Não é só aluno mal comportado que vai para fora de sala, o Ministério da Educação (MEC) descobriu em sua última pesquisa que 70% dos formandos em licenciatura no Brasil não exercem a profissão.
O país conta com mais licenciados do que a demanda de professores para lecionar nas salas de 5ª a 8ª série e do ensino médio, com exceção de física e química. Nos últimos 25 anos cerca de 1 milhão e 200 mil professores se formaram e a área teve um crescimento de 66%, mas eles não querem seguir a carreira.
O problema está na desvalorização do magistério, falta de estrutura nas escolas, baixos salários e conseqüentemente jornada de trabalho que impede o aperfeiçoamento profissional, que são responsáveis pelo afastamento dos mestres da sala de aula e dos cursos de licenciatura. De janeiro a agosto, desse ano, mais de 2.100 professores se desligaram da rede pública, no Rio de Janeiro.
Segundo a pesquisa do MEC, para cobrir a demanda de todas as escolas do país, de 5ª série ao ensino médio, são necessários 725.991 professores e existem 1,4 milhões de formados. Na verdade não faltam professores e sim professores licenciados para as áreas específicas, afirma o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais do MEC, Dilvo Ristoff.
As áreas de física e química sofrem bastante com esta situação, apenas 6 mil e 8 mil professores se formaram, respectivamente, mas cerca de 60 mil docentes dão aulas em cada uma dessas matérias, ou seja, cerca de 90% desses profissionais são de outras áreas.
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