Repetidamente, o presidente Lula tem destacado a necessidade de o Brasil intensificar o intercâmbio comercial e cultural com a África. Uma das preocupações é a precariedade do transporte entre o país e as nações daquele continente.
Para fortalecer a relação diplomática, além da presença de 34 embaixadas no continente, Lula visitou 20 países. Na cúpula da União Africana, ele afirmou que "chegou o tempo de porem em marcha novas formas de cooperação econômica sem intervenção estrangeira".
Disse ainda que, segundo um provérbio, "se não queres que os outros escrevam por ti, escreves tu próprio a tua história. Brasil e África devem escrever juntos a sua história e o seu futuro comum".
Na ocasião, o presidente anunciou que vai organizar uma reunião dos ministros da agricultura africanos no Brasil para que possam compreender melhor a experiência brasileira no setor.
Mesmo que a relação diplomática entre essas nações seja prioridade do governo, os avanços não estão à altura das necessidades e das oportunidades. O esforço do Planalto, apesar de visível, não é suficiente.
É preciso que haja mudança na forma de pensar da sociedade. O país – como um todo – deve ter em mente que o momento de investir no relacionamento com os países africanos é agora. Sobretudo porque a África vive um boom de investimentos.
De acordo com Fareed Zakaria, escritor e jornalista norte-americano especializado em relações políticas internacionais, pela primeira vez na história, o continente africano recebe mais investimentos diretos do que auxílio.
A China, por exemplo, tem dado excepcional atenção ao continente, o que mereceu extensa reportagem da revista norte-americana Fast Company a respeito das ações chinesas na região.
Segundo mostra a reportagem, existem mais chineses na Nigéria do que britânicos no auge do período colonial. A matéria diz ainda que, enquanto os Estados Unidos se desgastava no Iraque, a China "invadia" a África.
No caso brasileiro, a bobeada é mais dramática. O país tem evidentes identidades culturais e um imenso potencial econômico e comercial com os africanos.
Entretanto, apesar de várias empresas brasileiras estarem presentes em países da região, temos potencial para avançar muito mais. Carregamos um déficit comercial significativo. Só no ano passado, foram mais de 5 bilhões de dólares perdidos.
Em 2007, foram quase US$ 3 bilhões. Assim, com um pouco mais de empenho e visão estratégica, será possível equilibrar a balança comercial e ainda expandir os investimentos diretos no mercado interno.
No decorrer deste ano, destacam-se dois eventos importantes para estreitar as relações Brasil-África. O primeiro será o colóquio promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, coordenado pela Presidência da República.
Ele será realizado em Salvador no segundo semestre, em data a ser definida. Outro acontecimento relevante será o Fórum Brasil-África, que vai ser promovido pela Arko Advice e pela ANCEABRA, entidade nacional de empresários afro-brasileiros.
A exemplo do colóquio, o encontro será realizado na Bahia. Com isso, apesar da morosidade, aos poucos a realização de eventos despertará a sociedade para a relevância cultural e econômica do aprofundamento das relações com o continente africano.
Historicamente o Brasil tem um débito com a África, sobretudo por ter defendido o regime de apartheid – segregação racial.
Após longo e sepulcral período de silêncio, para quitar essa dívida as relações com as nações africanas ganharam novo impulso na era do presidente Lula.
Inclusive, após o término do seu mandato, em 2010, Lula já tem planos sobre o assunto. Pensa em trabalhar na integração da América Latina e da África. Segundo ele, o Brasil está perdendo um potencial extraordinário tanto na questão política quanto na comercial com o continente.
Está completamente certo.
Mestre em ciência política e doutor em sociologia pela UnB, Murillo de Aragão é jornalista, presidente da Arko Advice e membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Para fortalecer a relação diplomática, além da presença de 34 embaixadas no continente, Lula visitou 20 países. Na cúpula da União Africana, ele afirmou que "chegou o tempo de porem em marcha novas formas de cooperação econômica sem intervenção estrangeira".
Disse ainda que, segundo um provérbio, "se não queres que os outros escrevam por ti, escreves tu próprio a tua história. Brasil e África devem escrever juntos a sua história e o seu futuro comum".
Na ocasião, o presidente anunciou que vai organizar uma reunião dos ministros da agricultura africanos no Brasil para que possam compreender melhor a experiência brasileira no setor.
Mesmo que a relação diplomática entre essas nações seja prioridade do governo, os avanços não estão à altura das necessidades e das oportunidades. O esforço do Planalto, apesar de visível, não é suficiente.
É preciso que haja mudança na forma de pensar da sociedade. O país – como um todo – deve ter em mente que o momento de investir no relacionamento com os países africanos é agora. Sobretudo porque a África vive um boom de investimentos.
De acordo com Fareed Zakaria, escritor e jornalista norte-americano especializado em relações políticas internacionais, pela primeira vez na história, o continente africano recebe mais investimentos diretos do que auxílio.
A China, por exemplo, tem dado excepcional atenção ao continente, o que mereceu extensa reportagem da revista norte-americana Fast Company a respeito das ações chinesas na região.
Segundo mostra a reportagem, existem mais chineses na Nigéria do que britânicos no auge do período colonial. A matéria diz ainda que, enquanto os Estados Unidos se desgastava no Iraque, a China "invadia" a África.
No caso brasileiro, a bobeada é mais dramática. O país tem evidentes identidades culturais e um imenso potencial econômico e comercial com os africanos.
Entretanto, apesar de várias empresas brasileiras estarem presentes em países da região, temos potencial para avançar muito mais. Carregamos um déficit comercial significativo. Só no ano passado, foram mais de 5 bilhões de dólares perdidos.
Em 2007, foram quase US$ 3 bilhões. Assim, com um pouco mais de empenho e visão estratégica, será possível equilibrar a balança comercial e ainda expandir os investimentos diretos no mercado interno.
No decorrer deste ano, destacam-se dois eventos importantes para estreitar as relações Brasil-África. O primeiro será o colóquio promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, coordenado pela Presidência da República.
Ele será realizado em Salvador no segundo semestre, em data a ser definida. Outro acontecimento relevante será o Fórum Brasil-África, que vai ser promovido pela Arko Advice e pela ANCEABRA, entidade nacional de empresários afro-brasileiros.
A exemplo do colóquio, o encontro será realizado na Bahia. Com isso, apesar da morosidade, aos poucos a realização de eventos despertará a sociedade para a relevância cultural e econômica do aprofundamento das relações com o continente africano.
Historicamente o Brasil tem um débito com a África, sobretudo por ter defendido o regime de apartheid – segregação racial.
Após longo e sepulcral período de silêncio, para quitar essa dívida as relações com as nações africanas ganharam novo impulso na era do presidente Lula.
Inclusive, após o término do seu mandato, em 2010, Lula já tem planos sobre o assunto. Pensa em trabalhar na integração da América Latina e da África. Segundo ele, o Brasil está perdendo um potencial extraordinário tanto na questão política quanto na comercial com o continente.
Está completamente certo.
Mestre em ciência política e doutor em sociologia pela UnB, Murillo de Aragão é jornalista, presidente da Arko Advice e membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
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