sábado, 25 de maio de 2013

Por que não seguimos os Estados Unidos?

Por que não seguimos os Estados Unidos?
Juremir em 6 de maio de 2013 


Eu só pró-Estados Unidos. Por mim, o Brasil ficaria ainda mais próximo dos americanos. Adoro a cultura americana: sou fã de Quentin Tarantino e Woody Allen. Adoro a literatura de Scott Fitzgerald e de Paul Auster. Quero atualizar aquela frase do tempo da ditadura de 1964: “O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”. Por que não seguimos os bons exemplos dos americanos? Se o fizéssemos seriamos um país muito menos capitalista.

Um país muito melhor.

Ou seja, teríamos um capitalismo muito menos selvagem.

E muito mais regulado.

Os americanos têm, por exemplo, desde 1934, controle e regulação da mídia por meio da FCC, a Comissão Federal de Comunicação, que não permite propriedade cruzada de meios num mesmo mercado, exige três horas semanais de programas educativos na televisão aberta e fiscaliza os conteúdos para evitar “indecência”. A FCC tem seus membros indicados pelo presidente do país e confirmados pelo Senado. Há até mesmo um teto de audiência. Nenhuma rede pode ter mais de 35% do público. Por que não apostamos nesse modelo yankee? Será que nos parece excessivamente socialista?

Os americanos têm ensino básico público e universidades privadas com muitas bolsas de estudo. Nós, durante muito tempo, privilegiamos o contrário, fingindo que seguíamos o exemplo da “pátria do liberalismo”.

Os americanos podem ser surpreendentes.

Americano detesta monopólios e faz tudo para quebrá-los.

Nós, fazemos de conta que pensamos da mesma maneira.

Emendas constitucionais nos Estados Unidos não são examinadas pela Corte Suprema. A tarefa de mudar a Constituição é do Legislativo, que age em nome do povo. Como poderia o Poder Judiciário julgar o texto novo em nome do texto velho? Essa lição foi bem ensinada pelo professor de Direito Constitucional da USP, Virgílio Afonso da Silva. Temos muito a aprender com o Tio Sam. Nossos liberais só aprendem o pior. Escondem o melhor.

Eu sou cada vez mais pró-Estados Unidos. Vivo enrolado na bandeira deles. Passo meus dias procurando bons exemplos americanos para seguirmos. Em geral, o Estado americano é mais eficaz e intervencionista que o nosso. Ainda estamos na pré-história do liberalismo. Temos de aprender com os EUA.

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