domingo, 29 de agosto de 2010

Ela disse...

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, questionada, em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo de televisão, por que o PT fazia severas restrições ao PMDB ideológico de Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Tancredo Neves, Mario Covas, e hoje, estabelece estreita aliança com o PMDB fisiológico, representado por Michel Temer, José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá? Ela disse: O Partido dos Trabalhadores amadureceu, e o seu amadurecimento responde a essa questão.
Como já fizemos, em outras ocasiões, cabe insistir na pergunta: O PT, serviçal do grande capital e aliado da escória da política brasileira, amadureceu ou apodreceu? Hoje, ele não tem o menor pudor em dizer aos grandes capitalistas que eles devem estar satisfeitos, pois nunca usufruíram tantos lucros, e é em nome dessa satisfação que a candidatura Dilma é a mais rica dentre todas.
É interessante observar a insistência com que o PT quer nos impor uma eterna oposição ao governo FHC. Primeiro, é oportuno que se diga, que o governo petista conservou os fundamentos da política econômica e financeira dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique. Depois, o que se haveria de esperar de um partido que se reivindica dos trabalhadores, é que ele encarnasse os interesses históricos das massas laboriosas, e esses interesses têm como espinha dorsal a luta contra o capitalismo e nunca se ater a políticas compensatórias cujo fim é atenuar as tensões sociais e cooptar as massas desinformadas para o seu projeto continuísta, marcado pelo servilismo ao sistema sócio-econômico vigente.
A comparação FHC e Lula é completamente descabida, não só por suas semelhanças mas porque ela não vai além de um truque para nos desviar a atenção da questão essencial. A humanidade hoje vive um terrível dilema: ou ela destruirá o capitalismo ou por ele será destruída. Essa sim é a essência da questão histórica que hoje nos assalta e a discussão de governos mais ou menos populares é uma forma de escamotear o problema mais crucial dos nossos dias.
Gilvan Rocha

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