O velho e o novo Tea Party - por Luiz Horacio (blog do Nassif)
Seria bom a gente entender melhor essa coisa do novo Tea Party. Originalmente, foi um evento de protesto dos colonos americanos contra os colonizadores ingleses, motivado pelo monopólio do comércio do chá (devia ser uma bebida muito apreciada e consumida na época) e pelos impostos que os ingleses cobravam dos americanos, para que pudessem beber chá. Foram ao porto e jogaram no mar todo o chá que chegava na América (na época não era EUA). Foi um protesto nativista e também emancipador, fez parte do processo da Independência americana. O dinheiro ia embora do país e fortalecia a dominação do território americano pelos ingleses, mantendo a América como colônia.
Mas o que pretende o "neo" Tea Party? A organização de pequenos grupos locais de oposição e combate ao "poder central"? E em geral em pequenas cidades. O "poder central" agora é a própria democracia americana, são os Estados Unidos da América. Quer dizer, o dinheiro retorna para as comunidades, em escolas, estradas, investimentos e na organização e administração de seu próprio país, que por acaso ainda é a maior potência mundial, mesmo em crise profunda. Não faz sentido, não é racional. Os cidadãos voltando-se contra o Estado que os socorre, em uma grande crise que foi provocada justamente por aqueles que desejavam um Estado mínimo e não atuante, um Estado títere, que "não os atrapalhasse" em seus negócios, talvez esquecendo-se que o Estado é que cria as condições básicas para os bons negócios.
Parece que o Tea Party é um "levante" dos setores mais atrasados da sociedade americana. Uma forma de transformar em dividendos políticos e em poder real uma reação contra as mudanças que são necessárias nos EUA, por causa do tempo, por causa da história, por que as coisas mudam, o mundo muda, e mudou bastante. Uma tentativa não de discutir a política conservadora e de direita (o que é democrático e válido), mas de impor a mesma receita dos modos sociais vigentes nos EUA nos séculos 19 e 20. E isto se mistura justamente com o atraso político de determinadas regiões, geralmente ainda marcadas pelo divisionismo da Guerra Civil, pela resistência dos "rebeldes" ao Estado "ianque".
Sob esses aspectos, o papel que o Tea Party poderá desempenhar não é o de buscar alternativas para seu próprio país, mas sim o de aprofundar e complicar a grande crise americana. O conflito não gera solução; gera mais conflito.
Seria bom a gente entender melhor essa coisa do novo Tea Party. Originalmente, foi um evento de protesto dos colonos americanos contra os colonizadores ingleses, motivado pelo monopólio do comércio do chá (devia ser uma bebida muito apreciada e consumida na época) e pelos impostos que os ingleses cobravam dos americanos, para que pudessem beber chá. Foram ao porto e jogaram no mar todo o chá que chegava na América (na época não era EUA). Foi um protesto nativista e também emancipador, fez parte do processo da Independência americana. O dinheiro ia embora do país e fortalecia a dominação do território americano pelos ingleses, mantendo a América como colônia.
Mas o que pretende o "neo" Tea Party? A organização de pequenos grupos locais de oposição e combate ao "poder central"? E em geral em pequenas cidades. O "poder central" agora é a própria democracia americana, são os Estados Unidos da América. Quer dizer, o dinheiro retorna para as comunidades, em escolas, estradas, investimentos e na organização e administração de seu próprio país, que por acaso ainda é a maior potência mundial, mesmo em crise profunda. Não faz sentido, não é racional. Os cidadãos voltando-se contra o Estado que os socorre, em uma grande crise que foi provocada justamente por aqueles que desejavam um Estado mínimo e não atuante, um Estado títere, que "não os atrapalhasse" em seus negócios, talvez esquecendo-se que o Estado é que cria as condições básicas para os bons negócios.
Parece que o Tea Party é um "levante" dos setores mais atrasados da sociedade americana. Uma forma de transformar em dividendos políticos e em poder real uma reação contra as mudanças que são necessárias nos EUA, por causa do tempo, por causa da história, por que as coisas mudam, o mundo muda, e mudou bastante. Uma tentativa não de discutir a política conservadora e de direita (o que é democrático e válido), mas de impor a mesma receita dos modos sociais vigentes nos EUA nos séculos 19 e 20. E isto se mistura justamente com o atraso político de determinadas regiões, geralmente ainda marcadas pelo divisionismo da Guerra Civil, pela resistência dos "rebeldes" ao Estado "ianque".
Sob esses aspectos, o papel que o Tea Party poderá desempenhar não é o de buscar alternativas para seu próprio país, mas sim o de aprofundar e complicar a grande crise americana. O conflito não gera solução; gera mais conflito.
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