domingo, 24 de outubro de 2010

É ASSIM QUE COMEÇA…

As cartas estão escancaradamente marcadas. Mesmo assim há quem acredite que o jogo é limpo. Façam suas apostas! O recado está dado e é incisivo, mas você decide se é blefe ou se a fanfarronice é perigosa.

Primeiro foi no fim do ano passado, no Exterior – é mais fácil encontrar ele lá do que aqui –, quando Lula assinou o decreto instituidor do Plano de Direitos Humanos sem ler. O texto continha fortes restrições à liberdade de imprensa.

Lula não gosta da Imprensa. Já disse isso várias vezes. Mas aquela foi a primeira tentativa oficial de imiscuir em nossa legislação uma mordaça nos jornalistas bem intencionados ou não.

Houve severas críticas da Imprensa, da OAB, até da Igreja Católica, da Oposição e houve dissenso entre os próprios parlamentares governistas. Tanto que Lula voltou atrás e reeditou o texto. Não sei se, dessa segunda vez, leu ou não.

Recentemente, em 22 de agosto, quando da manifestação pública no Rio de Janeiro contra a norma eleitoral que veda a veiculação de programas ou matérias que caricaturem candidatos, todos viram e ouviram Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta, referir com todas as letras que há tentativas do Palácio do Planalto de dirigir seus programas através de recadinhos passados por Franklin Martins, ministro da Comunicação Social.

Esses dias foi o plenipotenciário petista José Dirceu, quem despejou: "O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa" (aqui).

Perceberam? Ele não indefiniu dizendo que “um dos problemas” (aliás, ele pronuncia “poblema”), mas definiu afirmando que esse é “o problema” do Brasil. Segundo ele, portanto, basta amordaçar a imprensa para que todos os problemas do Brasil sejam resolvidos...

Agora foi Lula, o megalômano apedeuta, quem vociferou: “Nós somos a opinião pública”. Ops! Não generalize, general! Não lhe outorguei mandato para exprimir o que sinto e muito menos o que não sinto. Por isto, não fale em meu nome. Minha opinião pública não é a sua e sou parte de um público cuja opinião pública é contrária à ela. Se vocês se consideram a opinião pública, estou fora.

Mas o recado está dado até para os maus entendedores, pois vem com letras garrafais (e bota garrafais nisto!).

A restrição à liberdade de imprensa é apenas o primeiro passo, e um dos mais importantes, rumo a outras restrições e à instalação democrática de uma Ditadura, como fez Hugo Chavez, aplaudido publicamente por Lula, seu ídolo de carteirinha, na Venezuela.

Lula já a teria amordaçado, se pudesse. Auxiliado por Dirceu, Franklin Martins e dirigindo sua boneca-de-ventríloquo Dilma Rousseff, tem mais chances de conseguir. Lembrem que o lema da campanha de Dilma é “continuar mudando”. Pois vão tentar mudar até nos amordaçar a todos.

Que fazer? Nada! Eu sou alarmista e esse pessoal do PT é muito bem intencionado. Ainda vai transformar este país em um imenso sindicato.

Ilton C. Dellandréa

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