quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Partidos de esquerda pedem para ganhar espaço na coalizão
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Folha Online
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O PT, PSB e o PC do B pretendem compor um núcleo de esquerda dentro da coalizão política negociada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu segundo mandato --que inclui partidos de centro-esquerda como o PMDB.O presidente do PC do B, Renato Rabelo, apresentou a proposta durante reunião na tarde desta quarta-feira com o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
Segundo Rabelo, é fundamental que as legendas com pensamento político de esquerda mantenham na coalizão posições alinhadas com o Executivo. "Não se trata de conceder um tratamento diferenciado às legendas. Mas esses partidos poderiam imprimir conseqüências maiores ao programa de governo. Tem que haver forças com convicção de que o programa pode ser aplicado", afirmou.Tarso negou que a criação do núcleo de esquerda possa comprometer a coalizão do governo ao priorizar alguns partidos. Segundo ele, a iniciativa partiu das próprias legendas para dialogarem dentro do conselho político do governo, e não diretamente com o presidente Lula. "Isso não significa que o núcleo seja uma tendência do conselho político, que é a instituição com a qual o governo vai dialogar de maneira global. O governo não distingue os seus aliados", garantiu.O ministro citou exemplos de países como o Uruguai e a Itália que criaram núcleos de esquerda dentro do governo. "A visão que o governo tem é que essa frente de esquerda pode firmar consensos e estabelecer firmeza máxima para votações do governo", afirmou.
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Ministérios
Na segunda-feira, Lula se reúne com dirigentes do PC do B e do PSB para discutir a participação das legendas na coalizão. Apesar de afirmar que o presidente é quem deve definir o tamanho da participação dos partidos no governo, Rabelo disse que o PC do B tem condições de ampliar sua presença no Executivo."Pela relação de lealdade com o presidente, podemos assumir maiores responsabilidades, mas isso compete ao presidente", afirmou.Tarso reiterou que, até o final do ano, o presidente Lula deve escolher um ou dois novos ministros "estratégicos" para o segundo mandato. Os demais nomes, segundo ele, devem ser revelados somente em 2007. "A formação do ministério este ano é diferente da anterior, quando houve formação do ministério para se buscar maioria no Parlamento. Agora, os ministros derivam de compromissos dos partidos. Por isso o processo é mais delicado e sutil", disse.

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