Nos comícios agora diários, além de aprenderem que demissão por abandono de emprego não vale para presidente da República, os brasileiros ficam sabendo que o Dia da Criação só deu as caras por aqui bilhões de anos mais tarde. Mais precisamente em 1º de janeiro de 2003, quando o maior governante desde o tempo das cavernas começou a cumprir a missão que a Divina Providência lhe confiou: construir um país.
Antes de Fernando Henrique Cardoso, recita o pregador, o que havia era pouco. Depois, restou o nada. Foi Lula quem fez o Brasil. Teria feito em sete dias se não existissem o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público e o IBAMA. Só por isso a mais grandiosa das obras do PAC demorou sete anos. O atraso foi compensado pelo resultado.
O Brasil do Terceiro Milênio é uma beleza, deslumbram-se os ministros de Estado e a base alugada. Até frequenta o Clube das Potências como sócio-convidado, celebram os Altos Companheiros. E o que está bom demais vai ficar ainda melhor no governo de Dilma Rousseff, berra o resto do rebanho. Com a vitória da Mãe do PAC, berra o palanqueiro compulsivo, o milagre brasileiro vai deixar boquiabertos até chineses e americanos. Sem Dilma na gerência, o país irá submergir no buraco negro de onde Lula o tirou.
Neste domingo, com 968 palavras, Fernando Henrique enterrou no jazigo das malandragens eleitoreiras a fantasia costurada durante sete anos. O artigo ensina que o Brasil existia antes de Lula e existirá depois dele, seja quem for o sucessor. Incisivo, contundente e veraz, o texto exibe o legado de um estadista onde Lula finge enxergar a herança maldita.
“Gostaria que a eleição fosse no estilo nós contra eles, pão-pão-queijo-queijo”, repete o presidente desde outubro. Quem o conhece sabe que “nós” quer dizer Lula e que “eles” é o codinome de FHC no código do Planalto. No último parágrafo do artigo, Fernando Henrique primeiro reitera uma lição elementar (”Eleições não se ganham com o retrovisor: o eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças” para em seguida apanhar a luva atirada pelo sucessor: “Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer”.
Não é difícil descobrir quem tem razão, avisou Sebastião Silveira num comentário aqui publicado. Basta promover um debate público entre os dois. Encampada pela coluna e por VEJA.com, que cuidarão de convidar os contendores, a ideia não tem contra-indicações ─ e os possíveis efeitos colaterais são todos positivos. Um foi presidente, outro logo deixará o cargo. Nenhum deles é candidato. O embate ajudará o eleitorado a escolher com mais segurança o próximo chefe de governo.
O fecho do artigo informa que FHC está pronto para o duelo. Lula vive dizendo que sonha com o debate que não pôde travar em 1994 e 1998. Duas vezes derrotado por FHC, o atual presidente não deve perder a chance de provar que o desfecho de um terceiro confronto seria diferente.
O Brasil merece conhecer a verdade. E precisa saber quem está mentindo.
Antes de Fernando Henrique Cardoso, recita o pregador, o que havia era pouco. Depois, restou o nada. Foi Lula quem fez o Brasil. Teria feito em sete dias se não existissem o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público e o IBAMA. Só por isso a mais grandiosa das obras do PAC demorou sete anos. O atraso foi compensado pelo resultado.
O Brasil do Terceiro Milênio é uma beleza, deslumbram-se os ministros de Estado e a base alugada. Até frequenta o Clube das Potências como sócio-convidado, celebram os Altos Companheiros. E o que está bom demais vai ficar ainda melhor no governo de Dilma Rousseff, berra o resto do rebanho. Com a vitória da Mãe do PAC, berra o palanqueiro compulsivo, o milagre brasileiro vai deixar boquiabertos até chineses e americanos. Sem Dilma na gerência, o país irá submergir no buraco negro de onde Lula o tirou.
Neste domingo, com 968 palavras, Fernando Henrique enterrou no jazigo das malandragens eleitoreiras a fantasia costurada durante sete anos. O artigo ensina que o Brasil existia antes de Lula e existirá depois dele, seja quem for o sucessor. Incisivo, contundente e veraz, o texto exibe o legado de um estadista onde Lula finge enxergar a herança maldita.
“Gostaria que a eleição fosse no estilo nós contra eles, pão-pão-queijo-queijo”, repete o presidente desde outubro. Quem o conhece sabe que “nós” quer dizer Lula e que “eles” é o codinome de FHC no código do Planalto. No último parágrafo do artigo, Fernando Henrique primeiro reitera uma lição elementar (”Eleições não se ganham com o retrovisor: o eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças” para em seguida apanhar a luva atirada pelo sucessor: “Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer”.
Não é difícil descobrir quem tem razão, avisou Sebastião Silveira num comentário aqui publicado. Basta promover um debate público entre os dois. Encampada pela coluna e por VEJA.com, que cuidarão de convidar os contendores, a ideia não tem contra-indicações ─ e os possíveis efeitos colaterais são todos positivos. Um foi presidente, outro logo deixará o cargo. Nenhum deles é candidato. O embate ajudará o eleitorado a escolher com mais segurança o próximo chefe de governo.
O fecho do artigo informa que FHC está pronto para o duelo. Lula vive dizendo que sonha com o debate que não pôde travar em 1994 e 1998. Duas vezes derrotado por FHC, o atual presidente não deve perder a chance de provar que o desfecho de um terceiro confronto seria diferente.
O Brasil merece conhecer a verdade. E precisa saber quem está mentindo.
Augusto Nunes
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