domingo, 12 de abril de 2009

Inadimplência do consumidor cresce 22,6% em março

Inadimplência do consumidor cresce 22,6% em março
Segundo levantamento da Serasa, dívidas com bancos lideram ranking de representatividade, com 43,4% do total

Carolina Ruhman, da Agência Estado
SÃO PAULO - A inadimplência dos consumidores cresceu 22,6% em março em relação a fevereiro, segundo pesquisa da Serasa Experian. De acordo com o levantamento, o indicador de inadimplência da pessoa física, baseado no critério do credor pesquisado, teve alta de 16,6% em março ante o mesmo mês de 2008, e de 11,4% no acumulado do ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2008.

As dívidas com os bancos lideraram o ranking de representatividade da inadimplência dos consumidores no primeiro trimestre, com 43,4% do total. No mesmo período do ano passado, a participação das dívidas com bancos foi de 42,9%. Em seguida, ficaram as dívidas com cartões de crédito e financeiras, com 37,1% do total no acumulado de janeiro a março, ante 31,4% no primeiro trimestre de 2008.

Em terceiro lugar, ficaram os cheques sem fundo, com 17,6% do total no primeiro trimestre de 2009, contra 23,4% no mesmo período de 2008. Por fim, os títulos protestados representaram 1,9% do total da inadimplência dos consumidores, com 1,9% de participação no primeiro trimestre, ante 2,3% no primeiro trimestre do ano passado.

Segundo a Serasa Experian, o valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras foi de R$ 386,86 no período de janeiro a março, o que representa um recuo de 13,3% na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Já o valor médio das dívidas com bancos foi de R$ 1.357,47 no primeiro trimestre do ano, uma queda de 1,5% na mesma base de comparação.

Por outro lado, o valor médio dos títulos protestados aumentou 11,9% no primeiro trimestre de 2009 ante o mesmo trimestre do ano passado para R$ 1.036,23. Da mesma forma, o valor médio dos cheques sem fundo cresceu 31,2% na mesma base de comparação para R$ 828,70 nos três primeiros meses de 2009.

Os técnicos da Serasa Experian atribuíram o avanço da inadimplência da pessoa física à redução do nível de atividade econômica e ao desemprego localizado em alguns setores. Segundo o levantamento, as comparações com os períodos equivalentes do ano passado - quando a economia estava a pleno vapor - tornaram os resultados mais significativos.

Já a alta na comparação entre março e fevereiro foi explicada parcialmente pelos técnicos da Serasa Experian a um efeito calendário, já que fevereiro teve um número de dias úteis inferior a março. "De qualquer forma, os primeiros três meses do ano são mais críticos para as finanças pessoais, agora agravadas com a crise. O patamar atual da inadimplência deve ser monitorado, pois inadimplência em alta é sinônimo de juros mais altos", afirmaram.

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