domingo, 31 de agosto de 2008
Política indigenista
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Divisa do RS e SC
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Luiz Carlos Prates
Luiz Carlos Prates :
"China
Ia esquecendo. Será que alguém viu durante as Olimpíadas um único jovem chinês de bermudão, boné virado, tênis molambentos e aos amassos com sirigaitas como as nossas, da classe média? Claro que não. Lá o bicho pega. E lá também não matam aulas nos shoppings, como aqui. Quem duvidar, que passe num shopping..."
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Seguranças de arrozeiros ferem índios a tiros em reserva
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Rússia assombra países da ex-URSS
Andrei Netto, PARIS
A eclosão do conflito entre Rússia e Geórgia por causa dos movimentos separatistas das repúblicas da Ossétia do Sul e da Abkázia trouxe preocupação às autoridades diplomáticas da União Européia e, principalmente, às ex-repúblicas soviéticas na Europa e na Ásia Central que têm minoria russa.
Além de discutir medidas para obrigar o Kremlin a cumprir o acordo de paz assinado em 12 de agosto, a Cúpula Extraordinária de Bruxelas, que reunirá amanhã líderes dos 27 países da UE, discutirá as ameaças que pairam sobre pelo menos dois países: Ucrânia e Moldávia.
Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia estão entre os países que solicitaram ao Conselho Europeu a adoção de sanções contra a Rússia. As quatro nações são as mais dependentes do fornecimento de gás e petróleo russos, e temem pressões econômicas do Kremlin. França e Alemanha, líderes da UE, contudo, já descartaram a adoção de sanções na reunião de amanhã.
A conferência tem três objetivos centrais: manifestar apoio à Geórgia, deixar claro ao Kremlin que a crise pode afetar as relações do bloco com a Rússia e, finalmente, discutir a situação da Ucrânia, novo foco das preocupações regionais.
Com 20% de população de origem russa, o país vive em permanente tensão política, mesmo após a vitória da Revolução Laranja, em 2004, que levou ao poder o presidente pró-Ocidente Viktor Yushchenko. O centro das divergências é a Criméia, que até 1954 pertencia à Rússia.
Entregue à Ucrânia pelo então primeiro-secretário do Partido Comunista Soviético, Nikita Kruschev, no 300º aniversário da reunificação russo-ucraniana, o território passou a ser ponto de discórdia após o fim da União Soviética e a independência da Ucrânia.
Na Criméia, sua população (60% de origem russa) estimula o desejo de reanexação de Moscou. A intenção de Yushchenko de ingressar na UE e na Otan, reforçando laços com o Ocidente, aprofundaram ainda mais as divergências.
Na Moldávia, a razão de tensões é a independência não-reconhecida da República de Transdniester - um enclave de 550 mil habitantes dos quais um terço é de origem russa. Como na Ossétia do Sul e na Abkázia, a autonomia de Transdniester é apoiada pela Rússia. Para sair do impasse, o Kremlin propõe a federalização da região, o que a manteria sob influência direta de Moscou.
Diante da recusa das propostas, o temor de moldávios e ucranianos é de que Moscou use as mesmas justificativas da intervenção militar na Geórgia - a proteção de minorias russas - para usar a força contra ambos.
Mesmo aliados históricos da Rússia, como Casaquistão, Tajiquistão e Usbequistão, além da China, parceira comercial, mostram-se reticentes e não expressaram apoio aberto às ações russas na Geórgia - o que apenas a Bielo-Rússia e a Síria fizeram.
“O que está claro é o isolamento da Rússia. Veremos quem vai reconhecer os dois novos Estados independentes”, provocou o embaixador da Geórgia em Paris, Mamuka Kudava, em entrevista ao Estado.
Se carecem de apoio político internacional, as ações do governo do presidente russo, Dmitri Medvedev, têm suporte em minorias espalhadas pela região. Além da Ucrânia e da Moldávia, outros nove Estados do Cáucaso e do Báltico têm minorias russas. Foi o ditador soviético Josef Stalin quem primeiro encontrou nessas minorias um mecanismo para superar a dificuldade de Moscou dominar um império tão vasto. Stalin espalhou as população russas pelas repúblicas soviéticas, como peças em um tabuleiro de xadrez, para poder ter uma ferramenta para intervir quando necessário.
“Essas minorias representam um apoio silencioso, não-governamental, às ações do Kremlin”, afirmou a historiadora franco-armênia Claire Mouradien, pesquisadora da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. “Agora que a Rússia está forte de novo, conta com populações de origem russa para apoiá-la em toda a região.”
Diante da demonstração de força na Geórgia e da incapacidade do Ocidente de reagir, as ex-repúblicas soviéticas estão inquietas. Na quinta-feira, o premiê da Estônia - país com 25% de habitantes de origem russa -, Andrus Ansip, pediu mudanças na diplomacia da UE. “A arquitetura européia pós-URSS foi modificada”, disse Ansip. “O problema é que vivemos em uma Europa pós-moderna, boa e gentil, mas nos encontramos de novo com o velho grande império do século 19.”
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sábado, 30 de agosto de 2008
ECONOMIA NA EDUCAÇÃO = BAIXA QUALIDADE
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Porque não podemos ter uma escola de turno integral?
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Pr. Silas Malafaia Canal Livre - Aborto (Parte 1)
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Só em 2022
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A Nação é uma só
O conflito secular que opõe os índios a outros estratos da Nação brasileira, como garimpeiros, seringueiros e agricultores, tem na atualidade o seu ponto culminante na reserva Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima. No centro está o antigo problema de terras ocupadas por indígenas versus expansão da sociedade nacional. Há aspectos eqüitativamente relevantes no conflito. Há o ambiental, o indígena, o avanço das forças produtivas, a defesa do território, enlaçados pelo matiz delicado de o cenário da divergência ser zona de fronteira. Não é sábio nem justo escolher um deles para tomar posição. A proteção aos índios, com os quais o País tem uma dívida que é chaga social, tão ou mais escandalosa que a contraída com os africanos, não pode ser praticada de forma unilateral, apartada das demais variáveis do problema.
A demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol foi um erro geopolítico do Estado brasileiro. Sobressai no noticiário a caricatura de um enfrentamento polarizado entre índios não-aculturados e capitalistas-tubarões-predadores, mas, em verdade, também são protagonistas do problema os caboclos, pequenos agricultores, pecuaristas, comerciantes e até o Exército, impedido de exercer a sua missão constitucional de vigiar extensas faixas de fronteira com a Guiana e a Venezuela. Uma parcela dos índios apóia a permanência dos não-índios na área conflagrada de Roraima, inclusive dos arrozeiros, que a Polícia Federal foi expulsar de lá. A demarcação da reserva deveria, portanto, ter levado em conta os interesses legítimos dos diversos estratos sociais ali presentes. Ainda há tempo de identificá-los e acomodá-los de forma justa e fraterna, pois ocorre em Roraima a desavença que o dirigente chinês Mao Tsé-tung chamou de 'contradições no seio do povo'.
É um equívoco cultural reclamar que 'os silvícolas têm muita terra', pois eles necessitam de grandes extensões para levar seu modo de vida, baseado na caça, no extrativismo, na agricultura nômade e no respeito aos santuários religiosos. No Monte Roraima, a propósito, reside o mito de Macunaíma, cujo nome o escritor Mário de Andrade utilizou no seu romance mais conhecido. Os números da reserva Raposa Serra do Sol, no entanto, suscitam discussões. São 1,74 milhão de hectares de área contínua, pontilhada de fazendas, roças, arrozais, estradas, linhas de energia elétrica, quartéis, cidades e vilas. Foi reservada para uso exclusivo de aproximadamente 15 mil indivíduos, distribuídos em cerca de 150 aldeias. Nada menos que 46% do território estadual constitui terras indígenas.
Curiosamente, é o Norte a região em que os índios menos se multiplicam. Segundo os últimos dados confiáveis, os do IBGE, eles baixaram de 42,4% em 1991 para 29,1% em 2000. Noutras regiões, em contrapartida, houve uma explosão estatística: no Sudeste, as pessoas identificadas como indígenas passaram de 30,5 mil para 61,2 mil, enquanto no Nordeste o salto foi de 55,8 mil para 170 mil. O fenômeno se deve, em parte, à elevada urbanização. Quando levei minha esposa, paulista, para conhecer o Nordeste, conversamos no Monte Pascoal com uma índia pataxó que vendia peças de artesanato rústico. Perguntamos pelo marido e ela respondeu: 'Voltou pra roça. Cansou dessa profissão de índio.'
É confortador lembrar que ao infortúnio histórico dos índios o Brasil contrapôs o bálsamo de algumas de suas maiores inteligências. A causa foi abraçada desde os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, apóstolos da corrente humanista que desde então a Igreja Católica mantém altiva na defesa das tribos. Nesse apostolado militaram também o estadista José Bonifácio, os escritores Gonçalves Dias, José de Alencar e Antonio Callado, os sertanistas Villas-Boas, o médico Noel Nutels, o etnólogo Darcy Ribeiro, além do monumento moral que nos orgulha como povo, o marechal Rondon. Todos comungavam na doutrina da integração dos índios à sociedade nacional, em grau e métodos variados.
A esses luminares do sertanismo e da antropologia sucedeu uma visão esdrúxula que aparta os índios da Nação e pleiteia sua autonomia em relação ao Estado. Agora, fala-se em 'povos indígenas', 'nações indígenas', 'autodeterminação indígena', como se as tribos constituíssem nacionalidades independentes em territórios emancipados. Chegamos ao paroxismo de tuxauas barrarem a circulação de generais do Exército em faixa de fronteira. Já houve proposta de criação de embaixadas indígenas em Brasília, para que as tribos se relacionassem em posição de igualdade com o governo. Incute-se nos índios, enfim, a idéia de que, em relação aos brasileiros, são estrangeiros.
Como presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, visitei toda a fronteira amazônica. Fiquei ainda mais convencido de que temos o dever de resgatar a dívida histórica com os índios e protegê-los da forma mais generosa de que formos capazes. Mas a generosidade de um país continental deve ser ampla e isonômica, ou seja, estende-se a todos os seus nacionais. É tão brasileiro o índio macuxi quanto o colono gaúcho.
Eles integram uma só Nação diversificada. O Brasil destaca-se mais pelo produto do que pelos fatores, não importa a grandeza que encerrem nem a ordem em que sejam agrupados. O brasileiro de hoje é índio, branco, negro e, sobretudo, o resultado do caldeirão que nos fez uma civilização única no mundo. Um filho de italianos, Victor Brecheret, usou o poder de síntese da arte para traduzir esta riqueza étnica no Monumento às Bandeiras, em que esculpiu no granito bruto a epopéia conjunta de brancos, índios e mamelucos na construção deste grande país.
Aldo Rebelo, deputado federal pelo PCdoB-SP, foi presidente da Câmara dos Deputados e ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
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Epopéia Euclideacreana - Parte Final - Amazônia
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Epopéia Euclydeacreana - Parte 4 - Documentário Amazônia
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Epopéia Euclideacreana - Parte 3 - Documentário Amazônia
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Epopéia Euclydeacreana Parte 2 - Documentário Amazônia
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McCain escolhe Sarah Palin como candidata a vice . Opinião e Notícia
McCain escolhe Sarah Palin como candidata a vice . Opinião e Notícia:
"McCain escolhe Sarah Palin como candidata a vice
29/08/2008
A governadora do Alasca, Sarah Palin, será a candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, segundo a rede CNN.
A convenção que vai oficializar a candidatura da chapa republicana com os nomes de John McCain para presidente e Sarah Palin para vice acontecerá na próxima semana, em Saint Louis.
Palin é a pessoa mais jovem a ocupar o cargo de governador no Alasca, maior estado americano."
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Preconceito no caminho de Obama
O mundo inteiro sabe que o Partido Democrata fez história ao se tornar a primeira grande agremiação política dos Estados Unidos a escolher um negro como candidato à presidência do país. Mas disso praticamente não se falou nos quatro dias da convenção nacional que referendou por aclamação o nome do senador Barack Hussein Obama. E ele nem sequer mencionou o ineditismo de sua candidatura no discurso de 45 minutos para uma platéia compacta de 80 mil pessoas em um estádio de Denver, Colorado, com que encerrou, em clima de apoteose, o espetáculo histórico da aceitação da sua candidatura. Do começo ao fim dessa convenção, os democratas usaram a tática do subentendido.
Programaram a convenção para que o seu ponto culminante coincidisse com os 45 anos da legendária manifestação pelos direitos civis na qual Martin Luther King descreveu o seu sonho de igualdade racial para 200 mil pessoas reunidas no centro de Washington. Obama, naturalmente, evocou na sua oração o I have a dream de Luther King. Não aludiu, porém, ao que o motivou. Como vem fazendo desde quando, no que parecia uma aspiração irreal, passou a disputar a indicação democrata à sucessão do presidente Bush, preferiu transmitir aos americanos uma mensagem de unidade - juntos, disse, "nossos sonhos podem ser um".
A estratégia do partido e do candidato de isolar a questão racial da campanha eleitoral se conjuga com a deliberação de inculcar na América branca a idéia de que será apenas normal a Casa Branca vir a acolher os Obamas - uma família típica americana, como a apresentou no palco da convenção democrata a mulher do candidato, Michelle, ao lado das filhas Malia e Sasha. Uma coisa e outra demonstram a preocupação com a influência raramente explícita do preconceito nas decisões de voto, se não da maioria dos eleitores brancos, de uma minoria capaz de fazer a diferença nos Estados em que, por isso mesmo, Obama foi amplamente batido nas prévias por Hillary Clinton.
Ninguém ignora que parcela talvez preponderante da população branca, pobre, ou de classe média empobrecida, e de meia idade para cima, sobretudo nas áreas mais conservadoras do país, precisará de muita persuasão para preferir um negro de nome "esquisito", como certa vez brincou Michelle, a um branco, herói condecorado, filho de um almirante, como o republicano John McCain. E isso ainda que os democratas insistam que ele será a continuidade do governo que 80% dos americanos rejeitam pelo retrocesso social e a guerra pantanosa em que atolou o país. A cor, isoladamente, decerto não explica por que, apesar de toda a Obamania, Obama não decolou nas pesquisas. Mas é um dado da realidade - e um tabu.
A sua importância, embora relativa, emerge dos resultados de uma recente sondagem. Só 30% dos brancos dizem ter opinião favorável de Obama (ante 80% dos negros). Também só 30% dos brancos (e metade dos negros) acreditam que as relações raciais melhorarão se ele vencer. Por fim, enquanto bate McCain entre os eleitores negros por 89% a 2%, entre os brancos o republicano o supera por 46% a 37%. (Os negros são 12% da população.) Outro obstáculo para Obama é ser visto pela América profunda como "diferente" - um negro elitista que não descende de escravos, como a maioria, e viveu em lugares remotos, como o Havaí, onde nasceu, e na muçulmana Indonésia. Em suma, um candidato com um problema de identidade: não é "gente como a gente".
Dias atrás, o New York Times cobrou-lhe que respondesse "por que, nestes tempos difíceis, os americanos deveriam confiar-lhe o seu futuro". Foi o que ele começou a fazer no empolgante discurso de sagração, intitulado Promessa americana. Não apenas expôs as suas metas e prioridades diante das questões essenciais do povo e do país, como investiu contra McCain, a quem citou pelo nome nada menos de 21 vezes, ressalvando a sua pessoa, mas mostrando que seu governo seria a continuação dos oito anos de Bush. "Basta", clamou sobre os oito anos das "falidas políticas" de Bush. Se, para a maioria, questões decisivas como as origens, a personalidade e o preparo do candidato, somadas ao preconceito racial, prevalecerem sobre os seus admiráveis propósitos, talvez estes não lhe bastem para o outro feito histórico a que aspira: ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
(Fonte: www.estadao.com.br - Opinião, 30/08/2001.)
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sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Nepotismo
O STF baixou uma súmula para coibir o nepotismo no serviço público, mas a quanto tempo esse assunto está na roda e tudo continua na mesma.
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Epopéia Euclydeacreana Parte 1 - Documentário Amazônia
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Blog do Noblat
Blog do Noblat:
"Argentina condena ex-generais a prisão perpétua
Um tribunal na Argentina condenou dois ex-generais da época do regime militar no país (1976-1983) a penas de prisão perpétua pela morte do senador Guillermo Vargas Aignasse.
Domingo Antonio Bussi e Luciano Benjamín Menéndez, ambos octagenários, foram considerados culpados pelo seqüestro, tortura e morte do político, em 1976. Aignasse foi detido no dia do golpe militar no país, 24 de março, e supostamente liberado, porém jamais foi visto novamente."
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Blog do Noblat
Blog do Noblat:
"Lula revoga MP, e Pesca volta a ter status de secretaria
De Maria Lima e Luiza Damé:
Durou menos de 30 dias o sonho do petista Altemir Gregolin de ver sua pasta, a Secretaria da Pesca, transformada em Ministério. A medida provisória criando o Ministério da Pesca e dobrando a estrutura de cargos em todo país foi anunciada com muita festa durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um terminal pesqueiro em Salvador. Ontem, porém, Lula se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e acertou a revogação da MP a partir de hoje.
De volta ao status de comandante de uma secretaria, Gregolin terá agora de fazer $grande lobby no Congresso para ver aprovado um projeto de lei propondo a criação do Ministério, que deixa de existir a partir de hoje.
— A ministra Dilma é a responsável por estarmos aqui hoje comemorando esse momento histórico para a pesca no Brasil. Vamos assumir mais competências e nosso espaço será fortalecido no governo ! — discursou Gregolin no palanque ao lado de Lula no dia 29 de julho, na Bahia."
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‘Diferenças de Obama em relação a McCain são apenas retóricas’
Escrito por Marcela Cornejo
O historiador, escritor e analista estadunidense James Cockcroft adverte sobre os alcances políticos, sociais e militares que um possível triunfo do candidato democrata Barack Obama poderia ter, tanto para os EUA como para a América Latina. Afirma que devido à criminalização dos atos de protesto, é quase impossível organizar grandes manifestações nas ruas dos EUA.
Em entrevista à Telesur, Cockcroft alertou sobre a política belicista de Washington e como o candidato democrata assume posições até mais direitistas que o próprio presidente Bush em assuntos relacionados à defesa de Israel.
Por Marcela Cornejo
Marcela Cornejo: A derrota da candidata democrata Hillary Clinton e a vitória de Barack Obama revelaram leves mudanças na política estadunidense. A respeito disso, como você avalia esse triunfo e que diferenças, caso existam, de caráter mais progressista apresenta Obama?
James Cockcroft: É o triunfo de um indivíduo rico, como qualquer outro triunfo eleitoral estadunidense. É também uma vitória dos jovens que trabalharam em sua campanha. Lamentavelmente, não há diferenças significativas entre Obama e outros candidatos dos partidos "oficiais".
Na política exterior, ele oferece diálogo com líderes de "Estados inimigos" como Irã e Cuba, mas sempre os presidentes ou seus diplomatas, ou ainda pessoas por eles designadas, como generais, falaram com tais líderes, às vezes secretamente, como no caso de Bush.
Em todo caso, falar não é mudar a política imperialista. Além do mais, o primeiro ato de Obama, depois de garantir sua postulação, foi prometer ao lobby sionista a defesa de Israel "por todos os meios" e seu apoio ao controle de toda Jerusalém pelo Estado israelense (uma posição à direita de Bush). E Obama já se moveu para o "centro", leia-se direita, de forma geral, inclusive em sua política doméstica, onde há de fato diferença nas propostas econômicas, mas novamente nada muito significativo.
MC: Você acredita que a política de "golpe de Estado" silencioso e a eliminação das bases da democracia nos Estados Unidos, que viria junto, sigam desenvolvendo-se numa eventual vitória de Obama?
JC: Não existem mais "bases da democracia nos Estados Unidos". O presidente foi eleito por um voto do Tribunal Supremo e o sistema eleitoral segue bastante corrompido. A vitória de Obama em novembro poderia mudar o processo do que chamei de "golpe de Estado por etapas ou fases", o que defini como uma eliminação das três bases de uma democracia limitada e burguesa: direitos democráticos, como a liberdade de expressão; eleições relativamente democráticas; e capacidade da opinião pública em influir nas políticas de Estado.
A única esperança para mudanças reais nas políticas dos governos dos EUA está nos relativamente fracos movimentos anti-guerra, anti-racista e anti-sexista, inclusive de imigrantes.
Devido à criminalização de atos de protesto, é quase impossível organizar grandes manifestações nas ruas. Adeus democracia! De toda forma, como será a mudança do processo do golpe? Não sabemos, porque agora, seja quem for o ganhador da eleição presidencial, qualquer coisa é possível. Por quê? Porque a situação se apresenta cada dia mais explosiva, em termos de crise econômica, e há o perigo de grandes choques do sistema global, como o derretimento do Ártico ou um ataque ao Irã.
Há um descontentamento crescente não somente entre as minorias sociais e os jovens estadunidenses, mas também nos operários brancos e os velhos, e um choque poderia mudar toda a dinâmica. Sem dúvidas, vivemos nos tempos mais perigosos da história para a humanidade e o planeta.
MC: A respeito da política belicista do governo dos Estados Unidos, você pensa que o candidato Obama manterá a mesma linha da administração Bush?
JC: Não importa se as palavras "candidato conservador" se referem a Obama ou McCain, porque ambos são belicistas e ambos os partidos votaram ano após ano em favor dos orçamentos militares e invasões contra outras nações, desde o começo do imperialismo nas guerras de extermínio contra os povos originários dos Estados Unidos.
A retórica pode mudar e algumas vezes Obama usa uma linguagem mais suave e menos bélica que a de Bush, Cheney e McCain (outras vezes não). Uma retirada gradual ou rápida das tropas estadunidenses do Iraque e do Afeganistão é possível não porque um ou outro candidato promete, mas porque não há nenhuma outra alternativa realista, ainda mais depois de novos aumentos no número de tropas.
As guerras "permanentes" conduzidas por Washington debilitam a economia, criam um descontentamento entre militares e jovens e aceleram o declínio do império. Grandes empresas do capital financeiro de Wall Street, finalmente, já entendem isso e dão mais dinheiro à campanha de Obama que à de McCain.
MC: Obama passou parte de sua campanha aludindo a melhorias para os latinos nos Estados Unidos (pensões). Você acredita que essas idéias são possíveis, considerando a política redutora dos benefícios sociais, especialmente nas pensões e saúde?
JC: Não é possível, pois Obama não representa uma mudança na política terrorista contra todos os imigrantes, que forçosamente afeta as comunidades latinas, árabes, africanas, asiáticas etc. Além disso, a crise econômica e o incremento do orçamento militar prometido por ambos os candidatos presidenciais reforçarão a política redutora de benefícios sociais.
MC: Barack Obama avisou estar disposto a se reunir com os líderes de Cuba e Venezuela. Você acredita que com Obama é possível encerrar o bloqueio a Cuba e abrir um caminho de não agressão à Venezuela?
JC: Sim, é possível com Obama encerrar o bloqueio a Cuba. É possível também com McCain, porque o que terminará com o bloqueio não é um indivíduo, mas sim os interesses de setores da economia, como a agroindústria.
Por isso o Congresso do estado conservador do Mississipi votou a favor do fim do bloqueio e há cada vez mais deputados e senadores em Washington que votam contra o bloqueio. Uma maioria crescente de pessoas nos Estados Unidos, e em outras partes do mundo, percebe que a política estadunidense em relação a Cuba é hipócrita, injusta, contraproducente e carente de um futuro viável.
A política estadunidense de agressão à Venezuela seguirá em todos os níveis, com uma tentativa de ocultá-la posteriormente com palavras de "cooperação" – pois há petróleo, não é verdade? – ou de "apoio à democracia", pois esse palavreado é um dos estágios da agressão. Não são necessários alguns bilhões de dólares ou a maioria no Tribunal Supremo para que se ganhem eleições "livres" na Venezuela e em Cuba.
A política militarista e para-militarista estadunidense na Colômbia e outras partes da América Latina tem na mira a Venezuela principalmente, mas também outras nações com líderes democraticamente eleitos. É que a única liberdade que o governo norte-americano apóia seriamente é a liberdade de obter lucro. Todos os outros pronunciamentos dos grandes poderes imperialistas do mundo (direitos humanos, anti-terrorismo, paz etc.) são para alcançar essa meta, nenhuma outra. Por isso há tanta guerra ("permanente" e com toda a alta tecnologia, incluindo meios de comunicação) em nome, claro, da "liberdade", dos "direitos humanos" e da "democracia".
CC: Você acredita que o candidato democrata, ganhando as eleições, seguirá impulsionando a política de ingerência estadunidense na América Latina?
JC: Claro que sim, ainda que fosse com uma máscara de "ajuda", como sempre foi, inclusive no caso da Aliança para o Progresso, de John F. Kennedy, há quase meio século.
CC: Como está atualmente a situação dos candidatos não midiáticos nos EUA, Cynthia McKinney ou Ralph Nader, e qual foi o tratamento que os meios de comunicação deram a estes candidatos de linha independente?
JC: Não sei bem porque vivo no Canadá. Mas se diz que não há nada sobre McKinney e quase nada sobre Nader, que normalmente carrega a mensagem de ser um peso que pode impedir Obama de ganhar.
O programa da distinta afro-americana McKinney é mais progressista e antiimperialista que o de Nader. Quando ainda era congressista do Partido Democrata em Washington, ela compareceu ao IV Encontro Internacional de Artistas e Intelectuais em Defesa da Humanidade, em Caracas, no ano de 2004. Depois, a ultra-direita a derrotou em uma eleição e ela se moveu para a esquerda, sendo hoje a candidata presidencial da coligação Poder ao Povo.
Há pouco tempo, o Partido Verde (Green Party) nomeou McKinney como sua candidata presidencial. E os verdes estão inscritos em quase 40 estados.
CC: Você crê que no atual panorama estadunidense Obama pode ganhar as eleições presidenciais do país? E por quê?
JC: É possível, porque há uma rejeição popular ao Partido Republicano. Mesmo assim, eu duvido por várias razões, inclusive a possibilidade de um choque ou uma surpresa de outubro (October Surprise, uma tática eleitoral quase tradicional do partido na Casa Branca).
Há muitos fatores que reduzem as chances de uma vitória de Obama: não é branco, é elitista. Existe uma tradição de compra de votos nos estados sem vencedores claros, de computadores que se manipulam facilmente, de uma injusta tabulação de votos em estados sem ganhadores incontestes como Ohio e Florida, de não permitir que milhares de pessoas "de cor" votem e de um sistema judicial que favorece a agenda conservadora e até decide quem é eleito presidente.
Em comparação à Venezuela ou Cuba, pouca gente vota nos EUA, e entre estes há um grande número de gente idosa ou de pessoas crentes em um cristianismo fundamentalista. Potencialmente, os latinos constituem a décima parte dos votantes, mas é difícil para muitos deles chegar aos lugares de votação e existe muita desconfiança entre latinos e afro-americanos. Dizem que mais de meio milhão de protocolos para conceder direitos de cidadania aos imigrantes não estarão prontos a tempo da eleição.
Mais de 20 estados já pedem papéis de identificação que milhões de pessoas, inclusive jovens, não possuem. Tudo isso favorece os eleitores mais ricos, brancos e conservadores.
A única esperança para mudanças reais nas políticas dos governos dos EUA está nos movimentos que hoje são fracos, conforme disse. É muito significativo o crescente movimento anti-guerra dos soldados e veteranos do Iraque e suas famílias, que não recebe nenhuma publicidade nos meios de comunicação. A outra esperança, desde já, é que a juventude que se mobiliza hoje pela mudança prometida por Obama aprenda com as lições de sua falta em cumprir promessas e da inutilidade do Partido Democrata e se mobilize por uma mudança de verdade.
Traduzido por Gabriel Brito.
Originalmente publicado na Telesur.
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APARTE
APARTE:
"PERDE O PARENTE OU O MANDATO
Senadores terão que repassar à Mesa nomes de parentes para exoneração
'Depois da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de proibir a prática do nepotismo no país, os parlamentares terão que repassar à Mesa Diretora do Senado os nomes de seus parentes que ocupam cargos no Legislativo.O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta terça-feira esperar que todos os senadores repassem os dados à direção do Senado, uma vez que não há controle sobre as indicações de cada parlamentar. Após o repasse, os senadores serão orientados a exonerar os parentes.' Fonte: FolhaNews"
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Advogado de Defesa
Advogado de Defesa:
"Justiça manda Itaú indenizar cliente vítima de saques ilegais na conta
por Marcelo Moreira, Seção: Assunto do dia s 22:49:18.
O Itaú terá de indenizar uma cliente em R$ 3 mil por danos morais porque ela sofreu saques na conta e teve o nome incluído em cadastros de inadimplentes após fraude no seu cartão de crédito. A decisão é do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que considerou que o banco foi negligente com os dados da consumidora."
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Muita gente se decepcionou
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Blog do Noblat
Blog do Noblat - Ricardo Noblat: O Globo Online:
Vendas pela internet vão muito além de CDs, DVDs e livros e devem crescer 35% este ano em relação a 2007
De Alberto Komatsu e Alessandra Saraiva:
Com apenas 13 anos de existência, o varejo eletrônico deve alcançar faturamento digno de empresas do mundo real: R$ 8,5 bilhões, um aumento de 35% em relação a 2007. A estimativa é da empresa de informações de comércio eletrônico E-bit, ligada à Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, principal entidade multissetorial da economia digital na América Latina.
O resultado histórico é fruto da mudança de hábito do consumidor, que aumentou seu gasto médio, com a queda de 12% nos preços dos produtos vendidos pela internet, gerada pela desvalorização do dólar. Amanhã o E-bit, que acompanha semestralmente o setor, divulgará o balanço da primeira metade do ano. Estudo da E-bit mostra que a média de gasto individual dos consumidores do varejo virtual foi de R$ 324 no primeiro semestre. Em igual período de 2007 era de R$ 298."
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O fim da teoria do leão
Os números finais das Olimpíadas costumam provocar o que pode ser chamado de sociologia de resultados. Surgem teses sobre as causas sociais e políticas de triunfos e fracassos e a quantidade de medalhas ganhas passa a ser um medidor de virtudes nacionais. Mas, como toda sociologia instantânea, esta tem dificuldade em lidar com o que não é óbvio. É óbvio que ganham mais medalhas os países mais bem alimentados e ricos, que podem investir mais em esportes e preparação de atletas.
Se uma Cuba ganha medalhas em desproporção ao seu poderio econômico e à sua dieta alimentar, a explicação também é óbvia. Países socialistas tradicionalmente usam o esporte como propaganda, seu investimento desproporcional é na competição ideológica. Mas outras exceções ao óbvio desafiam as teses. E muitas vezes levam a fantasias, como a teoria do leão.
Sociólogos de ocasião desenvolveram a tese de que o sucesso de atletas africanos em corridas de fundo devia-se ao fato de terem se criado num ambiente em que poder fugir do leão era condição para a sobrevivência. Uma condição que se sobrepunha a todas as outras. O leão predador, claro, quando não era um leão de verdade, era uma metáfora para todos os perigos da floresta que obrigavam as pessoas a terem pernas ligeiras, e agilidade para não morrer.
Havia vestígios da teoria do leão na velha idéia de que a ascendência africana explicava a habilidade dos brasileiros para o futebol, que ninguém no mundo igualava. Qualquer jogada do Pelé teria, entre os seus antecedentes remotos, um meneio para escapar do leão.
A teoria do leão, que é uma teoria sobre a inevitabilidade, pois diz que um certo tipo de ambiente só pode produzir um certo tipo de atleta, sofreu um duro golpe quando apareceu, numa Olimpíada de inverno, aquela equipe de trenó — da Jamaica! A importância do leão na vocação para o futebol é desmentida cada vez que se vê um Messi fazer em campo o que se esperava que o Ronaldinho fizesse. E se ainda fosse preciso um dado para mostrar como a teoria do leão é furada, basta lembrar que o país que tem a maior costa contínua e algumas das piores estradas do mundo produz mais campeões de automobilismo do que de natação.
Não fomos tão mal assim nas Olimpíadas. Nos casos em que poderíamos ter ido melhor, perdemos para o nosso emocionalismo. E ganhamos de todos nas categorias choro convulsivo e lamentação em equipe. No fim — esta é a minha teoria — os Jogos Olímpicos são entre os de sangue quente e os de sangue frio. Os de sangue frio ganham sempre, mas os de sangue quente são muito mais simpáticos.
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Blog do Noblat
Blog do Noblat :
"Pela redução dos salários de deputados e senadores
Sabe o que disse o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, para justificar a votação em breve do projeto que aumenta o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de R$ 24.500 para R$ 25.725 e eleva também os salários de todos os magistrados? Ele disse:
- O Supremo merece ser prestigiado nesse momento em que está nessa cruzada em prol da cidadania.
O ato de prestígio custará aos cofres da União mais R$ 105,4 milhões por ano.
Recentemente, o STF proibiu o nepotismo no Executivo, Legislativo e Judiciário. O Congresso poderia tê-lo feito, mas preferiu se omitir.
Se vale a desculpa oferecida por Eduardo Alves para reajustar o salário dos ministros do STF, ela deveria valer também para reduzir o salário de deputados e senadores. Eles pouco têm feito em prol da cidadania."
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quarta-feira, 27 de agosto de 2008
O homem azul mais um blog bacana
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Espaço Aberto - Parte 3 - Medidas Provisórias
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Blog da Folha
Blog da Folha:
"Projeto que acaba com sigilo bancário de políticos é votado hoje
Do Congresso em Foco
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) vota hoje (27) polêmica proposta de emenda à Constituição (PEC 47/05), de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que acaba com o sigilo bancário e fiscal de todos agentes políticos, do presidente da República ao vereador, e dos funcionários públicos.
A matéria une parlamentares da base do governo e da oposição que se dizem contrários à mudança na Constituição. Representantes dos servidores criticam a iniciativa, que, segundo eles, pode servir como instrumento político e de perseguição. Para o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Rodolfo Teixeira, a proposta é de cunho eleitoral.
Em contrapartida, o relator do projeto na CCJ, senador Pedro Simon (PMDB-RS), que irá apresentar o parecer na sessão de hoje, se diz favorável à proposta do colega. A princípio, a proposta de Buarque trata apenas da quebra de sigilo bancário e financeiro dos agentes políticos e ocupantes das funções de confiança e dos cargos em comissão das administrações direta e indireta de qualquer dos poderes da União. No parecer de Simon, essa regra foi estendida a todos os funcionários públicos. "
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Complexo de FHC
Os primeiros meses do mandato de Fernando Henrique Cardoso na presidência surpreenderam aqueles que esperava ver um professor de sociologia colocando em prática tudo que pregara em teses, dissertações, aulas, livros e discursos lá pelos idos das décadas de 1960 e 1970.
De um sociólogo, da 'social democracia brasileira', esperava-se um mandato voltado ao social. Mas não foi bem isso o que rolou.
FHC tem seus méritos, mas extingüir a presença do estado em determinados setores, entregá-los (esses setores) ao capital privado, massacrar a classe média e baixa com mais e mais tributos, fizeram os jornalistas questionarem FHC sobre seu passado teórico.
Eis que o ex-presidente respondeu:
"Esqueçam o que eu escrevi".
Não estou aqui para atacar PSDB, nem defender a política assistencial-esmoléu do atual governo, apenas fazendo uma apresentação ao tema principal deste post.
Vamos trazer a história para um contexto muito mais próximo da nossa realidade. Quando FHC disse o que disse, ele colocou na boca dos chefes (no nosso caso, na redação) tudo o que eles precisavam para esquecer que um dia foram repórteres.
É, tudo bem, nem todo editor foi repórter um dia, mas a carreira dele teve um início e nessa época ele tinha um chefe, no mínimo.
Só pode ser esse o motivo pelo qual os chefes perdem o senso de realidade do cotidiano de um repórter para pedir as coisas mais esdrúxulas do mundo.
Para não comprometer muito, vamos transformar nossa história em uma metáfora futebolística.
Seria algo como se um treinador de um time de futebol falasse:
"Quero que você seja o artilheiro do time. Vai aparecer na hora que a gente mais precisar, tá bom? Quando tiver um escanteio, você mete a bola na área e corre para cabecear. Confio em você, garotinho"
O treinador se esquece que para bater BEM o escanteio na área, é preciso treinar por horas, dias; é preciso repetir o movimento centenas de vezes em dia de jogo, inclusive. O pior é que o comandante se esquece, também, que o jogador só pode bater o escanteio ou só pode cabecear. Mesmo que o time todo seja de baixinhos, o cobrador não pode fazer nada a não ser meter a bola na área e torcer para que um anão, companheiro de equipe, suba mais alto que a zaga adversária e complete para as redes.
E se o cobrador inventar de dizer que é humanamente impossível bater e correr para área, ele passará por um belo de um constragimento perante os companheiros porque o treinador, nos tempos em que era jogador, costumava fazer isso muito bem.
Com um detalhe: "naquela não existia o Google, hein?".
E o pobre do jogador tem que ouvir aquilo e consentir, mesmo sabendo que não passa de uma grande e mal feita lorota.
Cinco anos após me formar em jornalismo, 13 anos após desempenhar a função jornalística pela primeira vez, fico pensando se algum dia eu me tornasse treinador eu cometeria esse descalabro de pedir para esquecer tudo que escrevi e daria tais orientações aos meus comandados?
Bueno, não há sinal algum de que serei editor um dia...ops, perdão, "treinador". Nem tenho essa pretensão, by the way.
Mas encerro esse texto com algumas certezas:
- É muito mais fácil ser chefe só para cobrar.
- Não se tem registro de um jogador (a não ser Didi, num de seus filmes duas décadas atrás) que tenha consiguido marcar um gol batendo o corner e chegando na área para cabecear.
- A chefia jamais vai deixar de pedir por esta jogada. Jamais.
- Fui contaminado (em parte) pelo colaborador Jorge Wilstermann.
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terça-feira, 26 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Árdua missão
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domingo, 24 de agosto de 2008
Kibe Loco
"PELADEIRAS
'Marias-chuteiras' assinam contrato para filme pornô
As irmãs Giselli e Jéssica Corrêa, de 19 e 23 anos, vão estrelar o filme 'Mamãe Fiz Pornô'. As duas chamaram a atenção dos produtores por serem 'marias-chuteiras' assumidas.
'Nosso pai sempre nos levou para os estádios e a proximidade dos jogadores nos deixou com esse fetiche', conta Jéssica, que é corintiana, rival da irmã palmeirense. Giselli e Jéssica ainda querem entrar para o Livro dos Recordes como as mulheres que mais assistiram a jogos de futebol em estádios.
Promete, hein!"
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O suicidio de vargas faz hoje 54 anos
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Getúlio Vargas, 54 anos de sua morte
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Getúlio Vargas, 54 anos de sua morte
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sábado, 23 de agosto de 2008
LEONARDO BOFF - [entrevista] - (3/3)
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LEONARDO BOFF - [entrevista] - (2/3)
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LEONARDO BOFF - [entrevista] - (1/3)
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DE PAI PRA FILHO
Tavares é um renomado e bem sucedido empresário, desses que sobem na vida pisando nos sonhos azuis do João... Ele e sua esposa carregam o orgulho de não deixar faltar nada e sempre dar uma “boa” educação de colégio particular (e caro...) a seu filho único: o Thobias (rico só tem um filho, quando muito dois, para evitar disputa na herança)...
Seu filho adolescente e ele raramente se encontram. Não há tempo para “balelas”... É preciso lutar pelo futuro da empresa, preocupar-se com a alta e baixa do dólar, o movimento da bolsa de valores, exportação e importação, compra de matéria-prima, marketing... Por isso resolveu terceirizar a educação de seu rebento, que tem tudo no próprio quarto: TV a cabo, aparelho de som, telefone celular com câmera digital, computador conectado à Internet, e até uma cama para descansar desta rotina... Vai e volta da escola com motorista particular, que junto com a faxineira e a cozinheira, são seus confidentes, além do cãozinho São Bernardo nos fundos da casa, próximo à piscina.
À noite, Tavares se prepara para dormir tranqüilo com sua esposa na suíte e Thobias navega na Internet, que não julga, nem questiona e dá a ele a devida atenção que qualquer adolescente necessita e merece.
- Nosso filho anda muito rebelde! - Comenta a mãe apagando o abajur, acomodando-se debaixo do cobertor térmico e da colcha de cetim.
- Seu filho precisa de ajuda especializada. Já ligou para o psicólogo dele?
- Não! Achei melhor, desta vez, vocês terem uma conversa franca, primeiro...
No dia seguinte, Tavares libera dez minutos de seu precioso tempo para o Thobias... Entra no quarto dele e o encontra estático, imóvel e “crescido” diante do computador, senta-se na cama, que só está arrumada graças à camareira, dizendo admirado:
- Thobi, meu filho!... Como você cresceu!
- Aí!... Ó o kara! Keria que eu fikc sempri do mesmu tamanhu?...
- Preciso ter uma conversa franca com você, de pai pra filho...
- Q q tá pegando?
- Quero conhecê-lo melhor, saber de sua vida, seus sonhos, seus objetivos... Como vai a escola?... Quem são seus amigos?... Quais os seus gostos?...
- Pô véio! È só issu? Entra no meu orkut!...
Márcio Roberto Goes
www.marciogoes.com.br
Me add... blz?
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Brizola Tempos de Luta - Trailer parte 1
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CQC: Lançamento da biografia de Paulo Maluf
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MALUF DÁ SUA SINCERA OPINIÃO SOBRE OS POLÍTICOS - CQC
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Debate Presidenciáveis SBT 89 - Parte 2
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O que Hitler diria do desempenho brasileiro nas olimpíadas
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Pra Ser Sincero - Engenheiros do Hawaii(Acústico 2)
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DICA DE CINEMA: AS ÚLTIMAS HORAS DE HITLER
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quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Resgatar o que perdemos
Podemos alimentar duas atitudes face à crise ecológica: apontar os erros cometidos no passado que nos levaram à presente situação ou resgatar os valores, os sonhos e as experiências que deixamos para trás e que podem ser úteis para a invenção do novo. Prefiro esta segunda atitude. Por isso, importa fazer uma reescritura do momento presente, elencando mais que aprofundando dez pontos cruciais.
O primeiro é resgatar o princípio da re-ligação: todos os seres, especialmente, os vivos, são interdependentes e são expressão da vitalidade do Todo que é o sistema-Terra. Por isso todos temos um destino compartilhado e comum.
O segundo é reconhecer que a Terra é finita, um sistema fechado como uma nave espacial, com recursos escassos.
O terceiro é entender que a sustentabilidade global só será garantida mediante o respeito aos ciclos naturais, consumindo com racionalidade os recursos não renováveis e dar tempo à natureza para regenerar os renováveis.
O quarto é o valor da biodiversidade pois é ela que garante a vida como um todo pois propicia a cooperação de todos com todos em vista da sobrevivência comum.
O quinto é o valor das diferenças culturais, pois todas elas mostram a versatilidade da essência humana e nos enriquecem a todos, pois tudo no humano é complementar.
O sexto é exigir que a ciência se faça com consciência e seja submetida a critérios éticos para que suas conquistas beneficiam mais à vida e à humanidade que ao mercado.
O sétimo é superar o pensamento único da ciência e valorizar os saberes cotidianos, das culturas originárias e do mundo agrário porque ajudam na busca de soluções globais.
O oitavo é valorizar as virtualidades contidas no pequeno e no que vem de baixo, pois nelas podem estar contidas soluções globais, bem explicadas pelo efeito borboleta.
O nono é dar centralidade à equidade e ao bem comum pois as conquistas humanas devem beneficiar a todos e não como atuamente, a apenas 18% da humanidade.
O décimo, o mais importante, é resgatar os direitos do coração, os afetos e a razão cordial que foram relegados pelo modelo racionalista e é onde reside o nicho dos valores.
Estes pontos representam visões humanas que não podem ser desperdiçadas, pois incorporam valores que poderão alimentar novos sonhos, nutrir nosso imaginário e principlamente fomentar práticas alternativas. Somos seres que esquecem e recordam e que sempre podem resgatar o que não pôde ter oportunidade no passado e dar-lhe agora chance de realização. Por ai, quem sabe, encontraremos uma saida para a crucificante crise atual.
Leonardo Boff
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Blog da Folha
"Aquecimento global vai afetar agricultura no Brasil
Da Agência Brasil
Estudo científico publicado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) projeta que a mudança climática da Terra poderá afetar o mapa agrícola do Brasil. O aquecimento global poderá forçar a migração de culturas, a diminuição de área de cultivo e maior pressão sobre a chamada área de “fronteira agrícola” entre o Cerrado e a Amazônia.
As regiões mais afetadas são Sul, Sudeste e Nordeste do país, o que pode resultar na transferência de culturas para as áreas agricultáveis da Amazônia Legal e no aumento do fluxo migratório para a região. Segundo o coordenador do estudo, Hilton Silveiro Pinto, áreas agricultáveis da Amazônia “não deverão sofrer qualquer problema”.
A Embrapa Informática Agropecuária e o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas da Unicamp) fizeram projeções para 2020, 2050 e 2070 e construíram dois cenários para as culturas de algodão, arroz, café arábica, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mandioca, milho e soja. No cenário mais pessimista, as temperaturas vão subir em diferentes regiões de 2 a 5,4 graus célsius.
No cenário menos negativo, a variação é de 1,4 a 3,8 graus célsius. À exceção da cana-de-açúcar e da mandioca, as projeções prevêem que todas as demais culturas estudadas sofrerão impactos negativos com o aquecimento da temperatura no planeta. Segundo o estudo �"
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O pior pode não ser votar nulo
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Vida Global
Vida Global:
"Ex-rebelde maoísta vai governar Nepal
Depois de 10 anos de luta armada para derrubar a monarquia no Nepal, o líder maoísta Pushpa Kamal Dahal, mais conhecido pelo nome de guerra de Prachanda (Feroz), conseguiu.
Democraticamente, os maoístas venceram as eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, aboliram a monarquia, e agora vão governar esse reino perdido nas montanhas do Himalaia, o teto do mundo."
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Blog do Noblat
Blog do Noblat :
"Lugo quer recuperar terras distribuídas por Stroessner
Brasileiros podem ter comprado propriedades de beneficiados pela ditadura
De Janaína Figueiredo:
Em sua primeira semana de governo, o novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, decidiu começar a cumprir uma de suas principais promessas de campanha: a implementação de uma histórica reforma agrária no país. Segundo confirmaram autoridades do Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), o novo governo elaborará uma lista de pessoas que tenham obtido suas terras de forma irregular durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), que será divulgada no próximo dia28 de agosto.
O objetivo de Lugo é recuperar grande parte das terras concedidas pelo governo Stroessner a militares, amigos e parentes do ditador e redistribuí-las a cerca de 300 mil famílias de camponeses pobres do país. De acordo com o novo diretor do Indert, Alberto Alderete, o ditador entregou oito milhões de hectares a seus protegidos."
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Blog do Noblat
"Tensão volta a crescer no Cáucaso
Enclave separatista tem apoio de Moscou. Russos continuam retirada da Geórgia
De Vivian Oswald:
Antes mesmo de concluída a retirada das tropas russas da Geórgia, a região separatista da Abcásia mostrou ontem que os desentendimentos entre a Rússia e Tbilisi estão longe do fim. Aproveitando-se do fato de as Forças Armadas georgianas terem sido derrotadas pelo Exército russo, os abcásios resolveram fazer pressão pelo reconhecimento da sua independência, decretada em 1992, porém jamais aceita pela comunidade internacional. Ontem, o parlamento da república autoproclamada aprovou pedido de reconhecimento encaminhado formalmente à Casa pela presidência. O documento deve ser enviado hoje a Moscou.
— O povo da Abcásia tem a intenção de pedir à direção russa que a reconheça — disse o vice-presidente Viatcheslav Tsougba.
Em Moscou, o Conselho da Federação, como é chamada a câmara alta do Parlamento russo, garantiu estar 'pronto para reconhecer' a independência não só da Abcásia, como também da Ossétia do Sul — pivô dos conflitos dos últimos dias no Cáucaso. Na próxima segunda-feira, o conselho russo se reúne em sessão extraordinária para tratar o assunto. A idéia é recomendar ao Kremlin que reconheça a independência das duas regiões."
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Entrevista de Diogo Mainardi
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terça-feira, 19 de agosto de 2008
Assinatura Básica
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Que é ter vergonha na cara?
É a vergonha na cara que reprime os impulsos para a violação das leis e que freia a vontade de corrupção. Já para Aristóteles a vergonha e o rubor são indícios inequívocos da presença do sentimento ético. Quando faltam, tudo é possível. Foi a vergonha pública que obrigou Nixon renunciar à presidência. De tempos em tempos, vemos ministros e grandes executivos tendo que pedir imediata demissão por atos desavergonhados. No Japão chegam a suicidar-se por não aguentarem a vergonha pública. Ter vergonha na cara representa um limite intransponível. Violado, a sociedade despreza seu violador, pois não se pode conviver sem brio.
Que é ter vergonha na cara? O dicionário Aurelio assim define:"ter sentimento da própria dignidade; ter brio." É o que mais nos falta na política, nos portadores de poder público, em deputados, senadores, executivos e em outros tantos ladrões e corruptos de colarinho branco. Com a maior cara de pau e sem vergonhice negam crimes manifestos, mentem sem escrúpulos nos interrogatórios e mas entrevistas aos meios de comunicação. São pessoas que à força de fazer o ilícito e de se sentir impumes perderam qualquer senso da própria dignidade. Roubar do erário público, assaltar verbas destinadas até para a merenda escolar ou falsificar remédios não produz vergonha na cara. Crime é a bobeira de quem deixa sinais ou permite que seja pego com a boca na botija. Nem se importam, pois sabem que serão impunes, basta-lhes pagar bons advogados e fazer recursos sobre recursos até expirar o prazo. Parte da justiça foi montada para facilitar estes recursos e favorecer os sem vergonha com poder.
No transfundo de tudo está uma cultura que sempre negou dignidade aos índios, aos negros e aos pobres. Roubo-lhes seu valor ético porque a maioria guarda vergonha na cara e tem um mínimo de brio. Como me dizia um "catador de lixo" com o qual trabalhei cerca de 20 anos: "o que mais me dói é que tenho que perder a vergonha na cara e me sujeitar a viver do lixo. Mas não sou "catador", sou trabalhador que com o meu trabalho digno consigo alimentar minha família". Se nossos políticos desavergonhados tivessem a vergonha desse trabalhador, digna e dignificante seria a política de nosso pais.
Leonardo Boff
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Demarcação da TI Raposa-Serra do Sol em ilhas fere a Constituição, afirma jurista
Em parecer escrito a pedido do Conselho Indígena de Roraima, o consagrado jurista e constitucionalista José Afonso da Silva, professor titular aposentado da Universidade de São Paulo, escreve: “A União não pode diminuir nem dividir o território de ocupação tradicional em função de questões de cunho econômico ou político, porque isso importará desrespeito à Constituição (art. 231).” O professor analisou os principais pontos questionados na Ação Popular, que pede a anulação da demarcação terra indígena, em Roraima, perante o STF, cujo julgamento está marcado para o próximo dia 27 de agosto.
Em atenção à solicitação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), o parecer dispõe longamente sobre o instituto do indigenato, direito originário dos indios às terras que tradicionalmente ocupam, inicialmente reconhecido no período colonial pelo Alvará Regio de 1680, e posteriormente recepcionado pela Constituição de 1934 e seguintes. Ou seja, o direito originário dos índios às terras que habitam é anterior à Constituição de 1934 que o reconheceu. O parecer é cristalino ao expor que os direitos originários dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam são reconhecidos diretamente pela Constituição, independentemente da demarcação de suas terras. O que significa dizer que presentes os elementos necessários para definir determinada porção de terra como indígena, o direito dos índios que a ocupam existe e se legitima independentemente do ato demarcatório.
O Parecer aborda alguns pontos específicos referentes à demarcação da Terra Indígena habitada por índios Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Patamona e Taurepang, em Roraima. O eminente professor José Afonso ensina sobre o pedido do Estado de Roraima de excluir da terra indígena áreas ocupadas por não-índios, como os arrozeiros, para a construção de uma hidrelétrica e outras, que a demarcação “de uma terra indígena não é determinada segundo critérios de oportunidade e conveniência do Poder Público, porque o critério que define a localização e a extensão das terras é o da ocupação tradicional, ou seja, a demarcação tem que coincidir, precisamente, com as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, definidas cientificamente por via antropológica. A União não pode diminuir nem dividir o território de ocupação tradicional em função de questões de cunho econômico ou político, porque isso importará desrespeito à Constituição (art. 231).
José Afonso Silva entende que é inconstitucional a demarcação de terras indígenas que reconhece apenas parcialmente a ocupação tradicional dos índios. O retalhamento de terras indígenas compromete a sobrevivência física e cultural dos povos que nelas vivem, razão maior da destinação de posse permanente estabelecida na Constituição. E escreve: “Em suma, as terras reconhecidas como tradicionalmente ocupadas pelos índios têm que ser demarcadas na sua integridade e continuidade. A Constituição abeberou-se na experiência para assim estabelecer, pois, antes dela, houve demarcação de terras indígenas em ilhas que causou terríveis danos aos índios, destruindo-os praticamente, como se deu com os guaranis de Mato Grosso do Sul. A Constituição, por isso, fechou essa possibilidade, porque se compreendeu que admiti-la seria sujeitar as terras indígenas a novas invasões ilegítimas que depois seriam, assim mesmo, invocadas para formação de ilhas em seu favor.”
Em relação à existência de risco à soberania do país em caso de demarcação em faixa de fronteira o entendimento expresso no parecer “é de que a demarcação das terras indígenas não muda em nada a situação existente. Portanto, se não havia risco antes da demarcação, continua não havendo. Pois, não há incompatibilidade alguma entre a defesa do território e a ocupação tradicional indígena, nem existe qualquer restrição constitucional ou legal para a atuação das Forças Armadas em território indígena, demarcado ou não, em faixa de fronteira.”
O argumento do Estado de Roraima de que 46% do seu território é habitado por populações indígenas e isso inviabiliza o seu desenvolvimento, comprometendo a sua existência como ente federado é considerado inconsistente. Pois, conforme explica o professor José Affonso: “Primeiro, porque essa situação já existia antes da criação do Estado de Roraima, senão antes mesmo da formação da Federação brasileira; se os índios já ocupavam tradicionalmente aquelas terras, e a Constituição lhes garantia e garante a posse permanente, como terras de domínio da União, essa é uma circunstância de fato e de direito que não comporta solução diversa da que teve, qualquer que seja suas conseqüências em relação àquela unidade federada. Na verdade, não compromete a existência do Estado porque os demais 54%, cerca de 120 km², tem grande potencial econômico e comporta muito bem a sua população de 324,3 mil habitantes, que dá uma densidade demográfica baixíssima, em torno de 0,57 hab/km². A área restante ainda é maior do que diversos Estados brasileiros: Sergipe (21.910 km²), Alagoas (27.767 km²), Paraíba (56.439 km²),quase quatro vezes mais que a Bélgica, de sorte que ainda se tem um enorme potencial econômico que, bem administrado, pode realizar o progresso do Estado. Dizer que o Estado é inviável, por causa da demarcação da Terra Indígena Raposa do Sol, o mesmo é que dar argumento e fundamento para que o Estado volte à condição de Território. O signatário deste parecer pensa o contrário, ou seja, que o Estado não só é viável, como pode dar ainda grande contribuição ao progresso do Brasil.”
O Parecer será encaminhado a todos os ministros do STF e pode ser lido na íntegra em http://www.socioambiental.org/inst/esp/raposa/?q=documentos
(Envolverde/Instituto SocioAmbiental)
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Blog do Noblat
Blog do Noblat :
"Jogos de Pequim - 'Somos um zero à esquerda'
Do leitor que se assina Rutílio:
Aqueles que cantaram loas por causa dos resultados do PAN devem aceitar a dura realidade. Do ponto de vista do esporte mundial somos praticamente um zero à esquerda.
Foram enviados [à China] quase 300 atletas que trarão uma miséria de medalhas, quase todas fruto de esforço próprio, como é o caso do nadador Cesar Cielo, que foi se aperfeiçoar nos EUA, ou dos judocas.
E gasta-se rios de dinheiro nessas confederações, mais preocupadas em mordomias para os dirigentes do que com os atletas em si.
E para quem acha que Michael Phelps é um semideus, eu acredito que ele é apenas resultado de um trabalho sério que se faz nos EUA. Tivesse nascido no Brasil dificilmente faria o que fez."
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Habitação Popular
Olha se investissem como estão investindo em placas de propaganda eleitoral, estaríamos bem. Ah Quando que o Ricardo Vai começar a fazer campanha? Ou o importante é só se candidatar?"
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Pronto socorro
A simples decisão do Tribunal Superior Eleitoral de autorizar o envio de tropas federais ao Rio, alegadamente para assegurar a segurança na eleição, não é garantia de nada nem vai livrar um universo (mal) calculado entre 500 mil e 1 milhão de eleitores, do tacão das milícias e do narcotráfico.
Aliás, nem o cumprimento da decisão é certo. De posse de informações fornecidas nas últimas semanas por diversas fontes, o TSE pôde ter uma noção aproximada do risco contido na imposição de reservas de mercado de votos pela força e fez um gesto.
Quase fidalgo se comparado à ferocidade do inimigo, mas indicativo de que pelo menos um dos Poderes da República já se deu conta de que algo precisa ser feito para conter o crescimento da bancada do crime no Legislativo - nos âmbitos municipal, estadual e federal - antes que daqui a pouco o Brasil comece a conviver com candidaturas de prefeitos, governadores e, por que não dizer, presidentes da República claramente identificados com a bandidagem.
A Justiça Eleitoral acenou com um "alto lá" ao optar pelo envio das tropas federais com tanta antecedência. Disse ao adversário o seguinte: se a idéia é partir para a ignorância, então que se explicite a fortaleza de quem tem a prerrogativa legal do uso da força, o Estado.
Uma das fontes de informação do ministro Ayres Britto - não a única - foi a Comissão de Segurança Pública da Câmara, cujo presidente, deputado Raul Jungmann, passou o último mês coletando os subsídios repassados ao presidente do TSE.
Segundo ele, cruzando dados dos eleitos no último pleito para deputado estadual com as respectivas votações nas áreas dominadas, não é difícil chegar à conclusão de que hoje de 25% a 30% dos integrantes da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro têm alguma ligação com o tráfico ou com as milícias.
Resultado: "O poder que está saindo das urnas é de alguma forma conivente, convivente ou condicionado pelos meios e modos impostos pelo crime", diz o deputado.
Sem estatísticas precisas - ademais, por inexistentes da área de segurança pública de maneira unificada, centralizada e confiável -, Jungmann adere ao cálculo do eleitorado de 500 mil a 1 milhão de pessoas (no Rio, capital, há cerca de 4 milhões e 500 mil eleitores ao todo) hoje submetidas às regras do poder paralelo.
"As pessoas se preocupam com Ingrid Bettancourt, o que é muito justo. Mas não se preocupam com os reféns das quadrilhas nos morros do Rio", aponta.
O Rio não é o único lugar onde isso ocorre - "em Alagoas e Pernambuco há situações muito semelhantes" -, com toda certeza é o pior.
Justamente pela evidência de que o crime elege representantes que depois farão parte de coalizões de governos, cujos loteamentos de cargos levam essas pessoas a reivindicar, e ganhar, cargos na cúpula da segurança pública.
O caso do ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, preso, indiciado, cassado e com prisão preventiva por corrupção recentemente decretada, é o exemplo típico do que diz Raul Jungmann.
E os candidatos, as autoridades, o que dizem? Depende. Alguns saúdam formalmente as providências de força, certos de sua ineficácia; outros fazem menos barulho, preservam-se politicamente, mas ajudam objetivamente no combate.
Parte dos candidatos clama contra o "absurdo", em geral os com menos chances eleitorais, com menos compromissos a cumprir; parte emudece, muda de assunto como se houvesse algo mais importante que a interdição do direito de ir e vir e a imposição do terror ao cidadão pela ameaça (falsa) de violação do voto.
Estes aderem ao acordo tácito racionalizando o argumento da "lógica" da "política local" , a fim de sobreviver e ainda poder olhar os filhos quando chegam em casa.
Há ainda os que se atiram na alienação sem medo de ser felizes nem de contribuir para a infelicidade alheia com seu jogo de avestruz.
Tomemos o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, a primeira autoridade do Poder Executivo estadual a se manifestar. Ao molde dos políticos mais preocupados com o imediatismo das conveniências eleitorais do que com o processo de degenerescência institucional, Luiz Fernando Pezão dispensa ajuda.
Para ele não há nada, só "exploração política" por parte de quem não tem acesso a determinadas áreas onde a população "cansou" de promessas e, por isso, se organiza para eleger gente da "comunidade".
Como não é cego, surdo nem tolo, ou o vice-governador exercita seus dotes de conhecido piadista ou acha menos perigoso dar de ombros à insegurança pública que encarar a bandidagem.
Ou talvez sofra do mal há algum tempo apontado pelo deputado Aldo Rebelo e corroborado por Jungmann para explicar a negligência dos governos Lula e Fernando Henrique no combate ao crime: "A geração que sucedeu a ditadura no poder, oriunda da esquerda, não cuida da segurança porque repudia a repressão."
Ou, dizendo de forma mais rude: acha que ditadura no morro é bangalô.
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domingo, 17 de agosto de 2008
Qual é a felicidade possível
Para dizer logo, sem outras mediações, não se pode ir direto à felicidade. Quem o faz, é quase sempre infeliz. A felicidade resulta de algo anterior: da essência do ser humano e de um sentido de justa medida em tudo.
A essência do ser humano reside na capacidade de relações. Ele é um nó de relações, uma espécie de rizoma, cujas raízes apontam para todas as direções. Só se realiza quando ativa continuamente sua panrelacionalidade, com o universo, com a natureza, com a sociedade, com as pessoas, com o seu próprio coração e com Deus. Essa relação com o diferente lhe permite a troca, o enriquecimento e a transformação. Deste jogo de relações, nasce a felicidade ou a infelicidade na proporção da qualidade destes relacionamentos. Fora da relação não há felicidade possível.
Mas isso não basta. Importa viver um sentido profundo de justa medida no quadro da concreta condição humana. Esta é feita de realizações e de frustrações, de violência e de carinho, de monotonia do cotidiano e de emergências surpreeendentes, de saúde, de doença e, por fim, de morte.
Ser feliz é encontrar a justa medida em relação a estas polarizações. Dai nasce um equilíbrio criativo: sem ser pessimista demais porque vê as sombras, nem otimista demais porque percebe as luzes. Ser concretamente realista, assumindo criativamente a incompletude da vida humana, tentando, dia a dia, escrever direito por linhas tortas.
A felicidade depende desta atitude, especialmente quando nos confrontamos com os limites incontornáveis, como, por exemplo, as frustrações e a morte. De nada adianta ser revoltado ou resignado, Mas tudo muda se formos criativos: fazer dos limites fontes de energia e de crescimento. É o que chamamos de resiliência: a arte de tirar vantagens das dificuldades e dos fracassos.
Aqui tem seu lugar um sentido espiritual da vida, sem o qual a felicidade não se sustenta a médio e a longo prazo. Então aparece que a morte não é inimiga da vida, mas um salto rumo a uma outra ordem mais alta. Se nos sentimos na palma das mãos de Deus, serenamos. Morrer é mergulhar na Fonte. Desta forma, como diz Pedro Demo, um pensador que no Brasil melhor estudou a “Dialética da Felicidade”(em três volumes, pela Vozes): ”Se não dá para trazer o céu para terra, pelo menos podemos aproximar o céu da terra”. Eis a singela e possível felicidade que podemos penosamente conquistar como filhos e filhas de Adão e Eva decaídos.
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É possível ser feliz num mundo infeliz?
No Brasil apenas 5 mil famílias detém 46% da riqueza nacional. No mundo 1125 bilionários individuais possuem riqueza igual ou superior à riqueza do conjunto de paises onde vive 59% da humanidade. O aquecimento global evocou o fantasma de graves ameaças à estabilidade do planeta e ao futuro da humanidade. Diante deste quadro, é possível ser feliz? Só podemos ser felizes junto com outros.
Importa reconhecer que estas contradições não invalidam a busca da felicidade. Ela é permanente embora pouco encontrada. Isso nos obriga a fazer um discurso critico e não ingênuo sobre as chances de felicidade possível.
Na reflexão anterior sobre o mesmo tema, enfatizamos o fato de que a felicidade sustentável é somente aquela que nasce do caráter relacional do ser humano. Em seguida, é aquela que aprende a buscar a justa medida nas contradições da condição humana. Feliz é quem consegue acolher a vida assim como ela é, escrevendo certo por linhas tortas. Aprofundando a questão, cabe agora refletir sobre o que significa ser feliz e estar feliz. Foi Pedro Demo, a meu ver, uma das cabeças mais bem arrumadas da inteligência brasileira, que entre nós melhor estudou a “Dialética da Felicidade”(3 tomos, 2001). Ele distingue dois tempos da felicidade e nisso o acompanhamos: o tempo vertical e o tempo horizontal. O vertical é o momento intenso, extático e profundamente realizador: o primeiro encontro amoroso, ter passado num concurso difícil, o nascimento do primeiro filho. A pessoa está feliz. É um momento que incide, muito realizador, mas passageiro.
E há o momento horizontal: é o que se estende no dia a a dia, como a rotina com suas limitações. Manejar sabiamente os limites, saber negociar com as contradições, tirar o melhor de cada situação: isso faz a pessoa ser feliz.
Talvez o casamento nos sirva de ilustração. Tudo começa com o enamoramento, a paixão e a idealização do amor eterno, o que leva a querer viver junto. É a experiência de estar feliz. Mas, com o passar do tempo, o amor intenso dá lugar à rotina e à reprodução de um mesmo tipo de relações com seu desgaste natural. Diante desta situação, normal numa relação a dois, deve-se aprender a dialogar, a tolerar, a renunciar e a cultivar a ternura sem a qual o amor se extenua até virar indiferença. É aqui que a pessoa pode ser feliz ou infeliz.
Para ser feliz na extensão temporal, precisa de invenção e de sabedoria prática. Invenção é a capacidade de romper a rotina: visitar um amigo, ir ao teatro, inventar um programa. Sabedoria prática é saber desproblematizar as questões, acolher os limites com leveza, saber rimar dor com amor. Se não fizer isso, vai ser infeliz pela vida afora.
Estar feliz é um momento. Ser feliz é a um estado prolongado. Este se prolonga porque sempre é recriado e alimentado. Alguém pode estar feliz sendo infeliz. Quer dizer, tem um momento intenso de felicidade (momento) como o reencontro com um irmão que escapou da morte. Como pode ser feliz (estado) sem estar feliz (momento), quer dizer, sem que algo lhe aconteça de arrebatador.
A felicidade participa de nossa incompletude. Nunca é plena e completa. Faço minha a brilhante metáfora de Pedro Demo:”a felicidade participa da lógica da flor: não há como separar sua beleza, de sua fragilidade e de seu fenecimento”.
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A dimensão esquecida: a vida interior
Primeiramente, importa aclarar a palavra interior. Ela é o reverso do exterior. A vida possui uma dimensão exterior. É a nossa corporalidade. A cultura moderna inflacionou a exterioridade através de todos os meios de comunicação. O mundo das pessoas foi totalmente devassado.
Mas existe também o interior. Geralmente o interior é aquilo que não se vê diretamente. Podemos conhecer e até nos fascinar pelo exterior de uma pessoa, por sua beleza e inteligência. Mas para conhecê-la, precisamos considerar o seu interior, seu coração, seu modo de ser e sua visão de mundo. Só então podemos fazer juizos mais adequados e justos sobre ela.
Interior possui ainda um significado de qualidade de vida. Assim dizemos que a vida no interior é mais tranquila, mais integrada na comunidade e na natureza, no fundo, com mais possibilidade de nos fazer felizes. É que a vida no interior não está sujeita à lógica da cidade com o ir e vir das pessoas e com a parafernália técnica e burocrática e as ameaças de violência.
Por fim, interior significa a profundidade humana. Este interior, o profundo, emerge quando o ser humano pára, faz silêncio, começa a olhar para dentro de si e a pensar seriamente. Quando coloca questões decisivas como: que sentido tem minha vida, todo esse universo de coisas, de aparelhos, de trabalhos, de sofrimentos, de lutas e de prazeres? Há vida para além da vida, já que tantos amigos morrerram, às vezes, de forma absurda, em acidentes de carro e por bala perdida? Por que estou neste planeta pequeno, tão belo mas tão maltratado?
Quem oferece respostas? Geralmente são as religiões e as filosofias pois sempre se ocupam com estas questões. Mas é ilusório pensar que com a frequência aos cultos ou com a adesão a alguma visão de mundo se garante vida interior. Tudo isso importa, mas só na medida em que produzir uma experiência de sentido, uma comoção nova e uma mudança vital.
Vda interor não é monopólio das religiões. Estas vêm depois. Vida interior é uma dimensão do humano. Por isso é universal. Está em todos os tempos e em todas as culturas.
As religiões cumprem sua missão quando suscitam e alimentam a vida interior de seus seguidores, quando lhes criam condições de fazerem a viagem para o seu interior, rumo ao coração onde habita o Mistério. Vida interior supõe escutar as vozes e os movimentos que vêm de dentro. Há um eu profundo, carregado de anseios, buscas e utopias. Há uma exigência ética que nos convida para o bem, não apenas para si mesmo pessoalmente mas também para os outros.
Há uma Presença que se impõe, maior que a nossa consciência. Presença que fala daquilo que realmente conta em nossa vida, daquilo que é decisivo e que não pode ser delegado a ninguém. Deus é outro nome para esta experiência que preenche a nossa busca insaciável.
Cultivar esse espaço é ter vida interior. O efeito mais imediato desta vida interior é uma energia que permite enfrentar os problemas cotidianos sem excessivo estresse. Quem possui vida interior irradia uma atmosfera benfazeja e confere repouso àqueles que estão à sua volta.
Alimentar vida interior, como sempre repete Arthur da Távola em seu programa de televisão “Quem tem medo de música clássica” é não ter mais solidão. A solidão é um dos maiores inimigos do ser humano, porque o desenraiza da conexão universal. A vida interior o religa ao Todo do qual é parte.
Leonardo Boff
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