sábado, 10 de março de 2007

"PMDB dará a Lula 80% de seus votos no Congresso"
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Uma das aflições mais agudas de Lula é a dúvida que acalenta em relação à fidelidade do PMDB, o partido mais par-ti-do do Brasil. Nas reuniões com dirigentes da legenda, o presidente diz e repete que precisa de “unidade”. Michel Temer diz que Lula terá “mais de 80%” dos votos dos congressistas do PMDB. Admite, porém, que há uma última aresta a ser aparada: os deputados dois ministérios, o mesmo número de pastas que detém o grupo de senadores liderados por Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP). Lula, por ora, só entregou um ministério ao grupo da Câmara.
- Como irá sanar as rusgas remanescentes da pendenga com Nelson Jobim?
Dialogando. São rusgas de pequena monta. Há um ou outro desagrado. Mas de pessoas que têm ótimo nível político e pessoal. O diálogo será fácil.
- Conseguiu recompor a chapa, juntando o grupo de Jobim?
Sim. Retiramos companheiros que estavam na nossa chapa e colocamos outros tantos. Por exemplo: integraram-se seis governadores, mais um representantes do governador Roberto Requião (PR). Também os sete senadores ingressaram depois da desistência do Jobim.
- Diria que obteve uma chapa verdadeiramente de unidade?
Tenho certeza que sim. Traz a quase totalidade dos deputados, sete senadores, os governadores, muitos deputados estaduais, presidentes de assembléias legislativas... É uma chapa de muita representatividade política.
- Essa unidade resultará em votos para Lula no Congresso?
Diria que se traduzirá em mais de 80% dos votos da bancada. Evidente que teremos uma visão crítico-participativa. Quando houver observação a ser feita, faremos. Mas sempre colaborando com o governo.
- Esse apoio depende da ação de Lula para equiparar a força do PMDB da Câmara ao poder exercido no governo pelo PMDB do Senado?
O PMDB fez uma coalizão em termos programáticos. Ou seja, ajudaremos na formulação de teses para o país. Se ajudamos a formular, é razoável que ajudemos a executar. O que significa estar no Poder Executivo. Teremos um novo encontro com o presidente. Essa equalização de forças entre o grupo da Câmara e o do Senado já está prometida por ele.
- Os deputados do PMDB demandam dois ministérios, em contraposição às duas pastas controladas pelos senadores (Comunicações e Minas e Energia). Lula terá de confiar ao grupo da Câmara outro ministério além do já prometido a Geddel Vieira Lima (Integração Nacional)?
É fato que a bancada da Câmara postula o mesmo número de ministérios conferido ao Senado. Quando se fala em quatro ministérios, o que está em pauta é o tamanho do PMDB, que tem a maior bancada na Câmara e também no Senado.
- Entende que a nomeação de José Gomes Temporão, o indicado do governador Sérgio Cabral (RJ), para a pasta da Saúde, está fora dessa cota reivindicada pelo PMDB da Câmara?
Este é um assunto que vamos tratar com o presidente. Num dado momento, a bancada da Câmara abriu mão da Saúde, para deixar o governo à vontade. Ao mesmo tempo, postulou os dois ministérios sobre os quais antes se havia conversado.
- Os deputados falam em Turismo ou Agricultura. O sr. endossa?
Isso vai depender do presidente. Ele tem o desenho de seu ministério e sabe o que pode oferecer ao PMDB.
Blog do Josias de Souza

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