quarta-feira, 11 de julho de 2007

Escândalo

Deu no Blog do Alon:
Rio de Janeiro (09/07) - Os ministérios da Agricultura e da Fazenda e a Comissão de Agricultura do Senado Federal devem definir até domingo (15) as condições para a renegociação das dívidas de agricultores. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, este é o prazo para que eles possam obter empréstimos para a safra de verão, que começa em agosto. “Deveremos ter regras que não se constituam impedimento para a obtenção de recursos para a próxima safra”. Uma das soluções em estudo seria jogar 80% das dívidas a vencerem este ano para o final das prestações, de modo a deixar o produtor adimplente. “É preciso encontrar uma fórmula para tornar o agricultor adimplente novamente. Estamos estudando adiar para o final dos empréstimos as prestações que não foram honradas por causa da situação desfavorável do setor em safras passadas”. O ministro disse que as dívidas do setor agrícola com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco do Brasil chegam a R$ 131 bilhões, incluídas as dívidas que vêm sendo renegociadas desde a década de 90 e cujo prazo de vencimento é nos próximos 20 anos. “A maior parte desta dívida tem prazo de vencimento de até cinco anos, mas você tem dividas que vêm sendo prorrogadas por até 20 anos e que vêm desde o início da década de 90. Causadas por fatores diversas que vão da seca aos planos econômicos”.Eis um escândalo bilionário. O agronegócio deve R$ 131 bi para o BNDES e o Banco do Brasil. Segundo a reportagem, "incluídas as dívidas que vêm sendo renegociadas desde a década de 90". Agora, o ministro da Agricultura propõe mais uma benesse, "jogar 80% das dívidas a vencerem este ano para o final das prestações". Pois eu tenho uma idéia melhor: executar as dívidas a partir de um certo valor. O agronegócio brasileiro sustenta-se num tripé: 1) prosperidade privada, 2) dinheiro público barato, na modalidade de empréstimos que não necessariamente precisam ser pagos e 3) recordes anuais de produção e também de choradeira. Querem capitalismo? Pois então que tenhamos capitalismo. Deve e não pagou, a dívida será executada. Aposto que não vai faltar terra para a reforma agrária. Talvez a coisa resvale em algum dos novos amigos de infância do presidente da República e de seu partido. Mas não se faz omelete sem quebrar ovos, não é?"

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