Rio, 03 de dezembro de 2005
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Petistas oferecem cargo a Dirceu no partido e preparam ataque a tucanoTatiana Farah*
SÃO PAULO.A cassação de José Dirceu e seu destino político deram o tom ontem da reunião executiva nacional do PT. Dirigentes chegaram a oferecer seus lugares na executiva para o ex-deputado retornar ao comando do partido. Também já preparam uma ofensiva contra o PSDB, articulando um pedido de cassação do ex-presidente do partido e senador Eduardo Azeredo (MG) sob acusação de caixa dois. Fizeram ainda uma nota oficial de apoio a Dirceu e de repúdio à cassação.
— A executiva deveria ter dado um apoio maior a Dirceu, mas não o fez por impossibilidade política. Hoje, recuperamos a opinião sobre o caráter dessa cassação, que foi eminentemente política. Foi tão política que a oposição não comemorou, porque sabe que se abriu um precedente ao qual ninguém está imune — disse o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira.
Ao chegar à reunião, o terceiro-vice-presidente do PT, Jilmar Tato, foi contundente:
— Eu não sou do Campo Majoritário (corrente de Dirceu), mas se o Campo tiver qualquer dificuldade de ceder uma vaga, eu não tenho dificuldade de sair da executiva e dar essa vaga para José Dirceu.
Jilmar disse que hoje, no encontro estadual do PT em São Paulo, deve ser feita uma moção de apoio ao ex-deputado, que deve falar no encontro.
“A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunida em São Paulo, repudia veementemente a cassação pela Câmara dos Deputados de nosso companheiro José Dirceu”, diz a nota divulgada pelos dirigentes do PT. A executiva chama de violência a cassação de Dirceu e afirma que ela se deu sem provas.
O secretário-geral do PT, Raul Pont, criticou a cassação, mas pediu uma comissão de ética para averiguar os procedimentos de Dirceu no partido:
— Não é possível que sem isso venhamos a receber todos de braços abertos. Daí voltam o Delúbio, o Sílvio Pereira.
Segundo o vice-presidente do partido Marco Aurélio Garcia, será enviado ao diretório nacional, que se reúne na próxima semana, a proposta para que o partido entre com o pedido de cassação do senador Eduardo Azeredo no Congresso:
— Ele não está envolvido numa série de denúncias? Então por que as denúncias devem ser averiguadas unilateralmente? (*) Especial para O GLOBO
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