"A primeira geração de israelenses chegou ao país para plantar laranjas em kibutz (comunidade agrícola). A geração atual exporta tudo quanto é produto de alta tecnologia."
Assim resumiu um israelense a trajetória de Israel.
Como bem mostra o ótimo livro de Dan Senor e Saul Singer, "Start-up Nation: The Story of Israel's Economic Miracle", a mistura única de condições adversas, investimentos militares que "vazam" para o setor privado, altíssimo número de imigrantes e ênfase em educação transformaram Israel em uma nação de empreendedores. O país tem o maior número de chamadas "start-ups" per capita.
Algumas das coisas que foram inventadas em Israel, que pouca gente sabe:
Pillcam: uma micro-câmera, do tamanho de uma pílula, que é engolida pelo paciente e filma os intestinos, por exemplo, para exames médicos. A cápsula transmite 2600 imagens coloridas para um equipamento que fica na cintura do paciente.
Tomate cereja: foi "inventado" por cientistas da Universidade Hebraica em 1973. A ideia era chegar a tomates menores, que amadurecessem mais devagar, para se adaptar ao clima seco e quente de Israel.
Irrigação por gotejamento: um dos maiores avanços da agricultura, criado em um kibutz no fim dos anos 60
Pen drive: sim, foram os israelenses que acabaram com os desajeitados floppy disks, os disquetes, lembra?
"A engenhosidade é o motor da sociedade israelense", disse-me em português perfeito o embaixador Yossef Livne, coordenador de assuntos brasileiros no Ministério das Relações Exteriores de Israel. "Em um país que basicamente não tem nenhum recurso natural, o único recurso é o engenho da população", disse Livne, que já foi embaixador em El Salvador e no México, e serviu no Brasil nos anos 80.
Outro traço que ajuda a fazer de Israel a nação start-up é o fato de os israelenses serem inquisitivos, acha Livne. "Os israelenses sempre duvidam, questionam, não aceitam nada."
Livne vê nos brasileiros muito do engenho do povo israelense, apesar da abundância de recursos do Brasil.
PS: Estou em Israel a convite do governo israelense, em uma das viagens que vários países organizam para fazer relações públicas com jornalistas. Amanhã vou a Ramallah, na Cisjordânia, para ver de perto o outro lado da história, se é que podemos assim caracterizá-lo.
Falo aqui dos aspectos econômicos de Israel, sem entrar no mérito de seu conflito com os palestinos. Sobre isso, admito, ainda não tenho informação suficiente para me posicionar de forma responsável.
Patrícia Campos Mello
Assim resumiu um israelense a trajetória de Israel.
Como bem mostra o ótimo livro de Dan Senor e Saul Singer, "Start-up Nation: The Story of Israel's Economic Miracle", a mistura única de condições adversas, investimentos militares que "vazam" para o setor privado, altíssimo número de imigrantes e ênfase em educação transformaram Israel em uma nação de empreendedores. O país tem o maior número de chamadas "start-ups" per capita.
Algumas das coisas que foram inventadas em Israel, que pouca gente sabe:
Pillcam: uma micro-câmera, do tamanho de uma pílula, que é engolida pelo paciente e filma os intestinos, por exemplo, para exames médicos. A cápsula transmite 2600 imagens coloridas para um equipamento que fica na cintura do paciente.
Tomate cereja: foi "inventado" por cientistas da Universidade Hebraica em 1973. A ideia era chegar a tomates menores, que amadurecessem mais devagar, para se adaptar ao clima seco e quente de Israel.
Irrigação por gotejamento: um dos maiores avanços da agricultura, criado em um kibutz no fim dos anos 60
Pen drive: sim, foram os israelenses que acabaram com os desajeitados floppy disks, os disquetes, lembra?
"A engenhosidade é o motor da sociedade israelense", disse-me em português perfeito o embaixador Yossef Livne, coordenador de assuntos brasileiros no Ministério das Relações Exteriores de Israel. "Em um país que basicamente não tem nenhum recurso natural, o único recurso é o engenho da população", disse Livne, que já foi embaixador em El Salvador e no México, e serviu no Brasil nos anos 80.
Outro traço que ajuda a fazer de Israel a nação start-up é o fato de os israelenses serem inquisitivos, acha Livne. "Os israelenses sempre duvidam, questionam, não aceitam nada."
Livne vê nos brasileiros muito do engenho do povo israelense, apesar da abundância de recursos do Brasil.
PS: Estou em Israel a convite do governo israelense, em uma das viagens que vários países organizam para fazer relações públicas com jornalistas. Amanhã vou a Ramallah, na Cisjordânia, para ver de perto o outro lado da história, se é que podemos assim caracterizá-lo.
Falo aqui dos aspectos econômicos de Israel, sem entrar no mérito de seu conflito com os palestinos. Sobre isso, admito, ainda não tenho informação suficiente para me posicionar de forma responsável.
Patrícia Campos Mello
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