segunda-feira, 29 de junho de 2009

Para Lula, jornais tem de colorir lama de cor-de-rosa

Josias de Souza

A cada declaração que faz sobre a crise no Senado, Lula vai se convertendo numa espécie de ego em decomposição.

Na semana passada, o presidente viera à boca do palco para dizer que Sarney não pode ser tratado como uma “pessoa normal”.

Nesta terça (23), Lula foi aos holofotes para desancar, de novo, a imprensa. Acha que a mídia troveja demais.

"Não consigo entender porque a predileção pela desgraça. Há tanta coisa boa no cotidiano do povo brasileiro, mas o que está estampado é a desgraça".

Acha que o brasileiro está farto de malfeitos: "O povo já viu muitos escândalos ao longo da história, é o que mais vemos”. Depois, diz ele, "não acontece nada".

Prescreve dois remédios: a reforma política e o voto. Não lhe ocorre cobrar investigações e punições. Joga tudo no colo do eleitor: “Temos eleições a cada quatro anos e a chance de mudar as coisas”.

No passado, Lula chamava Sarney de “ladrão”. Hoje, diz confiar na capacidade do ex-larápio de soerguer o Senado.

"O problema só tem uma solução, que é consertar tudo. E essa é a disposição do Sarney, na conversa que tive com ele".

No campo ético, Lula virou uma biografia em suspenso. Tornou-se, ele próprio, um Sarney. Com uma diferença: não lê Eça de Queiroz no original.

Sustentado por uma coligação partidária com fins lucrativos, o presidente deseja que os jornais pintem a lama de cor-de-rosa.

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