quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Aliados e oposição rechaçam relatório

Aliados e oposição rechaçam relatório
Deputados avaliam que reforma política proposta privilegia petistas

Texto deve receber emendas até dia 20, antes de nova tentativa de votação
Crédito: Reinaldo Ferrigno / agência câmara / cp
A reforma política proposta pelo PT na Câmara dos Deputados conseguiu a façanha de unir todos os partidos da base e de oposição contra o relatório do deputado gaúcho Henrique Fontana (PT), que propõe um sistema híbrido nas eleições proporcionais e o financiamento público de campanha com dinheiro de empresas estatais e privadas. Com todos os partidos contra a proposta, o petista foi obrigado a capitular, e a votação de seu relatório, prevista para ontem na Comissão Especial da Reforma Política, foi adiada por tempo indeterminado. "Esse relatório, como está, só será votado no dia 24 de dezembro dentro do trenó do papai Noel", ironizou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), integrante da comissão.

Deputados aliados e de oposição alegam que a proposta privilegia o PT. "O modelo proposto fortalece extremamente o PT que poderá chegar a ter 150 deputados", disse Luciano Castro (PR-RR). O relatório propõe a instituição do sistema de votação proporcional misto. Ou seja: o eleitor vota diretamente em um candidato para preencher metade das vagas para a Câmara, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores. Na outra metade, o eleitor vota em lista previamente ordenada de candidatos, definida por cada sigla.

Para aliados e oposição, o PT seria favorecido por ser a sigla mais ideologizada. "É um golpe que o PT quer dar para aumentar sua bancada. O PT tem 30% do eleitorado, mas elegeu a 18% de deputados. Com o sistema proposto, quem ganha é o PT", diz Cunha. "É uma proposta que conseguiu desagradar a gregos e troianos", resumiu o deputado Ronaldo Caiado (Dem-GO), relator de duas propostas de reforma política que foram engavetadas. Diante da perspectiva de ver enterrada ontem mesmo a reforma política, o relator concordou com a abertura de prazo até o próximo dia 20 para emendas.

Correio do Povo

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