CAPÍTULO I - O PLANETA ÁGUA
Muito se especula sobre as razões da recriação da IV Frota, parte do Comando Sul da Marinha Americana, com o raio de ação basicamente na região do Atlântico Sul. Este Blog acredita que não há apenas uma razão para tal medida, e sim um conjunto de razões suficientemente fortes para justificar o ato. Razões de Império, orientadas desde o seu nascedouro pela Teoria do Destino Manifesto, forjadora da nação americana com a configuração que ela tem hoje.
A partir de hoje, este blog analisará as principais razões que levaram o governo americano a mais esse ato expansionista. Começando pelo acesso e controle da água.
Observadores mais argutos dirão que é um contrassenso nossa teoria. Argumentarão que os americanos, com o grande complexo hidrográfico do Mississipi-Missouri, jamais terão escassez de água. Concordo. É a lógica. Mas os EUA, desde O’Sullivan, mandam a lógica às favas, guiando suas ações pela diplomacia das canhoneiras; vislumbrando sempre um fundo expansionista em suas relações com os outros Estados. A frase-lema de James Buchanan “A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até à América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la.", permanece até hoje no frontispício da Casa Branca.
Estudiosos e agentes do governo americano pesquisam o déficit hídrico mundial, há décadas. E sabem que, se hoje temos um quadro grave na oferta hídrica mundial, a médio e longo prazos, o que é grave se tornará dramático. Países que hoje já padecem de restrições no consumo de água, como China, índia, Irã, Argélia, Egito, México e Paquistão, no ritmo atual de crescimento no consumo, terão, daqui a algumas décadas, que comprá-la de países que a terão em abundância. Não é exercício de futurologia, nem teoria da conspiração, aventarmos a hipótese de que, num futuro não muito distante, a água ser uma commodity mais cara e estratégica que o petróleo.
Nesse cenário adverso de escassez de água, temos configurado o jogo bruto do mercado: os países grandes produtores se tornarão exportadores de um bem limitado e caro. Quem tiver o controle dos grandes reservatórios de água dominará as relações mercantis; ou seja, os países grandes produtores de água, reunidos talvez numa OPEA ( Organização dos Países Exportadores de Água), ditarão o preço e a quantidade da água que venderão. É a lógica do velho, puro e bruto capitalismo! Puro e sem gelo, evidentemente.
Bom, e o que isso tem a ver com a IV Frota? perguntarão os áulicos de sempre. Tem que o Brasil consegue reunir em seu território uma conjunção de fatores, únicos no planeta, que o tornam dotado de um excepcional superávit hídrico. Além de possuir a maior bacia hidrográfica do planeta, a Amazônica, o Brasil, conta com mais de uma dezena de importantes bacias, possuindo aproximadamente 13% da água doce do planeta. Sem estar devidamente mensurado o seu potencial aqüífero, visto que os dois maiores aqüíferos do planeta estão aqui localizados, o Guarani e o Alter do Chão. Dados preliminares indicam para o aqüífero Alter do Chão um volume de 86 mil Km³ de água, e 45 mil km³ para o Guarani. Por muito menos, as canhoneiras do Tio Sam lamberam a metade do México.
Posto esse cenário, fica a indagação: o que o Brasil deve fazer, diante de um ato potencialmente intimidatório como esse? Bom, este blog não tem a pretensão de ensinar padre a rezar missa, nem ensinar o governo a governar nem a defender a soberania do país. Uma tarefa que a Blogosfera pode e deve fazer é a de abrir a discussão, alertando o povo e as autoridades acerca da gravidade do quadro. Talvez um bom começo tenha sido a criação da ANA – Agência Nacional de Águas, levada a cabo pelo governo Lula, para disciplinar e racionalizar o consumo de água no país. Outro importante passo seria, talvez, a formatação de uma nova política nacional de defesa, que levasse em conta todas essas condicionantes e que desaguasse num fortalecimento do poder dissuasório das Forças Armadas do país.
Alberto Bilac de Freitas
Igor Romanov
Muito se especula sobre as razões da recriação da IV Frota, parte do Comando Sul da Marinha Americana, com o raio de ação basicamente na região do Atlântico Sul. Este Blog acredita que não há apenas uma razão para tal medida, e sim um conjunto de razões suficientemente fortes para justificar o ato. Razões de Império, orientadas desde o seu nascedouro pela Teoria do Destino Manifesto, forjadora da nação americana com a configuração que ela tem hoje.
A partir de hoje, este blog analisará as principais razões que levaram o governo americano a mais esse ato expansionista. Começando pelo acesso e controle da água.
Observadores mais argutos dirão que é um contrassenso nossa teoria. Argumentarão que os americanos, com o grande complexo hidrográfico do Mississipi-Missouri, jamais terão escassez de água. Concordo. É a lógica. Mas os EUA, desde O’Sullivan, mandam a lógica às favas, guiando suas ações pela diplomacia das canhoneiras; vislumbrando sempre um fundo expansionista em suas relações com os outros Estados. A frase-lema de James Buchanan “A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até à América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la.", permanece até hoje no frontispício da Casa Branca.
Estudiosos e agentes do governo americano pesquisam o déficit hídrico mundial, há décadas. E sabem que, se hoje temos um quadro grave na oferta hídrica mundial, a médio e longo prazos, o que é grave se tornará dramático. Países que hoje já padecem de restrições no consumo de água, como China, índia, Irã, Argélia, Egito, México e Paquistão, no ritmo atual de crescimento no consumo, terão, daqui a algumas décadas, que comprá-la de países que a terão em abundância. Não é exercício de futurologia, nem teoria da conspiração, aventarmos a hipótese de que, num futuro não muito distante, a água ser uma commodity mais cara e estratégica que o petróleo.
Nesse cenário adverso de escassez de água, temos configurado o jogo bruto do mercado: os países grandes produtores se tornarão exportadores de um bem limitado e caro. Quem tiver o controle dos grandes reservatórios de água dominará as relações mercantis; ou seja, os países grandes produtores de água, reunidos talvez numa OPEA ( Organização dos Países Exportadores de Água), ditarão o preço e a quantidade da água que venderão. É a lógica do velho, puro e bruto capitalismo! Puro e sem gelo, evidentemente.
Bom, e o que isso tem a ver com a IV Frota? perguntarão os áulicos de sempre. Tem que o Brasil consegue reunir em seu território uma conjunção de fatores, únicos no planeta, que o tornam dotado de um excepcional superávit hídrico. Além de possuir a maior bacia hidrográfica do planeta, a Amazônica, o Brasil, conta com mais de uma dezena de importantes bacias, possuindo aproximadamente 13% da água doce do planeta. Sem estar devidamente mensurado o seu potencial aqüífero, visto que os dois maiores aqüíferos do planeta estão aqui localizados, o Guarani e o Alter do Chão. Dados preliminares indicam para o aqüífero Alter do Chão um volume de 86 mil Km³ de água, e 45 mil km³ para o Guarani. Por muito menos, as canhoneiras do Tio Sam lamberam a metade do México.
Posto esse cenário, fica a indagação: o que o Brasil deve fazer, diante de um ato potencialmente intimidatório como esse? Bom, este blog não tem a pretensão de ensinar padre a rezar missa, nem ensinar o governo a governar nem a defender a soberania do país. Uma tarefa que a Blogosfera pode e deve fazer é a de abrir a discussão, alertando o povo e as autoridades acerca da gravidade do quadro. Talvez um bom começo tenha sido a criação da ANA – Agência Nacional de Águas, levada a cabo pelo governo Lula, para disciplinar e racionalizar o consumo de água no país. Outro importante passo seria, talvez, a formatação de uma nova política nacional de defesa, que levasse em conta todas essas condicionantes e que desaguasse num fortalecimento do poder dissuasório das Forças Armadas do país.
Alberto Bilac de Freitas
Igor Romanov
Nenhum comentário:
Postar um comentário