No mundo árabe, a fronteira que separa a liberdade de imprensa da liberdade de imprensar é muito tênue. A Justiça do Egito acaba de oferecer ao mundo uma evidência do fenômeno: condenou o blogueiro Abdel Kareem Suleiman a quatro anos de cana dura. Acusam-no de ter veiculado ofensas ao presidente do país e ao islamismo.
Suleiman tem 22 anos. Assinava os textos com o nome de Kareem Amer. Publicou em seu blog críticas à principal instituição islâmica de ensino do país, a Universidade al-Azhar. Chamou-a de “a universidade do terrorismo.” Acusou-a de reprimir o livre pensamento de seus alunos.
No ano passado, Suleiman foi expulso da escola, que passou a pressionar pela condenação judicial do ex-aluno. O blogueiro comprou briga também com o presidente de seu país, Hosni Mubarak, a quem dirigiu palavras inamistosas. Tachou-o de ditador.
A sessão de julgamento, realizada em Alexandria, cidade natal do réu, durou escassos cinco minutos. Por conta das supostas ofensas à universidade, Suleiman foi sentenciado a três anos de calabouço. As ofensas a Mubarak renderam-lhe um ano de acréscimo de pena.
A condenação é um fato inédito no Egito. Em 2006, o governo prendera vários blogueiros sob a acusação de que tinham produzido notícias ofensivas ao regime. Porém, todos eles foram já foram libertados. Há na internet uma campanha pela libertação de Suleiman.
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Blog do Josias de Souza
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