quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

OTIMISMO PEMEBEBISTA



A hora e a vez de o PMDB governar o Brasil
Sebastião Melo
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O PMDB tem um compromisso com o Brasil. Nasceu para combater a ditadura. Ao longo de duas décadas, juntamente com milhares de brasileiros e brasileiras, liderou as lutas pela anistia, pelo fim da tortura e pela realização das eleições diretas. Se hoje temos eleições livres, liberdade para organizar-se social e partidariamente, isso são obras daqueles que fundaram e sustentaram o velho MDB de guerra.
Para combater o arbítrio nos anos de chumbo, o partido foi um gigante. No entanto, após a redemocratização, tem cometido uma série de equívocos. A partir do governo Sarney, adotou um movimento pendular e abriu mão de um projeto nacional, servindo a cada instante aos governantes de plantão.
Os projetos pessoais há muito tempo têm estado acima dos interesses do Brasil. Tardiamente chegou a hora de governar esse país extraordinário, que apesar de tudo ainda tem jeito. Já fomos a 8ª economia do mundo – atualmente ocupamos a 14ª posição – e, entretanto, só perdemos no quesito distribuição de renda para Serra Leoa, um país miserável do continente africano.O modelo atual é perverso porque coloca milhões de brasileiros e brasileiras abaixo da linha da dignidade humana. O último senso apontou que temos um exército de famintos que sobrevive, mensalmente, com uma renda per capita de apenas R$ 80. Isso é um absurdo. E por que isso acontece? Ocorre porque o modelo adotado historicamente pelos governos privilegia a especulação financeira em detrimento do setor produtivo.
O Brasil tem os juros mais altos do mundo. É 23 vezes maior do que os dos demais países em desenvolvimento e 12 vezes maiores do que os dos países desenvolvidos.Assim, espanta investimentos no setor produtivo, fazendo com que nos últimos 20 anos a média de crescimento tenha sido de apenas 2% ao ano, ao passo que em outros países, os chamados emergentes, com muito menos potencial que o nosso, a média manteve-se em 7% ao ano. E mais, temos a maior carga tributária do mundo, que serve quase que exclusivamente para pagar as dívidas interna e externa.
Só no ano passado, o país pagou R$ 150 bilhões de juros.Queremos governar o Brasil para mudar essa realidade. Para tanto, não basta ter um candidato à presidência da República. Necessita-se de um conjunto de políticas públicas que enfrentem algumas questões até hoje negligenciadas, como a educação gratuita e de qualidade para quem precisa, a redução de juros, a redução do pagamento dos juros das dívidas, a justiça tributária e a redefinição de competência dos entes federativos.Não dá mais para os municípios e estados serem responsáveis pelas execuções das políticas públicas enquanto os recursos ficam sempre com a União. Deve-se rever imediatamente o tamanho da máquina pública, pois historicamente tem servido aos poderosos. As pessoas precisam ter acesso à saúde. A inclusão social de verdade se faz com crescimento da economia e investimento pesado em educação. Corrupção não acaba por decreto, somente a conscientização política vai combatê-la. Segurança pública é responsabilidade do governo federal.O governo Lula segue o mesmo ritual do de FHC: neoliberal, corrupto, concentrador de renda, paternalista, etc. Enfim, o Brasil tem solução. Seriedade e competência serão marcas do governo Rigotto, do PMDB, na presidência da República.
*Vice-presidente do PMDB-RS e vereador de Porto Alegre

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