terça-feira, 29 de abril de 2008

Jean-Paul Marat

Jean-Paul Marat
(1743 - 1793)
Médico, periodista e revolucionário franco-suíço nascido em Boudry, cantão de Neuchâtel, Suíça, conhecido historicamente como uma das figuras mais radicais dos setores populares do jacobinismo durante a revolução francesa. De origem modesta, estudou em Bordéus e em Paris e formou-se em medicina na Grã-Bretanha, onde começou a exercer a medicina e adquiriu alguma reputação como médico em Londres. Começou a escreveu textos científicos sobre física e fisiologia, ora em inglês ora em francês, mas viu frustrada a tentativa de reconhecimento de suas teorias filosóficas como a publicação A Philosophical Essay on Man (1773), um ensaio filosófico sobre o homem. Foi atacado por Voltaire por este o considerar extremamente materialista. De volta à França trabalhou como médico, em Paris (1777-1783), da guarda pessoal do Conde de Artois, irmão de Luís XVI e futuro Carlos X. Voltado inicialmente para as ciências, escreveu diversos artigos sobre eletricidade que foram bem recebidos pela Real Academia de Rouen. Porém, aos poucos seus textos foram ganhando conotações políticas até que a publicação Plan de législation criminelle (1780) foi rejeitada como subversiva. A negativa de seu ingresso na Academia de Ciências, aumentou sua hostilidade contra o Antigo Regime e acentuou suas idéias revolucionárias. Com o início da revolução francesa (1789) lançou o jornal L'Ami du Peuple, com claras incitações à ação violenta contra a aristocracia e os revolucionários moderados, tendo em vista sua revolta contra o nepotismo dos barões e o ódio aos asseclas do absenteísmo. Foi obrigado a fugir para a Inglaterra, mas durante seu período de refúgio continuou publicando seus artigos inflamatórios e enviando-os secretamente para o território francês, atacando com sucesso personalidades da aristocracia como Jacques Necker, o marquês de Lafayette, a comunidade, os emigrantes e o rei. Voltando à França, participou da formação da comuna de Paris (1792) e apoiou as execuções de nobres e religiosos contra-revolucionários. Foi eleito deputado por Paris para a Assembléia Constituinte, como membro dos montagnards, a facção radical, e contribuiu para a condenação de Luís XVI e a queda dos girondinos, facção moderada chefiado por Jacques-Pierre Brissot, e em parte contrária à execução do rei. Membro do Comitê de Vigilância da Comuna, deputado por Paris na convenção, e extremista por natureza, exigiu uma ditadura revolucionária e conclamou os patriotas parisienses a instar um motim contra os girondinos. Por isso foi assassinado por uma jovem girondina, Charlotte Corday, enquanto tomava um banho medicinal em sua casa, em Paris. Os sans-culottes, designação dada aos indivíduos das camadas populares na época da Revolução Francesa, devotaram um verdadeiro culto a sua memória e, na época, foi considerado como mártir da revolução e sepultado no Panteão. Posteriormente o Diretório, considerou seus atos revolucionários exagerados e seus restos mortais foram retirados do Panteão (1795).
“Não se engane quando ouvir dizer que as coisas estão melhores agora; mesmo que não exista pobreza, porque a pobreza foi escondida. Mesmo que você tenha mais condições e possa gastar mais dinheiro com coisas novas e sem utilidade que a indústria lhe oferece, mesmo que pareça que você nunca teve tanto como agora, este é apenas o slogan daqueles que possuem muito mais que você. Não se deixe enganar com tapinhas no ombro e dizeres do tipo que nada é mais importante que sua palavra, e que se você acredita neles é porque não há mais razão para lutar. Eles continuarão no comando, em suas mansões de mármore e bancos de granito, de onde roubam o povo e o mundo com a pretensão de trazer cultura para todos”. (Marat).

Fonte: Só Biografias

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