O simples fato de um subsecretário de Estado americano ter participado das negociações sobre o desarmamento nuclear do Irã levaram a uma queda de US$ 20 nos preços do barril de petróleo. As negociações fracassaram porque o Irã mais uma vez se negou a interromper o processo de enriquecimento de urânio. Mas sinalizaram uma mudança de política dos Estados Unidos em relação ao Irã da guerra para a diplomacia.
Pela primeira vez desde a ocupação da embaixada americana em Teerã pelos guardas revolucionários, em 1979, depois da vitória da revolução islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, é aberto um dialogo do mais alto nível entre os EUA e o Irã.
O início desse diálogo é uma vitória da secretária de Estado, Condoleezza Rice, sobre a linha dura do governo George Walker Bush, liderada pelo vice-presidente Dick Cheney, e da proposta do candidato oposicionista Barack Obama de negociar diretamente com os países considerados inimigos dos EUA.
Rice esteve ao lado de Bush nos piores momentos do presidente, justificou a invasão do Iraque, a prisão na base naval de Guantânamo, em Cuba, e outras violações do direito internacional cometidas por este desastroso governo dos EUA. Mas aprendeu que o uso da força pode criar problemas ainda maiores do que o original.
Cheney era o grande defensor de uma onda de “bombardeios cirúrgicos” para atacar pelo menos cem alvos do programa nuclear iraniano, acusado pelos EUA e Israel de desenvolver armas atômicas.
Agora, os americanos pretendem aplicar a mesma fórmula usada nas negociações com a Coréia do Norte, de que participam as duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia, envolvendo diversos países de peso para pressionar o regime comunista norte-coreano.
Na mesma linha, o objetivo seria mostrar ao Irã que a proliferação nuclear vai aumentar a tensão no Oriente Médio em troca de garantias de segurança. Mas a pressão internacional estimulou uma reação nacionalista até mesmo entre exilados iranianos
O chefe do programa nuclear do Irã no governo do xá Reza Pahlevi denunciou na semana passada em Londres as pressões internacionais para impedir que o país desenvolva o ciclo completo da energia atômica como um “apartheid nuclear”.
Em palestra na London School of Economics, promovida pela organização Iranianos pela Paz, o Dr. Akbar Eternad admitiu que o Irã descumpriu obrigações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e alegou que o estágio de desenvolvimento do programa nuclear iraniano ainda exge 10 anos para fazer a bomba. Mas não explicou como um exilado político que não confia no regime de seu país pode ter tanta certeza de que ele não seria irresponsável de posse de armas atômicas.
"O Irã não é uma democracia, mas o Paquistão também não é, tem armas nucleares e é aliado dos EUA", argumentou. "A Arábia Saudita não é uma democracia e é aliada dos EUA."
A palavra apartheid (nome do regime segragacionista que governava a África do Sul até 1884) foi usada em relação ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 1968, que cria duas categorias de países, as potências nucleares que tinham a bomba atômica na época e os demais países, que foram proibidos de desenvolver armas nucleares.
Em troca, os países não-nucleares militarmente teriam o direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos, alegação usada pelo governo iraniano para se justificar, e as potências nucleares se comprometeram a negociar o totalmente desarmamento nuclear. Isso nunca ocorreu.
Pela primeira vez desde a ocupação da embaixada americana em Teerã pelos guardas revolucionários, em 1979, depois da vitória da revolução islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, é aberto um dialogo do mais alto nível entre os EUA e o Irã.
O início desse diálogo é uma vitória da secretária de Estado, Condoleezza Rice, sobre a linha dura do governo George Walker Bush, liderada pelo vice-presidente Dick Cheney, e da proposta do candidato oposicionista Barack Obama de negociar diretamente com os países considerados inimigos dos EUA.
Rice esteve ao lado de Bush nos piores momentos do presidente, justificou a invasão do Iraque, a prisão na base naval de Guantânamo, em Cuba, e outras violações do direito internacional cometidas por este desastroso governo dos EUA. Mas aprendeu que o uso da força pode criar problemas ainda maiores do que o original.
Cheney era o grande defensor de uma onda de “bombardeios cirúrgicos” para atacar pelo menos cem alvos do programa nuclear iraniano, acusado pelos EUA e Israel de desenvolver armas atômicas.
Agora, os americanos pretendem aplicar a mesma fórmula usada nas negociações com a Coréia do Norte, de que participam as duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia, envolvendo diversos países de peso para pressionar o regime comunista norte-coreano.
Na mesma linha, o objetivo seria mostrar ao Irã que a proliferação nuclear vai aumentar a tensão no Oriente Médio em troca de garantias de segurança. Mas a pressão internacional estimulou uma reação nacionalista até mesmo entre exilados iranianos
O chefe do programa nuclear do Irã no governo do xá Reza Pahlevi denunciou na semana passada em Londres as pressões internacionais para impedir que o país desenvolva o ciclo completo da energia atômica como um “apartheid nuclear”.
Em palestra na London School of Economics, promovida pela organização Iranianos pela Paz, o Dr. Akbar Eternad admitiu que o Irã descumpriu obrigações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e alegou que o estágio de desenvolvimento do programa nuclear iraniano ainda exge 10 anos para fazer a bomba. Mas não explicou como um exilado político que não confia no regime de seu país pode ter tanta certeza de que ele não seria irresponsável de posse de armas atômicas.
"O Irã não é uma democracia, mas o Paquistão também não é, tem armas nucleares e é aliado dos EUA", argumentou. "A Arábia Saudita não é uma democracia e é aliada dos EUA."
A palavra apartheid (nome do regime segragacionista que governava a África do Sul até 1884) foi usada em relação ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 1968, que cria duas categorias de países, as potências nucleares que tinham a bomba atômica na época e os demais países, que foram proibidos de desenvolver armas nucleares.
Em troca, os países não-nucleares militarmente teriam o direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos, alegação usada pelo governo iraniano para se justificar, e as potências nucleares se comprometeram a negociar o totalmente desarmamento nuclear. Isso nunca ocorreu.
Nélson Franco Jobim
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