quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Jean-Baptiste-Pierre-Antoine de Monet

Jean-Baptiste-Pierre-Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck
(1744 - 1829)

Médico e naturalista francês nascido em Bazentin-le-Petit, Picardia, região norte da França, o primeiro cientista a propor uma teoria sistemática da evolução ao criar a teoria transformista denominada lamarckismo, ou teoria da herança dos caracteres somáticos adquiridos (1809). Descendente de família nobre, porém pobre de recursos, iniciou seus estudos no Colégio dos Jesuítas de Amiens. Com a morte do pai abandonou o colégio e alistou-se no exército, mas aos 24 anos abandonou a carreira militar para se dedicar à medicina e à botânica. Tornou-se amigo do botânico Augustin Pyrame de Candolle e Publicou o livro Flore française (1778), destinado a facilitar a identificação prática das plantas de seu país, que fez grande sucesso e lhe valeu a admiração e proteção do conde Georges de Buffon, que o indicou para a Academia das Ciências e um lugar de botânico (1778-1793) no Jardin du Roi, depois Jardin des Plantes. Dedicou-se então à taxionomia e firmou alguns pontos importantes, como a retirada dos aracnídeos e crustáceos da classe dos insetos. Exerceu grande influência na fundação do Museu Nacional de História Natural, em Paris, e foi nomeado para a cátedra de zoologia dos invertebrados (1793). Na botânica medicinal e na zoologia, criou a classificação vertebrados e invertebrados e foi o fundador da biologia como ramo específico da ciência (1802), inclusive criando a palavra biologie. Entre seus vários livros, publicou a notável Histoire naturelle des animaux sans vertèbres (1815-1822). Viúvo por quatro vezes, morreu cego e na miséria, em Paris. Foi também o primeiro a afirmar que a evolução é regida por leis e o primeiro a enunciá-las e suas idéias foram de fundamental influência na teoria da evolução de Darwin.
A N E X O :
A teoria de Lamarck

Publicada no livro Philosophie zoologique (1809), expondo pela primeira vez sua teoria da evolução e propondo um sistema natural de classificação baseada na anatomia comparada e na filogenia do grupo tratado, contrariando o princípio da fixidez das espécies, segundo ele, o principio evolutivo estaria baseado em duas leis fundamentais: 1) Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. 2)Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes. Utilizou vários exemplos para explicar sua teoria. Segundo ele, as aves aquáticas tornaram-se pernaltas devido ao esforço que faziam no sentido de esticar as pernas para evitarem molhar as penas durante a locomoção na água. A cada geração, esse esforço produzia aves com pernas mais altas, que transmitiam essa característica à geração seguinte. Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves pernaltas. A obra encontrou forte oposição nos meios conservadores, principalmente dos ditadores da ciência francesa da época, Georges Cuvier e Georges de Buffon, e ele caiu no ostracismo. A base de sua argumentação foi a suposição de que as modificações somáticas (que não distinguia das genéticas) de um organismo seriam hereditárias.A sua teoria não é aceita atualmente, pois suas idéias apresentam um erro básico: as características adquiridas não são hereditárias. Verificou-se que as alterações em células somáticas dos indivíduos não alteram as informações genéticas contida nas células germinativas, não sendo, dessa forma, hereditárias.

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