quinta-feira, 27 de abril de 2006

Ameaça Calhorda!

Todos os pontos de pauta que implicam repercussão financeira estão condicionados ao retorno imediato ao trabalho. A partir de terça-feira os dias paralisados serão considerados faltas e descontados. Florianópolis, 27 de abril de 2006 Assina: Comissão Oficial de Negociação do Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Coordenação e Articulação Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia Secretaria de Estado da Administração Secretaria de Estado da Fazenda

Proposta Calhorda!

Proposta do Governo do Estado para negociação com o Sinte

Em atendimento à pauta de reivindicações apresentada pelos representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação, a Comissão Oficial de Negociação do Governo do Estado de Santa Catarina, reunida nos dias 26 e 27 de abril tem a propor o seguinte: 1. Democratização da Gestão Escolar – Projeto de lei implementando eleições diretas para diretor de escola já elaborado e discutido com a categoria será encaminhado à Assembléia Legislativa para apreciação e posterior implementação, dentro de uma política global de democratização da gestão escolar que contempla inclusive a formação de educadores para o exercício de cargos de direção. A questão está sendo encaminhada e estudada pela Comissão criada para esse fim, no prazo de 90 dias. 2. Autonomia Financeira das Escolas – Garantir, através de projeto de lei, o retorno de recursos descentralizados, destinados diretamente às escolas com o objetivo de reforçar a sua autonomia financeira. 3. Plano de Cargos e Salários e Estatuto do Magistério – Governo se compromete em encaminhar à Assembléia Legislativa projeto de lei em consenso com os representantes do Magistério. Comissão designada para esse fim, composta por integrantes do Governo do Estado e da categoria dos professores, deverá concluir o projeto e apresentá-lo no prazo de 90 dias. 4. Incorporação do Abono - O Governo do Estado se compromete a incluir a incorporação do abono na proposta de implementação do Plano de Cargos e Salários, de forma a apresentar, no dia do Professor, em 15 de outubro uma solução permanente para a valorização salarial do magistério. 5. Plano Estadual de Educação - Projeto que tramita na Secretaria da Coordenação e Articulação será devolvido para reformulação e adequação jurídica com consulta às entidades que participaram da sua elaboração para posterior envio à Assembléia Legislativa. A readequação é necessária em função de o documento ingerir sobre áreas que não competem a um plano destinado à formulação das diretrizes e políticas educacionais do Estado. 6. Serventes Vigias e Merendeiras - Governo do Estado está estudando junto à Procuradoria – e com consulta à entidade - proposta que regularize o vínculo desses profissionais, mantendo o emprego dos que já prestam serviço por intermédio de contratação com as Associações de Pais e Professores. 7. Plano de Saúde para os ACTs – Comissão provisória formada para este fim entre integrantes da Secretaria de Estado da Administração e representantes dos servidores está encarregada de estudar a inclusão dos professores Admitidos em Caráter Temporário no Plano de Saúde dos servidores. A comissão vai propor solução técnica e financeira para o atendimento desse ponto de pauta. 8. Carga horária temporária - O Governo está encaminhando a alteração do Decreto 2.360 de 19 de agosto de 2004 que regulamenta a alteração do regime de trabalho. Pelo novo decreto, o professor poderá alterar o regime de trabalho de acordo com a carga horária curricular da unidade escolar em que atua. A partir do momento em que se afasta da escola por remoção, licença não remunerada ou afastamento para outro órgão, o professor com carga horária alterada volta à carga originária do concurso. 9. Auxílio-alimentação - Proposta de 25% de aumento no valor do benefício a partir de julho. 10. Todos os pontos de pauta que implicam repercussão financeira estão condicionados ao retorno imediato ao trabalho. A partir de terça-feira os dias paralisados serão considerados faltas e descontados. Florianópolis, 27 de abril de 2006 Assina: Comissão Oficial de Negociação do Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Coordenação e Articulação Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia Secretaria de Estado da Administração Secretaria de Estado da Fazenda

segunda-feira, 24 de abril de 2006

DESABAFO DE PROFESSOR

Desabafo!
17/04/2006 18:24
"A EDUCAÇÃO EXIGE O COMPROMISSO COM A LUTA PELOS DIREITOS DOS EDUCADORES."
Os professores que não tiveram coragem, que se contentaram com a primeira informação emitida pelo governo... TORNEM-SE EDUCADORES, ATIVEM SUA CONSCIÊNCIA POLÍTICA, CRIEM CONSCIÊNCIA DE CLASSE E PRINCIPALMENTE CONSCIÊNCIA PEDAGÓGICA! (Pois, professores acomodados, que se contentam com a banalização da Educação, que se conformam com um Sistema de Exploração que torna índigno os espaços educacionais (cada vez mais sucateados e com menor número de recursos humanos) não podem dar bons exemplos mostrando desunião e total apatia frente os problemas da Sociedade e a vulgarização do ENSINO PÚBLICO.Aos professores covardes, esses sim, deveriam mudar de emprego, pois não são comprometidos com uma EDUCAÇÃO LIBERTADORA E TRANSFORMADORA DA REALIDADE.
Uma professora gaúcha.

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Ele vai valorizar

Boa Notícia

O BRASIL É AUTOSUFICIENTE EM PETRÓLEO, UMA VITÓRIA DE TODOS OS BRASILEIROS!

terça-feira, 18 de abril de 2006

LENHA NA FOGUEIRA!


Nota Pública
Diante da gravíssima e consistente denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, na qual são indiciados o núcleo central do governo Lula, lideranças do PT e de partidos aliados - além de empresários, executivos de estatais e servidores públicos -, por formarem uma "quadrilha criminosa" que assaltou o Estado com o intuito de se perpetuar no poder, o PPS entende que o impeachment volta à ordem do dia e se impõe a necessidade de um debate sobre sua utilização como instrumento de afirmação democrática e respeito às instituições republicanas.
O fato de o nome do presidente não estar na lista de pessoas denunciadas, não o exime de culpa. Na verdade, Lula está presente em todo o processo, como comandante maior de um governo corrupto. No presidencialismo, a responsabilidade pelos atos políticos e administrativos é do presidente da República, enquanto chefe de Estado e de Governo. Cabe, portanto, a Lula responder pela ação criminosa praticada dentro do aparelho estatal - até porque a quadrilha era formada pelos seus principais ministros e por dirigentes nacionais de seu partido. É impossível excluir o presidente.
Nos termos do artigo 85 da Constituição Federal, são crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que atentem, em particular, contra o livre exercício do Poder Legislativo e dos direitos individuais e afrontem a probidade administrativa. O mensalão, a violação do sigilo bancário de um cidadão e a corrupção explícita tipificam casos flagrantes de crimes de responsabilidade - por ação e omissão - do senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As forças políticas, os movimentos sociais, as entidades, instituições e a própria cidadania permanecem ainda passivos, mesmo diante de fatos tão grotescos e depois da apresentação, pelo Ministério Público Federal, de um libelo acusatório sem precedentes na história da República.
O PPS, com a responsabilidade histórica que sempre pautou seus atos em 84 anos de existência, conclama a sociedade brasileira a se mobilizar em torno desse debate sobre o impeachment, instrumento democrático e constitucional de resolução de crises e de defesa das instituições republicanas, hoje enxovalhadas por práticas indecentes e criminosas, finalmente denunciadas à Justiça pelo MPF.
As esquerdas brasileiras cometeram muitos erros durante suas dignas trajetórias políticas. Nunca, entretanto, estiveram envolvidas em práticas corruptas.
Não abdicaremos de falar quando o silêncio é o refúgio tranqüilo de muitos; de agir, quando a inação parece ser mais prudente; de ver, quando não enxergar é mais cômodo.
Contemporâneos do futuro, nosso compromisso é com a história.
Brasília, 18 de abril de 2006
Roberto Freire Presidente Nacional do PPS

Sugestão a CPI dos Bingos

Chamem para prestar depoimento os 27 governadores e a grande maioria dos prefeitos, pois os mesmos estão apresentando propostas de aumento, de três a oito por cento, para professores e demais funcionários. Já que a chamada CPI do fim do mundo quer tanto investigar, ai está a dica, vamos lá chamem comecem por SC, até agora nenhuma proposta, CPI NELES!
Atílio de Oliveira

Pato Manco

O impedimento do presidente Lula voltou ao noticiário, a única dúvida é porque voltou? Qual o fato novo? Penso que o grande fato novo é que a oposição de direita se quebrou em sua estratégia de bater no presidente, para transformá-lo em um pato manco, ao que tudo indica é a oposição de direita que continua mancando.
Atilio de Oliveira

Só falta esse!

ACM e o impeachment
O senador ACM (PFL-BA) - aquele que renunciou para não ser cassado por violação do painel eletrônico do Senado - antes não queria, mas agora defende o pedido de impeachment de Lula. Pelo menos por enquanto. Até a aprovação do Orçamento, por exemplo. Porque o mesmo ACM bate o pé e quer ver aprovado um projeto de irrigação na Bahia.Irriga daqui, que eu irrigo de lá, tiroliro-li, tiroliro-lá (com licença de Osmar Santos).
Blog do Mello

sábado, 15 de abril de 2006

VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA! VERGONHA!

Professores dos estados e municípios brasileiros ganham salários indignos a décadas e nada se apresenta como recuperação. Nos 27 estados e nos 5600 municipios brasileiros a situação é a mesma, baixos salários, a média salarial dos professores que trabalham 40 horas não chega a mil reais, e no entanto temos vistos governadores e prefeitos neste ano propor aumentos de três à oito por cento com a maior cara de pau.
Só para comparar os policiais civis e militares, que não necessitam terem curso superior, tem uma média salarial maior que o magistério, outros servidores públicos com segundo grau tem média salarial maior que o magistério, e o que os governos estão oferecendo, enrolação. Mesmo os estados que possuem uma estrutura melhor que muitos municípios, o discurso é o mesmo.
E a sociedade segue quieta a anos, com o mesmo discursinho, as greves prejudicam os alunos, e os baixos salários não prejudicam? É uma vergonha, vergonha, até parece que a sociedade não tem um mínimo interesse na própira educação dos seus filhos.
Vez por outra vemos argumentos furados sendo jogados ao vento. "Mas os professores andam de carro novo", verifiquem quantos compraram sem financiamento. Porque não fazem um levantamento sério para verem qual a situação sócio-econômica da maioria do magistério brasileiro.
Estes governos descomprometidos com tudo e com todos, porque não fazem um censo sério do magistério brasileiro? Iriam ver que muitos professores valorizam tanto um veículo próprio, para viverem correndo de uma escola para outra. Verifiquem qual é a jornada de trabalho média dos professores, se for menos de 4o horas semanais, não precisam conceder aumento.
PORQUE TÃO POUCOS JOVENS PROCURAM OS CURSOS DE LICENCIATURA? QUEM VAI DAR AULA PARA OS FILHOS DA SOCIEDADE?

A REALIDADE

quarta-feira, 12 de abril de 2006
MAGISTÉRIO DEGRADADO
Sou de uma geração formada na educação pública. Do primário ao término do curso na Escola Naval, me habituei a olhar as escolas ''particulares'' como boates. ''Pagou, passou'', era o que se dizia delas na década dos 50. Cassado em 64, fui trabalhar na loja de tecidos de meu pai em Vila Isabel; um também armarinho que tratava suas ''freguesas'' com muita cortesia. Mas cortesia extrema, ia para uma categoria profissional específica: as professoras da maior escola pública do bairro, a República Argentina. E havia um mote concreto para tal, além da relação afetiva com o meu passado de ex-aluno. Sendo as melhores clientes, não deixavam lacuna no cumprimento de compromissos com o livro de venda ''fiada'' que constituía o forte da receita da Casa Simpathya. E por uma razão muito simples: as boas condições salariais da profissão que minha própria irmã havia escolhido, com valor inicial correspondente ao que eu recebia no posto de Segundo-Tenente da Marinha, que então já alcançara. Condições que o golpe da direita começaria a degradar, com o estímulo à privatização da educação e saúde públicas, que ali se iniciava. Se recorro a reminiscências, é por conta da atual greve da rede estadual de ensino. É por conta da angústia sentida, ao acompanhar a assembléia de sexta-feira última, em que professores e funcionários do ensino médio público se mantinham mobilizados contra o governo do Estado. Num ginásio superaquecido, demonstravam o espírito combativo, buscando caminhos de modificar o quadro profissional macabro imposto àqueles e àquelas que optaram por esta carreira missionária, sem se dar conta da verdadeira armadilha existencial em que entravam. Uma armadilha que mantém inalterado, desde 1994, um padrão salarial injusto, onde o teto beira R$ 1.000,00 para quem cumpriu 25 anos respirando pó de giz, preparando aulas e corrigindo provas. Isto, para os professores, todos com formação universitária. Imaginem o que sobrou para o quadro administrativo. Poucos, na plenária, conseguiam disfarçar o empobrecimento evidente nos trajes, certamente adquiridos em lojas de produtos baratos, num contraste gritante com a imagem, que naquele momento me vinha à mente, das professoras circulando na loja de meu pai. E me dava conta da demagogia do grande patronato que, do alto de suas contas bancárias, invoca o baixo índice educacional brasileiro, como forma de justificar os salários de miséria que pagam a seus funcionários, nos ramos comercial ou industrial em que operam. ''Greve de professores só desorganiza a vida dos alunos que ficam sem aula'', gritam os de visão curta, e pouco generosa. Verdade, mas é visão curta e pouco generosa, pois os que assim se expressam não abrem mão de suas reivindicações quando se sentem ameaçados por condicionamentos até bem menos degradantes dos que os impostos aos profissionais da educação pública. Melhor fariam se tomassem conhecimento das não pouca atividades nas coletividades escolares, com trabalhos paralelos, extra-curriculares, durante a greve. Mantenham a política de desqualificação da escola pública, que mesmo o governo petista não conseguiu modificar - pelo contrário; no âmbito da União, estão aí as subvenções e isenções às universidades privadas, por conta de contestáveis programas assistenciais -, e criamos o cenário para um mergulho na barbárie em futuro não muito distante. Continuem privilegiando pagamentos de juros ilegais, de uma dívida pública, nunca auditorada a despeito de exigência constitucional, desde 1988; continuem realizando obras de fachada, eleitoreiras, no âmbito dos Estados; continuem surrupiando as verbas educacionais na área dos municípios, e continuem a não compreender o porquê da crescente violência urbana, achando que vamos liquidá-la com mais repressão; com mais ''caveirões''. Que esta greve chegue a termo, com a recuperação significativa das perdas salariais provenientes do congelamento de 10 anos, mas também com a implantação de uma política educacional que proporcione melhores condições materiais para a escola pública, além de garantia de constante aperfeiçoamento do quadro de docentes. Sem isso, não adianta insistir na publicidade das ''10 mil obras'', porque, mesmo reais, o cimento nelas despendido não tem perenidade garantida. Mas o efeito positivo de educação gratuita, e de boa qualidade, este certamente tem.
Milton Temer jornalista.

REVISTA OU PANFLETO?

quinta-feira, 13 de abril de 2006

O MISTERIOSO DELCÍDIO

CPI DOS CORREIOS
O evangelho segundo Delcidio
Ninguém confirma ter ocorrido um comando do presidente Lula para colocar fim à CPI, mesmo ao custo de um relatório que jogava seus discípulos na jaula do leão. Mas também não há quem assegure o contrário.
Nelson Breve – Carta Maior
BRASÍLIA - O presidente da CPI dos Correios, Delcidio Amaral (PT-MS), levou apenas 24 horas para conseguir o que Judas Iscariotes precisou de quase 2 mil anos: propagar a versão de que traiu seus companheiros por orientação do líder superior. O comportamento do senador petista na condução da CPI, especialmente na sessão que aprovou o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), deve entrar para a lista dos mistérios indecifráveis do governo do governo Lula, tal como, desde a semana passada, a traição de Judas passou a compor o conjunto de mistérios do cristianismo, com a confirmação da autenticidade do manuscrito encontrado no Egito em 1978.De acordo com o documento, uma semana antes da celebração da Páscoa, Jesus teria dito ao discípulo Judas, em conversas secretas: “Afasta-te dos outros, e eu te direi os mistérios do reino. É-te possível alcançá-lo, mas sofrerás muito. Tu vais exceder todos os outros. Tu sacrificarás o homem que me abriga. Tu serás amaldiçoado pelas outras gerações e tu virás para reinar sobre elas”.Apontado como Judas pelos colegas de partido, Delcidio não se envergonha de ter atropelado o regimento para aprovar o relatório da CPI, que não responsabiliza diretamente o presidente Lula pelos ilícitos apontados, mas, insinua em linguagem rebuscada que só um imbecil não perceberia o que estava acontecendo a sua volta: “Em sede de responsabilidade subjetiva, não parece que havia dificuldade para que pudesse lobrigar a anormalidade com que a maioria parlamentar se forjava”.De acordo com o evangelho de Delcidio, os discípulos petistas que se indignaram durante a votação não compreenderam que a tentativa de alterar parte do parecer do relator colocaria em pauta a possibilidade de indiciamento do presidente Lula, com risco de aprovação. Essa avaliação tinha ressonância em alguns conselheiros palacianos. Para eles, não valeria a pena mexer no relatório de Serraglio, porque a versão de que não houve omissão do presidente havia prevalecido no noticiário da imprensa.Ninguém confirma ter ocorrido um comando do presidente para colocar fim à CPI, mesmo ao custo de um relatório que jogava seus discípulos na jaula do leão. Mas também não há quem assegure o contrário. Talvez porque exista predominância na avaliação de que Delcidio, filiado ao PT há menos de cinco anos, mais por conveniência do que por identidade, não teria capital político para bancar esse enfrentamento sem estar devidamente escorado. Pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, ele não teria como ascender politicamente sendo considerado um traidor do partido.No dia da votação final do relatório da CPI, Delcidio comentou em conversas reservadas que havia consultado seu “guru” pela manhã e recebeu dele a orientação para aprovar o parecer de Serraglio “de qualquer jeito”. Como o senador recebeu uma ligação do recém nomeado ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, naquela manhã, ficou no ar a suspeita de que poderia ter sido o porta-voz do comando.Tudo indica que não foi. Até porque Delcidio não poderia se escorar em um intermediário que acabava de se integrar à coordenação política do governo. Mas o senador petista está usando essa dúvida a seu favor. Em reunião com correligionários no fim de semana passado, em Campo Grande (MS), ele reafirmou que seu comportamento na CPI ajudou a preservar o presidente Lula. Com essa versão, ele espera herdar a base petista construída nas últimas duas décadas pelo governador Zeca do PT.A partir do resultado da CPI, reforçado pela denúncia do Ministério Público Federal contra vários ex-dirigentes petistas, o futuro de Delcidio no PT está atrelado à ascensão do presidente Lula a um segundo mandato. Se ele perder, Delcidio será malhado em praça pública pela militância petista em cada campanha eleitoral e cada Sábado de Aleluia. Se for reeleito, o senador poderá entrar para o livro sagrado dos heróis do lulismo. Tal como ocorreu com Judas, segundo o manuscrito que conta sua versão, Delcidio ergueu os olhos, viu a nuvem luminosa e entrou nela.

FELIZ PÁSCOA A TODOS

UM BOA PÁSCOA A TODOS!

PSTU NÃO DA MOLEZA II

PSTU NÃO DA MOLEZA I

Unir a esquerdaVotar em Lula é uma mal menor ?
Moisés Simon, de São Paulo (SP)
• É muito comum encontrar trabalhadores que opinam ser melhor votar em Lula, o “mal menor”.O motivo pelo qual uma parte considerável desses trabalhadores acha isso é porque ele, “sendo um trabalhador”, se preocupa com os problemas sociais. As provas seriam o reajuste do salário mínimo, o Bolsa Família e o pequeno aumento do emprego. Isto é verdade? Não.
O Brasil governado por Lula é tão desigual como o de FHC. O País segue sendo o 8° mais desigual do mundo (pior que o Haiti), em que as 5 mil famílias mais ricas - 0,01% do total – possuem um patrimônio equivalente a quase metade do PIB. Lula governa para os banqueiros e não para os pobres. Os donos de bancos tiveram lucros recordes nesse governo. Em 2005 (36% mais que em 2004), o recorde dos recordes.As pequenas migalhas (R$ 72 para o Bolsa Família) não mudam a miserável situação de nosso povo. O salário mínimo, já reajustado, corresponde apenas à metade de seu valor na ditadura militar, e um quinto do que determina a Constituição.Lula apenas se aproveita do crescimento econômico cíclico do capitalismo para fazer algumas concessões num ano eleitoral. Mas os grandes ganhos vão para os banqueiros. Mas o governo Lula é um governo dos trabalhadores? Um erro muito comum é definir o caráter de um governo pela origem social ou política do presidente. Isso nos leva a uma completa confusão. Lula era operário e aplicou um programa neoliberal, exatamente como um banqueiro faria. Tampouco serve definir um governo pela origem política do partido à sua frente. A maioria absoluta dos governos ditos de “esquerda” da América Latina (como o da Frente Ampla, no Uruguai, e do Partido Socialista, no Chile) impõe o mesmo plano pró-imperialista de Lula.Como estamos numa sociedade dividida em classes, o caráter de um governo é definido em primeiro lugar pela classe beneficiada pelo programa de governo. Um governo que beneficie a burguesia é burguês, seja dirigido por um ex-operário ou um latifundiário, tenha origem na esquerda ou na direita.Agora se torna mais fácil definir o governo Lula. O programa econômico aplicado foi o mesmo neoliberalismo de FHC, a serviço do grande capital e, mais particularmente, dos banqueiros e das grandes empresas multinacionais.Podemos apresentar duas provas irrefutáveis desta afirmação.
A primeira é o apoio de R$ 7,9 milhões dos banqueiros ao PT em 2004, depois de quase dois anos de governo - quase o dobro do que deram ao PSDB. A segunda é que Bush, o centro do poder imperialista, apoiou diretamente Lula na crise do ano passado, enviando ao País John Snow e Condoleezza Rice, postura diametralmente oposta à aplicada com Hugo Chávez na Venezuela.É preciso também avaliar qual a postura do governo Lula perante o Estado burguês. Não há dúvidas da completa adaptação do PT ao Estado: utiliza-se do Congresso Nacional, da Justiça e das Forças Armadas para se manter no poder, incorporando sua metodologia corrupta.
A dança da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) se transformou num símbolo da pizza no Congresso. A perseguição da Polícia Federal ao caseiro que denunciou Palocci é um exemplo de arbitrariedade. Delúbio Soares, José Dirceu e Antonio Palocci são sinônimos populares de corrupção. O governo do PT não mudou em nada o Estado burguês. Quem mudou foi o PT, hoje rivalizando com as piores cenas do malufismo e de Collor. Por tudo isso Lula, ao contrário do que tenta parecer, não é um governo dos trabalhadores. É um governo burguês a serviço dos banqueiros e do imperialismo. Mas não é um governo burguês qualquer, é uma frente popular, de colaboração de classes, por ter em seu comando lideranças dos trabalhadores. Com este “disfarce”, consegue impor derrotas mais duras à classe trabalhadora, exatamente por ter a confiança da mesma.

A CUT E O SEU TRABALHO

Um, dois, três, é tudo filho de burguês"
Do site Terra:

"Estudantes afirmaram que foram agredidos com pontapés, socos e queimados com pontas de cigarros por petistas e por integrantes da CUT hoje, em Sorocaba, no lançamento da pedra fundamental da Universidade Federal de São Carlos - que teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os estudantes protestavam contra falta de livros, de laboratórios equipados e de professores.

Os estudantes dizem que há uma situação precária nos cursos de biologia e turismo, alegando ausência de uma biblioteca e de uma passarela sobre a rodovia para acessarem a universidade, além de queixas sobre o sistema de transporte.

Um grupo de jovens passou a gritar "um, dois, três, é tudo filho de burguês". Na estrada, seguranças da Presidência tomaram os apitos dos estudantes que, em protesto, gritaram: "abaixo a repressão, queremos nosso apito na mão". Os trabalhadores revidaram: "Abaixo a burguesada, quem manda aqui é a peãozada"."

Haja paciência!

Relatório da audiência do Sinte com o Governador

DIA 12/04/2006
AUDIÊNCIA COM GOVERNO: DO NADA PARA LUGAR NENHUM
Na semana passada o governo demonstrou o quanto desrespeita a educação e seus trabalhadores, em uma demonstração de total descaso, o governador preferiu inaugurar uma obra inacabada ao invés de atender o nosso sindicato, que vem desde 2005 solicitando audiência para discutir a incorporação dos abonos, ou seja, a educação está em segundo plano para este governo. No dia de ontem, nova atitude desrespeitosa do governo em relação a nossa categoria, sabedor de todas as nossas reivindicações, nos recebeu em audiência para simplesmente dizer que está estudando nossas reivindicações. É o lobo se vestindo de cordeiro. Esta atitude é também uma forma de testar nossa capacidade de luta, ou seja, o governo está pagando pra ver o tamanho da nossa capacidade de mobilização, está nos desafiando.Nesta audiência o ponto em que mais avançamos foi em relação as serventes, vigias e merendeiras, pois o governo reconheceu os problemas causados pela terceirização desse setor nos CEI´s e agendou uma nova reunião para o dia 13 que deverá resolver tal problema. Esta é uma conquista da mobilização deste setor. Com relação a questão salarial, o governo apenas afirmou que nos receberá antes do dia 26 para apresentar uma resposta global às nossas reivindicações. Não podemos criar falsas expectativas com a possível proposta do governo, não podemos cair no imobilismo. Só com muita luta arrancaremos o que estamos reivindicando.O governo continua insistindo no discurso que não tem dinheiro, mas os banqueiros ele continua pagando em dia, com juros e correção monetária, para outros servidores aprovou piso de R$ 760, gastou com o kit escolar mais de 30 milhões, com propaganda gasta mais de 40 milhões, etc. etc. Para nós, quer continuar pagando salário de fome, um dos piores do Brasil, apesar do nosso estado ser um dos mais ricos. Enquanto os outros servidores com formação em nível médio passarão a ganhar R$ 900 reais de piso, os trabalhadores em educação com este nível de formação continuam ganhando pouco mais de um salário mínimo, ou seja, R$ 409. Isso é inaceitável! É muita cara de pau desse governo ainda querer dizer que a educação é prioridade.Motivos não faltam para a nossa categoria ir a greve, os descasos são tantos, o desrespeito é tão grande que não dá mais para segurar. É por tudo isso que estamos chamando Assembléia Estadual no dia 26 de abril com indicativo de greve.
A LUTA CONTINUA
Após a audiência com o atual governador, que simplesmente nos subestimou, o sentimento de todos que participaram do SINTE era um só: temos que construir nossa greve, pois este governo não nos atenderá se não irmos à luta. Portanto na próxima semana temos que organizar uma atividade estadualizada. A proposta tirada pela comissão que participou da audiência foi, de no dia 19, todas as escolas fazerem aulas de 30 minutos. Neste dia deve-se discutir a greve e produzir cartazes e faixas denunciando o descaso do governo com a educação para serem fixadas em frente a escola e utilizadas em manifestações.
ABONO DAS FALTAS
Outra conquista da audiência com o governador foi de que ficou acertado que os trabalhadores em educação que paralisaram suas atividade no dia da Assembléia Estadual (30/03) e no dia do Ato Público em Florianópolis (07/04), terão suas faltas abonadas. Caso alguém receba seu contra-cheque com o desconto destes dias, entrar em contato com a direção estadual para regularizar a situação junto a Secretaria de Educação. As direções de Escola não estão autorizadas pela SED a efetuarem o desconto dos dias parados.

Parabéns ao Campeão Gaúcho!

Eu quero me reeleger!

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Ceguinho!

Procurador não acusou o PT, mas “indivíduos”, diz Genro 17h02
— O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, tem uma avaliação peculiar sobre a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra os envolvidos no esquema do mensalão. Apesar de o procurador ter afirmado que lideranças do PT montaram uma “organização criminosa” para garantir a permanência do partido no poder, o ministro afirmou nesta quarta-feira que o PT, enquanto partido, não foi denunciado. “[Não há] nenhuma acusação ao PT, mas a indivíduos, que estão sendo processados”, disse Genro. “Quem for considerado culpado que pague pela sua culpa”, acrescentou. Para o ministro, o procurador cumpriu seu “papel”, ao encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia contra 40 pessoas envolvidas no esquema do mensalão.

domingo, 9 de abril de 2006

O mal que a falta faz

Reiteramos que a atual contra-ofensiva da direita pode causar novos prejuízos ao PT e à candidatura Lula. Isso, pelo simples fato de que o PT e o governo permanecem com alguns flancos vulneráveis e sem proteção. Faltam explicações cabais sobre as políticas e as práticas de algumas de suas figuras de proa, que desencadearam a crise política ainda viva.
E falta adotar uma política que iniba essas figuras de posarem como vítimas, e se arvorarem condutoras da defesa do PT e do governo.Os acontecimentos com o caseiro, que afirma ter visto Palocci na casa de seus antigos amigos de Ribeirão Preto, envolvidos em negócios escusos, corrobora isso. A quebra do sigilo bancário do caseiro é o resultado de um certo modo de fazer política, que supõe que as alianças com setores da burguesia, para governar o Brasil, permitem ao PT aplicar os mesmos métodos desses aliados (e também dos adversários), no trato da coisa pública e da cidadania.
Os representantes políticos da burguesia têm uma história recheada de casos de corrupção, caixa dois, quebra de sigilos bancários e um rol variado de arbitrariedades. É incrível a desfaçatez e a hipocrisia com que eles se apresentam como campeões na defesa da coisa pública e dos direitos democráticos. Suas biografias não resistem a uma investigação, mesmo superficial. Mesmo assim, sequer ficam corados ao acusar o PT de pecados que eles praticam rotineiramente.
Apesar dessa hipocrisia, o PT precisa reconhecer que alguns de seus dirigentes copiaram métodos e políticas que são inadmissíveis num partido que se propõe transformar a sociedade. E considerar como uma completa ilusão de classe a suposição de que os representantes da burguesia, que têm como hábito a corrupção e o arbítrio, aceitariam sossegados que dirigentes PT os imitassem, e não se aproveitariam disso para tentar destruí-lo. Enquanto o PT não acertar as contas políticas e éticas com esse pensamento torto, que ainda povoa a mentalidade de algumas figuras de seus quadros, casos como a dança da deputada pela absolvição de um colega e as trapalhadas e atentados à cidadania, cometidos pelo ex-ministro Palocci, certamente colocam em risco o PT e a reeleição de Lula.
Mais de trezentos mil militantes petistas participaram da maior eleição democrática interna do país. Demonstraram que o PT é a maior expressão política popular brasileira, e não concordam com os dirigentes que, embora apareçam na mídia como os pilares do partido e do governo, na verdade eram seus pontos mais frágeis e vulneráveis. O pior é que tais dirigentes negam-se a reconhecer isso. O mal que faz a falta de uma autocrítica séria dos erros e desvios cometidos pode danificar irremediavelmente a recuperação do PT e do governo.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.
Correio da Cidadania

O dia do "não fico"

06/04/2006
Na coluna anterior critiquei "en passant" a decisão de José Serra de renunciar à Prefeitura de São Paulo para disputar o governo do Estado na eleição de outubro. Surpreendeu-me o número de pessoas que escreveu para comentar o episódio. Meus leitores dividiram-se em dois grupos mais ou menos de mesmo tamanho: o dos que elogiaram apaixonadamente a atitude do ex-prefeito e o dos que o xingaram à farta.
Volto ao assunto por duas razões. Trata-se, pela amostra que tive, de tema polêmico e que desperta o interesse de parcela significativa de meu público. E, mais importante, acho que o comportamento de Serra é emblemático das dificuldades que o país atravessa no universo da política.Antes de prosseguir, devo dizer que nada tenho contra o ex-titular do Executivo paulistano. Muito pelo contrário, considero Serra bastante preparado.
É um dos poucos políticos capazes de apresentar teses coerentes e relativamente bem desenvolvidas acerca da inserção do Brasil no mundo de hoje e indicar soluções teoricamente factíveis para tentar melhorar nossa triste posição. Se não chega a ser um projeto de nação, é bem mais do que a meia dúzia de palavras de ordem ralas que a maioria dos postulantes a cargos públicos costuma repetir.
Acho que Serra não se sairia mal no Planalto. Possivelmente seria melhor presidente do que prefeito ou governador. Suas idéias são, por assim dizer, mais federais do que municipais ou estaduais. Aliás, surpreendeu-me negativamente a falta de um proposta articulada para São Paulo, mesmo depois de ter se sagrado prefeito. Desconheço suas idéias acerca do governo do Estado, se é que ele as tem.
Tais considerações essencialmente simpáticas ao ex-prefeito não me impedem de considerar grave o fato de ele ter quebrado um compromisso assumido para com a cidade. No dia 14 de setembro de 2004, o então candidato do PSDB ao Executivo paulistano, em sabatina pública organizada pela Folha, subscreveu a seguinte declaração que lhe fora apresentada pelo meu colega e amigo Gilberto Dimenstein: "Eu, José Serra, comprometo-me, se eleito prefeito do município de São Paulo no pleito de outubro de 2004, a cumprir os quatro anos de mandato na íntegra, sem renunciar à prefeitura para me candidatar a nenhum outro cargo eletivo".
Quebrou o voto no 15º de seus 48 meses de gestão, deixando em seu lugar o controvertido Gilberto Kassab.Muitos dos leitores que defenderam a atitude de Serra vieram com argumento da "Realpolitik". As circunstâncias se alteram, e políticos, mais do que qualquer um, devem saber reagir a essas mudanças. Outros preferiram o tucanismo explícito. Para eles, Serra tinha o dever de candidatar-se, para evitar que nomes como os de Paulo Maluf, Marta Suplicy e Orestes Quércia conseguissem chegar ao palácio do Bandeirantes. Para esses, o compromisso firmado pelo ex-prefeito não era nem mesmo válido, pois jamais passou de uma armadilha montada pelo Dimenstein.Discordo de todas essas teses.
É claro que não se faz política de verdade apenas com princípios. Por vezes, precisamos mesmo nos curvar a imperativos de realidade. Mas daí não se segue que todo e qualquer compromisso possa ser quebrado ao sabor das conveniências. Tanto o pragmatismo radical como o principismo irrefletido são perigosos e merecem repúdio. E é justamente a capacidade de dosar corretamente esses dois elementos que caracteriza a sabedoria política.Quanto mais avalio a situação de Serra mais me convenço de que ele agiu muito mais para satisfazer aos seus interesses e, vá lá, os do partido, do que tendo em vista o bem comum.
Não me parece correta a versão que os tucanos tentam fazer circular de que Serra partiu para o sacrifício pessoal ao abandonar a prefeitura para tentar o governo. É verdade que ele trocou o líquido e certo por uma incógnita, mas fê-lo amparado por pesquisas de opinião que lhe dão uma vantagem para lá de sólida na sucessão paulista. Não é preciso buscar muito longe a prova de que a posição nas sondagens foi determinante para a decisão do ex-prefeito. Serra só perdeu para Geraldo Alckmin a indicação do PSDB para disputar a Presidência da República --prêmio bem mais cobiçado do que o governo do Estado-- porque hesitou diante da superioridade de Lula nas pesquisas. Quando o realmente incerto apareceu, ele pestanejou.
Daí decorre que sua disposição para o sacrifício era pelo menos relativa.Outro ponto a destacar é a instrumentalização do mandato. Serra, ao contrariar seu compromisso, converteu o mandato de prefeito num trampolim para outro cargo. É claro que tudo o que um político faz ou deixa de fazer tem como objetivo mais ou menos longínquo credenciar-se para disputar postos mais elevados. Nesse contexto, toda função pública torna-se um degrau para a próxima. Só que o ex-prefeito, pulou patamares demais. Converteu o que deveria ser a carreira de uma vida numa aviltamento da palavra empenhada. Num intervalo de pouco mais de um ano rasgou sua assinatura e lançou-se exatamente na aventura que prometera não tentar.Como contraponto, gostaria de lembrar que, se um comerciante anuncia determinada promoção e não a cumpre, o cidadão pode, amparado no Código do Consumidor, recorrer à Justiça para fazer com que o prometido na peça publicitária seja de fato executado. Por que com políticos deve ser diferente?
Código do consumidor neles!Acrescente-se, ainda, que, como a realidade agora o demonstra, era bastante oportuna a iniciativa do Dimenstein de tentar obter o compromisso, em nome dos interesses da cidade. Os vários paulistanos que votaram em Serra acreditando que ele manteria sua palavra e não os abandonaria em poucos meses podem sentir-se traídos.Não procede, portanto, a acusação de que Dimenstein armou uma arapuca para o então candidato a prefeito. Tendo a ser existencialista aqui. Sempre esteve em poder de Serra escolher o que faria. Ele assinou o documento porque quis. Poderia ter desconversado ou simplesmente sido honesto e afirmado que não tem o dom de prever o futuro, qualificando até como leviano qualquer político que se aventurasse nesse gênero de promessa. Possivelmente ele teria perdido alguns votos, mas não creio que isso teria lhe custado a eleição.Ainda mais problemática me parece a tese de que a quebra do compromisso se legitima para impedir a eleição de determinados nomes tidos como inaceitáveis.
Não vou entrar nos méritos e deméritos das pessoas listadas. O que me interessa aqui é o caráter antidemocrático do argumento. Nas entrelinhas ele está basicamente afirmando que não é a vontade da maioria dos eleitores que deve definir o resultado de uma eleição. Já de antemão define-se que só pode triunfar no pleito o candidato que alguns de nós consideram "o melhor". O registro aqui deixa de ser o da democracia e passa a ser o da aristocracia ou, por que não, da tirania.Vale ainda notar que o mesmíssimo raciocínio pode ser invocado contra Serra, e com o agravante de afastar-se ainda mais da vontade popular. A dupla renúncia tucana, afinal, deixou o Estado e a cidade de São Paulo nas mãos da dupla Claudio Lembo-Gilberto Kassab, ambos do PFL, partido macérrimo de votos em São Paulo e contra o qual a tese do voto útil poderia ser perfeitamente aplicada. Evitar a simples possibilidade de um Quércia voltar ao Bandeirantes vale entregar efetivamente 3/4 do mandato de prefeito a Kassab? Como não existem respostas inequívocas a questões como essa, os gregos inventaram lá pelo século Vº a.C. um sistema pelo qual os governados escolhiam diretamente seus governantes. Ele está longe de ser perfeito, mas nos poupa de um monte de dores de cabeça.O que mais me incomoda na atitude de Serra, porém, são suas implicações sobre o aprendizado democrático.
O rompimento do compromisso reforça a idéia já tão disseminada na sociedade de que políticos não tem palavra. Não hesitam em prometer qualquer coisa para obter alguma vantagem e são rápidos em deixar de lado seus compromissos quando isso lhes convém. Esse é e sempre foi um comportamento comum no meio, mas o problema se torna especialmente grave quando é adotado também por homens públicos diferenciados como José Serra. Depois do ocaso ético em que chafurdaram as principais lideranças do PT, bons quadros quebrando escancaradamente suas promessas é tudo o que o país não precisa. É mais um largo passo rumo à perigosa indiferenciação entre os políticos. Se todos são iguais --e ruins-- já não valeria a pena apostar na democracia. Até admito que políticos andam cada vez mais parecidos --e de forma pouco abonadora. O problema é que as alternativas fora da democracia são todas muito piores.

GRANDES PORTA-BANDEIRAS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

O HOMEM NÃO CRESCE PARECE UM GAROTINHO!

Olha empolgação dos petistas