Entrevista
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Postei no menu à direita a íntegra da entrevista de Luiz Felipe Lampreia
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A reeleição de Chávez é boa ou má notícia para o governo Lula?
Chávez é um fenômeno novo. Não é só um líder populista a mais, como Haya de La Torre (Peru), Getúlio Vargas ou Perón (Argentina). Ele é populista, mas também revolucionário. Chávez tem projeto, determinação e ambição para levar adiante boa parte de sua agenda. Sua presença cria uma tensão. E o Brasil perdeu a iniciativa para Chávez e tem tido uma posição ambígua em relação a ele. Às vezes creio que há desrespeito de parte dele para com o governo brasileiro.O segundo governo Chávez já promete uma nova Constituição, que lhe dará mais poderes, entre os quais o de se reeleger mais vezes.
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Essa estratégia de acabar com a democracia usando as regras democráticas pode se espalhar?
Acho que existe uma diferença fundamental. Nunca conversei com Lula, mas conheço bem o Chávez. Lula não é Chávez. Não tenho dúvidas das credenciais democráticas do presidente brasileiro. E tenho certeza de que Chávez não tem credencial democrática alguma.
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Que impacto isso pode ter na diplomacia brasileira? Cria tensão?
Cria sim. Porque há, potencialmente, um antagonismo e rivalidade entre Chávez e Lula. Nosso governo tem feito a política econômica que faz, mantém uma política de não-intervenção nos vizinhos, comporta-se por parâmetros aceitos pelo mainstream internacional. Chávez, não. Visita Kadafi, faz jogadas de marketing, financia atividades cinzentas em países vizinhos. Não é à toa que a Venezuela, apesar de imenso investimento diplomático, não conseguiu eleger-se para o Conselho de Segurança da ONU.
Um comentário:
Creio que o que segura o Lula é o fato do povo brasileiro, apesar da mansidão, não toleraria um novo regime ditatorial.
Nem o povo, nem empresários: é ruim para os negócios.
Se dependesse do Lula: "aos amigos a amizade, aos outros o rigor da lei".
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