Sarney, o último representante da ditadura
Chico Bruno
A decisão judicial que amordaçou o jornal O Estado de S.Paulo de publicar reportagens sobre a investigação da Polícia Federal contra Fernando Sarney é novidade para o país, mas não é para o Amapá, onde na campanha reeleitoral de Sarney em 2006 o lobo travestido em pele de cordeiro conseguiu calar perto de uma dezena de jornalistas e veículos de comunicação.
O país está conhecendo agora a verdadeira face de Sarney. Face que já conhecíamos há muito tempo.
Agora o país se curva à realidade vivida no Amapá.
- O homem da transição democrática agora comete um ato da ditadura. Ele perdeu seu último argumento. Isso é terrível. O presidente Sarney tem de renunciar, disse Pedro Simon (PMDB/RS).
Que me desculpe Simon. Mas, é por causa dessa suposta afirmação de que Sarney foi “o homem da transição democrática” que ele fez e aconteceu, misturando em tempos de democracia o público e o privado, coisa que ele não teve a coragem de fazer durante o regime autoritário, do qual ele é o último representante.
Como fez no Amapá em 2006, Sarney usou um camarada implantado na Corte Judiciária para amordaçar o jornal paulista.
Teria sido bom para a democracia, se o senador petista Eduardo Suplicy (SP), tivesse se solidarizado em 2006 com os censurados da época. Talvez se ele tivesse dito naquela época o que diz hoje as coisas não tivessem chegado aonde chegaram.
- A Constituição assegura a liberdade de imprensa, sobretudo àqueles diálogos gravados com autorização judicial. É um direito de a população ser informada pela imprensa sobre diálogos que ferem a ética.
Como os companheiros jornalistas censurados em 2006 por Sarney gostariam de ter ouvido o que estão dizendo agora uma penca de políticos.
Não é de hoje que Sarney lança mão de expedientes promíscuos utilizando os serviços de afilhados do Judiciário e de servidores públicos beneficiados por ele. Sempre misturando o público com o privado.
Foi assim que ele cassou os mandatos do senador João Capiberibe e do governador Jackson Lago.
Aliás, os dois devem estar saboreando as agruras de Sarney. Devem estar convencidos que os ditos populares “quem com ferro ferre com ferro será ferido” e “ri por último quem ri melhor” são expressões que não podem ser desprezadas.
Com certeza a censura imposta ao Estadão deve ser revertida, principalmente pela relação de proximidade entre o desembargador e Sarney, um acinte a democracia brasileira estampado no flagrante de uma festa de casamento.
Infelizmente, os jornalistas do Amapá condenados ao pagamento de multas astronômicas por decisões judiciais duvidosas não terão revertidas às sentenças.
A última chance dos jornalistas do Amapá foi engavetada nos tribunais federais por uma chicana jurídica.
É a velha história. O que acontece nos confins do país não tem a mesma visibilidade do que ocorre nos grandes centros nacionais. Até nisso esse país é desigual.
Chico Bruno
A decisão judicial que amordaçou o jornal O Estado de S.Paulo de publicar reportagens sobre a investigação da Polícia Federal contra Fernando Sarney é novidade para o país, mas não é para o Amapá, onde na campanha reeleitoral de Sarney em 2006 o lobo travestido em pele de cordeiro conseguiu calar perto de uma dezena de jornalistas e veículos de comunicação.
O país está conhecendo agora a verdadeira face de Sarney. Face que já conhecíamos há muito tempo.
Agora o país se curva à realidade vivida no Amapá.
- O homem da transição democrática agora comete um ato da ditadura. Ele perdeu seu último argumento. Isso é terrível. O presidente Sarney tem de renunciar, disse Pedro Simon (PMDB/RS).
Que me desculpe Simon. Mas, é por causa dessa suposta afirmação de que Sarney foi “o homem da transição democrática” que ele fez e aconteceu, misturando em tempos de democracia o público e o privado, coisa que ele não teve a coragem de fazer durante o regime autoritário, do qual ele é o último representante.
Como fez no Amapá em 2006, Sarney usou um camarada implantado na Corte Judiciária para amordaçar o jornal paulista.
Teria sido bom para a democracia, se o senador petista Eduardo Suplicy (SP), tivesse se solidarizado em 2006 com os censurados da época. Talvez se ele tivesse dito naquela época o que diz hoje as coisas não tivessem chegado aonde chegaram.
- A Constituição assegura a liberdade de imprensa, sobretudo àqueles diálogos gravados com autorização judicial. É um direito de a população ser informada pela imprensa sobre diálogos que ferem a ética.
Como os companheiros jornalistas censurados em 2006 por Sarney gostariam de ter ouvido o que estão dizendo agora uma penca de políticos.
Não é de hoje que Sarney lança mão de expedientes promíscuos utilizando os serviços de afilhados do Judiciário e de servidores públicos beneficiados por ele. Sempre misturando o público com o privado.
Foi assim que ele cassou os mandatos do senador João Capiberibe e do governador Jackson Lago.
Aliás, os dois devem estar saboreando as agruras de Sarney. Devem estar convencidos que os ditos populares “quem com ferro ferre com ferro será ferido” e “ri por último quem ri melhor” são expressões que não podem ser desprezadas.
Com certeza a censura imposta ao Estadão deve ser revertida, principalmente pela relação de proximidade entre o desembargador e Sarney, um acinte a democracia brasileira estampado no flagrante de uma festa de casamento.
Infelizmente, os jornalistas do Amapá condenados ao pagamento de multas astronômicas por decisões judiciais duvidosas não terão revertidas às sentenças.
A última chance dos jornalistas do Amapá foi engavetada nos tribunais federais por uma chicana jurídica.
É a velha história. O que acontece nos confins do país não tem a mesma visibilidade do que ocorre nos grandes centros nacionais. Até nisso esse país é desigual.
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