quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O racismo de Lula

O racismo de Lula
Lula, o boquirroto incontrolável, temperou sua logorréia com racismo num discurso de ontem, quando falava para jovens, entre outros. "Por que o brasileiro tem mais criatividade? Esta mistura do europeu, índio, negro, sabe, permitiu que nascesse um povo mais criativo, mais esperto do que a média, daqueles que são tudo assim, tudo a mesma coisa...".

Pois é. Os japoneses, que estão entre os povos mais "tudo assim, tudo a mesma coisa", devem ser menos criativos. Os alemães também. Assim como os chineses han, várias nações africanas, índios isolados etc, devem, pois, ser menos criativos do que os brasileiros e, também, que os americanos, segundo a ciência de Lula. Os americanos, apesar de suas discriminações negativas, misturaram italianos, judeus, alemães, irlandeses, suecos, gregos, ingleses, mexicanos, porto-riquenhos etc etc. Aliás, afora esses exemplos, sendo o brasileiro o mais "exemplar", a humanidade, segundo Lula, nunca se misturou desde o início dos tempos. Ou valem apenas misturas recentes?

Criatividade, aliás, tem tudo a ver com "raça", esse conceito tão "científico", é claro, nos diz o Gobineau do racismo criativo _Lula.

"Preguiça desgramada" de ler

Lula talvez devesse se impedir de falar diante de crianças e jovens, ao menos. Em 2004, discursando para crianças disse que ler é como começar a fazer exercícios: "dá uma preguiça ‘desgramada’". Um trecho de coluna deste blogueiro a respeito, também de 2004:

"Para as crianças, ler é tão desanimador como as caminhadas para os adultos sedentários: "dá uma preguiça 'desgramada'", disse o presidente Lula da Silva ao inaugurar a Bienal do Livro de São Paulo.

Lula não lê mais de duas páginas de relatórios, dizem assessores, gosta de piscina, churrasquinho, pelada e música sertaneja, samba, suor e cerveja. Não deixa, pois, de ter razão o realismo pedestre de Lula sobre a leitura. Preconceito? Não é o caso.

O presidente não é deus, como alertou, mas gosta de ser a voz do povo, um megafone de hábitos, trejeitos, preconceitos, utopias e até sabedorias populares. Tanto faz, a princípio, que Lula seja assim. O problema é que ele não consegue transcender seu realismo pedestre a fim de desempenhar o papel público de presidente, de transmitir uma visão mais racional e elaborada sobre as questões públicas. Limita-se às metáforas chãs, tem amor pelas mezinhas, pelas alegorias da vida de peão, sobre o companheiro que leva bronca da patroa por ter parado no botequim para a cervejinha.

Esse bestiário da vida operária não dá conta do debate democrático, o metaforismo popular não é capaz de traduzir questões de governo para o povo pobre. É apenas demagogia, talvez não intencional: Lula é o que parece ser. Transmite seus preconceitos sem pejo ou mesmo consciência do que faz, como no caso da gafe sobre a leitura e tantas outras."

Escrito por Vinicius Torres Freire
COMENTÁRIO DO FÁBIO:
"Fábio disse...
"O bestiário da vida operária" como cita o texto é o exemplo do pior preconceito de todos, o de classe social ou cultural. É na dura realidade do operário que o pais acontece e é levado nas costas, que que adianda o debate democrático se vivemos numa ditadura economica [Saramago] onde só tem vez e vós quem tem dinheiro? De que adianta chamar fome de desnutrição, seca de estresse hídrico, preguiça de piazada em dificuldade de aprendizado? "...visão mais racional e elabora..." podemos chamar de embromação."

Um comentário:

Anônimo disse...

"O bestiário da vida operária" como cita o texto é o exemplo do pior preconceito de todos, o de classe social ou cultural. É na dura realidade do operário que o pais acontece e é levado nas costas, que que adianda o debate democrático se vivemos numa ditadura economica [Saramago] onde só tem vez e vós quem tem dinheiro?
De que adianta chamar fome de desnutrição, seca de estresse hídrico, preguiça de piazada em dificuldade de aprendizado? "...visão mais racional e elabora..." podemos chamar de embromação.