segunda-feira, 9 de março de 2009

Cuidado, o PMDB está solto

Calheiros, entre outras glórias do seu currículo collorido, foi a eminência pardinha da eleição do notório José Sarney, PMDB, para presidir o Senado.

Sarney, entre outras glórias curriculares (como manter a maior parte do povo do Maranhão na idade da pedra), tem a chave do cofre de nomeações do Senado, entre elas a desse Agaciel, diretor do Senado, que tinha aquela casona que não tinha, pois não a declarava à Receita, deixando o imóvel no nome do irmão, que também não a declarava. Miudezas, sim. Coisas, pois, típicas dessa gente.

Calheiros também colocou Jarbas Vasconcellos, PMDB, para fora da Comissão de Constituição e Justiça. Vasconcellos, porém, diz que não vai dar nomes aos bois (de Calheiros?). Não vai dizer que são os corruptos de seu partido, a maioria, segundo ele disse à revista "Veja".

Está difícil de entender o senador.

Segundo relato de Gabriela Guerreiro, da Folha Online, Vasconcellos reafirmou o que disse à "Veja", em discurso no Senado, mas disse que seria "‘mesquinho’ se acrescentasse novos ‘detalhes e adjetivos’ às suas denúncias", que não é "paladino da ética", mas que tem "nojo e ojeriza à passividade e à omissão".

Segundo relato da colega Gabriela, "o senador citou a disputa em torno do comando do fundo Real Grandeza, de Furnas, como uma ‘prova clara, transparente e inequívoca’ do que explicitou na entrevista [à "Veja"] _sem mencionar que o PMDB pressionou a estatal para indicar afilhados políticos para os cargos. ‘Não preciso citar nomes porque eles vêm à tona quase que diariamente’, disse." Na verdade, parte do PMDB do Rio e o ministro Lobão, do PMDB, é que estavam promovendo o sítio do fundo de pensão.

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio, quer derrubar a CPI dos fundos de pensão. Esta CPI mala preta está sendo proposta pelo pessoal animado do PMDB, que queria tomar o Real Grandeza. Mala preta, pois essa de CPI, proposta como foi, é uma espécie de ameaça de chantagem contra o governo, que vai ver vários esqueletos do mensalão saírem do armário se a coisa for feita a sério. Seria o abraço do afogado.

Mas, se sair CPI, o governo vai dar um jeito de melar a coisa. De outro modo, seria sujeira no ventilador voando até o início, na prática, da campanha eleitoral, no final do ano.

Vinicius Torres Freire

Nenhum comentário: