terça-feira, 22 de maio de 2007

OS SATISFEITOS

Resolvi dar esse título a uma reflexão sobre os meus colegas de profissão, que se dizem satisfeitos com os seus vencimentos. Considerando, que devem ser pessoas inteligentes, os trato aqui como satisfeitos.
Não consigo entender, é, de onde tiram tamanha satisfação. De minha parte considero os salários do magistério aviltantes e indignos, mas encontro professores, que acham que ganham o suficiente para viverem.
Em geral esses colegas tiveram algum tipo de ajuda dos pais para se formarem e se estabelecerem na vida. Se possuem um carro é financiado, raramente compram um livro, e dificilmente fazem uma viajem, e ainda não tiveram a necessidade de maiores gastos com saúde.
Provavelmente todos nós, professores, com o passar do tempo iremos ter gastos com a nossa saúde, e dos nossos familiares. Nosso carro vai estragar, a casa vai precisar de manutenção, os filhos farão faculdade, e aí os satisfeitos vão realmente descobrir, já com alguns anos de profissão, que o nosso salário é indigno e insuficiente.
Não aceito comparações com outras profissões se for com objetivos conformistas. Tenho plena consciência que os trabalhadores em geral ganham pouco, e deveriam se organizar para ganharem mais.
Outra ponderação necessária, é relativa ao fato de que de que a maioria do magistério é composta por mulheres, o que serve de álibi para governantes descompromissados com a educação justificarem os salários aviltantes que nos pagam.
2007 ao que tudo indica vai ser mais um ano de salários vergonhosos e uma jornada de trabalho estafante para todos os educadores brasileiros. Os políticos continuarão com as suas cantilenas de sempre, nos acenarão com as migalhas de sempre, como por exemplo, esse vergonhoso piso nacional de 850 reais.
Que bom seria se respondêssemos a eles altivamente, que não somos mendigos. E que os mesmo trabalhem, e encontrem as soluções imperativas, que a sociedade tanto exige.

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