quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Em meio a protestos, família de Mubarak se refugia em luxuosa mansão em Londres


LONDRES - Enquanto Hosni Mubarak procurava acalmar os milhares de manifestantes que continuavam tomando as ruas do Egito no sábado, um jato particular levando pessoas ligadas ao presidente - além de 97 malas e caixas - deixava o Cairo e seguia para Londres. A bordo da aeronave estava a primeira-dama, Suzanne, de 69 anos.

Ela saía do país para encontrar seus dois filhos, Gamal e Alaa, de 47 e 49 anos, e uma neta. Todos haviam chegado à capital britânica no segundo dia de protestos. Mubarak e a mulher são donos de uma mansão de seis andares e cinco quartos, avaliada em 8,5 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 23 milhões), em Londres. A residência do casal fica a poucos metros da famosa loja Harrods, no luxuoso bairro londrino de Knightsbridge.

Mubarak diz que não disputará reeleição; povo quer saída imediata

Diversos funcionários do aeroporto de Heathrow afirmaram que viram a primeira-dama egípcia horas após ela ter deixado o Cairo. Segundo a imprensa britânica, a viagem da família Mubarak foi planejada por Gamal, um empresário apontado como possível sucessor do pai na Presidência.

Suzanne, por sua vez, tem livre acesso ao Reino Unido, pois possui passaporte britânico por ser filha de uma galesa. A primeira-dama nasceu no Egito em 1941, depois de seu pai - um médico egípcio - conhecer sua mãe, a enfermeira Lily May Palmer, numa viagem que fazia a Londres, em 1934. Em entrevistas anteriores, Suzanne já havia declarado se sentir uma britânica.

- Me sinto confortável nas duas culturas, nos dois idiomas e nos dois mundos.

Acusado pela oposição de excessos e corrupção no Egito, Mubarak teria acumulado desde que chegou ao poder, em 1981, uma fortuna estimada em mais de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 67 bilhões). De acordo com jornais britânicos, caso o presidente renuncie ao cargo, ele seguirá para Londres, onde vai se refugiar ao lado da mulher e dos filhos.

Segundo a emissora britânica BBC, Londres não serviu de refúgio somente para os Mubarak. Outros egípcios influentes - entre eles Ahmad Ezz, um dos políticos mais próximos ao presidente - teriam seguido para a capital britânica com suas famílias.

O Globo

Nenhum comentário: