O presidente começa a semana preocupado. A “Operação Navalha” da Polícia Federal pode romper com a onda de boas notícias que o governo tem surfado nas últimas semanas. A operação, que já resultou na prisão de quase 50 pessoas, está agitando os bastidores de Brasília.
Até o momento, foram identificados fraudadores ligados ao PMDB, DEM, PDT, PT e PSDB. O temor é que além de derrubar o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, o escândalo acabe atingindo gente importante no Congresso. Assim como a questão da publicidade oficial, uma caixa preta em qualquer governo, a relação de autoridades com empreiteiras é explosiva.
No cenário de curto prazo, os desdobramentos da operação podem ser os seguintes: risco de afetar o andamento dos projetos de interesse do Executivo; desgaste ainda maior da imagem do Legislativo; novos processos no Conselho de Ética da Câmara e do Senado contra parlamentares; retomada das discussões sobre a forma de elaboração do Orçamento com proposta de eliminação das emendas de parlamentares; possibilidade de instalação de CPI para investigar os fatos.
O novo escândalo explode no momento em que o presidente Lula vive sua melhor safra de realizações de governo desde que assumiu o cargo em 2003, encerrando a semana com resultados expressivos, tanto na política quanto na economia.
Sua entrevista foi bem recebida pela imprensa, políticos e analistas. À vontade, Lula parece ter perdido um dos seus principais temores: falar com a imprensa.
Obviamente que ajudou muito o fato de ele ter bons indicadores econômicos para apresentar, apesar de alguns problemas pontuais.
A agência de risco Standard & Poor’s melhorou a classificação do Brasil, deixando o país muito próximo do tão sonhado grau de investimento.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho divulgados na semana passada, a geração de empregos em abril atingiu novo recorde, com 301,9 mil novos postos de trabalho.
Na Câmara dos Deputados, o governo conseguiu aprovar a medida provisória do salário mínimo e derrotou a oposição com margem expressiva de votos (331 contra 109).
Na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, o Palácio do Planalto também teve uma vitória importante: os governistas derrotaram proposta de pedido de informações ao Tribunal de Contas da União sobre os resultados da auditoria em contratos da Infraero.
No Senado, foram aprovadas quatro medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): 351 – isenção de pagamento de contribuições a empresas que investirem em infra-estrutura; 352 – isenção para os produtores de componentes de TV Digital; 348 – FIP-IE (Fundo de Participação em Infra-estrutura); e 340 – reajuste da tabela de correção do Imposto de Renda de Pessoas Físicas.
Aparentemente não havia grande risco econômico ou político para o governo no cenário de curto prazo.
Por isso, saber administrar o “sucesso” é essencial. Mesmo diante de uma situação tão favorável, o presidente não pode descuidar-se de detalhes importantes. Mas parece que ele está atento a isso. Um exemplo foi quando Lula entrou em campo e apaziguou os ânimos no PMDB, nomeando indicados pelo partido para oito cargos estratégicos em empresas estatais e autarquias.
Mas se a “Operação Navalha” complicar a vida de uma lista muito grande de parlamentares, há o risco de aquela situação harmoniosa ficar fora de controle e atrapalhar o País. Uma vez mais, na hora em que as conquistas começavam a adquirir aquela aparência de longo prazo tão útil aos negócios.
Murillo de Aragão é mestre em Ciência Política e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília e presidente da Arko Advice (Análise Política)
Até o momento, foram identificados fraudadores ligados ao PMDB, DEM, PDT, PT e PSDB. O temor é que além de derrubar o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, o escândalo acabe atingindo gente importante no Congresso. Assim como a questão da publicidade oficial, uma caixa preta em qualquer governo, a relação de autoridades com empreiteiras é explosiva.
No cenário de curto prazo, os desdobramentos da operação podem ser os seguintes: risco de afetar o andamento dos projetos de interesse do Executivo; desgaste ainda maior da imagem do Legislativo; novos processos no Conselho de Ética da Câmara e do Senado contra parlamentares; retomada das discussões sobre a forma de elaboração do Orçamento com proposta de eliminação das emendas de parlamentares; possibilidade de instalação de CPI para investigar os fatos.
O novo escândalo explode no momento em que o presidente Lula vive sua melhor safra de realizações de governo desde que assumiu o cargo em 2003, encerrando a semana com resultados expressivos, tanto na política quanto na economia.
Sua entrevista foi bem recebida pela imprensa, políticos e analistas. À vontade, Lula parece ter perdido um dos seus principais temores: falar com a imprensa.
Obviamente que ajudou muito o fato de ele ter bons indicadores econômicos para apresentar, apesar de alguns problemas pontuais.
A agência de risco Standard & Poor’s melhorou a classificação do Brasil, deixando o país muito próximo do tão sonhado grau de investimento.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho divulgados na semana passada, a geração de empregos em abril atingiu novo recorde, com 301,9 mil novos postos de trabalho.
Na Câmara dos Deputados, o governo conseguiu aprovar a medida provisória do salário mínimo e derrotou a oposição com margem expressiva de votos (331 contra 109).
Na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, o Palácio do Planalto também teve uma vitória importante: os governistas derrotaram proposta de pedido de informações ao Tribunal de Contas da União sobre os resultados da auditoria em contratos da Infraero.
No Senado, foram aprovadas quatro medidas provisórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): 351 – isenção de pagamento de contribuições a empresas que investirem em infra-estrutura; 352 – isenção para os produtores de componentes de TV Digital; 348 – FIP-IE (Fundo de Participação em Infra-estrutura); e 340 – reajuste da tabela de correção do Imposto de Renda de Pessoas Físicas.
Aparentemente não havia grande risco econômico ou político para o governo no cenário de curto prazo.
Por isso, saber administrar o “sucesso” é essencial. Mesmo diante de uma situação tão favorável, o presidente não pode descuidar-se de detalhes importantes. Mas parece que ele está atento a isso. Um exemplo foi quando Lula entrou em campo e apaziguou os ânimos no PMDB, nomeando indicados pelo partido para oito cargos estratégicos em empresas estatais e autarquias.
Mas se a “Operação Navalha” complicar a vida de uma lista muito grande de parlamentares, há o risco de aquela situação harmoniosa ficar fora de controle e atrapalhar o País. Uma vez mais, na hora em que as conquistas começavam a adquirir aquela aparência de longo prazo tão útil aos negócios.
Murillo de Aragão é mestre em Ciência Política e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília e presidente da Arko Advice (Análise Política)
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