Nos últimos 4 anos foram alfabetizados 5 milhões de brasileiros, dos quais cerca de 70% são mulheres. Esses dados revelam a importância que o Governo Federal credita à educação, em especial as mulheres, que jamais deixaram de querer estudar, mas as tarefas que só elas assumem e são necessidade de todos, as excluíram do investimento em suas potencialidades. Muitas vezes a necessidade de combater a fome familiar faz com que a mulher aceite os postos de trabalho com baixos rendimentos. A baixa escolaridade, pobreza e discriminação social em que se encontram não é fruto de sua incapacidade, inferioridade ou desmerecimento. É resultado de um modelo e conômico que por toda história brasileira garantiu riqueza para poucos e exclusão para muitos. Romper com essa realidade que privou as brasileiras dos avanços sociais conquistados pelos demais brasileiros, é uma reparação histórica que não pode mais ser relegada a segundo plano.
A situação de discriminação do trabalho feminino também encontra reflexos mundiais. Segundo as estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres são responsáveis por 2/3 do trabalho realizado no mundo porém recebem apenas 1/3 dos salários. No Brasil, as trabalhadoras recebem em média metade do salário dos homens, e as negras, a metade do que ganham as brancas. Uma das mais cruéis conseqüências da baixa escolaridade das mulheres é a mortalidade de crianças antes dos cinco anos de idade. Filhos de mulheres com até 3 anos de estudo tem 2,5 vezes mais risco de morrer que os filhos de mães que estudaram por 8 ou mais anos.< /font>
Desde 1992, a Confederação das Mulheres do Brasil realiza a alfabetização de mulheres que já passaram dos 15 anos, na tentativa de construir uma realidade digna e um futuro mais promissor para as brasileiras analfabetas. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci, desenvolverá ações que valorizam o trabalho feminino nas comunidades dominadas pelo tráfico e pela violência, através do projeto Mães da Paz. O projeto capacitará lideranças femininas para se aproximar de jovens em situação de risco infracional ou criminal e encaminhá-los aos programas sociais e educacionais do Pronasci. Cerca de 4,8 mil mulheres serão formadas no curs o de Promotoras Legais Populares, que envolve temas como direitos humanos, mediação de conflitos e cidadania. A idéia é que a liderança exercida por essas mulheres contribua para afastar os jovens da criminalidade.
O Brasil tem o desafio de alfabetizar mais 40 milhões de brasileiros(as) e o investimento para atingirmos essa meta já é conhecido, serão necessários R$ 8 bilhões em quatro anos para que possamos erradicar o analfabetismo em nosso país. Essa enorme parcela de trabalhadores poderá oferecer um trabalho mais produtivo e qualificado, com menos acidentes de trabalho, menos desperdício na produção, melhor utilização de máquinas e equipamentos, além de proporcionar a esta camada da população uma expectativa de sucesso pessoal que evidentemente para os analfabetos é praticamente impossível.
O anseio pela continuidade da escolarização tem crescido entre as mulheres que concluem o curso de alfabetização. Cada vez mais elas se mobilizam por empregos qualificados e direitos coletivos, estão lutando para superar o isolamento da exclusão educacional que impede a efetiva participação feminina no desenvolvimento do nosso país. Algumas medidas poderiam ser tomadas à fim de valorizar a educação feminina, como a garantia de vagas de ensino para jovens e adultos nas escolas públicas possibilitando a continuidade de seus estudos. Assegurar vagas do Pró-Uni e criar cursos profissionalizantes é investir na auto-estima das brasileiras e em um futuro mais justo e solidário para o nosso país.
Paulo Pimenta
A situação de discriminação do trabalho feminino também encontra reflexos mundiais. Segundo as estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres são responsáveis por 2/3 do trabalho realizado no mundo porém recebem apenas 1/3 dos salários. No Brasil, as trabalhadoras recebem em média metade do salário dos homens, e as negras, a metade do que ganham as brancas. Uma das mais cruéis conseqüências da baixa escolaridade das mulheres é a mortalidade de crianças antes dos cinco anos de idade. Filhos de mulheres com até 3 anos de estudo tem 2,5 vezes mais risco de morrer que os filhos de mães que estudaram por 8 ou mais anos.< /font>
Desde 1992, a Confederação das Mulheres do Brasil realiza a alfabetização de mulheres que já passaram dos 15 anos, na tentativa de construir uma realidade digna e um futuro mais promissor para as brasileiras analfabetas. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci, desenvolverá ações que valorizam o trabalho feminino nas comunidades dominadas pelo tráfico e pela violência, através do projeto Mães da Paz. O projeto capacitará lideranças femininas para se aproximar de jovens em situação de risco infracional ou criminal e encaminhá-los aos programas sociais e educacionais do Pronasci. Cerca de 4,8 mil mulheres serão formadas no curs o de Promotoras Legais Populares, que envolve temas como direitos humanos, mediação de conflitos e cidadania. A idéia é que a liderança exercida por essas mulheres contribua para afastar os jovens da criminalidade.
O Brasil tem o desafio de alfabetizar mais 40 milhões de brasileiros(as) e o investimento para atingirmos essa meta já é conhecido, serão necessários R$ 8 bilhões em quatro anos para que possamos erradicar o analfabetismo em nosso país. Essa enorme parcela de trabalhadores poderá oferecer um trabalho mais produtivo e qualificado, com menos acidentes de trabalho, menos desperdício na produção, melhor utilização de máquinas e equipamentos, além de proporcionar a esta camada da população uma expectativa de sucesso pessoal que evidentemente para os analfabetos é praticamente impossível.
O anseio pela continuidade da escolarização tem crescido entre as mulheres que concluem o curso de alfabetização. Cada vez mais elas se mobilizam por empregos qualificados e direitos coletivos, estão lutando para superar o isolamento da exclusão educacional que impede a efetiva participação feminina no desenvolvimento do nosso país. Algumas medidas poderiam ser tomadas à fim de valorizar a educação feminina, como a garantia de vagas de ensino para jovens e adultos nas escolas públicas possibilitando a continuidade de seus estudos. Assegurar vagas do Pró-Uni e criar cursos profissionalizantes é investir na auto-estima das brasileiras e em um futuro mais justo e solidário para o nosso país.
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