quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Rejeitada por Lula, Marta surge no ‘topo’ do Datafolha

Rejeitada por Lula, Marta surge no ‘topo’ do Datafolha
Folha


O Datafolha realizou sua primeira pesquisa de intenção de voto para a eleição municipal de São Paulo.

Refugada por Lula, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), hoje senadora, aparece na primeira colocação em todos os cenários.

Na média, Marta amealha vantagem de 14 pontos percentuais sobre seus antagonistas.

Preferido do ex-soberano, o ministro petê Fernando Haddad (Educação) amarga a lanterninha da sondagem. Oscila entre 1% e 2%.

Os dados recolhidos pelo Datafolha nas ruas de São Paulo ajudam a entender a relutância de José Serra em subir ao ringue paulistano.

A despeito da superexposição obtida na campanha presidencial do ano passado, Serra aparece 11 pontos percentuais atrás de Marta. Nesse cenário, a coisa ficou assim:

Marta: 29%; Serra: 18%; Celso Russomano (PP): 13%; Netinho de Paula (PCdoB): 8%; Soninha Francine (PPS): 6%...

…Paulinho da Força (PDT): 6%; Gabriel Chalita (PMDB): 3%; Luiz Flávio Borges D'Urso (PTB); 2%; Eduardo Jorge (PV): 2%.

No cenário em que o candidato do PSDB é o senador Aloysio Nunes Ferreira, Marta vai a 31%. Russomano escala a segunda colocação, com 15%.

A seguir, tecnicamente empatados em terceiro, vêm: Netinho (9%), Soninha (8%), Paulinho e Aloysio (7% cada um).

E se o candidato do PT for Haddad? Bem, nesse caso, no seu melhor cenário, o queridinho de Lula amealha 2%.

Na primeira colocação, aparecem, empatados, Serra e Russomano, cada um com 19%. Uma igualdade que, de novo, constrange o nomão do tucanato.

À frente de Haddad, aparecem Netinho (13%); Paulinho e Soninha (9% cada um); e Chalita (5%).

Na lanterna, numericamente empatados com o preferido de Lula, surgem o verde Eduardo Jorge e o advogado D'Urso, ambos com os mesmos 2% de Haddad.

Excluindo-se Marta e Serra da contenda, escala a primeira coloicação, o pepê Russomano, com 20%. Nessa hipótese, Haddad fica com 1%.

Se o candidato tucano for o deputado estadual Bruno Covas, amealha 6%. Se for o secretário de Energia José Aníbal, 4%.

Feita assim, com um ano e dois meses de antecedência, a pesquisa do Datafolha serve mais como munição partidária do que como estatística eleitoral.

Em manifestação expontânea, quase um terço do eleitorado da capital paulista declara que ainda não se fixou em nenhum candidato.

A liderança de Marta e a vice-liderança de Serra escoram-se no grau de conhecimento da dupla, o chamado “recall”.

Contra ambos pesam as altíssimas taxas de rejeição. No caso de Serra, 32% dos pesquisados disseram que não votariam nele em nenhuma hipótese.

Outros 30% disseram que jamais votariam em Marta. Afora os dois, só Netinho exibe semelhante grau de rejeição: 32%.

Nesse quesito, Haddad, por desconhecido, exibe uma taxa de rejeição negligenciável, praticamente inexistente.

De resto, as legendas talvez levem em conta na hora de definir seus candidatos o peso específico dos “padrinhos” de seus contendores.

Nada menos que 40% dos entrevistados disseram que poderiam votar num candidato apoiado por Lula.

O apoio de Dilma é levado em conta por 26% dos eleitores. O do governador tucano Geraldo Alckmin exerce influência sobre 27% dos donos dos votos.

Na hipótese de optar por azarões, PT e PSDB terão de suar a camisa para compor coligações que ampliem a vitrine da propaganda eletrônica.

A importância da quantidade de minutos de televisão cresce na medida exata da taxa de desconhecimento do peixe a ser vendido.

Não é à toa que Lula move-se para tentar empurrar para fora do tabuleiro postulantes como Chalita, Netinho e Paulinho.

Interessa ao ex-soberano arrastar para a eventual chapa encabeçada por Haddad PMDB, PCdoB, PDT e todo o etectétera que quiser associar-se ao risco.

Escrito por Josias de Souza

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