Os Estados Unidos estão se colocando na contramão da comunidade internacional e a administração Barack Obama está se contradizendo nas questões que envolvem as relações entre israelenses e palestinos. Refiro-me ao anúncio de que os EUA poderão suspender o pagamento que fazem à Unesco, pelo fato de o organismo da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura ter aceito a entrada da Palestina como membro da organização. Há um consenso – neste caso referendado pela Unesco -, sobre a criação do Estado da Palestina. Israel, com o apoio dos EUA, tem capitaneado os esforços para impedir a criação desse Estado. Alega o governo israelense que o Estado palestino só pode surgir de conversações entre as duas partes. Os palestinos se dizem dispostos a negociar, desde que Israel pare com os assentamentos judaicos em seus territórios. Israel não para. Até porque, isto faz parte da sua estratégia de ocupação. Uma área ocupada é muito mais difícil de ser devolvida.
A contradição do governo Obama fica no fato de ele ter defendido a existência de dois estados na região, Israel e Palestina, com este último sendo formado com base nas fronteiras de antes de 1967. Chegou a declarar que queria a criação deste Estado ainda este ano. Depois de ter feito esta declaração, Obama seguramente foi bombardeado pelo lobby judaico-americano e teve que recuar. Tanto que o seu próprio correligionário democrata, o ex-presidente Jimmy Carter, em visita ao Brasil, disse que não sabe mais qual é a política de Obama para o Oriente Médio. Disse que “Washington está endossando a decisão de Israel de abandonar a solução de dois estados”. Agora Obama chega ao cúmulo de tentar contestar decisão da Unesco com boicote às obrigações financeiras do país para com o organismo.
Israel, como não poderia deixar de ser, acompanha os Estados Unidos nas injustificadas contestações ao ingresso da Palestina na Unesco. O governo de Benjamin Netanyahu anunciou que, em represália à ação palestina, vai construir mais 2 mil casas na Cisjordânia e vai bloquear o envio de fundos para a Autoridade Nacional Palestina. Netanyahu fala em construir na Cisjordânia, como se isto fosse novidade. Há cerca de dois meses, ele havia autorizado outras 1,2 mil casas. Meses atrás, os integrantes do Quarteto Negociador – EUA, UE, Rússia e ONU – pediram a Netanyahu para suspender as construções, com vistas à retomada das negociações com a Autoridade Nacional Palestina. O premiê israelense não atendeu. Naquela ocasião, jornais do mundo todo estamparam foto dele com Obama, sendo que os dois apresentavam cara de desagrado de um para com o outro. E foi depois disto que se deu a mudança da política de Obama para o Oriente Médio, passando a apoiar as decisões do governo israelense. É justamente esta política israelense de seguir com as construções nos territórios palestinos que tem impedido o diálogo com a ANP. Quanto à suspensão dos repasses financeiros para a ANP, se constitui numa ação indevida e que extrapola as atribuições de Israel. Esse dinheiro vem de taxas cobradas em portos e aeroportos de Israel de produtos que vão para os palestinos. Mas vem também das mais diversas partes do mundo e, principalmente, da Europa, como forma de ajuda aos palestinos. Passa por Israel para que haja um controle bancário. Israel é apenas um repassador, e se não o fizer estará retendo dinheiro que não é seu. Em mais uma ação que, claramente, visa inviabilizar o Estado palestino. Ou seja, na contramão da comunidade internacional, que defende a existência de dois estados.
Agora, grave é a revelação feita pelo jornal israelense Haaretz, de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Ehud Barak, tentam alcançar a maioria dentro do Conselho de Ministros para atacar instalações nucleares do Irã. O “Haaretz” afirma que Netanyahu, Barak e o ultradireitista ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, querem atacar o Irã, mas que os outros principais ministros do gabinete são contrários. Espera-se que prevaleça esta posição. Pois parece uma loucura fazer um ataque ao Irã, país que, seguramente, revidaria, com graves consequências para a população israelense. Pois daí Israel não seria atacado, como vem sendo, pelos artefatos caseiros feitos e disparados pelo Hamas, mas por potentes mísseis do exército iraniano. Um confronto desta natureza deve ser refutado por qualquer cabeça sensata.
Correio do Povo
A contradição do governo Obama fica no fato de ele ter defendido a existência de dois estados na região, Israel e Palestina, com este último sendo formado com base nas fronteiras de antes de 1967. Chegou a declarar que queria a criação deste Estado ainda este ano. Depois de ter feito esta declaração, Obama seguramente foi bombardeado pelo lobby judaico-americano e teve que recuar. Tanto que o seu próprio correligionário democrata, o ex-presidente Jimmy Carter, em visita ao Brasil, disse que não sabe mais qual é a política de Obama para o Oriente Médio. Disse que “Washington está endossando a decisão de Israel de abandonar a solução de dois estados”. Agora Obama chega ao cúmulo de tentar contestar decisão da Unesco com boicote às obrigações financeiras do país para com o organismo.
Israel, como não poderia deixar de ser, acompanha os Estados Unidos nas injustificadas contestações ao ingresso da Palestina na Unesco. O governo de Benjamin Netanyahu anunciou que, em represália à ação palestina, vai construir mais 2 mil casas na Cisjordânia e vai bloquear o envio de fundos para a Autoridade Nacional Palestina. Netanyahu fala em construir na Cisjordânia, como se isto fosse novidade. Há cerca de dois meses, ele havia autorizado outras 1,2 mil casas. Meses atrás, os integrantes do Quarteto Negociador – EUA, UE, Rússia e ONU – pediram a Netanyahu para suspender as construções, com vistas à retomada das negociações com a Autoridade Nacional Palestina. O premiê israelense não atendeu. Naquela ocasião, jornais do mundo todo estamparam foto dele com Obama, sendo que os dois apresentavam cara de desagrado de um para com o outro. E foi depois disto que se deu a mudança da política de Obama para o Oriente Médio, passando a apoiar as decisões do governo israelense. É justamente esta política israelense de seguir com as construções nos territórios palestinos que tem impedido o diálogo com a ANP. Quanto à suspensão dos repasses financeiros para a ANP, se constitui numa ação indevida e que extrapola as atribuições de Israel. Esse dinheiro vem de taxas cobradas em portos e aeroportos de Israel de produtos que vão para os palestinos. Mas vem também das mais diversas partes do mundo e, principalmente, da Europa, como forma de ajuda aos palestinos. Passa por Israel para que haja um controle bancário. Israel é apenas um repassador, e se não o fizer estará retendo dinheiro que não é seu. Em mais uma ação que, claramente, visa inviabilizar o Estado palestino. Ou seja, na contramão da comunidade internacional, que defende a existência de dois estados.
Agora, grave é a revelação feita pelo jornal israelense Haaretz, de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Ehud Barak, tentam alcançar a maioria dentro do Conselho de Ministros para atacar instalações nucleares do Irã. O “Haaretz” afirma que Netanyahu, Barak e o ultradireitista ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, querem atacar o Irã, mas que os outros principais ministros do gabinete são contrários. Espera-se que prevaleça esta posição. Pois parece uma loucura fazer um ataque ao Irã, país que, seguramente, revidaria, com graves consequências para a população israelense. Pois daí Israel não seria atacado, como vem sendo, pelos artefatos caseiros feitos e disparados pelo Hamas, mas por potentes mísseis do exército iraniano. Um confronto desta natureza deve ser refutado por qualquer cabeça sensata.
Correio do Povo
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