sexta-feira, 13 de junho de 2008

Amor em versos didáticos

Já que acabamos de viver o dia dedicado aos namorados, resolvi dar minha pequena parcela para alimentar ainda mais o amor nos corações apaixonados, ainda que com um pouco de atraso, afinal, o amor perpassa as barreiras do tempo, “não tem idade, não tem hora, nem lugar”, já dizia o poeta... E por falar em poeta, que tal um poema?... Mas como se começa um poema de amor?... Bem, primeiramente, inicia-se com a própria palavra amor, “segundamente” (Hehe... só brincando de neologismo), seria apropriado o uso de uma figura de linguagem, neste caso, não existe nenhuma mais romântica que a metáfora, ou a prosopopéia... Então prepare-se... Lá vão meus primeiros versinhos:

“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente”

Lindo, né?... Pena que Camões teve a mesma idéia há mais de quinhentos anos, e já foi parafraseada por Renato Russo e tantos outros poetas. Além do mais, apesar de ser uma brilhante metáfora, comparar o amor com fogo é até perigoso: vai que ele se materializa (o amor não deixa de ser matéria) e transforma seu monitor em chamas?... Bem, preciso de algo mais original... Aí estão o terceiro e o quarto versinhos do meu primeiro poema de amor:

“Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”

Estou profundamente surpreendido com esses versos que da minha mente saem, pena eles também já terem sido pensados por Vinícius de Moraes e cantados nas mais diversas vozes... E olha a chama servindo de metáfora de novo... Tenho medo de me queimar com o amor!

Mas sou um sujeito utópico e sonhador “pleonasmático” (outra neologia: to ficando bão nisso...) e não desisto por tão pouco. Por isso resolvi apelar para os mais profundos de meus sentimentos que moram lá na parte mais inacessível de meu coração, cavoucar profundamente o encéfalo para ver se de dentro de um cérebro cronista também brotam poesias de amor... E descasquei:
“O amor é uma antítese:

“Vida que leva à morte,
Morte que leva à vida...
Pois quem ama
A cada dia morre um pouco
Para viver a pessoa amada”

Legal, né?... Esse eu gostei, adorei, amei... Lindo! Super! Hiper! Master! Mega! Power!... Manero! Canal! Massa!... Tipo assim: tudo isso porque é meu, só meu... Não apelei para nenhum poeta famoso nem para os abutres de plantão. É uma obra minha... Uhú!!! Gostei dessas “paradinha”!

Bem, agora preciso terminar com alguma coisa chique, tipo aquelas conclusões de dissertação, cheias de palavras cultas... Lá vai “os finalmente”:

Em virtude dos argumentos apresentados, conclui-se que o amor, por ser um sentimento universal, pode estar em todos os corações e nas mais diversas formas de personificação, ao passo que pode-se chamá-lo de intertextualidade.

É isso, o amor é uma intertextualidade intertextualizada! Tá ligado?...

Márcio Roberto Goes
www.marciogoes.com.br

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