A inversão de prioridades (abertura da coluna de 7 de abril)
O interventor Nereu Ramos (1935-1945) deixou sua marca no social. Entre muitas obras, o Hospital Nereu Ramos, a Colônia Santana e o Hospital Santa Tereza. O governador Jorge Lacerda (1957) construiu o melhor colégio do Estado, o Instituto de Educação. Celso Ramos, na primeira metade dos anos 1960, inaugurou o Hospital dos Servidores, que já foi referência em qualidade no país. Espalhou escolas por todas as regiões de Santa Catarina.
Jorge Bornhausen, entre 1977 e 1982, entregou o Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência nacional na época, e também o Centro Integrado de Cultura. Nas gestões de Konder Reis e Esperidião Amin, hospitais regionais em várias cidades catarinenses.
No ambito do governo federal não era diferente. Provas: estão aí as construções da Universidade Federal de Santa Catarina, o Hospital Florianópolis, o Hospital Universitário, entre outros.
De lá para cá, uma tristeza. Mudaram as prioridades.
O Tribunal Regional do Trabalho acaba de inaugurar uma nova e vistosa sede. Onde? Na Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis.
A Polícia Federal tem há muito sua sede ao lado da Casa d’Agronômica, na mesma milionária Beira Mar Norte.
O Ministério Público Estadual adquiriu novo prédio no coração da Capital.
Defronte a bela ponte de Sidney, na Austrália, está a Ópera House, ícone da arquitetura mundial. Em situação equivalente, em frente à Ponte Hercílio Luz, está o prédio da Receita Federal.
O Tribunal de Contas do Estado conta hoje com um belíssimo e moderno edifício na Praça dos Três Poderes.
A Procuradoria da República ganhou novas instalações, em prédio de vidro espelhado. Na Beira Mar Norte.
O Ministério Público do Trabalho conta com uma moderna torre... também na Beira Mar Norte.
Enquanto isso, os hospitais públicos se deterioram, cancelam cirurgias e desativam leitos. As escolas embargadas pela vigilância sanitária ou fechadas por falta de segurança.
Afinal, são estas as prioridades que a população merece?
Upiara Boschi,
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