqüilamente jantar juntos.

As falhas institucionais e as diferenças entre a letra da lei e a sua aplicação, são a tônica da política latino-americana, entre outros motivos pela total ausência do Estado de direito.

Não que não existam constituições e códigos de toda a ordem, inspirados nas melhores das boas intenções, mas isso não significa que a justiça seja aplicada ou que as conquistas asseguradas nas cartas constitucionais sejam de fato garantidas.

Há um abismo entre a teoria e a prática, entre aquilo que foi aprovado num artigo constitucional e o que realmente é executado.



Cobrando da democracia

Ao mesmo tempo, como que obedientes ao culto latino-americano pela panacéia, há uma excessiva exigência em relação à democracia recém conquistada, desejando com que ela assuma a função um tanto mágica de prover todas as necessidades materiais e demais carências sociais de um continente profundamente marcado pela miséria e pela violência institucional.

Democracia não é para isso, mas sim para que "os cidadãos optem entre as diversas soluções para resolver os problemas, sejam eles oriundos das desigualdades, da insegurança, da discriminação ou do racismo".


Terra e Liberdade, Diego Rivera

Na verdade, ela por si não consegue responder aos desafios da pobreza e da desigualdade. Mesmo assim ela tem sido preferida em todas as pesquisas realizadas até agora. Ainda que existam os partidários da "mão forte", a "linha dura", entre 60 a 70% dos consultados continuam se inclinado por ela.


Da estagnação à retomada do crescimento

Nos últimos vinte anos a situação da economia latino-americana deparou-se com variados obstáculos, em grande parte em função da grande mudança estrutural imposta pelo fim da política desenvolvimentista até então adotada.

Segundo a doutrina econômica até então vigente, cabia ao Estado a função de ser o condutor do processo de transformação por meio do seu ministério do planejamento, sendo que as empresas estatais desempenhavam fundamental papel estratégico (principalmente as de petróleo, minas, energia, eletricidade, transportes e comunicações em geral).

O resultado disso era o convívio com uma inflação crônica que por sua vez propiciou um enorme endividamento externo, entre outras razões para tapar o enorme déficit que as macro-empresas nas mãos da burocracia estatal acumularam nos decênios anteriores.

O que levou a grave crise da dívida do começo dos anos oitenta, aprofundando-se ainda mais a estagnação econômica provocada pelas medidas que foram adotadas depois do colapso da economia planificada na União Soviética. Fato que acabou por lançar no descrédito a doutrina que exigia a presença do Estado no leme do desenvolvimento. Não sem motivo esse período de reajuste de um modelo estatizante para um privatista foi denominado como a Década Perdida da América Latina.

Todavia esses anos muito ruins parecem agora fazer parte do passado. Desde os começos do novo século, repetidos indicadores acenam para uma gradual melhoria no desempenho geral da economia latino-americano, apontando para um percentual de 5% ao ano. Todavia, nem o México nem o Brasil, que formam conjuntamente a maior parte da produção latino-americana, cresceram de modo significativo se comparados, no mesmo período, à China.

O maior problema, entretanto, continua sendo a questão da distribuição da riqueza ou da renda, que é uma espécie de herança maldita que assombra os países latino-americanos desde os tempos da colonização ibérica, fazendo com que a maior parte da população, particularmente os descendentes de indígenas e dos africanos escravizados, não sinta os efeitos da prosperidade.

O concreto é que a desigualdade não tem sido reduzida. Ainda que a pobreza em geral tenha diminuído, nem o Chile, país apontado como caso exemplar da aplicação da política neoliberal, que registra, há alguns anos, uma taxa de crescimento maior do que 5% obteve sucesso no que toca a atenuação das diferenças entre ricos e pobres.

Ainda assim vários sinais anunciam que em diversos setores da economia, é o caso do transporte aéreo, as coisas melhoraram substancialmente. Como no caso do México, por exemplo, onde uma nova companhia aérea que atua com preços baixos registrou que 47% dos seus passageiros confessaram que era a primeira vez que eles faziam uma viagem de avião. A democratização de um transporte tido até então como de elite é suficiente para perceber-se a alteração para melhor que está ocorrendo. Mas ainda assim avançar contra pobreza não significa sucesso contra a desigualdade.



As vitórias da esquerda

De certo modo era evidente o que passou a ocorrer nas últimas eleições: candidatos afinados com as massas pobres venceram a maioria das contendas eleitorais na América Latina. A simples lógica indica que quanto mais estendido for o direito de voto, maior a possibilidade de isso vir a acontecer de agora em diante.

Entretanto, apesar deles serem considerados de "esquerda", com toda a complexidade e nuança ideológica que isso implica, Castañeda os separa em dois grandes grupos bem diferentes entre si.*

No Brasil, Uruguai e no Chile, observou-se a ascensão de uma esquerda, representada por Luís Inácio Lula da Silva, Tabaré Vázquez e Michelle Bachelet, que aceita a globalização e não se opõe a uma economia de mercado, nem pretende substituir o regime da democracia representativa. Defende os direitos humanos e mantém uma relação cordial com os Estados Unidos, não importando se o seu supremo mandatário é do partido democrata ou do republicano.

Os quadros superiores dessa esquerda "reformista globalizada" são compostos por ex-comunistas, por ex-guerrilheiros e veteranos das batalhas estudantis de 1968, os quais podem perfeitamente ser identificados como representativos do outrora Movimento Comunista Internacional e que terminaram, por força da evidência, por aceitar o processo de integração econômica corrente hoje no mundo inteiro.

Poderia dizer-se deles que são os exemplos vivos do que ele denominou num dos seus livros como "utopia desarmada", ex-militantes que abandonaram para sempre a bandeira da revolução social conquistada pela força das armas, como outrora desejavam Fidel Castro e Che Guevara.

A esquerda nativista

A outra esquerda tem origem totalmente diversa dessa "moderna e globalizada". Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales, Correa, Daniel Ortega e mesmo o derrotado candidato peruano Humala, ainda que pertençam a culturas políticas distintas, tão diferentes como a da Argentina ou a da Venezuela, pertencem à mesma cepa, a que livremente poderíamos designar como "esquerda nativista".



Hugo Chávez e Evo Morales, próceres da esquerda nativista

A que deita suas raízes no velho populismo latino-americano, cujos representantes maiores no passado foram, entre outros, Juan Domingo Perón, Getulio Vargas, Haya de La Torre, ou o General Lázaro Cárdenas, e cujo denominador em comum era a preferência por um Estado centralizado, autoritário e intervencionista, ao tempo em que, se bem que anticomunistas, mantinham forte tensão com os Estados Unidos. Por igual não eram simpáticos à democracia representativa nem entusiastas seguidores dos direitos humanos.

Todavia é essa esquerda, digamos "nativista-populista", apesar de não apresentar nenhum sucesso econômico significativo (a política de Hugo Chávez está toda ela baseada na alta do preço do petróleo), é a que tem maior sonoridade nos dias correntes, a que faz mais alarde e tem maior popularidade, apesar de parecer-se cada vez mais como um filme já visto.

Enquanto que a "esquerda globalizada", que possui ao seu favor dados mais significativos (estabilidade, crescimento ainda que mediano, respeito às instituições e às regras constitucionais da democracia representativa), não goza da mesma atração nem da mesma simpatia. Não tem a ressonância dos pronunciamentos bombásticos de Hugo Chávez.

Por isso mesmo é importante dar-se a batalha das idéias, continuar apostando na democracia representativa entendendo-se que sem ela periclitará o crescimento econômico, sendo que os dois juntos, a democracia e o crescimento, são os únicos instrumentos que dispomos para enfrentar a pobreza e atenuar a desigualdade.


O grande presente que a América Latina merece receber na data que se aproxima dos seus duzentos anos de independência é, no entender de Castañeda, exatamente a solidificação da democracia, da sua maturidade constitucional e do crescimento econômico.



O retorno do atraso

Para o cubano exilado Carlos Alberto Montaner, por sua vez, um ativista e teórico neoliberal, ao contrário da analise otimista de Castañeda, os últimos desempenhos eleitorais foram um desastre para a América Latina. Além dele não fazer distinção entre os candidatos das esquerdas - não lhe importando qual perfil ideológico aparta Lula de Chávez, ou Tabaré Vázquez de Evo Morales - todos eles, por sua inclinação ou simpatia pelo socialismo, se agrupam entre os apóstolos do atraso.

Ao contemplarem as massas por meio de assistencialismos os mais diversos, aferrolham ainda mais o homem comum latino-americano, o peão, o "cholo", o "matuto", o "cabecita negra", no parasitismo, na dependência do Estado, no paternalismo, aviltando-o ainda mais com uma política que troca o voto por bolsas de toda a ordem.

Prática distributiva que somente se sustenta com a adoção de uma tributação extorsiva, inibindo com taxas e com impostos crescentes exatamente as classes e os setores que são os responsáveis pela prosperidade dos seus países.

O resultado previsível deste olhar para o fundo do espelho do imobilismo latino-americano é a letargia econômica, o aviltamento da classe média, o desestímulo aos empreendedores e a fuga dos capitais.

A ascensão das esquerdas é, para ele, acima de tudo, uma reedição do malogrado histórico latino-americano. Trata-se de uma involução, da desnecessária viagem de volta ao que já foi e não deixou saudades: ao mandonismo caudilhesco, às limitações impostas ao avanço tecnológico, à negativa aos investimentos de ponta, à recorrência às práticas sociais já superadas, feitas bem anteriormente pelo aprismo, pelo peronismo, pelo getulismo ou pelo cardecismo.**

É identificar-se ainda mais com a herança retrograda recebida da Península Ibérica, área européia das mais incultas de onde se iniciou uma colonização que não promoveu o progresso do Novo Mundo mais sim implantou uma pachorrenta morosidade coletiva quase que geral e uma secular e atrofiada dependência do individuo em relação aos poderes do Estado.

* Nos tempos de Moscou e Pequim ou ainda Havana, eram os governos comunistas quem determinavam quem era de esquerda ou não. Atualmente o quadro ficou um tanto confuso visto não haver mais um centro legitimador.

** O Aprismo foi um movimento nacional-populista desencadeado no Peru por Haya de La Torre a partir de 1924, enquanto que o Peronismo na Argentina, também conhecido como Movimento Justicialista, teve seu apogeu autoritário e a favor dos sindicatos entre os anos de 1945 e 1955, havendo ainda um breve retorno a ele entre 1973-4.O getulismo refere-se à adoção da política trabalhista de proteção à classe operária adotada por Getúlio Vargas a partir da Revolução de 1930. O cardecismo resultou das medidas nacionalistas e estatizantes adotadas pelo General Cárdenas no México nos anos trinta.
Voltaire Schilling