Em outras palavras
Dora Kramer, O Estado de S. Paulo
Em boa hora a presidente Dilma Rousseff corrigiu o que pareceu - em princípio - ter sido uma precipitação da ministra das Relações Institucionais, que explicitou com todos os efes e erres a intenção do governo de criar um novo imposto para financiar a ampliação dos recursos a serem aplicados na saúde pública.
Ideli Salvatti marcou até data para o governo enfrentar a questão no Congresso: 2012, em pleno ano eleitoral, segundo a concepção da ministra a época ideal para se falar em tirar mais algum do bolso do eleitor.
Dilma correu para tentar consertar o estrago. Aproveitou uma entrevista a um programa popular em emissora de TV aberta para recuperar o discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que o governo fará primeiro a sua parte, melhorando o serviço, para só então falar em imposto novo.
Note-se, porém, que a presidente não desmentiu totalmente a ministra. Descontado o prazo, na verdade, confirmou com outras palavras a declaração de Salvatti. Dilma disse que "a própria população" vai aceitar colaborar para o aumento da arrecadação quando começar a notar as melhorias.
Quais sejam? Na visão da presidente, o aumento da oferta de médicos e a melhor distribuição dos profissionais pelo País afora.
Quando, como e mediante o atendimento de quais critérios de desempenho a população seria chamada a se manifestar a respeito da conveniência da criação de mais um imposto?
A presidente não esclarece, assim como não deixa claro se haveria metas a serem cumpridas, se há um prazo para o governo justificar a cobrança com fatos e dados muito bem objetivos.
Deixou no ar apenas a vaga ideia de que haverá um momento em que os cidadãos acabariam por compreender que precisam de "mais coisas" e que, para dá-las, o governo também precisa de mais dinheiro.
Dora Kramer, O Estado de S. Paulo
Em boa hora a presidente Dilma Rousseff corrigiu o que pareceu - em princípio - ter sido uma precipitação da ministra das Relações Institucionais, que explicitou com todos os efes e erres a intenção do governo de criar um novo imposto para financiar a ampliação dos recursos a serem aplicados na saúde pública.
Ideli Salvatti marcou até data para o governo enfrentar a questão no Congresso: 2012, em pleno ano eleitoral, segundo a concepção da ministra a época ideal para se falar em tirar mais algum do bolso do eleitor.
Dilma correu para tentar consertar o estrago. Aproveitou uma entrevista a um programa popular em emissora de TV aberta para recuperar o discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que o governo fará primeiro a sua parte, melhorando o serviço, para só então falar em imposto novo.
Note-se, porém, que a presidente não desmentiu totalmente a ministra. Descontado o prazo, na verdade, confirmou com outras palavras a declaração de Salvatti. Dilma disse que "a própria população" vai aceitar colaborar para o aumento da arrecadação quando começar a notar as melhorias.
Quais sejam? Na visão da presidente, o aumento da oferta de médicos e a melhor distribuição dos profissionais pelo País afora.
Quando, como e mediante o atendimento de quais critérios de desempenho a população seria chamada a se manifestar a respeito da conveniência da criação de mais um imposto?
A presidente não esclarece, assim como não deixa claro se haveria metas a serem cumpridas, se há um prazo para o governo justificar a cobrança com fatos e dados muito bem objetivos.
Deixou no ar apenas a vaga ideia de que haverá um momento em que os cidadãos acabariam por compreender que precisam de "mais coisas" e que, para dá-las, o governo também precisa de mais dinheiro.
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