sexta-feira, 12 de junho de 2009

Há 30 anos morria John Wayne, um dos maiores "caubóis" do cinema

Há 30 anos morria John Wayne, um dos maiores "caubóis" do cinema

Apesar de ter nome de mulher - ele se chamava Marion -, John Wayne foi uma das maiores personificações do legítimo macho durão e conservador, tanto nas telas como fora delas. Nascido em 26 de maio de 1907, Wayne entrou para a história do cinema como um de seus maiores ícones. Fumante inveterado, morreu em 11 de junho de 1979 por conta de um câncer.
Natural de Iowa, Wayne se mudou para a ensolarada Califórnia com a família aos quatro anos de idade. Por ser um bom jogador de futebol americano, conseguiu uma bolsa de estudos na USC (Universidade do Sul da Califórnia, na sigla em inglês), mas um ferimento o tirou do time. Quando isso aconteceu, ele passou a trabalhar em uma sorveteria cujo dono colocava ferraduras nos cavalos para os filmes de Hollywood. Foi assim que acabou conhecendo o astro de westerns mudos, Tom Mix, que conseguiu arranjar um trabalho de auxiliar de contra-regas para Wayne nos estúdios locais. Aos poucos, ele começou a fazer pontas nos filmes e foi aí que desenvolveu uma amizade com aquele que seria um dos maiores diretores do gênero, John Ford.
Em 1939, foi Ford quem transformou Wayne em astro de primeira grandeza quando o colocou no papel do bandido heróico Ringo Kid em Nos Tempos das Diligências. Wayne acabou trabalhando com o diretor em mais de 20 filmes, como no clássico Rastros de Ódio. Neste filme, ele fazia o papel do rude Ethan Edwards, homem racista e intragável, que parte numa busca de sete anos para resgatar a sobrinha raptada por índios. Sua predileção pelo personagem foi tanta que deu o nome de Ethan para um de seus filhos. Outro grande filme da parceira Ford/Wayne foi O Homem que Matou o Fascínora, que consagrou a máxima "quando a lenda é maior que a verdade, publica-se a lenda".
Fora das telas, Wayne era considerado um radical de direita, tendo sido um ativo perseguidor de "comunistas" na caça às bruxas dos anos 50, um defensor da guerra do Vietnã e até mesmo um racista declarado. Em uma entrevista para a revista Playboy nos anos 70 chegou a declarar: "não podemos de repente ajoelhar e desistir de tudo para os negros. Eu acredito na supremacia dos brancos até que os negros sejam educados a um ponto de responsabilidade". Sobre os índios ele disse: "era uma questão de sobrevivência. Precisávamos de terras que os índios egoisticamente tentavam manter para si".
Essa postura belicista e radical o levou a produzir, dirigir e atuar, em 1968, Os Boinas Verdes, único filme a defender a presença americana no Vietnã. Apesar disso, Wayne era muito admirado, até mesmo por seus desafetos. O radical de esquerda Abbie Hofmann chegou a dizer que gostava do estilo de Wayne, justificando que mesmo um homem das cavernas podia admirar o dinossauro que estava tentando engoli-lo.
Não foram poucos os pedidos para que Wayne entrasse para a política, mas ele achava patético um ator governando. Apesar disso, não hesitou em apoiar publicamente Ronald Reagan quando este se tornou governador da Califórnia.
Por ser um fumante inveterado, teve que remover o pulmão esquerdo e quatro costelas em 1964 devido a um câncer. Nos anos 70 foi diagnosticado com um câncer de estômago. Antes de morrer, teve a coragem de interpretar um velho cowboy com a doença em O Último Pistoleiro ao lado de Jimmy Stewart. Com 142 filmes no currículo e um Oscar de melhor ator por Bravura Indômita, faleceu em 11 de junho de 1979. Ele havia pedido que sua lápide tivesse o epitáfio "Feio, Forte e Formal", mas por 20 anos ela ficou sem inscrições até que foi colocada justamente uma de suas respostas à polêmica entrevista da Playboy: "o amanhã é a coisa mais importante da vida. Vem para nós à meia-noite, limpo. É perfeito quando chega e se coloca em nossas mãos. Espera que tenhamos aprendido alguma coisa com o ontem".
Especial para Terra

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