"Exército acompanha desdobramentos do conflito entre Colômbia, Venezuela e Equador
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TAHIANE STOCHERO
da Folha Online
As Forças Armadas brasileiras estão acompanhando com atenção o desmembramento da crise diplomática envolvendo Colômbia, Venezuela e Equador, países com os quais o país mantém relações amistosas e estáveis. A tensão foi desencadeada pela morte de Raúl Reyes, um dos principais líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), morto junto a outros 17 guerrilheiros no último sábado (1º), em ataque colombiano em território do Equador.
O comando do Exército na Amazônia admite que a escalada dos acontecimentos causa preocupação, devido à extensa fronteira que o Brasil possui com a Venezuela -- são 2.200 quilômetros, a maioria de mata fechada e de difícil acesso. Oficiais apontam que a questão está na esfera diplomática e que ainda não receberam ordens para deslocar soldados ou colocar em alerta os batalhões localizados na fronteira.
O Ministério da Defesa nega que esteja planejando qualquer movimentação militar e acredita que a crise ficará no plano político. Contudo, secretários do ministro Nelson Jobim avaliam que ele não descarta colocar as tropas em prontidão caso receba aval do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à frente das negociações para que o Brasil possa mediar a crise. O chanceler descartou um conflito armado envolvendo militares brasileiros.
O Exército não comenta oficialmente o assunto, mas sabe que, mesmo que a tensão esteja na divisa entre Venezuela e Colômbia, fatalmente, qualquer ato de violência terá reflexos nas fronteiras brasileiras. A principal preocupação está em Cucuí, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Colômbia.
Os militares contam apenas com um batalhão de infantaria a 150 km da divisa, em São Gabriel da Cachoeira, cerca de meia hora de vôo da ponte, de difícil acesso. Há uma estrada entre as duas localidades, mas está em condições ruins e não teria capacidade de enfrentar o deslocamento de blindados e armamento.
Como o contingente militar na Amazônia é pequeno --cerca de 20 mil homens--, a Defesa pode acionar a tropa de elite do Exército brasileiro. A Brigada de Operações Especiais, localizada em Goiânia (GO), é integrada pelos "caveiras do Exército", homens formados nos cursos de Comandos e Forças Especiais e preparados para o combate em qualquer lugar e a qualquer momento.
Os Forças Especiais já estão acompanhando a crise e, caso convocados, estão prontos para mobilizarem-se à Amazônia em três horas. Em menos de oito horas, pelo menos 500 militares da tropa de elite estariam na tríplice fronteira.
Após a invasão colombiana, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou a "expulsão imediata" do embaixador da Colômbia em Quito e o envio de 3.200 soldados à fronteira. Em apoio a Correa, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que nos últimos tempos adquiriu grande quantidade de armamento, entre eles submarinos, helicópteros e 100 mil fuzis russos, mobilizou "dez batalhões" militares para a divisa entre os dois países.
Apesar da chancelaria de Álvaro Uribe pedir desculpas formais pela entrada em território equatoriano, a Colômbia reiterou nesta segunda-feira acusações, afirmando que Chávez destinou US$ 300 milhões às Farc. "
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TAHIANE STOCHERO
da Folha Online
As Forças Armadas brasileiras estão acompanhando com atenção o desmembramento da crise diplomática envolvendo Colômbia, Venezuela e Equador, países com os quais o país mantém relações amistosas e estáveis. A tensão foi desencadeada pela morte de Raúl Reyes, um dos principais líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), morto junto a outros 17 guerrilheiros no último sábado (1º), em ataque colombiano em território do Equador.
O comando do Exército na Amazônia admite que a escalada dos acontecimentos causa preocupação, devido à extensa fronteira que o Brasil possui com a Venezuela -- são 2.200 quilômetros, a maioria de mata fechada e de difícil acesso. Oficiais apontam que a questão está na esfera diplomática e que ainda não receberam ordens para deslocar soldados ou colocar em alerta os batalhões localizados na fronteira.
O Ministério da Defesa nega que esteja planejando qualquer movimentação militar e acredita que a crise ficará no plano político. Contudo, secretários do ministro Nelson Jobim avaliam que ele não descarta colocar as tropas em prontidão caso receba aval do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à frente das negociações para que o Brasil possa mediar a crise. O chanceler descartou um conflito armado envolvendo militares brasileiros.
O Exército não comenta oficialmente o assunto, mas sabe que, mesmo que a tensão esteja na divisa entre Venezuela e Colômbia, fatalmente, qualquer ato de violência terá reflexos nas fronteiras brasileiras. A principal preocupação está em Cucuí, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Colômbia.
Os militares contam apenas com um batalhão de infantaria a 150 km da divisa, em São Gabriel da Cachoeira, cerca de meia hora de vôo da ponte, de difícil acesso. Há uma estrada entre as duas localidades, mas está em condições ruins e não teria capacidade de enfrentar o deslocamento de blindados e armamento.
Como o contingente militar na Amazônia é pequeno --cerca de 20 mil homens--, a Defesa pode acionar a tropa de elite do Exército brasileiro. A Brigada de Operações Especiais, localizada em Goiânia (GO), é integrada pelos "caveiras do Exército", homens formados nos cursos de Comandos e Forças Especiais e preparados para o combate em qualquer lugar e a qualquer momento.
Os Forças Especiais já estão acompanhando a crise e, caso convocados, estão prontos para mobilizarem-se à Amazônia em três horas. Em menos de oito horas, pelo menos 500 militares da tropa de elite estariam na tríplice fronteira.
Após a invasão colombiana, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou a "expulsão imediata" do embaixador da Colômbia em Quito e o envio de 3.200 soldados à fronteira. Em apoio a Correa, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que nos últimos tempos adquiriu grande quantidade de armamento, entre eles submarinos, helicópteros e 100 mil fuzis russos, mobilizou "dez batalhões" militares para a divisa entre os dois países.
Apesar da chancelaria de Álvaro Uribe pedir desculpas formais pela entrada em território equatoriano, a Colômbia reiterou nesta segunda-feira acusações, afirmando que Chávez destinou US$ 300 milhões às Farc. "
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