quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Dá para avançar no segundo turno

As esquerdas obtiveram uma pequena vitória política e amargaram uma grande derrota eleitoral neste primeiro turno das eleições. Mas a batalha ainda não terminou e, por isso, ainda há tempo para minimizar a derrota e maximizar a vitória.
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Vitória foi a campanha da combativa senadora Heloísa Helena e o expressivo resultado eleitoral que conseguiu, e vitória foi também o PSOL ter conseguido montar campanhas eleitorais em todo o Brasil, pois isto impediu que as teses socialistas e as demandas populares saíssem completamente da agenda política do país.
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Derrota é o fato objetivo de que o número de parlamentares de esquerda reduziu-se bastante, e de que nenhum dos partidos socialistas tenha conseguido superar a cláusula de barreira. As derrotas só poderão ser revertidas daqui a quatro anos. Mas a pequena vitória pode ser ampliada.
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Ao contrário do que se previa, Lula não venceu no primeiro turno. Sua vitória no segundo turno depende dos votos dados aos candidatos derrotados. Isto gera espaço para prolongar, por mais trinta dias, o esforço de politização do debate eleitoral, prejudicado pelo exíguo tempo que os partidos de esquerda dispunham no horário eleitoral. Se esse espaço for bem aproveitado, será possível elevar os debates televisivos entre Lula e Alckmin acima do fétido terreno das acusações recíprocas sobre mensalões e sanguessugas e das promessas vazias. Eventualmente, um debate sobre uma plataforma mínima poderia até fornecer alguns instrumentos de defesa da classe trabalhadora e da economia nacional contra os ataques que já estão agendados pela direita interna e internacional.
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Se as esquerdas tiverem a capacidade de articular com as organizações combativas da sociedade civil a apresentação de uma plataforma mínima de reivindicações populares aos dois candidatos, de modo a impedi-los de escapar dessas questões concretas nos debates televisivos, o eleitorado inteiro terá oportunidade de ficar sabendo o que não conseguiram saber no primeiro turno: quais as diferenças substantivas entre eles. Este será um ganho político real. Justificará as duas opções hoje abertas para o eleitor consciente: votar no mal menor, desde que ele fique absolutamente provado, ou anular o voto, se se comprovar, ao vivo na televisão, que não existe diferença real entre as políticas dos dois candidatos.

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