sábado, 31 de outubro de 2009
O Japão e o Brasil
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Ou seja os golpistas venceram
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Tratando de futebol
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Bolivianos
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Só metade das verbas para estradas foi gasta
Só metade das verbas para estradas foi gasta
Nos últimos sete anos, dos R$ 52,8 bi destinados a investimentos, foram pagos R$ 27 bi
De Gustavo Paul:
Desde 2003, o governo deixou de investir um total de R$ 25,7 bilhões em estradas federais, apesar de os recursos estarem disponíveis no orçamento do Ministério dos Transportes.
Esse valor representa 80% dos R$ 32 bilhões que a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) estima serem necessários para recuperar a malha rodoviária federal.
Os números mostram que a situação ruim da malha rodoviária — 69% das estradas são consideradas entre regular e péssimo — não pode ser creditada à falta de recursos públicos.
Ao longo dos últimos sete anos (até 30 de setembro), dos R$ 52,8 bilhões destinados a investimentos na pasta, foram efetivamente pagos R$ 27 bilhões, equivalente a 51,1% do total, segundo levantamento da ONG Contas Abertas.
No mesmo período, o orçamento de investimentos do Ministério dos Transportes mais que triplicou, passando de R$ 3,1 bilhões em 2003 para R$ 11,4 bilhões em 2009.
Em proporção ao total da economia brasileira, os investimentos também aumentaram: passaram de 0,18% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2003 para 0,38% do PIB em 2008.
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Corría el año: John Fitzgerald Kennedy, JFK
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"Os fatos não deixam de existir por serem ignorados". Aldous Huxley
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Deu bom-dia ao cavalo e caiu dele (25/10)
Diz o ditado que quem fala demais acaba dando bom-dia a cavalo. Mas como saber se a pessoa fala demais? É subjetivo. Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, fala dia sim outro também, às vezes mais de uma vez por dia. Trata-se de uma estratégia. Lula explora ao máximo sua aptidão para comunicar. Ronald Reagan fez assim nos oito anos na Casa Branca. Reelegeu-se e elegeu o sucessor. Foi o único presidente americano a conseguir a façanha no pós-guerra.
Lula fala muito também porque o governo é ele. O presidente é o principal ativo da administração. O governo é bem avaliado, e Lula é o mais prestigiado líder político-popular da História do Brasil. Mas em nenhuma área os resultados são excepcionais. Dois itens sempre centrais nas preocupações da população patinam: saúde e segurança. Depois da Copa e da Olimpíada, concorremos agora ao topo do ranking mundial nas mortes pela gripe suína (A H1N1). Já a violência urbana dispensa comentários. Os fatos recentes falam por si.
E a economia? Ela ia razoavelmente bem até o tsunami mundial das finanças e espera-se que vá bem em 2010. “Bem” pelo padrão brasileiro, pois habituamo-nos a pouco. E Lula perdeu na crise uma chance única de atacar o maior problema econômico nativo: o crédito. Mesmo num cenário de risco inflacionário zero. Depois de sete anos, continuamos na pole position do spread, e o capital financeiro reina soberano, recolhendo a parte do leão da renda nacional. A supervalorização do real tampouco foi atacada quando se devia (e se podia, sem ameça nenhuma de inflação). Como resultado, assistimos à perda de rentabilidade nas exportações. O governo tateia aqui e ali, mas os resultados são duvidosos.
Para o campo, Lula no Planalto não significou qualquer mudança no perfil da concentração da propriedade rural. Na cidade, não se ouve falar nem remotamente em reforma urbana. Tem o Minha Casa, Minha Vida, é verdade, mas ainda é uma operação de longo curso — e não se tem certeza de que vai romper com o padrão histórico de jogar os pobres cada vez mais para a periferia dos grandes centros. Na educação, alguém sabe se, depois de sete anos, as nossas crianças estão pelo menos saindo da escola pública sabendo ler e escrever? Ou a fazer contas? Você apostaria nisso?
Então, de onde Lula tira seu imenso capital? Da férrea vontade política de olhar para os pobres. Da capacidade de erguer a autoestima nacional. E da promessa de um futuro radioso, se, é claro, o país mantiver o rumo, concordar em deixar o manche nas mãos do grupo político do presidente da República. É pouco? Não, é muito. Outros tentaram acumular esse patrimônio e não conseguiram. Mas o cenário carrega um inconveniente. Lula precisa estar sempre no palco, atraindo a atenção, falando como o país encontrou, finalmente, o caminho que o transformará numa potência, como achou a estrada para acabar com a pobreza e a desigualdade, etc.
Lula é o nadador que não pode parar de nadar, o ciclista que não pode parar de pedalar, o equilibrista que corre de uma vareta a outra para não deixar o prato cair. Ele não pode se dar ao luxo de parar de falar. Daí que corra o risco permanente de dar bom-dia a cavalo. Um exemplo foi a frase confusa sobre Jesus Cristo e Judas. Eu entendo que o presidente disse o seguinte: no Brasil, não tem como o governante deixar de fazer aliança com adversários, para garantir apoio político. Mas Lula preferiu fazer uma graça. Deu um drible a mais. E caiu do cavalo.
Outro exemplo é o debate sobre as instituições que, segundo o presidente, atravancam os investimentos públicos e o desenvolvimento nacional. Lula diz que ele é superior aos antecessores porque, ao contrário deles, dá prioridade ao investimento público. Mas diz que não consegue investir o tanto que desejaria por causa dos órgãos de fiscalização. Ora, nenhum desses órgãos ou as regras que seguem foram criados no atual governo. Então, se eles atrapalham Lula, atrapalharam também quem veio antes de Lula. Então, talvez as dificuldades dos antecessores para investir não tenham decorrido de “falta de vontade política”, mas de condições objetivas que também afetam Lula.
E daí? Daí que quem fala demais acaba mesmo dando bom-dia a cavalo.
Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense
Alon Feuerwerker
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A Venezuela no Mercosul
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Banho bolivariano
Tutty vasques:
A oposição na Venezuela quer negociar o banho de 3 minutos proposto por Hugo Chávez à população como medida de economia de energia.
Articula-se a contraproposta de um único banho semanal de 15 minutos fora do horário do pico.
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Filme antigo
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Aécio
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Mas não é delas que o inferno está cheio?
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Felicidade aos argentinos e bom proveito
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JORNALISMO CHULO
Entretanto, nessa guerra pela audiência as próprias emissoras e seus profissionais se esquecem que devem um mínimo de respeito às instituições que atacam ou até mesmo a países estrangeiros, como foi o caso do apresentador do SBT, Carlos Massa, popularmente conhecido como Ratinho.
Em meio a uma crise que está deixando Lula com insonia e fazendo com que o governo brasileiro tenha muita diplomacia ao tentar resolver o impasse do presidente eleito Manuel Zelaya refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa, sem mais nem menos, Ratinho chamou Honduras irresponsavelmente de “paizinho de merda que fica ali na América central” , dando pouca importância ao fato, como se fosse um justiceiro que estava ali para dar o veredito final. O pior é que, parece, o SBT nem tomou conhecimento disso.
Será que se houvesse a obrigatoriedade do diploma e Ratinho tivesse sido obrigado a frequenter os bancos da faculdade de jornalismo, ele não teria, pelo menos, o sentido ético da notícia, sabendo que o requisito fundamental do jornalista é ser isento e simplesmente informar sem tomar partido?
Será que Ratinho teria coragem de ser tão irresponsável a ponto de desafiar a soberania de um país xingando-o de maneira chula? Não importa se Honduras é um território pequeno com populacão não muito expressiva, mas precisa ser respeitado e seus representantes diplomáticos no Brasil estariam cobertos de razão se protestassem contra os insultos gratuitos de Ratinho.
O pior é que patrocinadores de programas como este gastam fortunas para terem seus produtos ligados a imagem de pessoas como outros ratinhos que, correndo atrás dos números da audiência, não pensam duas vezes em pisar na ética e no bom senso profissional.
Ratinho, entretanto , não é o único a mostrar que o diploma jornalístico deveria ser obrigatório apenas para conter os excessos de quem desconhece os princípios da profissão. Recentemente, uma jovem cantora, contratada para ser apresentadora de um canal de TV , quando lhe perguntaram se pretendia cursar uma faculdade de jornalismo, declarou : -Eu até estou pensando nisso. Afinal se a faculdade existe é que deve servir para alguma coisa, né?”!
E aí é que eu me lembrei de uma frase recente de um conhecido diretor de TV com o qual conversavámos outro dia: “Como vocês sabem, o panorama da televisão aqui no Brasil, mudou muito, em pouco tempo".
É verdade, ele está cheio de razão.
Leila Cordeiro, Jornalista.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009
CPIs
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O Que condiciona o nosso comportamento?
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Raio-x do problema da falta de disciplina nas escolas brasileiras
Juliana Bublitz juliana.bublitz@zerohora.com.br
De coadjuvante nas salas de aula, onde durante anos foi mantida sob controle à base da palmatória, a indisciplina virou centro das atenções nas escolas brasileiras. De um lado, em função das agressões contra professores. De outro, pelos reflexos no desempenho dos alunos. Confira aqui o raio-x dos problemas trazidos pela falta de disciplina.
O problema
A cada ano, os professores brasileiros perdem, em média, 35 dias inteiros de aula tentando controlar alunos bagunceiros. A estimativa, divulgada no mês passado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é um retrato do avanço da indisciplina nas escolas das redes públicas e privadas do país.
Para a docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Roséli Maria Olabarriaga Cabistani, que palestrou no 10º Congresso da Escola Particular Gaúcha, em julho, a origem do descontrole está nas escolhas de uma sociedade baseada no consumismo.
– Antes, o professor estava em uma posição de autoridade, porque a sociedade lhe conferia isso. Mas os valores mudaram. Hoje a autoridade está nas mãos de quem tem maior poder aquisitivo – resume.
Segundo o professor de Psicologia da Educação da UFRGS Fernando Becker, as coisas começaram a sair do controle nas salas de aula brasileiras quando a educação tradicional, centrada na figura do professor, deu espaço a uma proposta mais progressista. Nesse novo cenário, muitos educadores simplesmente não conseguiram mais encontrar seu espaço, o que contribuiu para o descontrole.
Ao mesmo tempo, especialistas concordam que fatores externos à escola também influenciaram nesse processo, entre eles a a mídia, o avanço da violência e a omissão das famílias. Entre os 23 países investigados na pesquisa da OCDE, o Brasil aparece no topo da indisciplina, um problema que também vem sendo evidenciado a partir de outros estudos.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, uma pesquisa do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro) revelou que, de 440 entrevistados, 83,2% já tiveram a autoridade questionada por alunos e 12,8% relataram ter sido vítimas de agressões físicas.
A consequência
O avanço da indisciplina e do desrespeito em sala de aula não resulta apenas em dores de cabeça, traumas e contusões em professores e alunos. Também se reflete no desempenho escolar sofrível dos estudantes brasileiros.
Segundo especialistas, o mau comportamento é um agravante do cenário caótico da educação no país, que nas últimas três provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), aplicados a cada três anos pela OCDE, amargou as últimas posições.
– O problema é que a maioria dos professores leva as más atitudes dos alunos para o lado pessoal e acaba confrontando e brigando com eles na aula. Isso gera um clima de estresse muito grande e, sem dúvida, contribui para piorar o desempenho de todos – afirma a professora de Psicologia da Educação da UFRGS Tania Beatriz Iwaszko Marques.
Além de resultar em notas ruins, a indisciplina causa traumas às vezes definitivos nos educadores, muitos dos quais vítimas de agressões graves, físicas e verbais – como aconteceu com a professora Glaucia Teresinha Souza da Silva, 25 anos, que sofreu um traumatismo craniano depois de ser empurrada por uma aluna, em Porto Alegre, em março deste ano.
A situação no Rio Grande do Sul se tornou tão problemática que o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro) chegou a criar o Núcleo de Apoio ao Professor contra a Violência (Nap).
– Notamos que, com o passar do tempo, tem aumentado muito o nível de agressão dentro de sala de aula. O problema se agrava quando se aproxima o final do ano, por causa da pressão por notas e pelo cansaço. Os professores se sentem muito sozinhos para lidar com essa situação. Eles adoecem por causa da estafa a que são submetidos – diz a diretora do Sinpro e coordenadora do Nap, Cecília Farias.
As soluções
Apesar do rastro de consequências negativas, o avanço da desobediência diante do quadro negro tem solução. Especialistas apostam em uma mudança de comportamento tanto na família quanto na escola.
O primeiro passo para recuperar o respeito da gurizada em sala de aula e garantir o bom comportamento, segundo a professora da Faculdade de Educação da UFRGS Roséli Maria Olabarriaga Cabistani, é a reaproximação dos pais. Nos últimos anos, a pesquisadora lembra que eles relegaram à escola a tarefa de transmitir a civilidade – imprescindível quando o assunto é disciplina. Essa passividade, porém, precisa ficar para trás.
– É difícil culpar os pais, porque eles também estão numa posição complicada, já que precisam trabalhar para dar o melhor aos filhos. Mas é muito importante que estejam presentes pelo menos nos momentos mais importantes. Às vezes, uma palavra já faz a diferença – acredita Roséli.
Por outro lado, conforme a professora Tania Beatriz Iwaszko Marques, também é necessária uma nova postura por parte dos educadores para reverter o problema da indisciplina. A especialista afirma que de nada adianta o professor dominar o conteúdo de sua matéria, se não sabe transmiti-lo. Na mesma linha, o pesquisador Fernando Becker ressalta ainda que a formação docente precisa melhorar.
– Um professor sem preparo adequado quase que inevitavelmente vira alvo do aluno mal-intencionado. Além de saber tudo do assunto que ensina, ele deve entender que não pode entrar no jogo e bater boca com os jovens – afirma Becker.
É consenso entre os estudiosos que as aulas têm de ser mais atraentes e conectadas à realidade da garotada. O grande desafio da escola, nesse sentido, é ser desafiadora. E, mais do que isso: surpreender.
ZERO HORA
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Alguém acredita?
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Em nome do lucro fácil
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Pedro Simon quer o PMDB com candidato em 2010
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Deputados favoráveis à CPI do MST receberam doações da Cutrale
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fazenda da Cutrale ocupada neste mês por trabalhadores rurais Sem Terra em Iaras (SP), é uma área pública grilada.
Arnaldo Madeira (PSDB/SP) recebeu, em setembro de 2006, R$ 50.000,00 em doações da empresa. Carlos Henrique Focesi Sampaio, também do PSDB paulista, e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB/BA), obtiveram cada um R$ 25.000,00 para suas respectivas campanhas. Nelson Marquezelli (PTB/SP) foi beneficiado com R$ 40.000,00 no mesmo período.
Os quatro parlamentares que votaram favoravelmente à CPI integram a lista dos 55 candidatos beneficiados pela empresa em 2006.
“O episódio do laranjal entra numa situação de confronto dos ruralistas contra o governo, contra o Incra e contra o MST. É importante ter clareza de que o caso, se houvesse acontecido em outra conjuntura, não teria a mesma repercussão como teve após o anúncio da atualização dos índices de produtividade rural”, aponta João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
“Apesar de o censo do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrar que os assentamentos são produtivos, os ruralistas não querem discutir modelos agrícolas e colocam uma CPI para alterar o debate. O MST não tem nenhum problema em debater com a sociedade”, completa.
A Cutrale possui 30 fazendas em São Paulo e Minas Gerais, totalizando 53.207 hectares. Destas, seis fazendas com 8.011 hectares são classificadas pelo Incra como improdutivas. A área grilada de Iaras nem entra na conta.
Por conta do monopólio da Cutrale no comércio de suco e da imposição dos preços, agricultores que plantam laranjas foram obrigados a destruir entre 1996 a 2006 cerca de 280 mil hectares de laranjais.
A empresa já foi processada por formação de cartel e danos ambientais, e seus donos acusados por porte ilegal de armas de fogo.
Em reportagem de 2003, uma revista denunciou que a empresa Cutrale tem subsidiária nas Ilhas Cayman, como forma de aumentar seus lucros.
FONTE: MST
SITE: www.mst.org.br
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terça-feira, 27 de outubro de 2009
Período militar
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AS LARANJAS E O SHOW
É patético ver alguns senadores(as) , deputados(as) e outros tantos "ilustres" se revezarem nos microfones em defesa das laranjas da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os "sucos" da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter "vitaminas" no próximo pleito. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Monções. As laranjas, e não poderia ser planta melhor, são a tentativa de justificar o grilo da Cutrale e de outras empresas daquela região. Passar por cima das laranjas é passar por cima do grilo e da corrupção que mantém esta situação há tanto tempo.
Não é a primeira vez que ocupamos este latifúndio. Eu mesmo ajudei a fazer a primeira ocupação na região, em 1995, para denunciar o grilo e pedir ao Estado providências na arrecadação das terras para a Reforma Agrária. Passados quase 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos, mas a maioria das terras continua sob o domínio de grandes grupos econômicos. E mais, a Cutrale instalou-se lá há 4 ou 5 anos, sabendo que as terras eram griladas e, portanto, com claro interesse na regularização das terras a seu favor. Para tanto, plantou laranjas! Aliás, parece ter plantado um laranjal em parte do Congresso Nacional e nos meios de comunicação. O que não é nenhuma novidade!
Durante a nossa marcha Campinas-São Paulo, realizada em agosto, um acidente provocou a morte da companheira Maria Cícera, uma senhora que estava acampada há 9 anos lutando para ter o seu pedaço de terra e morreu sem tê-lo. Esta senhora estava acampada na região do grilo, mas nenhum dos ilustres defensores das laranjas pediu a palavra para denunciar a situação. Nenhum dos ilustres fez críticas para denunciar a inoperância do Executivo ou Judiciário, em arrecadar as terras que são da União para resolver o problema da Dona Cícera e das centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e das outras milhares de pessoas no país.
Poucos no Congresso Nacional levantam a voz para garantir que sejam aplicadas as leis da Constituição que falam da Função Social da Terra:
a) Produzir na terra;
b) Respeitar a legislação ambiental e
c) Respeitar a legislação trabalhista.
Não preciso delongas para dizer que a Constituição de 1988 não foi cumprida. E muitos falam de Estado Democrático de Direito! Para quem? Com certeza estes vêem o artigo que defende a propriedade a qualquer custo. Este Estado Democrático de Direito para alguns poucos é o Estado mantenedor da propriedade, da concentração de terras e riquezas, de repressão e criminalização para os movimentos sociais e para a maioria do povo.
Para aqueles que se sustentam na/da "pequena política", com microfones disponíveis em rede nacional, e acreditam que a história terminou, de fato, encontram nestes episódios a matéria prima para o gozo pessoal e, com isso, só explicitam a sua pobreza subjetiva. E para eles, é certo, a história terminou. Mas para a grande maioria, que acredita que a história continua, que o melhor da história sequer começou, fazem da sua luta cotidiana espaço de debate e construção de uma sociedade mais justa. Acreditam ser possível dar função social à terra e a todos os recursos produzidos pela sociedade. Lutam para termos uma agricultura que produza alimentos saudáveis em benefício dos seres humanos sem devastação ambiental. Querem e, com certeza terão, um mundo que planeje, sob outros paradigmas que não os do lucro e da mercadoria, a utilização das terras e dos recursos naturais para que as futuras gerações possam, melhor do que hoje, viver em harmonia com o meio ambiente e sem os graves problemas socias.
A grande política exige grandes homens e mulheres, não os diminutos políticos - não no sentido do porte físico - da atualidade; a grande política exige grandes projetos e uma subjetividade rica - não no sentido material - que permita planejar o futuro plantando as sementes aqui e agora. Por mais otimista que sejamos, é pouco provável visualizar que "laranjas" possam fazer isso. Aliás, é nas crises, é nos conflitos que se diferencia homens de ratos, ou, laranjas de homens.
Gilmar Mauro é integrante da coordenação nacional do MST.
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Nossos liberais
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CPI do MST
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Quem se importa?
Do bairro de Vila Isabel, outro amigo me disse: “Fora a queda do helicóptero da polícia não aconteceu nada de extraordinário”. Provoquei: E a morte do cara do Afro Reggae? “Todo dia morre gente”.
Eu estava no Rio quando foi assassinada em 22 de novembro de 2006 a socialite Ana Cristina Giannini Johannpeter.
Ela dirigia sua caminhonete blindada Mercedes-Benz, modelo ML 500, e parou diante do sinal fechado na esquina da Rua General San Martin com Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon, a cerca de 150 metros da 14ª Delegacia de Polícia. Cristina então baixou o vidro para fumar.
Dois bandidos, que passavam por ali em uma bicicleta, encostaram-se ao carro e um deles apontou para Cristina um revólver calibre 38, ameaçando-a: “Eu não quero o carro. Só as suas coisas. Eu vou atirar!"
Cristina entregou a bolsa, o celular, e ao se preparar para tirar o relógio do pulso, tirou sem querer o pé do freio. Como o carro era hidramático, movimentou-se sozinho. O bandido atirou na cabeça de Cristina.
Na companhia de amigos, fiz uma ronda por bares e restaurantes do Leblon na noite do dia seguinte. O assassinato de Cristina era o assunto na maioria deles.Mas para meu espanto, ouvi repetidas censuras ao comportamento da morta.
Como uma milionária era capaz de dirigir o próprio carro? Como não havia seguranças ao seu lado? Por que baixou o vidro para fumar? Como pôde ser tão descuidada a ponto de tirar o pé do freio?
A sociedade carioca está sedada pela violência que, no período de apenas uma semana, fez 46 mortos, vítimas da guerra entre facções rivais do tráfico e as forças da segurança.
No primeiro quadrimestre deste ano foram mortas 2.237 pessoas no Rio – 9,4% a mais que no primeiro quadrimestre de 2008.
Em agosto último, o número de mortos em confronto com a polícia foi 150% maior do que em agosto do ano passado.
O número de favelas no Rio cresceu de 750, em 2004, para 1.020 neste ano. Cerca de quinhentas são controladas pelo tráfico. A venda de cocaína rende algo como R$ 300 milhões por ano aos bandidos.
Quem sustenta o tráfico é quem tem dinheiro. E quem tem dinheiro mora no asfalto.
A violência é o pedágio que os cariocas pagam aparentemente conformados para que uma parte deles possa continuar se drogando.
O noticiário costuma informar: “A polícia invadiu o morro tal”. Como se os morros fossem territórios independentes da cidade, dotados de governos próprios que mantêm relações econômicas com outros países do continente, a exemplo da Bolívia, Paraguai e Colômbia.
E de certa forma é o que eles são. Nessas áreas de escandalosa exclusão social, a presença do Estado brasileiro é rarefeita ou inexistente.
Compete à Polícia Federal combater o narcotráfico. Quantas vezes este ano ela foi vista escalando morros?
Compete ao governo federal vigiar as fronteiras do país. É ridículo o número de policiais ocupados com a tarefa. Faltam equipamentos e gente para fiscalizar o desembarque de cargas nos portos.
Até agosto, para modernizar sua polícia, o Rio só havia recebido R$ 12 milhões dos quase R$ 100 milhões prometidos pelo governo federal.
Adiantaria ter recebido mais do que isso?
Em 2009, estão previstos investimentos de R$ 421 milhões na segurança pública do Rio. Só foram liquidados R$ 102 milhões até agora – 24,2% do total.
Em três anos de governo Sérgio Cabral, o total de investimentos em segurança está orçado em R$ 804.818,00. De fato, não mais do que 40% dessa grana já foram aplicadas.
Vez por outra, sob o impacto de algum episódio mais brutal, contingentes cada vez menores de cariocas vão às ruas pedir paz.
O poder público responde com invasões temporárias e parciais de morros, a morte de bandidos ou de meros suspeitos, a apreensão de armas e o afastamento de policiais corruptos.
Quando um capitão libera um assassino em troca de uma jaqueta e de um par de tênis é porque a instituição à qual pertence apodreceu.
O problema do Rio não é de paz – é de guerra. Não é de conciliação, mas de enfrentamento.
A situação de insurgência só se agravou com o descaso dos governos e a arraigada cultura local de simpatia ou de tolerância com a malandragem e o banditismo.
O Estado brasileiro carece de um plano consistente, amplo e ambicioso para salvar o Rio. E o que é pior: os cariocas parecem não se importar muito com isso.
Ricardo Noblat
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Legislação ambiental
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'No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas', diz Lula
'No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas', diz Lula
De Kennedy Alencar:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que até "Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão" se fosse eleito para governar o Brasil. Na primeira entrevista à Folha após dois anos, declara que "a transferência de voto não é como passe de mágica".
Diz, porém, que se empenhará em transferir o seu prestígio e o do governo para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua candidata. Nega que a eleição dela fosse equivaler a um terceiro mandato. "A Dilma no governo tem de criar a cara dela. Rei morto, rei posto."
Lula afirma ser "debate pequeno" a declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, de que faz comícios pró-Dilma em viagens pelo país.
Novamente de dieta para emagrecer, diz que apoiou a manutenção no cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por "segurança institucional". Segundo Lula, a oposição ia "fazer um inferno neste país".
Por que o sr. escolheu Dilma como candidata, cristã nova no PT que nunca disputou eleição, sem fazer discussão no partido?
Não estava em debate quem era PT mais puro-sangue, menos puro-sangue. Era questão de viabilidade política. Dilma é a mais competente gerente que o Estado já teve. A capacidade de trabalho, a competência, o passado político e o presente, isso me faz garantir que é excepcional candidata.
Esse argumento não é muito tucano? O sr. nunca havia sido gestor, virou presidente e faz um governo bem avaliado.
Não é tucano, não. Além de gestora, é extraordinário quadro político.
Ciro disse que o sr. e FHC foram tolerantes com o patrimonialismo para fazer aliança no Congresso. Ou seja, aceitaram a prática de usar bens públicos como privados.
Qualquer um que ganhar as eleições, pode ser o maior xiita deste país ou o maior direitista, não conseguirá montar o governo fora da realidade política. Entre o que se quer e o que se pode fazer tem uma diferença do tamanho do oceano Atlântico. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.
É o que explica o sr. ter reatado com Collor, apesar do jogo baixo na campanha de 1989?
Minha relação com o Collor é a de um presidente com um senador da base.
Dá aperto no peito?
Não tenho razão para carregar mágoa ou ressentimento. Quando o cidadão tem mágoa, só ele sofre. Quando se chega à Presidência, a responsabilidade nas suas costas é de tal envergadura que você não tem o direito de ser pequeno.
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O que o presidente efetivamente quer?
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O que o povo anda conversando
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De como o Brasil foi salvo
A greve se alastrou e as grandes cidades brasileiras submergiram sob uma montanha de detritos, um fétido mar pastoso de onde se projetaram as pragas, os miasmas, as pestilências e pelo menos duas entrevistas do “velho” governador e imortal das Alagoas, o malsinado ex-presidente Fernando Collor:
— Não me deixem só com tanto lixo! — bradava, revivendo o bordão dos seus tempos de presidente.
O Sindicato dos Coveiros de Alagoas inaugurou uma greve insensata, recusando-se a enterrar um marajá local. A greve fúnebre logo se espalhou pelo país, contaminou todos os cemitérios e ganhou a adesão de todos os funcionários de campos santos.
O movimento paredista dos prefeitos, revoltados contra a avareza tributária da União, deixou acéfalos os governos municipais das capitais brasileiras. A insurreição foi liderado pelo prefeito de Maceió, que já não conseguia arrecadar impostos, pois também não pagava salários há mais de três anos.
O Sindicato dos Panificadores exigiu um aumento do pãozinho de 50 gramas em até 200%, com o que não concordaram as autoridades. Com a falta de farinha de trigo, o povo ficou sem pão, até que o governador respondeu aos seus reclamos:
— Comam brioches!
Os restaurantes fecharam suas portas por absoluta falta de clientes. Os odores que se desprendiam das montanhas de lixo penetravam pelas frestas das janelas, invadiam as cozinhas, os salões, as mesas e as narinas da freguesia. Algumas lanchonetes ainda mantiveram uma porta semiaberta, mas serviam apenas alimentos líquidos, como sucos, sopas de legumes ou caldos de carnes. Fregueses e funcionários usavam máscaras contra gases, sorvendo os alimentos através de providenciais canudinhos.
Em meio ao fedor geral e à escassez crescente, aumentou a incapacidade financeira do Estado, que já havia dilapidado toda a arrecadação do ano, através de “antecipações” plurianuais de receitas — uma espécie de “irresponsabilidade fiscal” explícita, que levou à falência do Tesouro.
Ávidos por novas fontes de arrecadação, os governadores lançaram um imposto sobre a fornicação em todos os motéis.
Houve passeatas e atos públicos contra o novo tributo, organizados pela ONG “Funk-Funk-Nheco-Nheco”.
Um eminente tributarista chegou à conclusão de que o novo imposto configurava caso específico de bitributação. Se o “fato gerador” era o “pernoite”, já estaria tipificada a dupla cobrança. Se, no entanto, o fato gerador residisse nas atividades ali desenvolvidas “durante” o pernoite, então, o imposto a pagar seria discutível, dependendo da capacidade de cada um dos fregueses em prolongar suas “retenções na fonte”.
O impasse fiscal acabou por depauperar os já combalidos cofres da “Viúva”, o que levou os Estados ao último degrau do caos absoluto: uma greve de governadores.
Um a um, os chefes de executivo foram cruzando os braços. Muitos viajaram para o exterior, o que não deixava de ser uma forma de greve “branca”. Uma forma “agradável” de fazer turismo com o dinheiro do erário.
Um dia, sentindo que a arrecadação já não dava para sustentar todos os gastos e os aumentos concedidos ao Legislativo e ao Judiciário, o próprio presidente da República decidiu iniciar uma greve. Um protesto contra o que chamou de “evasão fiscal”.
Foi a partir daquele momento dramático que começou a verdadeira redenção do país.
Sem governadores e sem um presidente para atrapalhar, o Brasil começou a prosperar e a ficar mais gordinho, mais corado, vivendo com muito mais ordem e muito mais progresso.
A greve dos poderes salvou o Brasil.
Sérgio da Costa Ramos
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Pedro Bertolino fala sobre o Existencialismo Sartreano (2)
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Pedro Bertolino fala sobre o Existencialismo Sartreano (1)
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domingo, 25 de outubro de 2009
Presentes modernos
A todas o velhinho leu e atendeu, menos duas missivas terroristas, que continham pó de antraz.
O grande benfeitor trazia nas bochechas o conhecido tom “sanguíneo”, mas metade daquela cor, “carmim”, devia-se à vergonha com que se sentia obrigado a atender a tantos pedidos “aberrantes”.
Noel atravessou o Hemisfério Norte, só que no sentido Leste-Oeste, da Lapônia a Washington.
Seu trenó voador fez uma curva sobre o Pentágono, para identificação de prefixo — e teve autorização para descer nos jardins da Casa Branca.
Aquele Bonhomme, antigamente conhecido como “o bom velhinho”, não deixou de padecer de um certo constrangimento ao deixar o “presente” de Barack Obama na janela entreaberta do quarto presidencial.
Retirou do imenso saco de aniagem um objeto oval e peludo. A trilha sonora daquele momento bem que poderia ser a de Disque M para Matar, de Alfred Hitchcock, com Grace Kelly e Ray Milland.
Era a cabeça de Osama Bin Laden.
Nunca atendera antes a pedidos como aquele, mas o mundo mudara. E ele, que era um agente do Bem, tivera que se acostumar a satisfazer também os feitores do Mal. O próprio Bin Laden, antes de ser assassinado em Tora-Bora, Afeganistão, pedira-lhe por carta um souvenir igualmente macabro:
— Um pedaço das ruínas do World Trade Center...
Pensava-se que o bom velhinho fosse brasileiro. Mas não é. A Lapônia fica no Hemisfério Norte e, depois do GP Brasil de Fórmula-1, soube-se que Papai Noel é um pouco inglês. Viram o presente que ele deu ao Jenson Button? — claro, com a cumplicidade do Rubinho Barrichelo...
Quem diria: Papai Noel gosta de futebol e é torcedor da... Seleção Brasileira. Mas aceita pedidos de clubes. Uma cartinha “esportiva” chegou pedindo o Avaí na Libertadores. O bom velhinho prometeu estudar com simpatia, pois a combinação das cores azul e branca são os matizes do Céu, sua “fronteira de trabalho”, enquanto cruza o Cosmos com seu trenó de renas aladas. Além do mais, como bom demagogo, ele adora satisfazer “as massas”.
Das cartinhas que chegaram da Ilha de Santa Catarina, Papai Noel ainda tinha duas para responder.
Uma pedia o ascensão do Figueira para a Série A. Um pedido reconhecidamente impossível para este ano. Noel compra os brinquedinhos com dinheiro do próprio bolso, não é dinheiro público não. Mas milagres, o bom velhinho não faz. Para este ano, promete apenas o “possível”:
— Garanto à torcida alvinegra que o seu time não descerá aos infernos da Série C.
Já é alguma coisa, não é mesmo?
Outras cartinhas ainda surpreenderiam o velho distribuidor de regalos. Voltavam a pedir coisas “estranhas”, mas “politicamente corretas”:
— A cabeça de José Sarney e seus netinhos roedores.
— A eleição de “fichas limpas” na próxima eleição.
— Um verão de muito sol e uma seca saudável, sem, temporais — só um "regador" providencial. E nada de tornados e furacões.
— Uma viagem de volta ao mundo, tudo pago, e — milagre! — sem a utilização de dinheiro público. De carona no trenó do velhinho bondoso.
Fora esses pedidos — os esquisitos e os “comuns” — o velho Noel ainda carregava no saco um imenso rol de produtos de “linha”:
Bonecas, velocípedes, videogames, carrinhos, aviõezinhos, legos, shreks, dinos — e outros brinquedinhos, muito menos triviais do que os toscos presentes dos anos 1950. Havia até um livro eletrônico da Amazon — um “Kindle”.
Sinal de que nem tudo está perdido entre os jovens de 2009.
Sérgio da Costa Ramos
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Gregorian - Stairway To Heaven Live in Prague feat. Violet (Led Zepellin)
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sábado, 24 de outubro de 2009
GENERAL LESSA - CANAL LIVRE DA BAND - 15JUNHO2005 - 3
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GENERAL LESSA - CANAL LIVRE DA BAND - 15JUNHO2005 - 2
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GENERAL LESSA - CANAL LIVRE DA BAND - 15JUNHO2005 - 1
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JOÃO PEDRO STEDILE no Canal Livre da Band: parte 7 (última)
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JOÃO PEDRO STEDILE no Canal Livre da Band: parte 6
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JOÃO PEDRO STEDILE no Canal Livre da Band: parte 5
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JOÃO PEDRO STEDILE no Canal Livre da Band: parte 4
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JOÃO PEDRO STEDILE no Canal Livre da Band: parte 3
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O MST e a Constituição - Última parte
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O MST e a Constituição - 2ª parte
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O MST e a Constituição - 1ª parte.
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Roberto Campos fala sobre reforma agrária
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Broken Windows. As janelas quebradas
Tomei conhecimento da tal teoria por um amigo da área de segurança pública em recente discussão sobre o surto de violência que tem ocorrido em Caçador. Na opinião deste amigo, que pediu para não ter seu nome mencionado, a situação em Caçador chegou ao ponto em que atualmente se encontra devido ao descuido com as “janelas quebradas”.
Tudo teria começado com a tolerância á pequenos delitos. E não pela omissão da PM, responsável pela atuação ostensiva no combate á criminalidade. Os soldados foram apenas vítimas da constante queda no número de efetivos na corporação em Caçador. Atualmente apenas duas viaturas realizam patrulhas ás noites. Com a guarnição no plantão contando apenas com esta quantidade de soldados, torna-se impossível patrulhar a cidade e reprimir a criminalidade.
A partir de então, os soldados se vêem na contingência de priorizar determinadas regiões. E em outras, que de início não aparecem como tão problemáticas, as “janelas quebradas” vão se acumulando. E logo novos locais dominados pela criminalidade ou mesmo que somente pela insegurança vão surgindo.
A solução, na opinião deste meu amigo, seria um expressivo aumento no número de soldados no município, juntamente com uma mudança na sistemática do patrulhamento. Para ele, falta foco no operacional.
A vinda do Batalhão da PM era um antigo sonho da comunidade. O que a comunidade nunca soube, é que o Batalhão é uma conquista parcial, já que o principal ganho se dá em número de oficiais e importância burocrática. Na parte operacional, ao contrário, acabamos experimentando uma acentuada queda no número de efetivos.
É preciso que as autoridades todas, tanto políticas como policiais parem e repensem. Quem tem sofrido com este surto de violência é toda a comunidade. Medidas devem ser tomadas antes que a situação fuja definitivamente do controle.
Eduardo Bisotto
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Taxa de desemprego recua para 7,7% em setembro
Blog do Noblat
De O Globo:
O desemprego recuou em setembro, mas a qualidade do mercado de trabalho brasileiro piorou, mostra pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu de 8,1% em agosto para 7,7% em setembro, mesmo nível de um ano atrás.
A taxa é a menor desde dezembro do ano passado, quando estava em 6,8%. Já o rendimento médio real (acima da inflação) da população ocupada subiu para R$ 1.346,70, atingindo o mais alto valor para um mês de setembro desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em 2002.
No entanto, apesar do recuo da taxa de desocupação, o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, avalia que a qualidade do mercado de trabalho piorou.
Frente a agosto de 2009, há uma queda de 0,3% no número de empregos com carteira assinada. Isso representa uma redução de 29 mil postos de trabalho no mês.
Em São Paulo, os empregos com carteira caíram 1% sobre agosto e 1,1% frente a setembro de 2008 - um movimento que pode ser replicado em outras regiões.
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Várias prefeituras paralisaram em protesto ao corte no FPM
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No interior os prefeitos promoveram um comício para reclamar o corte de verbas
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Maçonaria Revelada - VI
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Maçonaria Revelada - IV
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Maçonaria Revelada - V
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Maçonaria Revelada - III
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Pesquisas
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Municípios protestam contra distribuição tributária em Santa Catarina
Em Santa Catarina, 20 municípios da microrregião da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc) paralisaram as atividades. A manifestação foi programada por prefeitos brasileiros durante uma reunião organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em 23 de setembro.
Em Florianópolis, a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) apresenta, na manhã desta desta-feira, a situação de arrecadação dos municípios. Segundo o presidente da Fecam e prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, a paralisação foi uma decisão de cada uma das associações do Estado.
— As associações tiveram autonomia para paralisar, mas o dia é de todos contestarem o bolo tributário, que precisa que uma divisão mais justa.
O principal problema apontado pelas administrações municipais é a falta de critérios na repartição das receitas pela União. Ronério conta que 60% da arrecadação vai para a União, 25% para o Estado e apenas 15% para o município.
A mobilização em Santa Catarina também busca a aprovação de um Projeto de Lei Complementar que trata da municipalização do ensino no Estado.
No Brasil, as associações querem pressionar o Congresso Nacional para que adote medidas necessárias para atender às reivindicações dos municípios. A prioridade é a aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em Saúde pela União, pelos Estados e pelos municípios. Segundo dados da CNM, sem a Emenda, apenas os municípios cumprem com a aplicação mínima no setor.
DIARIO.COM.BR
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Menos que o possível (Editorial)
Deu na Folha de S. Paulo
De Fernando Henrique Cardoso a Aécio Neves, passando por Geraldo Alckmin e José Serra, peessedebistas de estilo bastante diverso parecem convergir nessa visão, afinal bastante desencantada e pragmática, da vida pública.
Não chega a constituir surpresa o fato de que a entrevista com o presidente Lula, publicada ontem nesta Folha, tenha basicamente reproduzido muito desses mesmos hábitos de raciocínio.
Do "tucanês" fernandohenriquista ao "lulês" de hoje, ganhou-se algo, sem dúvida, em termos de imaginação para as metáforas insólitas, mas preserva-se o essencial.
No governo FHC, o tema da "modernização" do Estado brasileiro nunca representou empecilho para que se fizessem alianças com o que sempre existiu de mais arcaico e oligárquico na política brasileira. Muda o presidente, muda o partido, mas não se altera a tolerância com o patrimonialismo e com o atraso.
"Qualquer um que ganhar as eleições", disse Lula, "pode ser o maior xiita ou o maior direitista, ele não conseguirá montar o governo fora da realidade política."
Sim, sem dúvida. Ninguém diria o contrário. Exceto, naturalmente, os que estão fora do poder -foi o caso do PT durante muitos anos, e é agora o caso, com algumas ironias específicas, da oposição de PSDB e DEM.
Qualquer cidadão que tenha lembrança das antigas promessas lulistas de mudar o estilo de fazer política no Brasil haverá de considerar, todavia, que o pragmatismo do presidente vai longe demais quando refuta as acusações que pesam contra o presidente do Senado, José Sarney: trata-se de "um grande republicano", afirmou o petista.
Mas não se trata apenas de comparar o que se dizia no passado e o que se diz no presente. A maior diferença, e que se esquece com rapidez, é a que existe entre o realismo e a acomodação, o pragmatismo e a conivência.
A realidade política é o que é, repete o presidente Lula. Mas há uma diferença entre tentar mudá-la e contribuir para que continue como está. A política não é apenas "a arte do possível", como dizia Fernando Henrique Cardoso -mas a arte de ampliar esses limites.
Não haveria razão -exceto a do puro oportunismo- para considerar automaticamente utópica a atitude de uma liderança política que procurasse colocar na sua agenda a reforma eleitoral, o fortalecimento dos mecanismos de controle da sociedade sobre os gastos públicos, com maior transparência do Estado e efetiva participação dos cidadãos.
Numa tirada que se presta a todo tipo de desconstruções, Lula afirmou que mesmo Jesus Cristo teria de fazer aliança com Judas, se este contasse com os votos do eleitor.
No vale-tudo das metáforas presidenciais, seria mais adequado dizer que, diante do arcaísmo da política brasileira, Lula assume a atitude de Pôncio Pilatos: lava, simplesmente, as mãos. Coisa que adianta pouco, aliás, no atual estado das instituições republicanas.
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Memória Politica/ Hélio Jaguaribe ( 3º parte)
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Memória Politica/ Hélio Jaguaribe ( 2º parte)
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009
As maravilhas do pré-sal
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Oposição reage à proposta de dar R$ 30 milhões à UNE
Blog do Noblat
Parlamentares da oposição impediram ontem que a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovasse o pagamento de R$ 30 milhões à União Nacional de Estudantes (UNE) como compensação pela destruição da sede da entidade no Rio, incendiada em abril de 1964. O projeto é do governo.
A resistência do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) ao projeto levou estudantes da UNE a uma manifestação inusitada no Congresso. Cerca de 50 manifestantes saíram pelos corredores gritando palavras de ordem contra o parlamentar, que foi chamado de "filhote da ditadura".
O relator do projeto é o próprio presidente da Comissão de Finanças, Cláudio Vignatti (PT-SC), que queria aprovar o projeto rapidamente, e pediu inversão da pauta de votação. A proposta era o 11 item. Foi nesse momento que Aleluia interveio.
— A UNE tem uma história importante e teve grandes líderes, como José Serra (ex-presidente da UNE e aliado de Aleluia). Agora, virou um entidade remunerada. Tem a sua lealdade ao presidente Lula comprada. Os garotos são atraídos pelo dinheiro do governo. Essa UNE não tem coragem de divergir e chegou a ir às ruas para defender mensaleiros — disse Aleluia, sendo vaiado por estudantes.
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A possibilidade de nunca vir a ter
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Olhe ao lado
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O papa e o nazismo
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Lula se aliou à "escória política", diz autor do "Rei do Cheiro"
Do UOL:
Agraciado três vezes com o Prêmio Jabuti, autor de ensaios, como "Devassos no Paraíso", e romances, como "Ana em Veneza", o escritor paulista João Silvério Trevisan, 65, avalia que o presidente Lula se aliou à "escória política" do país e que políticos e intelectuais apoiadores do PT agora estão mudos, pois viraram "elite cultural". Ele revela ainda que o escândalo do mensalão, revelado pela Folha em 2005, o motivou a terminar o romance "Rei do Cheiro", lançado em agosto deste ano.
"O que me parece acontecer no Brasil atual, e eu inseri isso no meu romance, é que nós temos uma vivência de utopia às avessas. Os sinais foram trocados, e nada é o que parece. Aparentemente, a nossa democracia é maravilhosa, mas o que nós temos é o presidente que se dizia de esquerda se juntando com a escória política desse país. Quem manda no Brasil é a elite econômica que financia esses candidatos políticos, e enquanto isso, os intelectuais estão mudos. Parece que não têm mais contribuição a dar sobre um projeto de poder", disse Trevisan à nova edição da revista gratuita "A Capa", que começou a ser distribuída nesta semana, em pontos GLS.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Centro de Múltiplo-Uso na Nossa Universidade
A assinatura ontem á noite da ordem de serviço para a construção do Centro de Múltiplo-Uso da Nossa Universidade na Secretaria Regional dá noção de mais um dos motivos que levaram à esmagadora maioria da Assembléia Geral a decisão de não unificar com os demais campi da Universidade do Contestado. Um motivo prosaico, mas não por isso menos importante: a representatividade e o crescimento que a Nossa Universidade tem experimentado junto com Caçador nos últimos anos.
Um investimento oriundo do Governo do Estado na ordem de R$ 4 milhões mostra o quanto Caçador tem sido prestigiado pela atual administração estadual. Ao contrário do nosso município, o que vemos nos demais são situações que beiram da falência á total irrelevância. Mafra se arrasta a cinco anos em uma crise política municipal interminável. Prefeitos se sucedem e são cassados como se fossem peças de roupas em um mostruário de loja.
Concórdia se encontra sob intervenção judicial sob suspeitas fortíssimas de corrupção na gestão do campus. Curitibanos está em processo pré-falimentar com a chegada da UFSC. E Canoinhas encontra-se afundada em dívidas que beiram ao impagável. Não à toa, são municípios que não tem se encontrado no centro das prioridades de investimentos estaduais.
Já Caçador nunca esteve em um momento melhor. No atual governo todos os municípios da regional foram contemplados com seus acessos pavimentados. Milhões foram gastos na educação secundária em um exemplar trabalho prioritário iniciado pelo ex-Secretário Regional Valdir Cobalchini (PMDB). Que por sinal, no momento é o principal Secretário do Governo Luiz Henrique (PMDB), sendo chamado constantemente pelo governador de 1º Ministro.
Prestigiado
Quem também ganha em prestígio com a assinatura da ordem de serviço para a construção do Centro de Múltiplo-Uso da Nossa Universidade é o diretor-presidente Luís Eugênio Beltrami. Tendo sido atacado constantemente pelos pró-unificação no debate sobre a Universidade, marca seu nome na história ao assinar o documento que dará um plus ainda maior para Nossa Universidade. Está de parabéns.
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Ministro da Educação no Brasil não dura mais de um ano no cargo
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Marcadores: Educação
Oligarquia Sarney: Coronelismo e oportunismo.
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terça-feira, 20 de outubro de 2009
AI-5: afinal, o que foi e quem o apoiou?
Afinal, se para derrubar o presidente João Goulart havia unidade entre os militares golpistas, não havia consenso entre eles sobre o que fazer depois de afastado “o perigo de uma república sindicalista”.
Uns, como Castello Branco, queriam a volta a um regime civil em prazo não muito longo. Seu objetivo era, retirando os militares da linha de frente, marchar para uma democracia restritiva, com “salvaguardas” que impedissem avanços no caminho de reformas democráticas e sociais mais de fundo.
Outros, da autodenominada “linha dura”, desejavam estender no tempo o regime recém-implantado e aprofundar seu caráter ditatorial e suas características mais brutais.
A edição do AI-5 coroou a vitória da extrema-direita nessa disputa. Quase tão pueril quanto culpar o inexpressivo discurso de Márcio Moreira Alves na Câmara pelo endurecimento do regime seria responsabilizar a resistência estudantil ou as incipientes ações de grupos armados que começavam a se organizar para combater a ditadura. O fechamento teve sua origem dentro do próprio regime.
Culpar os que resistiram à ditadura pelo advento do AI-5 e dos anos de chumbo equivale a responsabilizar os maquis pelas atrocidades das tropas nazistas na França ocupada.
Dito isto, dois aspectos relacionados com a ditadura e o AI-5, em particular, devem ser lembrados.
Primeiro: hoje, quando a questão da tortura volta à cena, por conta do debate acerca da impunidade ou não dos torturadores, é preciso destacar a relação direta do AI-5 com a institucionalização da tortura na ditadura. Ao proibir a concessão de habeas-corpus para presos políticos, o regime deu carta branca aos carrascos. Uma vez presa, a pessoa podia ficar incomunicável pelo tempo e nas condições em que o aparelho repressivo determinasse.
Em muitos casos – e nem vamos falar aqui dos “desaparecidos” políticos - as prisões sequer eram legalizadas imediatamente. Dou meu próprio exemplo: fui preso em 21 de abril de 1970. Mas durante 20 dias permaneci no limbo; a oficialização da prisão deu-se apenas em 11 de maio. E, depois, continuei incomunicável e sujeito a todo tipo de violência no DOI-Codi. Mas aí, pelo menos, já existia oficialmente como preso.
Por isso, nunca é demais repetir: a transformação da tortura em política de Estado só foi possível com o AI-5.
A segunda questão a ser destacada é que a implantação da ditadura e, posteriormente, a edição do AI-5 não foram obra exclusiva dos militares. Que ninguém se iluda: a ditadura militar teve apoio em parcelas da sociedade civil.
Aliás, não é difícil ver que não poderia ser de outro modo. Pela sua dimensão e complexidade, uma sociedade como a brasileira não viveria 21 anos sob uma ditadura se esta não tivesse um mínimo de sustentação fora dos quartéis.
O apoio ao golpe, à ditadura e ao AI-5 na sociedade civil foi majoritário? Certamente não. Mas existiu.
É importante ressaltar este fato, porque, da forma como a história às vezes é contada, parece que os militares eram como marcianos, ditando regras a um país que, todo ele, aspirava voltar à democracia. Não foi bem assim.
O grande capital, tanto nacional como estrangeiro, o latifúndio e segmentos das camadas médias (estes últimos, é verdade, de forma mais oscilante) tiveram expressivos ganhos materiais e apoiaram decisivamente a ditadura.
Recentes reportagens publicadas na grande imprensa desvendando apoios civis a atos dos militares são positivas – afinal, sempre é bom um país se reencontrar com a verdadeira história. Nelas vê-se que, até mesmo entidades respeitadas por sua tradição democrática – como OAB e ABI – fraquejaram em certos momentos e estenderam a mão aos ditadores.
Mas se é bom destapar este baú, está faltando algo: esclarecer também o papel da grande imprensa. Em sua maior parte, ela apoiou o golpe de 64 e, depois, o AI-5. Aliás, no caso deste último, o velho JB foi uma honrosa exceção, com uma primeira página histórica, editada por Alberto Dines, no dia seguinte ao AI-5. Ela lembrava que a véspera tinha sido o Dia dos Cegos e apresentava a previsão meteorológica: “tempo negro” e “temperatura sufocante”.
Mas – é preciso que se diga - na grande imprensa tal comportamento foi exceção. Por isso, lembrar os editoriais dos maiores jornais do país em 14 de dezembro de 1968, o dia seguinte ao AI-5, certamente contribuiria também para a memória nacional.
Cid Benjamin é jornalista
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009
O maior dos presidentes está pronto para virar Pedro III
No primeiro dia da Grande Viagem pelo São Francisco, o país ficou sabendo que o maior dos presidentes é também muito melhor que os dois imperadores. D. Pedro I foi ultrapassado em 6 de setembro, quando Lula, de uma vez só, anunciou o Descobrimento do Pré-Sal e proclamou a Segunda Independência. D. Pedro II capitulou nesta semana, na cidade mineira de Buritizeiros, durante o improviso do chefe da nação e chefe da caravana de pais-da-pátria convocada para conferir, olho no olho, a transposição das águas do rio.
“Nós nos damos até o luxo de fazer uma obra que dom Predo queria fazer há 200 anos atrás”, informou. A inversão das letras no nome ilustre reitera que o orador precisa contratar urgentemente um revisor oral instantâneo. O recuo no tempo avisa que alguém tem de enfiar noções de História na cabeça do presidente que nunca estudou: em 1809, quem reinava no Brasil era o pai do primeiro imperador e avô do segundo. A omissão do I ou do II acompanhando o Pedro mencionado no discurso sugere que Lula, embora desconfie de que o Pedro da transposição foi aquele de barbas brancas, acha que alguém resolveu embaralhar ainda mais a memória do Brasil com a troca dos algarismos romanos. Desde que viu os retratos dos dois, não acredita que o moço com cara de quem está pensando na mucama seja o pai do outro com cara de avô.
Não importa: Lula fez em menos de sete anos o que não fizeram, juntos, todos os Orleans e Bragança. “Quase 200 anos depois”, continuou a fala do trono, já de volta aos inimigos da República, “essa obra não conseguiu andar para a frente, porque nós tivemos muitos governantes de duas caras, que prometiam fazer a obra em um Estado e não faziam”. Se fosse só a transposição do São Francisco, Lula nem perderia tempo com a multidão de bifrontes. Mas tem todo o direito de queixar-se da trabalheira o presidente que, como os antecessores nada fizeram, também teve de acabar com a fome, erradicar o analfabetismo e fabricar em poucos meses um sistema de saúde que está perto da perfeição. Sem falar do tsunami reduzido a marolinha. Fora o resto.
“A água é criada pela natureza, o rio é federal, é o rio da integração nacional”, concluiu o rei do improviso, que apareceu na escala seguinte já encarnando o déspota não esclarecido. Ao longo de 3 dias, levou Dilma Rousseff para não pescar nenhum peixe, autorizou o povo do Nordeste a comer cobras, calangos e passarinhos, ordenou a José Serra que fique esperto e se limite a governar São Paulo, dormiu em aposentos de barão sertanejo, comparou a ONU a uma fruta caindo do galho, foi o primeiro a acordar e o último a dormir, cantou muito, conversou muito, comeu muito e bebeu socialmente. Tremenda viagem. Melhor que isso, só uma eleição presidencial com dois candidatos: “Só nós contra eles, pão, pão, queijo, queijo”, vislumbrou o olhar de comício.
Quem poderá resistir a uma candidata escolhida por quem fez a transposição que vai acabar com a sede e a seca no sertão? É verdade que o que foi investido na revitalização do rio representa apenas 3,88% do total. É verdade que o conjunto da obra mal chegou a 15%, que o dinheiro chega sempre com atraso, que a coisa vai demorar. Mas só os famosos 6% de descontentes encontram tempo para lembrar-se disso bem na semana em que o maior dos presidentes ficou pronto para virar Pedro III.
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Ciro Gomes vai ou não vai ?
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domingo, 18 de outubro de 2009
Juram que chegarão unidos
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sábado, 17 de outubro de 2009
Itália e Espanha protestam contra leis de imigração
Duas grandes manifestações, na Itália e na Espanha, protestam contra o endurecimento das leis de imigração nesses dois países.
Em Roma, os manifestantes eram na maior parte imigrantes africanos e esquerdistas. A marcha também teve o apoio da Igreja Católica.
O protesto foi contra uma lei do governo direitista de Silvio Berlusconi que transformou a imigração ilegal em crime.
Alguns cartazes diziam "Imigração não é crime!" e "Abaixo o racismo!". O secretário-geral da maior central sindical italiana, Guglielmo Epifani, rejeitou o fim do direito de asilo.
Em Madri, dezenas de milhares de manifestantes foram convocados por 70 organizações liberais e de esquerda para repudiar o projeto de reforma da lei de imigração em debate no Parlamento espanhol.
Eles se concentraram no bairro de Atocha para dizer que nenhum ser humano é ilegal e que é preciso derrubar os muros e construir pontes entre os povos.
A manifestação repudia as propostas de prender imigrantes ilegais por até dois meses, limitar o direito de reunião das famílias de imigrantes e a existência de centros de detenção.
Nelson Franco Jobim
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Maioria dos senadores tentará a reeleição
Renata Camargo – Congresso em Foco
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009
A síndrome do manual
No entanto, como em tudo o mais, foi a prática anterior que forjou aquela consciência. E será a prática da luta que comprovará se a influência consciente foi eficaz e contribuiu para a vitória. Ou se, ao contrário, não teve efeito, ou contribuiu para a derrota. Não é por acaso que alguns marxistas consideram a prática como o critério para definir a verdade, e sintetizam o método marxista como a análise concreta de uma situação concreta.
Em outras palavras, nenhum manual pode dar conta de todas as situações que a realidade oferece. No fundo, a dificuldade de uma parte da esquerda brasileira, diante da atual realidade e atitude das massas populares, consiste justamente no fato de que a situação política de nosso país, assim como de vários outros países do mundo, inclusive da América Latina, não consta de qualquer manual.
Vale a pena lembrar que, como uma das formas de resolver a questão agrária, Marx chegou a sugerir que os latifundiários fossem indenizados. O que, para alguns pensadores de esquerda, deve parecer uma espécie de traição. E que Engels, por sua vez, levantou a hipótese de que os social-democratas (quando os social-democratas eram revolucionários) poderiam chegar ao governo por via eleitoral, o que agora está se configurando como realidade.
Essas sugestões dos fundadores do materialismo histórico são, em geral, desconhecidas. E a possibilidade de sua concretização jamais fez parte de qualquer dos posteriores manuais doutrinários da esquerda. Assim, é natural que um sem-número de líderes e militantes populares estejam incomodados com a situação, inusitada, de partidos populares, partidos socialistas e partidos comunistas estarem vencendo eleições para governos. Isto, num continente que se notabilizou, até os anos 1980, algumas vezes, inclusive, com apoio social, por políticas ferozmente anti-populares, anti-socialistas e anticomunistas.
Também é natural que esses líderes e militantes, numa espécie de ação de autodefesa, abjurem tudo que cheire a espontaneísmo, mesmo que seja a espontaneidade de grandes massas populares. Ou que chancelem como traição tudo que se assemelhe à administração do capitalismo realmente existente, ou qualquer aliança com setores burgueses.
Um dos problemas reside em que, ao fazerem isso, quase sempre descambam para o voluntarismo, mesmo que apenas verbal. Ou, o que é pior, sob o argumento de que uma parte da esquerda traiu seus ideais, resvalem para posições conservadoras ou reacionárias, tomando-as como "mais progressistas". Exemplo evidente disso são as alianças políticas, especialmente nos parlamentos, entre setores da ultra-esquerda e o tucanato, sob o argumento de que o governo Lula é neoliberal e castrador da iniciativa popular.
Isso é o que se pode chamar de síndrome do manual. Com ela, esses setores abandonam qualquer possibilidade de elaborar políticas que respondam à realidade concreta com que nos defrontamos. E, como resultado, corremos o risco de vê-los apoiando o "progressista" Serra contra o candidato do PT e de Lula, nas eleições de 2010.
Wladimir Pomar é analista político e escritor.
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
Um Nobel da Paz
Antes de Obama, outros Presidentes tinham recebido o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Theodore Roosevelt, um homem particularmente belicoso, foi o fundador do Império; Woodrow Wilson, a influência decisiva no Tratado de Versailles, preparou o advento de Hitler e da II Guerra Mundial; e Carter, coitado, foi uma irrelevância.
Vem agora Obama, que junta o incurável "idealismo" da política externa americana à retórica populista e, sentimental, que Tony Blair inaugurou e que, infelizmente, se tornou a linguagem do tempo. A "obamania" é um triste sinal de que o Ocidente perdeu qualquer espécie de faculdade crítica.
A palavra e o gesto bastam para lhe esconder o que se passa no mundo. Como se uma grande potência pudesse de repente mudar com uma criatura simpática e uma pequena dose de persuasão e boa vontade.
Para começar alguns factos: Guantánamo não fechou; a prática de sequestrar putativos terroristas (eufemisticamente denominada"extraordinary rendition") em países "terceiros" não acabou; e não acabou também a prática de prender suspeitos de terrorismo, dentro e fora da América, e de os tratar como "no campo de batalha".
Pior ainda, Obama não quis condenar, nem investigar os crimes de Bush, nomeadamente a tortura; só prometeu, nos casos mais benignos, tribunais militares (regidos, como é evidente, por lei especial) e sobretudo não limitou ou diminuiu a secrecidade e o arbítrio do Estado segurança. Isto quanto aos celebrados direitos do homem e à convivência amigável entre a América e o islão, em que ele proclama acreditar.
No Iraque, Obama continuou, com pouco sucesso, a estratégia de Bush e adiou a "retirada" para 2012, ou seja, indeterminadamente. Em contrapartida, depois de consentir na eleição falsificada de Karzai, resolveu reforçar as tropas do Afeganistão (20.000 homens até Março e talvez mais 40.000 até ao fim do ano) e, principalmente, alargar a guerra ao Paquistão.
O AFPAK, como já lhe chamam para abreviar, é um Vietname multiplicado por mil, uma aventura sem sentido e sem fim, que ameaça envolver a Índia e, muito provavelmente, a China (neste momento, os taliban ocupam uma parte considerável do território do Paquistão, publicamente protegidos pelo Exército como "reserva" contra a Índia). E no Médio Oriente, Obama não avançou um milímetro e parece mesmo que há o sério risco de uma nova Intifada.
Para um prémio Nobel da Paz não é nada mau.
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Documentário-X
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CPI para investigar o MST
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A "marvada" mais cara
Só não contavam com a ambiguidade de um mercado em que o mesmo produto pode ter dois destinos. Não é só o seu automóvel, leitor, que é flex. O mercado também é.
Assim, o álcool que seria endereçado à bomba do posto da esquina pode muito bem ter emigrado para o açucareiro da mesa vitoriana, de tampo Tudor, onde um dia tomaram chá o presidente Lula e a Rainha Elizabeth II.
O capital sempre perseguiu o lucro sem qualquer escrúpulo e, assim, a cotação do açúcar já está azedando a vida dos proprietários de carros a álcool. Ou alguém imaginava que a esganada classe dos usineiros haveria de honrar o abastecimento da frota brasileira, desprezando os preços convidativos do açúcar?
A cruel combinação que junta a fabricação de mais veículos bi-combustíveis a uma maior demanda por açúcar nos mercados externos, pode resultar numa perigosa ressaca eleitoral: o custo dessa aventura acaba de chegar ao balcão da marvada, a pinguinha tão apreciada pela turma das classes C e D, de preponderante papel nas próximas eleições.
Pesquisadores da Fipe descobriram que nos últimos 12 meses a caninha subiu 14% nos supermercados, taxa bem acima da inflação média de 4,5%. Só no mês passado o preço da pinga subiu 1%, contra uma deflação de 0,03% registrada em nada menos que 520 produtos pesquisados pela Fundação Econômica.
Ah se o presidente Lula fica sabendo disso! Que a caninha vai acabar mais cara do que os finos uísques admirados na adega do Duque de Edimburgo. E que o mau humor produzido pelo aumento poderá alterar o ânimo do bebedor de rabo de galo ali do Bar do Goiano…
O presidente já vetou a taxação da poupança — instrumento do Banco Central para desestimular a migração dos fundos de renda fixa. Agora, o companheiro está de olho vivo no preço do açúcar, do álcool e da caninha.
Querem desestabilizar a decolagem de dona Dilma no aerolula eleitoral. Não será tudo um solerte plano do PFL para dar um caldo no prestígio do companheiro, depois do seu carisma haver conquistado a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016?
Se todas as bebidas seguissem o aumento da pinga, por conta da ambivalência do álcool, todos os botequins do planeta acabariam pedindo falência...
E botequim é patrimônio nada desprezível na economia pátria, como já admitia em 1796 o navegador russo Lisianky, comandante do Neva, um “especialista” em vodkas e outros xaropes etílicos. O lobo do mar registrou que a Vila do Desterro possuía 666 casas. Destas, 18 eram lojas de variado comércio. Mas nada menos que 44 eram botequins!
Movidos a pinga, é claro. Eram tascas. Direi até, com o perdão do cacófato, “toscas tascas”. Onde se fiavam todas as conversas e, quase sempre, a conta.
Agora, dois séculos e treze anos depois, esta ameaça. A pinguinha aumentando 14%, só porque os usineiros querem transformar combustível em açúcar.
Não seria o caso do companheiro Lula representar ao TSE, denunciando esse terrorismo eleitoral?
Sérgio da Costa Ramos
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009
A grande chance de Lula
Carlos Tautz-
Vencedor, Lula já mostrou que é – mesmo antes de ter liderado a campanha pelas Olimpíadas no Rio em 2016.
Em 2003, demonstrou ser ambicioso, ao propor a exportação para o restante do planeta do seu Fome Zero.
Mas, se realmente tiver visão histórica e 500 mil réis de coragem, Lula decide que o Brasil assumirá metas grandiosas de redução de gases causadores do efeito estufa (GEE) e demandará que os Estados Unidos, a Europa e a China também o façam.
Uma ação deste tipo por parte do Brasil é uma das poucas ações capazes de levar o mundo a reduzir suas emissões. É a grande chance do planeta – e de Lula também.
Essa equação, porém, esbarra em dois limites: 1 – Lula não dá a menor bola para a questão ambiental; e 2 – Ele concorda com o modelo econômico de exploração intensiva de recursos naturais vigente no Brasil.
É este modelo, consolidado em grandes projetos vinculados às demandas do mercado externo, que induzem o desmatamento e as queimadas, fonte da ampla maioria dos GEE totais que fazem do Brasil um dos maiores emissores da atualidade.
Apesar de seus limites individuais, Lula tem um senso afinado de oportunidade.
Se por mais não for, apenas esse tirocínio já deveria levá-lo a se interessar pela questão climática.
Até porque, nas pré-negociações da CoP15, que agora ocorrem em Bangkok, na Tailândia, os Estados Unidos, central nesse problema por ser o maior emissor, voltaram a criar dificuldades para avançar no Protocolo de Kyoto 2 (Kyoto 1 vence em 2012).
Os diplomatas brasileiros têm a obrigação de dizer com todas as letras ao mandatário brasileiro que aí está a oportunidade de projetar o Brasil em nível global.
Se ainda não alertaram o presidente, devem fazê-lo correndo, porque estamos a pouco tempo da CoP15, a conferência dos países signatários da Convenção do Clima, que ocorre de 7 a 18 de dezembro em Copenhague, Dinamarca.
É de lá que sairá o novo regime de emissões que irá vigorar a partir de 2012.
Pelo fato de ser grande emissor (como EUA e China), mas não ter atualmente obrigação de reduzir suas emissões (é considerado um país ainda em desenvolvimento, como China e Índia), o Brasil transita com facilidade entre o grupo dos grades emissores ricos e dos grandes emissores pobres.
Além disso, a burocracia do Itamaraty conseguiu alguns dos postos centrais das negociações da CoP15 e tem capacidade inclusive de colocar em pauta temas polêmicos.
Por todas essas características, o Brasil é um ator principal na trama do clima.
De grandes empresários a ambientalistas, todos vêm dizendo isso ao governo e solicitando que o Brasil se entregue de corpo e alma às negociações de Copenhague, porque lá podem se definir medidas que levarão ou n ão o planeta a aquecer nas próximas décadas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, estimam que precisamos reduzir em 40% as emissões totais nos próximos anos, ao nível de 1990, para que o aumento médio da temperatura do planeta não ultrapasse os 2oC.
Mas, poucos países têm concordado com essas metas.
A Noruega, grande produtor de petróleo, exemplo para o Brasil no marco institucional do pré-sal, concorda com os 40%.
A União Européia empacou nos 20% e os EUA em Bangkok voltaram a ser intransigentes e não falam mais em metas.
Lula não se pauta na questão do clima pela xadrez internacional. O que define sua postura autista em relação a esse problema são as relações internas que o Estado brasileiro mantém com os maiores agentes indutores do desmatamento.
Foi sob seu governo que o BNDES resolveu ser sócio dos megafrigoríficos Friboi, Marfrig e Bertin, que estão entre os maiores indutores do desmatamento por comprarem gado criado irregularmente em terra desmatada.
A chave para a cobrança está aí. O presidente somente será constrangido a assumir o protagonismo do clima em nível internacional se houver o rebatimento interno.
Carlos Tautz é jornalista
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