Especialista em América Latina me contou que é grande a inquietação americana com a situação da Bolívia, contida até aqui por gestões bem sucedidas do Brasil, cuja liderança na região não é contestada. A situação do país vizinho, contudo, é muito grave, a ponto de o ex-presidente Fernando Henrique haver desistido de viagem a La Paz para participar de um seminário.
O assunto está na agenda do presidente Lula, que tem viagem marcada para se encontrar com o presidente Evo Morales no próximo dia 12. Antes da violência envolvendo as sessões da Assembléia Constituinte em Sucre, com a morte de três pessoas e convocação de greve geral, o encontro dos presidentes restringia-se ao campo econômico.
Mudou de caráter. Nas próximas duas semanas, Lula deverá encontrar-se com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e com o casal Kirshner, em Buenos Aires, quando obrigatoriamente avaliarão a temperatura política de La Paz. Os problemas são mais complexos porque todos – principalmente George Bush – lembram-se da promessa de Hugo Chávez de enviar tropas à Bolívia para ajudar o amigo Morales se a soberania do vizinho estiver em risco.
O perigo é maior, segundo Walter Sotomayor, colunista do jornal boliviano La Razon, porque Bolívia e Venezuela são temas entregues aos dois estrategistas do presidente Lula que lidam com a esquerda do continente – Marco Aurélio “Top Top” Garcia e Samuel Pinheiro Guimarães. Como se tratam de dois especialistas comprometidos ideologicamente com sua pauta de trabalho, prejudicam o desempenho de um papel neutro por parte do Brasil.
A tensão não se esgota nesses dois países, como se sabe. O Equador do presidente Rafael Correa, freguês de Chávez, segue os passos de Bolívia e Venezuela em matéria de agenda política, a começar pela convocação de Assembléia Constituinte. Lá em cima, o coronel Hugo já pôs na bandeira da Venezuela mais um estrelinha, senha da anexação de área da Guiana, que ele reivindica.
E nós achávamos que vivíamos no melhor dos mundos – sem catástrofes, sem problemas raciais, sem guerras!
José Negreiros é jornalista (josenegreiros@terra.com.br)
O assunto está na agenda do presidente Lula, que tem viagem marcada para se encontrar com o presidente Evo Morales no próximo dia 12. Antes da violência envolvendo as sessões da Assembléia Constituinte em Sucre, com a morte de três pessoas e convocação de greve geral, o encontro dos presidentes restringia-se ao campo econômico.
Mudou de caráter. Nas próximas duas semanas, Lula deverá encontrar-se com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e com o casal Kirshner, em Buenos Aires, quando obrigatoriamente avaliarão a temperatura política de La Paz. Os problemas são mais complexos porque todos – principalmente George Bush – lembram-se da promessa de Hugo Chávez de enviar tropas à Bolívia para ajudar o amigo Morales se a soberania do vizinho estiver em risco.
O perigo é maior, segundo Walter Sotomayor, colunista do jornal boliviano La Razon, porque Bolívia e Venezuela são temas entregues aos dois estrategistas do presidente Lula que lidam com a esquerda do continente – Marco Aurélio “Top Top” Garcia e Samuel Pinheiro Guimarães. Como se tratam de dois especialistas comprometidos ideologicamente com sua pauta de trabalho, prejudicam o desempenho de um papel neutro por parte do Brasil.
A tensão não se esgota nesses dois países, como se sabe. O Equador do presidente Rafael Correa, freguês de Chávez, segue os passos de Bolívia e Venezuela em matéria de agenda política, a começar pela convocação de Assembléia Constituinte. Lá em cima, o coronel Hugo já pôs na bandeira da Venezuela mais um estrelinha, senha da anexação de área da Guiana, que ele reivindica.
E nós achávamos que vivíamos no melhor dos mundos – sem catástrofes, sem problemas raciais, sem guerras!
José Negreiros é jornalista (josenegreiros@terra.com.br)
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