Entre parentes e fantasmas
Funcionários da Casa recebem seus salários, mas dificilmente são vistos pelos colegas nos gabinetes. Sempre estão em “serviço externo”
De Izabelle Torres e Ugo Braga:
Há fantasmas a assustar o erário na cúpula da Câmara. Mais precisamente na sala onde funciona a liderança do PTB, a menos de 100 passos do plenário da Casa, e na Quarta-Secretaria, onde o também petebista Nelson Marquezelli (SP) administra a carteira de imóveis da Casa. Ao contrário dos filmes de terror, porém, esses fantasmas são de carne e osso. Recebem salários gordos e vivem por aí da mesma forma que todos os vivos. Só não aparecem para trabalhar.
É o que parece ser o caso de Patrícia Seixas. Ela ocupa um cargo de confiança na liderança do PTB, pelo qual faz jus a um salário nada modesto de quase R$ 5 mil mensais. Patrícia está na folha da Câmara há anos, mas é pouco conhecida por lá. Nas últimas duas semanas, o Correio esteve nos locais onde ela deveria dar expediente todos os dias, em horários distintos. Num primeiro momento, os colegas diziam conhecê-la. Mas depois admitiram jamais tê-la visto trabalhando. Não sabiam sequer descrevê-la fisicamente. A chefe de gabinete, Marli Guaraciaba, afirmou que a funcionária, em todas as ocasiões da visita da reportagem, estava em trabalhos externos. “Não sei por que as pessoas dizem que não a conhecem. Ela trabalha e não é fantasma. Para alguém dizer isso é porque está insatisfeito com alguma coisa”, diz.
Patrícia era amiga do falecido José Carlos Martinez, que era presidente do PTB quando morreu. Daí contar com a proteção do gabinete. Quanto a outras auxiliares assombrosas, porém, Marli Guaraciaba defende com menos ênfase. Rosangela Rodrigues, ocupante de um cargo que paga pouco mais de R$ 3 mil por mês, apenas entrega relatórios mensais sobre as atividades que exerce fora da liderança. “Não é porque a pessoa não está plantada no gabinete que não trabalha”, despista a chefe. O líder do partido, Jovair Arantes (GO), jura não saber quem são as servidoras. E explica ter delegado a parte administrativa das nomeações à chefia de gabinete.
Funcionários da Casa recebem seus salários, mas dificilmente são vistos pelos colegas nos gabinetes. Sempre estão em “serviço externo”
De Izabelle Torres e Ugo Braga:
Há fantasmas a assustar o erário na cúpula da Câmara. Mais precisamente na sala onde funciona a liderança do PTB, a menos de 100 passos do plenário da Casa, e na Quarta-Secretaria, onde o também petebista Nelson Marquezelli (SP) administra a carteira de imóveis da Casa. Ao contrário dos filmes de terror, porém, esses fantasmas são de carne e osso. Recebem salários gordos e vivem por aí da mesma forma que todos os vivos. Só não aparecem para trabalhar.
É o que parece ser o caso de Patrícia Seixas. Ela ocupa um cargo de confiança na liderança do PTB, pelo qual faz jus a um salário nada modesto de quase R$ 5 mil mensais. Patrícia está na folha da Câmara há anos, mas é pouco conhecida por lá. Nas últimas duas semanas, o Correio esteve nos locais onde ela deveria dar expediente todos os dias, em horários distintos. Num primeiro momento, os colegas diziam conhecê-la. Mas depois admitiram jamais tê-la visto trabalhando. Não sabiam sequer descrevê-la fisicamente. A chefe de gabinete, Marli Guaraciaba, afirmou que a funcionária, em todas as ocasiões da visita da reportagem, estava em trabalhos externos. “Não sei por que as pessoas dizem que não a conhecem. Ela trabalha e não é fantasma. Para alguém dizer isso é porque está insatisfeito com alguma coisa”, diz.
Patrícia era amiga do falecido José Carlos Martinez, que era presidente do PTB quando morreu. Daí contar com a proteção do gabinete. Quanto a outras auxiliares assombrosas, porém, Marli Guaraciaba defende com menos ênfase. Rosangela Rodrigues, ocupante de um cargo que paga pouco mais de R$ 3 mil por mês, apenas entrega relatórios mensais sobre as atividades que exerce fora da liderança. “Não é porque a pessoa não está plantada no gabinete que não trabalha”, despista a chefe. O líder do partido, Jovair Arantes (GO), jura não saber quem são as servidoras. E explica ter delegado a parte administrativa das nomeações à chefia de gabinete.
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