sábado, 4 de julho de 2009

E LULA ENQUADROU O PT

por Márcio Coimbra
Como disse anteriormente, Sarney é um aliado do qual Lula não pode prescindir, portanto, operou para que ele fique onde está.

Sarney ofereceu a fatura de sua renúncia a Dilma. Sim, renúncia, o ex-Presidente não pedirá licença do cargo. A ministra da Casa Civil entendeu o recado. Há muito em jogo e Sarney é o fiel da balança que assegura apoio do PMDB para sua candidatura presidencial e para a estabilidade do governo no Senado, vide CPI da Petrobrás.

Assim, o PT, que num arroubo ético, havia tomado posição pelo afastamento de Sarney, subitamente mudou de opinião e passou a defender sua permanência. Missão dolorosa dada por Lula a Mercadante. Afinal de contas, manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Em caso de renúncia de Sarney (sim, ainda cogita-se essa possibilidade), os nomes que circulam pelo Congresso como seus prováveis sucessores (oriundos do PMDB) seriam: Romero Jucá, Hélio Costa, Edison Lobão ou, em último caso, Garibaldi Alves (sim, ele de novo).

Enquanto isso, a tropa de choque de Sarney continua trabalhando por sua manutenção no cargo: Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Gim Argello e Wellington Salgado. Agora com o apoio dos cardeais do PT liderados por Mercadante, Ideli e Berzoini.

Confesso que bom mesmo seria ver Simon presidindo o Senado, mas preferências todos podemos ter. Na verdade mesmo, o governo não pode abrir mão de ter Sarney capitaneando o Senado. No máximo, em caso remoto de concretização da renúncia, alguém intimamente ligado a Sarney deve ocupar seu lugar e o PT sabe que o preço a pagar por esta manobra seria alto demais.

Resta saber quanto o PT está disposto a barganhar pelo apoio do PMDB à candidatura Dilma. Isto é só o começo.

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