segunda-feira, 21 de maio de 2007

Entrevista de Sérgio Guerra


"PSDB deve ser o partido da classe média"
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Leia abaixo trechos da entrevista concedida por Sérgio Guerra:
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Qual o motivo dessa reunião com o governador Aécio Neves?
Na Executiva Nacional do PSDB, cuidamos de um programa de reestruturação do partido até setembro, mês em que faremos um grande congresso. Esse programa inclui três componentes. O primeiro deles é uma modernização do nosso programa. O segundo é uma reestruturação da nossa imagem. Já o terceiro movimento é na direção da reestruturação do partido nos estados. E em todas essas questões, a opinião do governador Aécio é muito importante.
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Que imagem o PSDB quer levar para o eleitor?
O presidente Fernando Henrique falou que o PSDB deve assumir com muita clareza a característica de um grande partido de classe média. Isso não quer dizer elite. É uma parcela dinâmica da sociedade, que é capaz de propagar um projeto de modernização. O PSDB deve ser o partido da classe média, das novas idéias. Um partido urbano.
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Setores do governo acusam o PSDB de ser um partido conservador. O PSDB não é um partido progressista?
O PSDB tem uma forte capacidade intelectual. Somos um partido progressista e nossos governadores atuam dessa maneira. A ação do governador Aécio é progressista, a favor do estado inteiro, do seu povo e não apenas da sua elite. O governo do presidente Lula tem duas atuações. De uma maneira especial, ele ajuda a elite, nunca os ricos ganharam tanto, nunca os banqueiros foram tão banqueiros e tiveram lucros tão exorbitantes. E do ponto de vista do povo, o governo desenvolve uma ação de atendimento social.
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Como o senhor vê o governo Lula?
As ações sociais do governo da gestão petista não são ações que gerem, na população mais pobre, condições de sustentação e efetivo desenvolvimento. Sou de uma região do Nordeste onde há muitos pobres. Lá, o governo tem feito uma ação que nós não condenamos, mas que não resolve, de socorrer os pobres. País moderno é aquele que cria condições para que os pobres deixem de ser pobres, para que eles tenham a capacidade de ascender, de se criar em um novo ambiente que não o da pobreza.
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Lula diz que seu governo promove um marco para o Brasil. O senhor concorda?
A reforma agrária que o presidente disse que ia fazer, nunca fez. A reforma urbana que poderia ser feita não se deu. Estão aí os sem-teto. A incorporação, por exemplo, das populações do Nordeste que são carentes, passam fome e que continuam desagregadas, dependentes do Estado, não se deu. Nenhuma das obras anunciadas para o Nordeste aconteceu: nem transposição do São Francisco, nem a ferrovia Transnordestina. É tudo propaganda, não é realidade.
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E qual é a proposta do PSDB?
É transformar o Brasil numa grande potência consumidora, com autonomia, com um grande mercado que incorpore as populações mais pobres e que arranque essas populações da pobreza. A gente tem de ser progressista, e não conservadores. Temos de ser inovadores, olhar para o futuro, e não para trás.Todas as pesquisas de governo apontam que o Brasil está crescendo. Isso não é positivo? Todas as pesquisas apontam o crescimento do Brasil numa base moderada, não suficiente. Podemos esquecer 3%, 4%, 5% [de crescimento ao ano]. Temos uma educação, considerada, do ponto de vista internacional, das piores do mundo. O nosso sistema de saúde é, do ponto de vista sul-americano, dos mais precários do continente e, seguramente, do mundo também. Enfim, se não investirmos na saúde de fato, se não investirmos na educação, especialmente dos mais jovens e das crianças, não há possibilidade de criarmos rigorosamente um país justo.
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Quais as próximas ações da oposição no Congresso?
Não vamos votar medidas provisórias do governo para créditos extraordinários. O governo tem três meses de exercício fiscal, ou seja, de orçamento para 2007. Ao invés de ter previsto o que vai fazer, chegam ao Congresso grandes quantidades de medidas provisórias na forma de créditos extraordinários de bilhões e bilhões de reais que são lançados para a aprovação imediata sem o respeito às normas democráticas. Não vamos mais votar crédito extraordinário porque não tem sentido fazer isso com três meses de exercício fiscal e com a inflação em controle.
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O senhor é candidato a presidente do PSDB?
Nunca fui. Algumas pessoas falaram no meu nome, mas eu nunca falei sobre isso. Sou liderado pelo presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati.
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Agência Tucana

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